PPGBP - Mestrado em Biologia Parasitária

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  • Dissertação
    MPOX: aspectos epidemiológicos no estado do Rio Grande do Norte
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-25) Lopes, Ximenya Glauce da Cunha Freire; Fernandes, José Veríssimo; Araújo, Joselio Maria Galvão de; https://orcid.org/0000-0002-5169-6496; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; http://lattes.cnpq.br/2920818609746057; Aloise, Debora de Almeida; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de Medeiros
    Varíola dos macacos ou monkeypox é uma zoonose de etiologia viral, causada pelo Monkeypox virus (MPXV), classificado na família Poxviridae, gênero Orthopoxvirus cujo reservatório natural ainda não foi identificado. Em 2022, o MPXV dispersou-se por diversos países do mundo, acometendo milhares de pessoas. A Organização Mundial da Saúde decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional e recomendou o nome mpox em substituição à varíola dos macacos (monkeypox). No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado em junho 2022. No mês seguinte, a mpox foi confirmada no Rio Grande do Norte (RN). Este estudo visa analisar aspectos epidemiológicos da mpox. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com base em dados secundários obtidos a partir da plataforma REDCap e do e-SUS Sinan da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, referentes ao período de 2022 a 2024. Foram incluídos 140 casos confirmados laboratorialmente pelo método MPX PCR. A análise das fichas de notificação revelou o seguinte perfil epidemiológico: maior incidência em agosto de 2022 (35,0%; n=49); afetando brasileiros na faixa etária de 30 a 39 anos (33,6%; n=47); sexo masculino (86,4%; n=121); homem cisgênero (72,1%; n=101); homossexual (45,0%; n=63); cor parda (44,3%; n=62); com ensino superior completo (36,4%; n=51); residente na capital (68,6%; n=96); sem imunossupressão (75,7%; n=106); sem HIV (65,7%; n=92); que teve relações sexuais com homens (54,3%; n=76). A forma de transmissão não foi identificada (42,1%; n=59). Os sinais e sintomas mais frequentes foram: erupção cutânea (86,4%; n=121), astenia (83,6%; n=117), febre (61,4%; n=86), cefaleia (49,3%; n=69), mialgia (35,7%; n=50), lesão genital (31,4%; n=44) e dor de garganta (30,7%; n=43). A maioria não necessitou de hospitalização (95,7%; n=134), nem de tratamento antiviral (70,0%; n=98) e não houve registro de óbito (0,0%; n=0). Identificou-se como possíveis fatores de risco: sexo masculino, adulto jovem, com alta escolaridade, e como possíveis grupos de risco indivíduos jovens do sexo masculino, que fazem sexo com homens. Resultados deste trabalho assemelham a outros estudos e podem auxiliar na implementação de políticas mais eficazes de prevenção e diagnóstico precoce da doença, reduzindo o seu impacto na população.
  • Dissertação
    Efeito atenuante do análogo sintético N-metil do alcaloide caulerpina no processo inflamatório em modelos murinos de inflamação
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-14) Assunção, Adailson de Souza; Souto, Janeusa Trindade de; Souza, Cássio Ricardo de Medeiros; http://lattes.cnpq.br/6501426772186111; http://lattes.cnpq.br/7305814843923249; Brandão, Deysiane Oliveira; Nascimento, George João Ferreira do
    A inflamação é uma resposta do organismo a diferentes tipos de injúrias, que visa reparar tecidos danificados e eliminar células mortas. A caulerpina é um alcaloide extraído da alga marinha Caulerpa racemosa com propriedade anti-inflamatória e através de modificações estruturais no núcleo indol e no grupo éster da caulerpina clássica (CLPc), gerou-se o análogo N-metil (CLPNmt), que facilita sua solubilidade e lipofilicidade. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a ação anti-inflamatória do análogo CLPNmt em diferentes modelos murinos de inflamação aguda, comparando com a CLPc e a dexametasona. Inicialmente foi realizado o modelo de peritonite, camundongos Swiss machos foram tratados por via oral com CLPc (2 mg/kg), CLPNmt (4, 2 e 1 mg/kg) e via intraperitoneal com dexametasona (1 mg/kg) e uma hora depois receberam zimosan (40 mg/kg) por via intraperitoneal. Após 24 horas, os camundongos foram eutanasiados, realizado o lavado peritoneal, que foi centrifugado, sendo determinada contagem total e diferencial de leucócitos e o sobrenadante usado para a dosagem de IL-1β, IL-6 e TNF-α por ELISA. Para o modelo de edema de orelha, os camundongos Swiss foram tratados com CLPNmt, na dose (2 mg/kg), e os demais tratamentos citados anteriormente, seguido pela aplicação tópica do xilol (40μL) nas orelhas direitas. Uma hora após o tratamento, as orelhas esquerdas e direitas foram removidas e pesadas em balança de precisão para obtenção do percentual de inibição de edema e acondicionadas em PBS/formol 10%, para realização de análise histológica. No modelo de lesão pulmonar aguda (LPA), os animais foram tratados por via oral com CLPc ou CLPNmt (2 mg/kg) ou por via intraperitoneal com dexametasona (1 mg/kg). Uma hora depois, os animais receberam 50 μL de LPS (100 μg/kg) por via intranasal. Após 24 horas, os camundongos foram eutanasiados, o lavado broncoalveolar (LBA) foi coletado, centrifugado, o botão celular foi utilizado para contagem total e diferencial de leucócitos e o sobrenadante foi usado para mensuração dos níveis de citocinas inflamatórias por ELISA e dosagem de nitrito pela reação de Griess. Amostras de pulmão foram processados para análise histológica e para extração de ácido ribonucleico (RNA) para avaliar expressão quantitativa de TNF- por reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real (qPCR). Os resultados obtidos mostraram que o tratamento com a CLPNmt foi eficaz na diminuição da migração celular e na secreção de IL-6 na cavidade peritoneal, sendo a dose de 2 mg/kg mais eficiente nessa inibição, sendo utilizada como dose padrão nos demais experimentos. Dessa forma, verificou-se que a CLPNmt inibiu a formação de edema no modelo induzido por xilol de maneira significativa, similar ao observada para a CLPc e dexametasona, além de inibir o recrutamento leucocitário para a cavidade pulmonar e diminuir os níveis de IL-1, IL-6, TNF-α, IFN- e nitrito no LBA e reduzir o dano pulmonar no modelo de LPA. Portanto, a metilação da CLP manteve o potencial anti-inflamatório, similar ao que se observou para CLPc e comparado com os dados obtidos para dexametasona, tornando esse análogo um potencial alvo farmacológico.
