CCHLA - TCC - Filosofia (bacharelado)

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A irrealidade do tempo e o devir: o argumento de John McTaggart à luz da crítica de C. D. Broad
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-06-02) Ferreira, Jackson Batista de Farias; Ciccarelli, Vincenzo; http://lattes.cnpq.br/7888576302590949; http://lattes.cnpq.br/4851779714860913; ALVES, Daniel Durante Pereira; http://lattes.cnpq.br/0105245515649663; MARQUES, Elton Junior Martins; http://lattes.cnpq.br/1068270118069348
O presente trabalho monográfico pretende analisar o argumento da irrealidade do tempo, de John McTaggart, à luz da crítica de C. D. Broad. Essa análise crítica perpassa por algumas ideias de tempo que são precedentes e ulteriores à obra do idealista inglês, como o tempo aparente que sustenta as noções de passado, presente e futuro; bem como o presentismo e eternismo, os quais contrariam ideias como movimento, momento e evento, validando a tese de McTarggat em certa medida. Esta investigação é importante à medida em que, a partir da crítica de Broad à tese de McTaggart, é possível transcorrer sobre vários problemas relacionados ao tempo, como movimento, mudança, evento, momento, a noção de devir e, também, sobre aspectos mais gerais do tempo como transitoriedade e permanência, os quais validam a crítica de C. D. Broad. Esta monografia tem como intento, pois, compreender e esclarecer de forma crítico-analítica o argumento da irrealidade do tempo e como se dá a crítica feita por C. D. Broad a partir da ideia de “vir-a-ser” (becoming).
Dever e felicidade em Kant
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01) Silva, Andrey Fernandes da; Vaz, Bruno Rafaelo Lopes
Este trabalho analisa a relação entre dever e felicidade na filosofia de Immanuel Kant, com foco na ética deontológica e na autonomia da vontade. Kant rompe com a tradição filosófica que relacionava moralidade e felicidade, sustentando que a moralidade está fundamentada no respeito à lei moral, e não à busca por satisfação pessoal. O dever, guiado pelo imperativo categórico, exige ações universalizáveis e respeitosas à dignidade humana, embora a felicidade não seja o fundamento da moralidade, assim, o filósofo reconhece como parte do bem supremo, definido pela harmonia entre virtude e felicidade. Essa perspectiva aborda as tensões entre princípios éticos universais e as demandas práticas da vida humana e utiliza obras principais de Kant, como a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, a Metafísica dos Costumes e a Crítica da Razão Prática para explorar o impacto da ética kantiana na filosofia moral contemporânea. A partir dessa análise, o trabalho também destaca o papel da razão prática como mediadora entre o mundo sensível e o inteligível, no qual a busca pela felicidade, embora legítima, deve estar subordinada aos princípios morais. Nesse contexto, Kant argumenta que, apesar das inclinações humanas frequentemente entrarem em conflito com o dever, a verdadeira liberdade reside na capacidade de agir conforme a lei moral, independente dos desejos ou interesses pessoais.
O julgamento de Sócrates e a prática do lawfare: uma abordagem filosófica sobre a justiça
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-22) Silva, Saulo Macedo da; Silva, Markus Figueira da; Bulhões, Fernanda Machado de; Sávia, Sérgio Luiz Riso Dela
O presente trabalho monográfico visa investigar a temática da justiça (dikaiosynē) por meio de uma análise comparativa entre o contexto histórico do julgamento e condenação do filósofo ateniense Sócrates e as práticas contemporâneas associadas ao fenômeno conhecido como Lawfare. Durante o desenvolvimento do estudo, é realizada uma investigação sobre como a manipulação da opinião pública e a prática da difamação podem atuar como mecanismos de controle para influenciar decisões judiciais em diferentes momentos da história, com o intuito de expurgar da vida política ou da convivência social personalidades relevantes cujos ideias contrariam uma determinada ordem ou estrutura de poder dominante.
Parir a cabeça: o que pode o corpo em processo de investigação filosófica
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-20) Melo, Marília Martins; Pellejero, Eduardo; Ciotti, Naira; Viana, Ana Cláudia; Coutinho, Karyne; Lustosa, Naiana; Sanguinetti, Federico
A presente pesquisa investiga modos de perceber e envolver o corpo no exercício filosófico acadêmico, tendo o corpo do pesquisador e suas experimentações como ponto de partida. Borra as fronteiras entre teoria e prática, filosofia e arte da performance. Considera-se que a investigação filosófica é esteticamente norteada por uma experimentação contínua, desde 2021, com a materialidade de um objeto cênico: um pano que se faz teia de pensamentos e monta-se em torno da cabeça. Partindo do exercício ocidental da filosofia, compreende-se que a cabeça de um filósofo pesa de tanto pensar - com ênfase no desenvolvimento do pensamento filosófico através de leituras e escrituras. Mas aqui, busca-se pensar com corpo inteiro. Através do método de criação “Programa Performativo”, elaborado por Eleonora Fabião e com fundamentações Deleuze-Guattarianas, se desenvolvem programas de leitura e escrita que visam expor esses exercícios teóricos a um teor performativo. É uma busca por fazer filosofia como atua um artista - criando zonas de experimentação a serem vivenciadas com intensidade e risco. Praticando, desta maneira, um Corpo sem Órgãos - um corpo que aposta na desarticulação e na ruptura de uma organização estabelecida a partir da hierarquia do saber filosófico exclusivamente racional. Tendo isso em vista, para investigar uma crítica à hierarquia da racionalidade em relação as outras potencialidades do corpo e, também, considerar outras formas de estar e ser corpo no mundo, os textos submetidos aos programas foram “Dos desprezadores do corpo” – de Zaratustra/Nietzsche, e “Saudações aos rios” – de Futuro Ancestral/Krenak.