  • Dissertação
    Avaliação da infecção por Trypanosoma cruzi em triatomíneos em municípios considerados de alto risco de transmissão no Rio Grande do Norte, Brasil
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-20) Silva, Odair José Queiroz da; Câmara, Antonia Cláudia Jácome da; Silva, Andressa Noronha Barbosa da; https://orcid.org/0000-0001-7337-9320; http://lattes.cnpq.br/5445255186647578; https://orcid.org/0009-0004-9161-1081; http://lattes.cnpq.br/5721162971304714; Vieira, Thallyta Maria; Guedes, Paulo Marcos da Matta
    O estado do Rio Grande do Norte (RN) é endêmico para a doença de Chagas, apresentando 36 municípios de alto risco de transmissão do Trypanosoma cruzi. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência da infecção natural por T. cruzi em triatomíneos capturados em ambiente silvestre e unidades domiciliares (UDs) nos municípios de alto risco de transmissão do parasito no RN. Os triatomíneos foram coletados nas UDs e ambiente silvestre, identificados e o conteúdo intestinal foi analisado por exame direto, xenocultura e PCR do kDNA para a detecção do parasito. Um total de 22 UDs foram investigadas, sendo 14 no município de São Tomé e seis em Sítio Novo, e a presença de triatomíneos foi registrada em 21,4% (3/14) e 16,7% (1/6), respectivamente. O município de São Tomé apresentou um percentual elevado de triatomíneos infectados, correspondendo a 14,2%. Nas UDs, 40 espécimes de triatomíneos foram capturados e a única espécie identificada foi Triatoma brasiliensis, com índice de infecção natural por T. cruzi foi de 7,5%. No ambiente silvestre, a maior diversidade de espécies foi encontrada na ESEC-Seridó, onde foram capturados exemplares de T. brasiliensis, Triatoma pseudomaculata, Panstrongylus lutzi e Triatoma sp. Triatoma brasiliensis foi a espécie mais capturada tanto na ESEC-Seridó quanto em Sítio Novo. Esses dados ressaltam a importância da vigilância e controle constantes nos municípios de alto risco para prevenir a transmissão do T. cruzi para os seres humanos e animais.
  • Dissertação
    Prevalência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus resistente à meticilina no meio ambiente bucal de pessoas idosas domiciliadas e acamadas, e fatores associados à essa colonização
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-21) Tavares, Isabelle Lisiany de Lima; Melo, Maria Celeste Nunes de; https://orcid.org/0000-0002-9826-4981; http://lattes.cnpq.br/0580551464788795; https://orcid.org/0000-0001-8685-3327; http://lattes.cnpq.br/2268942016005418; Brandão, Deysiane Oliveira; Almeida, Gilmara Celli Maia de
    A população idosa é a que mais cresce demograficamente em todo o mundo. Como consequência, ocorre o aumento de pessoas idosas na condição de domiciliadas ou mesmo acamadas, com variados graus de dependência. Com o envelhecimento, o sistema imunológico se torna menos eficiente, gerando comprometimentos sistêmicos na pessoa idosa, que se torna mais vulnerável a possíveis infecções bacterianas por patógenos multirresistentes. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus resistente à Meticilina (MRSA) colonizando o meio ambiente bucal de pessoas idosas domiciliadas, acamadas ou não, bem como avaliar fatores associados à essa colonização. Foram coletadas amostras do ambiente bucal de 263 idosos no período de agosto a novembro de 2023, no município de Natal/RN. As amostras foram coletadas com auxílio de swab, que foram colocados em solução salina e encaminhados ao laboratório de pesquisa. As amostras foram inoculadas em caldo de enriquecimento BHI (Brain Heart Infusion Broth) e após incubação foram semeadas no meio de cultivo seletivo ágar manitol salgado. As colônias sugestivas de Staphylococcus aureus foram reisoladas com posterior identificação através de provas laboratoriais convencionais e espectrometria de massa (MALDI-TOF). A identificação da linhagem MRSA foi realizada pelo método do disco-difusão, utilizando o antimicrobianocefoxitina. A mesma técnica foi usada para avaliar o perfil de susceptibilidade a outros antimicrobianos. Dados relacionados a fatores sociodemográficos e acesso, cuidados e condições de saúde geral e bucal foram coletados mediante a aplicação de um questionário. A prevalência de idosos colonizados por S. aureus foi 13,3% (n=35) e para MRSAfoi de1,5%(n=4). As cepas de MRSA foram resistentes à penicilina, eritromicina e clindamicina. Após a realização da análise multivariada, as variáveis que tiveram associação significativa com a presença de S. aureus foram autopercepção de saúde geral (p=000,5) e dificuldade na alimentação (p=000,6). A saúde geral ruim e a dificuldade na alimentação por motivo de dor foram os fatores que contribuíram para a colonização por S. aureus. A presença de S. aureus em especial da linhagem MRSA colonizando pessoas idosas pode representar um risco à saúde dessa população, sobretudo pela sua maior vulnerabilidade imunológica.
  • Dissertação
    Efeito da azitromicina no ciclo de desenvolvimento de Chrysomya megacephala (Diptera: calliphoridae)
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-21) Diógenes, Mahara Gabrielle Barbosa; Gama, Renata Antonaci; Motta Neto, Renato; https://orcid.org/0000-0002-8026-6022; http://lattes.cnpq.br/0179756405650744; http://lattes.cnpq.br/7755382632811974; Bastos, Rafael Wesley; Barbosa, Taciano de Moura; Inácio, Cássio Lázaro Silva
    Introdução: Decorrente do cenário pandêmico perpassado em 2020, 2021 e, ainda em 2022, o antibiótico azitromicina foi utilizado como um dos itens presentes no “kit covid”, amplamente utilizado durante a pandemia de COVID-19. O presente trabalho possui como objetivos analisar os efeitos do antibiótico azitromicina em aspectos bionômicos de Chrysomya megacephala, como ganho de massa, tamanho e duração do ciclo de desenvolvimento. Metodologia: Para a realização dos ensaios, foram utilizados 200 ovos para cada tratamento, mantidos em insetário e criados em recipientes plásticos contendo carne moída crua acrescida de azitromicina em três concentrações: D1(30μl), D2 (60μl) e D3 (120μl). O monitoramento foi realizado no Laboratório de Insetos e Vetores (LIVe) a cada seis horas, onde observou-se a inibição da emergência, duração de cada estágio e aferições de massa e tamanho. Resultados e discussão: Verificou-se que os indivíduos em contato com a azitromicina apresentaram maior massa - nos períodos larvais, chegando a apresentar o dobro do controle - e tamanho. Em relação a inibição de emergência, nos tratamentos D2 e D3, apresentaram menores índices, com 7,56% e 27,73%, respectivamente. O grupo D1 registrou a maior taxa de inibição, com 64,71%. A duração do ciclo dos tratamentos com azitromicina apresentaram, no período larval, um adiantamento de 6h em relação ao controle, seguindo a mesma tendência no período de pupa. A emergência também foi observada 24h antes que o grupo controle, em todas as concentrações. Conclusão: Observou-se que azitromicina ocasionou um desenvolvimento distinto do controle - ciclo larval, pupal e emergência - além de ter influenciado positivamente o ganho de massa e tamanho das larvas.
  • Dissertação
    Avaliação da atividade inseticida do fluralaner (Exzolt®) administrado em galinhas contra triatomíneos
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-07) Pereira, Luanderson Cardoso; Guedes, Paulo Marcos da Matta; http://lattes.cnpq.br/5445410844075357; http://lattes.cnpq.br/0214566514443012; Silva, Andressa Noronha Barbosa da; Sousa, Rita de Cássia Moreira de
    Triatoma infestans, Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata e Rhodnius prolixus são vetores do Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, e galinhas são importantes fontes de alimentação para esses insetos em ambiente antrópico. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade inseticida do fluralaner (Exzolt®) administrado em galinhas contra triatomíneos (R. prolixus, T. infestans, T. brasiliensis e T. pseudomaculata). Doze galinhas (Gallus gallus domesticus) sem raça definida foram randomizadas, de acordo com o peso, em três grupos: Grupo 1- controle não tratado (n=4); Grupo 2 - dose única de 0,5mg/kg de fluralaner (Exzolt®) (n=4); e Grupo 3 - duas doses de 0,5mg/kg de fluralaner (Exzolt®) (n=4). Posteriormente, foram submetidas a repasto sanguíneo utilizando ninfas (n=10) de 3o,4o e 5 o estádios de T. infestans, T. brasiliensis, T. pseudomaculata e R. prolixus antes do tratamento e 1, 7, 14, 21, 28, 35 e 56 dias após o tratamento. Após o repasto sanguíneo foi determinada a eficiência de alimentação e a mortalidade das ninfas de triatomíneos. Os resultados demonstram maior sucesso na alimentação para R. prolixus, seguido por T. infestans, T. brasiliensis e T. pseudomaculata, respectivamente. O tratamento de galinhas com fluralaner não afeta a taxa de alimentação sanguínea dos triatomíneos. O tratamento com duas doses de fluralaner apresentou maior atividade inseticida para R. prolixus, T. infestans e T. brasiliensis, comparado ao tratamento com dose única. Eficácia inseticida semelhante foi observada para T. pseudomaculata utilizando tratamento com uma ou duas doses de fluralaner. A atividade inseticida do fluralaner (Exzolt®) contra triatomíneos foi observada até 21 e 28 dias após o tratamento com uma e duas doses, respectivamente. Nossos resultados demonstram que o tratamento de galinhas com fluralaner (Exzolt®) induz atividade inseticida contra triatomíneos até 28 dias após o tratamento e poderia ser utilizado como medida de controle da doença de Chagas em áreas endêmicas.
  • Dissertação
    Associação entre toxoplasmose e depressão pré e pós-parto em mulheres residentes no município de Santa Cruz-RN
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Barros, Kézia Maria da Silva; Andrade Neto, Valter Ferreira de; Aloise, Débora de Almeida; http://lattes.cnpq.br/2325320450062404; http://lattes.cnpq.br/4863082845974813; http://lattes.cnpq.br/6529537327443149; Medeiros, Lilian Giotto Zaros de; Carneiro, Aroldo José Borges
    A toxoplasmose, uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, é uma zoonose de distribuição geográfica mundial, que atinge todos os continentes, mesmo diante das variações climáticas. As manifestações clínicas, em boa parte da população são leves ou, em muitos casos subclínica. Contudo apresenta casos graves em imunocomprometidos, e ainda em gestantes pela transmissão vertical devido aos danos que pode causar ao desenvolvimento do neonato. Além disso, já foi demostrado que a toxoplasmose latente está associada a alterações comportamentais e distúrbios neuropsiquiátricos. Diante disso, avaliamos a hipótese da correlação entre a infecção por T. gondii e depressão pré e pós-parto. Nesse estudo, foi realizada uma pesquisa do tipo transversal de base populacional dirigido a mulheres entre 15 e 45 anos, residentes no município de Santa Cruz, interior do estado do Rio Grande do Norte, avaliadas em dois momentos: no final do 3º trimestre de gestação e após o parto. As gestantes foram abordadas nas 5(cinco) UBS (unidades básicas de saúde) distribuídas no município, e depois de 30 dias após a data provável do parto eram contatadas novamente para a segunda entrevista. Para avaliar os sintomas depressivos utilizamos a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) instrumento contendo 10 questões, validado tanto para uso na gravidez quanto no puerpério. Para identificar o perfil e aspectos epidemiológicos da toxoplasmose foi utilizado um questionário sociodemográfico estruturado para esse estudo. Os dados foram tabulados no programa Epidata e analisados através do STATA. Das 78 entrevistadas, 24 (30.77%) gestantes tinham sorologia positiva para toxoplasmose crônica, e 54 (69.23%) soronegativas, indicando uma grande porcentagem de mulheres suscetíveis a infecção pelo protozoário. E associando as duas condições clínicas, sorologia IgG positiva (infectada) e predisposição a depressão 10 (41.66%) foram encontradas, sendo 8 (33.33%) sem diagnósticos de outros transtornos até a gestação. Observou-se maior predisposição aos sintomas depressivos (de acordo com a escala EPDS) no período pós-parto 17 (62.96%) comparado ao período pré-parto 10 (37,03%), caracterizando maior vulnerabilidade no puerpério. A análise estatística mostrou correlação entre as áreas de localização das UBS e a prevalência para toxoplasmose, com maior percentual para Paraiso 8 (34.78%) e Maracujá 8 (50.00%) comparado aos outros bairros, embora não tenha mostrado diferença significativa com relação a variável renda, isso pode estar associado as condições socioeconômicas presentes nessas duas áreas. O grau de escolaridade alto, nessa população, demostrou fator de risco para prevalência da toxoplasmose. Portanto, dado ao número de mulheres em risco para toxoplasmose, ao desenvolvimento de sintomas depressivos na gravidez e puerpério e a falta de conhecimento sobre a doença e profilaxia, faz-se necessário uma maior investigação do desenvolvimento de depressão no pré e pós-parto associado à toxoplasmose e a implementação de programas de educação em saúde para o entendimento, bem como prevenção e rastreio.
  • Dissertação
    O uso do epítopo alfa-gal no diagnóstico sorológico da infecção crônica por Trypanosoma cruzi
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-29) Fidellis, Bárbara Araújo; Brito, Carlos Ramon do Nascimento; Silva, Andressa Noronha Barbosa da; https://orcid.org/0000-0002-6584-5771; http://lattes.cnpq.br/2721128645663357; https://orcid.org/0000-0003-4882-5215; http://lattes.cnpq.br/0574891483598906; http://lattes.cnpq.br/4467140296536131; Guedes, Paulo Marcos da Matta; Marques, Alexandre Ferreira
    O diagnóstico da infecção por Trypanosoma cruzi na fase crônica é baseado na detecção de anticorpos IgG anti-T. cruzi produzidos pelos indivíduos infectados, geralmente utilizando antígenos proteicos. No entanto, o uso de antígenos de carboidratos presentes na superfície do parasito tem demonstrado um grande potencial para esse fim. Nesse sentido, este trabalho avaliou o desempenho do Qβ(α-Gal)540 no diagnóstico sorológico da infecção crônica por T. cruzi e a produção de anticorpos IgG anti-α-Gal em indivíduos tratados com benznidazol. Um total de 118 amostras de indivíduos com sorologia reagente e 46 não reagente para T. cruzi foram testadas frente aos antígenos obtidos do extrato bruto de formas epimastigotas do parasito e ao Qβ(α-Gal)540, assim como 81 amostras de 22 pacientes submetidos ao tratamento etiológico com benznidazol. Os resultados mostraram uma diferença significativa entre os grupos de indivíduos com sorologia reagente e não reagente para ambos os antígenos, e nenhuma amostra dos indivíduos negativos apresentou reatividade frente ao antígeno Qβ(αGal)540, evidenciando valores de 100% para a especificidade e valor preditivo positivo. Quanto à sensibilidade, o antígeno bruto obteve 55,1%, enquanto o Qβ(α-Gal)540 apresentou 89%. Os demais parâmetros analisados também apontaram melhor resultado para o antígeno Qβ(αGal)540, com valor preditivo negativo e acurácia de 78% e 92,1%, respectivamente. Os anticorpos IgG anti-α-Gal e IgG anti-T. cruzi frente ao Qβ(α-Gal)540 e ao antígeno de epimastigotas, respectivamente, não apresentaram diferença quanto ao perfil de reatividade antes e após tratamento com o benznidazol. Dessa forma, o Qβ(α-Gal)540 apresenta-se como potencial alternativa antigênica no diagnóstico da infecção crônica pelo T. cruzi, reforçando a necessidade de outros estudos que explorem sua aplicação de forma ampliada à população de outras regiões geográficas.
  • Dissertação
    Frequência de parasitos intestinais em crianças em idade pré-escolar de um Centro de Ensino Infantil do Município de Natal - RN
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Carvalho, Elyelton Beserra de; Medeiros, Lilian Giotto Zaros de; http://lattes.cnpq.br/2346236666379171; Medeiros, Henrique Rocha de; https://orcid.org/0000-0002-4324-3657; http://lattes.cnpq.br/7905026833909254; Barbosa, Vanessa Santos de Arruda
    Este estudo objetivou identificar a frequência de parasitos intestinais em crianças em idade pré-escolar de um Centro de Ensino Infantil do Município (CMEI) de Natal-RN e relacionar aos fatores socioambientais alí circunscritos. Para isso, foram avaliadas 66 crianças, que por meio da autorização dos pais, forneceram dados socioeconômicos, amostras biológicas de fezes, da região subungueal e perianal e também coletadas amostras de solo no CMEI. As amostras foram processadas pelos métodos HPJ, Rugai e Willis, Ritche e Graham, respectivamente,e os resultados foram destinados aos responsáveis. Atrelado a isso, realizou-se uma ação de educação em saúde com os professores do CMEI para avaliar seus conhecimentos prévios sobre parasitoses intestinais e apresentar aquelas mais comuns, especialmente as que acometem o público infantil. A população estudada foi composta por 66 indivíduos, sendo 53% do sexo feminino e 47% do sexo masculino, com idades variando de um a seis anos. A maioria (65%) foi referida como branca, enquanto 35% como negra. Foram identificados parasitos em 49% das amostras biológicas, sendo 56% dos indivíduos monoparasitados e 44% poliparasitados. Os parasitos mais frequentes foram Ascaris lumbricoides (23%), Entamoeba coli (17%) e Ancilostomídeos. Não foram identificadas formas biológicas nas análises do conteúdo subungueal e do solo. A frequência de parasitos foi relacionada a fatores socioeconômicos e biológicos, sendo os indivíduos residentes da Zona Norte da cidade e com baixa renda, os que apresentaram maior frequência (58% e 55%, respectivamente). Os professores do CMEI conheciam, no máximo, três parasitos, mas não compreendiam seus ciclos biológicos, formas de transmissão e prevenção. Ao fim das atividades, passaram a conhecer entre seis e sete parasitos, em especial os mais incidentes em crianças. Pôde-se concluir que ações educativas em saúde realizadas com professores podem contribuir para o conhecimento de medidas preventivas e de controle de parasitos intestinais; que a frequência de parasitos nos pré-escolares participantes e que indivíduos em vulnerabilidade social são mais acometidos, especialmente os residentes na zona Norte, com baixa renda e sem saneamento básico. Desse modo, são necessárias ações de controle e prevenção para que este cenário seja positivamente alterado.
  • Dissertação
    Avaliação hematológica, bioquímica e de doenças infecciosas associadas à manifestação da demodicose canina generalizada emadultos
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-28) Sena, Eduardo Rodrigues de; Nascimento, Manuela Sales Lima; Guedes, Paulo Marcos da Matta; https://orcid.org/0000-0002-6887-8931; http://lattes.cnpq.br/9704125905278773; Gama, Renata Antonaci; Araújo Neto, Vicente Toscano de
    A demodicose canina é uma doença inflamatória da pele de cães causada pela proliferação excessiva do ácaro Demodex spp., normalmente comensal da pele. O objetivo do presente trabalho foi realizar avaliação hematológica, bioquímica e de doenças infecciosas associadas a manifestação da sarna canina generalizada causada por Demodex spp. em cães adultos. Para isso, foram recrutados 16 cães com sintomatologia clínica sugestiva de sarna demodécica. Inicialmente foi realizado dermograma e diagnóstico parasitológico nos animais por meio de raspado cutâneo profundo. Posteriormente foi realizado diagnóstico para leishmaniose visceral, erliquiose, anaplasmose, dirofilariose e borreliose através de teste imunocromatográfico e ELISA rápido. Os animais que tiveram diagnóstico positivo para Demodex spp. tiveram sangue coletado para realização de hemograma completo e dosagem de transaminases hepáticas (TGO e TGP), ureia e creatinina para determinação de alterações hematológicas e bioquímicas. Sete (7/16) animais apresentaram diagnóstico positivo para Demodex spp. no raspado de pele. Entre os animais com diagnóstico parasitológico positivo para Demodex spp. foi observado a presença de anticorpos contra Ehrlichia canis/E. ewingii (100%, 7/7), contra Leishmania infantum (28,6%, 2/7), contra Anaplasma platys/A. phagocytophilum (28,6%, 2/7), bem como antígenos de Dirofilaria immitis (14,3%, 1/7). A avaliação hematológica dos animais com diagnóstico parasitológico positivo demonstrou a presença de monocitose (7/7), leucocitose (5/7), trombocitopenia (5/7), neutrofilia (4/7), eosinofilia (4/7) e linfocitose (1/7). A avaliação bioquímica revelou valores elevados de AST em três cães com demodicose generalizada e aumento de AST em apenas um deles. Todos os cães apresentaram valores normais de ureia e creatinina. Foi observada correlação positiva entre a quantidade de ácaros encontrados nos raspados cutâneos e valores dos marcadores da função hepática (ALT e AST). Em conjunto, os dados demonstram alterações hematológicas e bioquímicas em cães com demodicose generalizada. O melhor entendimento sobre os fatores que conduzem ao desenvolvimento da demodicose generalizada em cães adultos pode servir de base para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas combinadas que otimizem a resolução do quadro clínico, bem como impeçam o seu desenvolvimento.
  • Dissertação
    Interação metabólica entre o fungo C. auris e a bactéria P. aeruginosa
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-19) Macedo, Ana Beatriz Nascimento de; Bastos, Rafael Wesley; https://orcid.org/0000-0001-6781-9617; http://lattes.cnpq.br/3333946080391361; https://orcid.org/0000-0001-8663-0932; http://lattes.cnpq.br/9350908186559570; Freitas, Gustavo José Cota de; Santos, Julliana Ribeiro Alves dos; Melo, Maria Celeste Nunes de
    Em ambientes hospitalares, é comum encontrar uma gama de micro-organismos prejudiciais à saúde humana, entre os quais se destaca a bactéria Pseudomonas aeruginosa. Além disso, a Candida auris, um fungo patogênico resistente à desinfecção hospitalar e de difícil controle nosocomial, tem emergido neste contexto. No entanto, pouco se sabe sobre a interação entre C. auris e bactérias no ambiente hospitalar e no hospedeiro. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estudar a interação entre C. auris e P. aeruginosa. Inicialmente, investigou-se qual seria o resultado da interação entre C auris e P. aeruginosa co-cultivando-os em meio RPMI líquido. Observou-se que P. aeruginosa é capaz de inibir significativamente o crescimento da levedura. Comprovou-se, também, que a inibição ocorre independentemente da concentração da levedura e da bactéria, iniciando entre 8 e 12 horas e mantendo-se até 72 horas, o maior tempo testado. Contudo, não houve inibição significativa quando C. auris foi cultivada com o filtrado livre de células da cultura de P. aeruginosa, sugerindo que a presença das células é necessária para o antagonismo. Além disso, P. aeruginosa inibiu as leveduras independentemente do meio utilizado (RPMI, RPMI 2x, YPD e RPMI com glicose 2%), mostrando que a inibição também ocorre em meios nutricionalmente mais ricos, o que indica que o antagonismo não é simplesmente devido a competição por glicose. Ao se adicionar ferro ao meio RPMI, no entanto, o crescimento de C. auris na presença da bactéria foi significativamente maior do que no meio sem acréscimo de ferro. Por fim, P. aeruginosa foi capaz de inibir outras linhagens de C. auris, demonstrando um padrão consistente de inibição entre os diferentes clados dessa levedura. Conclui-se, portanto, que P. aeruginosa inibe o crescimento de C. auris, possivelmente devido à produção de substâncias antagonistas com atividade antifúngica.
  • Dissertação
    Papel da Vitamina D e de marcadores inflamatórios em pacientes internados em UTIs durante diferentes picos pandêmicos do SARS-CoV-2
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Gomez, Lucas Alves de Sousa; Souto, Janeusa Trindade de; Brito, Ramayana Morais de Medeiros; https://orcid.org/0000-0003-0611-6859; http://lattes.cnpq.br/9996782555243552; http://lattes.cnpq.br/6501426772186111; http://lattes.cnpq.br/2788662263435392; Souza, Cassio Ricardo de Medeiros; Andrade Neto, Valter Ferreira de
    O prognóstico da covid-19 depende de vários fatores, incluindo a resposta imunológica do paciente, estado metabólico e nutricional e as características genéticas do vírus. Este estudo investigou o perfil inflamatório, estresse oxidativo e níveis de vitamina D em pacientes internados em unidades de terapia intensiva no Hospital do Coração (HC) e no Hospital Giselda Trigueiro (HGT), possivelmente infectados com a linhagem cepas B.1.1.33 (2020) e P.2 ou P.1 (Gama) do SARS-CoV2, respectivamente. Pacientes com RT-PCR positivo foram organizados em dois grupos: o primeiro grupo teve seu sangue coletado de abril a maio de 2020 (B.1.1.33). O segundo grupo teve o sangue coletado em janeiro e fevereiro de 2021 (P.2/P.1). Foram determinadas as contagens globais e diferenciais de leucócitos, a relação neutrófilo-linfócito (NLR), razão plaqueta-linfócito (PLR), níveis sistêmicos de proteína C reativa (PCR), desidrogenase láctica (DHL), creatinina, vitamina D, malondialdeído (MDA) e de citocinas e quimiocinas. Com base nas características hematológicas e dosagens de marcadores sanguíneos, foram caracterizados dois diferentes grupos, observando-se que os pacientes com P.2/P.1 (grupo 2 – HGT) apresentaram maior número de leucócitos, principalmente neutrófilos, com maiores proporções de NLR e PLR quando comparados aos pacientes B.1.1.33 (grupo 1 – HC). Além disso, foram encontrados níveis mais elevados de DHL, CXCL8 e MDA e menores níveis de vitamina D, GM-CSF e IFN- nos pacientes do grupo 2 - HGT. A neutrofilia observada juntamente com níveis elevados de CXCL8 e DHL nos pacientes do grupo 2 sugerem maior suscetibilidade à ocorrência de piroptose e NETose, que podem desempenhar um papel importante na gravidade do dano pulmonar e no comprometimento sistêmico durante a covid-19 causada pelas linhagens P.2 e P.1, em contraste com pacientes com uma linhagem mais ancestral do vírus.
  • Dissertação
    Dinâmica espacial das variantes Zeta, Gamma, Delta e Omicron BA.1 do SARS-CoV-2 no Estado do Rio Grande do Norte
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Dantas, Maria Eduarda Pessoa Lopes; Araújo, Joselio Maria Galvão de; Gomes, Ighor Leonardo Arantes; https://orcid.org/0000-0003-3548-2786; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/5063854019886230; Bentancor, Gonzalo José Bello; Lima, João Paulo Matos Santos
    O coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), detectado inicialmente em dezembro de 2019 em Wuhan, China, é o agente etiológico de uma pandemia responsável por mais de 6,5 milhões de mortes em todo o mundo até março de 2022. O Brasil abarca aproximadamente 700 mil dessas mortes, registrando seus maiores índices de letalidade durante a disseminação da variante de preocupação Gamma. No estado do Rio Grande do Norte, a circulação das variantes Gamma, Delta e Omicron coincidiram com altas no número de casos. Para compreender a dinâmica espacial das variantes de preocupação no Rio Grande do Norte, técnicas filogenéticas com um arcabouço estatístico de máximaverossimilhança foram aplicadas a um conjunto formado por genomas completos entre novembro de 2020 e março de 2022 que representassem uma fração significativa (>70%) do total de genomas do Rio Grande do Norte (NTOTAL=1706) neste período. O perfil epidemiológico da epidemia no estado demonstrou que o período da Gamma coincidiu com o pico no número de casos, óbitos e letalidade (~4%). A análise filogenética revelou um grande número introduções, sendo 100% de outros estados brasileiros durante o período da Zeta e Delta, 98% de outros estados brasileiros e 2% de outros países na Gamma, enquanto na Ômicron houveram 36% de outros países e 64% do Brasil. Já na circulação interna entre as regiões imediatas, Natal se destaca como principal origem em todas as linhagens. Sendo assim, com a retomada da mobilidade urbana e vacinação incipiente, as variantes Zeta, Gamma, Delta e Omicron no Rio Grande do Norte estabeleceram múltiplas redes de transmissão simultâneas, atingindo todas as regiões do estado, sobrecarregando o sistema de saúde local, e elevando os casos da infecção. Diante da circulação contínua do vírus SARS-CoV-2 no país e a possibilidade de novas emergências virais, a compreensão da dinâmica local de disseminação viral é uma ferramenta essencial para o aprimoramento das estratégias de prevenção, resposta e controle de epidemias, destacando a importância da vacinação, vigilância epidemiológica e preparo do sistema de saúde para enfrentar desafios futuros.
  • Dissertação
    Avaliação da resposta imunogênica de extratos proteicos de Plasmodium berghei ANKA e seu potencial efeito protetor na infecção experimental
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-31) Andrade, José Lucas; Andrade Neto, Valter Ferreira de; http://lattes.cnpq.br/4863082845974813; http://lattes.cnpq.br/4241169386074289; Cerávolo, Isabela Penna; Silva, André Talvani Pedrosa da
    A malária é uma doença parasitária de ampla distribuição entre os continentes e é uma importante pauta na saúde pública em todo mundo, tendo em vista as altas taxas anuais de morbidade e mortalidade. As respostas imunes contra o plasmódio são complexas e lentas, decorrentes dos mecanismos que o protozoário possui para sua evasão dos processos imunológicos do hospedeiro à infecção. Inúmeros esforços têm sido empregados para a compreensão da capacidade das proteínas do plasmódio em modular uma resposta imune protetora no hospedeiro a fim de diminuir a replicação do protozoário na fase sanguínea e minimizar as complicações da malária grave. Neste contexto, este estudo teve como objetivo analisar a capacidade de extratos proteicos obtidos da fase eritrocítica de Plasmodium berghei ANKA em estimular uma resposta imunológica efetora no modelo murino e suprimir a parasitemia após desafio com 1x105 hemácias parasitadas, utilizando a rota intraperitoneal. Foram realizados três ciclos de imunizações utilizando o extrato bruto de P. berghei ANKA, associado a dois adjuvantes diferentes: o Hidróxido de Alumínio (HA) e o Adjuvante de Freund (AF). Ademais, este esquema de imunização foi avaliado também em camundongos infectados e posteriormente tratados e curados, assim como em animais sem imunidade prévia contra malária. Cada imunização foi realizada em um intervalo de 15 dias, em camundongos fêmeas, espécie Mus musculus, linhagem BALB/C, com idade de 6 a 8 semanas. Após 30 dias da última imunização, os animais foram desafiados com o inóculo infectante e avaliados quanto à resposta imune humoral e a supressão da parasitemia. Observou-se uma resposta imune humoral significativa em comparação ao grupo controle já na primeira imunização, com um aumento na produção de anticorpos citofílicos, IgG2a e IgG2b, para os animais já expostos a malária previamente. Além disto, nestes mesmos grupos, houve uma supressão da parasitemia quando comparados ao grupo dos animais não infectados/não tratados. O grupo experimental composto por animais expostos previamente à infecção e imunizados com extrato proteico/HA apresentou supressão total da parasitemia no 13º dia. Resultado similar foi observado no grupo imunizado com o extrato proteico/AF, apresentando uma redução significativa da carga parasitária, tanto em comparação ao grupo controle, quanto em comparação ao grupo não imunizado, mas submetido à sucessivas infecções. Os resultados obtidos neste estudo mostram que os animais imunizados com os adjuvantes utilizados, na condição de exposição prévia ao parasito, apresentam altos níveis de anticorpos específicos e, possivelmente, são menos propensos ao desenvolvimento de complicações da malária grave, quando comparado com o grupo não imunizado e com os animais submetidos a quadros de reinfecção, sem imunizações.
  • Dissertação
    Esporotricose felina - um estudo epidemiológico em Natal, RN, Brasil
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-31) Vilela, Francisco Carlos; Machado, Paula Renata Lima; https://orcid.org/0000-0002-3085-9778; http://lattes.cnpq.br/8904316209025915; http://lattes.cnpq.br/5979721837966425; Farias, Kleber Juvenal Silva; https://orcid.org/0000-0003-3927-444X; http://lattes.cnpq.br/9145835635441776; Sales, Valéria Soraya de Farias
    A esporotricose é uma micose, subaguda ou crônica, causada por implantação traumática do fungo Sporothrix sp. na pele, seja através do meio ambiente (sapronose) ou a partir dos animais contaminados (zoonose). A doença vem se tornando um problema de saúde pública no Brasil, em razão do aumento significativo de casos em felinos e humanos. Assim, o objetivo esse estudo foi analisar os aspectos epidemiológicos relacionados à circulação da esporotricose felina e sua distribuição espacial no município de Natal, Rio Grande do Norte, no período de janeiro de 2022 a maio de 2023. No período do estudo foram analisados 330 casos suspeitos de esporotricose felina. Em relação ao diagnóstico laboratorial, observou- se que amostras obtidas de 330 animais, 210 (63,6%) foram positivas na pesquisa de Sporothrix sp pelo diagnóstico citológico, 51(15,4%) negativas e 69 (20,9%) indeterminadas. Dos 210 animais com diagnóstico laboratorial de esporotricose, 67,6% foram machos e 32,3% fêmeas. Em relação à distribuição dos casos de esporotricose felina segundo a Unidade Administrativa de residência no município, observou-se casos da doença em todas as regiões, com maior percentual nos distritos Norte I e II, respectivamente, 26,2% e 40,9% dos casos, totalizando 67,1%. Os distritos com menor percentual foram: Oeste (17,6%), Sul (8,1%) e Leste (7,1%). Os principais sintomas clínicos apresentados pelos animais com esporotricose foram úlceras (92,3%), espirro (35,7%), queda de pelos (41,4%), secreção nasal (26,6%), tosse (21,4%) e respiração ofegante (21,4%). Esse trabalho contribuiu para a descrição da dinâmica da esporotricose felina em Natal e notou-se o avanço da doença no município. A maior concentração dos casos coincidente com áreas mais carentes e com condições ambientais favoráveis a proliferação de doenças negligenciadas.
  • Dissertação
    Avaliação de alimentador artificial para Lutzomyia longipalpis e melhorias na utilização de baterias da armadilha CDC
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-27) Pontes, Larissa Henrique; Gama, Renata Antonaci; Barbosa, Taciano de Moura; http://lattes.cnpq.br/0377384091253781; https://orcid.org/0000-0002-8026-6022; http://lattes.cnpq.br/0179756405650744; http://lattes.cnpq.br/3044248378810554; Andrade, Andrey José de; Santos, Roseli La Corte dos
    Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) (Diptera: Psychodidae) é o principal vetor do protozoário Leishmania infantum no Brasil. A sua vigilância é realizada por centros de vigilância, como a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) em Natal-RN. No campo, o monitoramento desse vetor é feito por meio de coletas utilizando a armadilha Centers on Disease Control (CDC). Além disso, a manutenção em laboratório desse inseto requer a ingestão de sangue, geralmente de algum vertebrado, o que pode trazer prejuízos a fonte alimentar, infringindo princípios bioéticos. Este estudo teve como objetivo padronizar um modelo de alimentação artificial para L. longipalpis em ambiente laboratorial para minimizar o uso de animais vivos em ambiente laboratorial e viabilizar o uso de energia solar para o funcionamento das armadilhas do tipo CDC. Foram testados alimentadores comumente utilizados em colônias de mosquitos, descritos na literatura. Ademais, foi construído um alimentador artificial, denominado Flebfeeding, utilizando equipamentos como termostato, ebulidor, bomba de aquário, mangueiras plásticas, reservatório de aquecimento de água e um balão de fundo chato. Os resultados mostraram que o sistema FlebFeeding foi eficiente na manutenção da temperatura do sangue durante a oferta alimentar e atração dos insetos, sendo observada taxa de sucesso alimentar média de 53% para as fêmeas. As fêmeas ingurgitadas ovipositaram uma média de 17,49 ovos, e os ovos estavam viáveis com a eclosão de larvas e adultos nos potes de criação. Para avaliar a eficiência de carregamento por meio da energia solar, foi construído um carregador com uma placa solar de 100W de potência, conectada diretamente a fios ligados aos polos positivos e negativos de um regulador de tensão e a bateria. Embora o carregamento tenha levado mais tempo que o carregador convencional, cerca de 20h para ser concluído, com corrente média de 0,44A, verificou-se que o carregamento foi eficiente com durabilidade de uso, em campo, similar a bateria carregada de forma convencional, a qual necessitou de em média 10,6 horas para atingir a carga completa da bateria, com corrente média de 1A. Os resultados indicam que a alimentação artificial por meio do Flebfeeding é eficaz para as fêmeas de L. longipalpis e apresenta vantagens em relação à alimentação convencional, visto que a redução do uso de animais em experimentos laboratoriais é um princípio ético importante. Quanto ao carregamento de baterias de armadilhas CDC com placas fotovoltaicas, é uma opção viável e pode futuramente gerar economia nos gastos públicos. Entretanto, pesquisas e análises de custo-benefício são necessárias para avaliar a viabilidade dessas técnicas em maior escala.
  • Dissertação
    Aspectos epidemiológicos da Raiva no estado do Rio Grande do Norte (2005 a 2021)
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-10) Ferreira, Paulo Antônio da Rocha; Araújo, Joselio Maria Galvão de; https://orcid.org/0000-0003-3548-2786; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/3769538515880345; Fernandes, José Verissimo; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; Bezerra, João Felipe
    A raiva é uma doença infecciosa grave e potencialmente fatal que atinge mamíferos, principalmente cães, mas também outras espécies. É causada pelo vírus da raiva, pertencente ao gênero Lyssavirus e a família Rhabdoviridae. Ele é transmitido através de saliva infectada, geralmente através de uma mordida. A raiva é considerada uma doença endêmica em todo o mundo, com maior incidência na África, Ásia e América Latina. O objetivo deste trabalho é descrever aspectos epidemiológicos da raiva em espécies de mamíferos no estado do Rio Grande do Norte. Para isso, foram utilizados como fonte de informações o livro de registros e anotações do setor de diagnóstico de raiva animal - LACEN/RN e do Gerenciador de Ambiente Laboratorial – GAL, no período entre outubro de 2005 e dezembro de 2021. Nesse período foram encaminhadas 5.649 amostras para análise laboratorial de casos suspeitos de raiva, sendo 5.632 amostras de mamíferos não-humanos e 17 amostras de humanos. Do total de amostras de mamíferos não humanos encaminhadas e analisadas, 611 (10,8%) tiveram o diagnóstico de raiva confirmado. No mesmo período apenas uma das 17 amostras humanas analisadas teve o diagnóstico de raiva confirmado, o que corresponde a (5,89%) do total de casos suspeitos. Considerando as espécies estudadas, foram analisas amostras de 2.507 morcegos, desses 416 (16,6%) foram positivas para raiva. De um total de 1.647 amostras de caninos domésticos que foram examinadas, 17 (1,03%) foram positivas. Adicionalmente, foram analisadas 688 amostras de felinos domésticos, das quais, quatro (0,59%) foram positivas. No contexto dos bovinos, de 148 analisados, 92 (62,20%) foram positivos. Um total de 105 amostras de raposas foram estudadas e 59 (56,11%) foram positivas. Quanto aos equinos, das 47 amostras analisadas, 17 (36,18%) foram positivas. Das 18 amostras de ovinos analisadas, duas (11,11%) foram positivas. Das 11 amostras de suínos analisados, três (27, 28%) foram positivas para raiva. De três amostras de asininos analisadas, uma (33,33%) foi positiva. Das 417 amostras analisadas de primatas não humanos (PNH), 31 gambás e de 10 caprinos, nenhuma apresentou positividade para raiva. A partir deste estudo, podemos concluir que o vírus da raiva está circulando em populações de mamíferos no estado do Rio Grande do Norte, principalmente bovinos, eqüinos morcegos e raposas. Por se tratar de uma zoonose negligenciada com características epidemiológicas únicas e complexas, merece mais estudos e atenção das autoridades sanitárias.
  • Dissertação
    Atividade antifúngica do óleo essencial de Lippia grata Schauer frente Candida albicans e dermatófitos
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-24) Sales, Fábio do Nascimento; Andrade, Vânia Sousa; https://orcid.org/0000-0003-4138-4373; http://lattes.cnpq.br/9327124853897215; http://lattes.cnpq.br/7461951524172543; Bastos, Rafael Wesley; https://orcid.org/0000-0001-6781-9617; http://lattes.cnpq.br/3333946080391361; Ximenes, Eulália Camelo Pessoa de Azevedo
    Espécies do gênero Candida são responsáveis por cerca de 80% das infecções fúngicas graves, sendo a espécie Candida albicans a mais comumente isolada nestes casos, além de ser associada frequentemente a infecções fúngicas cutâneas e mucocutâneas. Dentre os fungos filamentosos responsáveis por micoses cutâneas em humanos, os dermatófitos, um grupo de fungos estritamente relacionados, afetam 25% da população mundial. Nas últimas décadas, tanto às espécies de Candida quanto de dermatófitos passaram a apresentar resistência aos antifúngicos. Diante desse contexto, percebe-se uma busca incessante da comunidade científica por protótipos moleculares que apresentem potencial antifúngico, como os de origem vegetal, devido a suas muitas propriedades antimicrobianas descritas na literatura. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial da planta Lippia grata Schauer contra Candida albicans e diferentes espécies de fungos dermatófitos. O óleo essencial foi obtido a partir do processo de hidrodestilação, com posterior análise de seu teor percentual (%) e fitoquímica realizada por cromatografia gasosa associada à espectofotometria de massas. A bioatividade do óleo essencial obtido da planta Lippia grata foi investigada sobre 26 amostras fúngicas pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) por microdiluição em caldo e Concentração Fungicida Mínima (CFM) em meio sólido, enquanto a atividade sinérgica foi avaliada utilizando o método “checkerboard”. Os testes de quantificação da produção de biofilme e atividade antibiofilme do óleo essencial de Lippia grata foram realizados utilizando o cristal violeta para mensurar as densidades ópticas obtidas. O rendimento do óleo essencial de Lippia grata foi de 2.45%. Foram identificados quatro principais fitoconstituintes na caracterização química do óleo essencial de Lippia grata: carvacrol (51.4%) como constituinte majoritário, timol (15.6%), ρ-cimeno (12.2%) e γ-terpineno (7.4%). Constatou-se atividade antifúngica do óleo essencial de Lippia grata para 100% das cepas testadas com CIM e CFM variando entre 390.62 μg/mL a 3.125 μg/mL para cepas de Candida albicans. Para dermatófitos, a CIM variou entre 48.82 μg/mL a 390.62 μg/mL, enquanto a CFM variou de 48.82 μg/mL a 781.25 μg/mL. Somado a isso, na avaliação da CFM foi possível observar que o óleo apresentou ação fungicida contra todas as cepas do presente estudo. Com relação à avaliação do efeito de combinação de drogas, observou-se interação sinérgica (25%) e aditiva (75%) sobre as cepas testadas. Os resultados para a formação de biofilme revelaram que 100% das cepas foram produtoras de biofilme. Para as cepas de Candida albicans, 4 (22.22%) foram fracas produtoras, 5 (27.77%) moderadas produtoras e 9 (50%) fortes produtoras. Para as cepas de dermatófitos, todas foram fortes produtoras. Para a atividade antibiofilme do óleo essencial (IC50%) verificou-se inibição de biofilme variando de 42.36% a 94.89% para Candida albicans e 29.94% a 88.42% para dermatófitos, quando essas cepas foram pós-tratadas com as concentrações de CIM e 2xCIM do óleo essencial de Lippia grata. Quanto à erradicação de biofilme (CMEB80%), notou-se que as concentrações testadas foram capazes de erradicar a maioria dos biofilmes em formação das cepas testadas. Concluiu-se que o óleo essencial de Lippia grata apresentou alta atividade antifúngica, motivando novos estudos com o intuito de desenvolvimento futuro de fitofármacos para o tratamento de infecções fúngicas.
  • Dissertação
    Avaliação da atividade antiviral e imunomoduladora do Zinco em modelo de infecção por SARS-CoV-2 in vitro
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-05-31) Gomes, Léa Isis Martins; Machado, Paula Renata Lima; https://orcid.org/0000-0002-3085-9778; http://lattes.cnpq.br/8904316209025915; http://lattes.cnpq.br/3628747214363132; Freitas, Janaina Cristiana de Oliveira Crispim; http://lattes.cnpq.br/2644540835478572; Farias, Kleber Juvenal Silva
    A infecção pelo SARS-CoV-2 pode desencadear uma resposta inflamatória exacerbada, caracterizada pela atividade excessiva do sistema imunológico na tentativa de proteger o organismo do patógeno. Ao reconhecer as partículas virais, é desencadeada uma resposta imunológica bem agressiva podendo provocar imunopatologias mediada pela liberação de citocinas pró-inflamatórias, além de eventos citopáticos nas células infectadas. O zinco (Zn) é um micronutriente essencial, que desempenha papéis fisiológicos importantes em processos celulares, desde a resposta imune, transdução de sinal, homeostase de organelas a proliferação celular, já sendo bem conhecido por desempenhar atividades antioxidante, anti-inflamatória, imunomoduladora e antiviral. Alguns estudos relacionam o papel antiviral do Zn a imunidade, atrelando sua eficácia contra a COVID-19. As propriedades antivirais do Zn podem ocorrer desde a redução da infecção viral, inibição de protease e polimerase virais. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito antiviral do zinco em linhagens de células epiteliais pulmonares infectadas por SARS-CoV-2 e investigar a relação com marcadores inflamatórios e estresse oxidativo. Para isso, foi realizado ensaio in vitro, no qual células Calu-3 foram infectadas com SARS-CoV-2 e tratadas com diferentes concentrações de Zn e Cobalto (Co), o qual foi utilizado como controle codependente, e as células e sobrenadante foram coletados para avaliações da carga viral, viabilidade celular, parâmetros inflamatórios e de estresse oxidativo. Os resultados demonstram que o Zn foi capaz de inibir a replicação viral em Calu-3, além de apresentar um efeito anti-inflamatório pela diminuição de produção de IL-6 e TNF-a, diminuiu o estresse oxidativo e o perfil de morte celular. Esses dados sugerem que o Zn possui potencial efeito antiviral como terapia adjuvante e poderá fornecer proteção através da diminuição da inflamação pulmonar.
  • Dissertação
    Infecção natural por tripanosomatídeos em diferentes espécies de animais domesticados em municípios do Estado do Rio Grande do Norte
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-28) Batista, Lucas Abrantes; Câmara, Antônia Cláudia Jácome da; Brito, Carlos Ramon do Nascimento; https://orcid.org/0000-0003-4882-5215; http://lattes.cnpq.br/0574891483598906; https://orcid.org/0000-0001-7337-9320; http://lattes.cnpq.br/5445255186647578; https://orcid.org/0000-0001-5149-0909; http://lattes.cnpq.br/5387725518532072; Aliança, Amanda Silva dos Santos; Rodrigues Neto, João Firmino
    Os tripanosomatídeos são protozoários uniflagelados do subgrupo Kinetoplastea que agrupam diferentes agentes patogênicos, como espécies dos gêneros Trypanosoma e Leishmania, e que se adaptaram a vários hospedeiros. O presente estudo teve como objetivo identificar a infecção natural por Trypanosoma cruzi e Leishmania spp. em diferentes espécies de animais domesticados do estado Rio Grande do Norte, Brasil. Amostras de sangue total foram coletadas de 206 animais de áreas rurais de municípios das mesorregiões Oeste, Central e Agreste e outras quatro amostras de aspirado de medula óssea e linfonodo de cães de zona urbana do do município de Natal, mesorregião Leste. As amostras de sangue total foram adicionadas em guanidina HCl+EDTA pH 8,0 e os aspirados de linfonodo e medula óssea de cães para cultura de Leishmania spp., em meio Schneider, NNN suplementado com 10% de soro bovino fetal. O DNA das amostras de sangue e da massa de parasitos obtidas de cultura foi submetido a três ensaios de PCR com diferentes marcadores moleculares: 18S (SSU) rRNA, que detecta Trypanosoma spp. e Leishmania spp., kDNA para detecção do T. cruzi e HSP70 para detecção de Leishmania spp. O DNA dos tripanosomatídeos amplificados pela PCR do 18S foi observado em 78,1% (164/210) das amostras, com maior distribuição de amostras positivas na mesorregião Agreste, com 79,3% (23/29), sendo os maiores percentuais de positividade observados em Ovis aries com 82,4% (14/17), Canis familiaris 75,0% (3/4) e Capra hircus 66,7% (4/6). Do mesmo modo, a amplificação do kDNA do T. cruzi foi observado em 46,2% (97/210) das amostras, também com maior distribuição de amostras positivas na mesorregião Agreste, com 44,8% (13/29), com destaque para C. familiaris com 75,0% (3/4), C. hircus com 50,0% (3/6) e O. aries com 23,5% (4/17). Amostras positivas em ambas as PCRs, 18S e kDNA, foram observadas em todas as ordens de animais com destaque para C. familiaris (43/106), Equus caballus (6/14) e Bos taurus (3/6). A PCR da HSP70 de Leishmania spp. amplificou DNA em todas as amostras de cultura de cães de zona urbana e não foi observada em amostras de sangue total da zona rural. Os DNAs amplificados no 18S de quatro amostras de cães, sendo três da zona urbana de Natal e um da zona rural de Campo Grande, resultaram em eletroferogramas de boa qualidade. Essas sequências foram comparadas com sequências depositadas no GenBank que revelaram semelhança com DNA do T. cruzi em um cão de zona rural e a L. infantum em três cães de zona urbana. Estes resultados revelaram elevado número e diversidade de animais domesticados infectados, reforçando a importância de conhecer melhor os ciclos de manutenção dos parasitos próximos às moradias humanas.