Questões de filosofia brasileira: em torno da crítica da razão tupiniquim de Roberto Gomes
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-09) Silva, Debora Rodrigues; Macedo, Monalisa Carrilho; Jorge, Thiago Perez; Aldeci, Ana Carolina Matias Costa
A partir da leitura da Crítica da Razão Tupiniquim, obra de Roberto Gomes que realiza um questionamento investigativo em busca de uma Filosofia originalmente brasileira, buscou-se refletir sobre o conceito de razão ornamental como um elemento condutor da pesquisa em contraposição a uma “razão” verdadeiramente filosófica brasileira que pense a realidade do Brasil. Utilizando uma metodologia multidisciplinar, foram realizadas aproximações históricas e antropológicas em torno de questões relacionadas com o processo de colonização e formação da sociedade brasileira que revelam a desigualdade como um fator de distanciamento do povo do Brasil do que se entende como intelectualidade brasileira. Como marco teórico foram abordados, transversalmente, autores de diversas vertentes do pensamento como Jean Jaques Rousseau, Ailton Krenak, Carolina Maria de Jesus, Antônio Bispo dos Santos e Luiz Antônio Simas, desta forma buscando introduzir filósofos do Brasil (com exceção de Rousseau) que trabalham conceitos como elitismo epistemológico, conhecimento popular, sabedoria originaria e pensamento decolonial. A proposta é promover um alargamento da compreensão sobre Filosofia à brasileira, e promover um diálogo que visa aproximá-la da nossa realidade e de situações que promovam frestas para o pensamento.
O argumento do quarto chinês à luz do naturalismo biológico de John Searle
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-15) Baumann, Gabriel de Albuquerque Barbosa; Ciccarelli, Vincenzo; http://lattes.cnpq.br/7888576302590949; https://orcid.org/0009-0004-5408-848X; http://lattes.cnpq.br/9013391108821022; Ciccarelli, Vincenzo; http://lattes.cnpq.br/7888576302590949; Vaz, Bruno Rafaelo Lopes; http://lattes.cnpq.br/8825056204900445; Marques, Elton Junior Martins; http://lattes.cnpq.br/1068270118069348
O Teste de Turing - bem como outros nos quais temos um observador/interlocutor e um sistema que não podemos conhecer a não ser por meio do comportamento que exibe enquanto interagimos com ele - nos coloca uma questão: diante de algo que é perfeitamente similar ao ser humano em uma conversa, podemos dizer que pensa como nós, no sentido forte ou apenas no metafórico? Há dois possíveis posicionamentos e suas respectivas consequências: máquinas não são meras ferramentas para investigar o funcionamento da mente, são de fato sistemas pensantes dotados de estados cognitivos; ou, se discordamos, é necessário repensar o estatuto da linguagem, o que há de diferente entre meu uso e o do ChatGPT, por exemplo. O filósofo contemporâneo estadunidense, John Searle, optou por esta via. Ele apresentou, na Filosofia da Mente, o que acreditava ser o argumento definitivo contra seus opositores behavioristas e funcionalistas: o Argumento do Quarto Chinês. No entanto, ainda há grande dissenso acerca de sua eficácia e corretude, das definições conceituais de que se vale e da verdade de suas premissas. Ao que tudo indica, parte desse desacordo pode ser em razão do fato do argumento de John Searle, implicitamente, requerer teorias da mente, da intencionalidade e da linguagem, com uma elevada densidade de conteúdos filosóficos, que mobilizam ontologia, epistemologia, filosofia da linguagem, lógica e filosofia da mente. Cientes disso, propusemos o Naturalismo Biológico de Searle como meio para a explicitação dos pressupostos, nem sempre tão claros no Quarto Chinês, pois isso promove uma melhor compreensão do argumento. Com nossa abordagem, fundamentamos suas principais teses, que sustentam seu argumento original, explicando a ontologia da mente, a intencionalidade como característica genuína intrínseca da mente e, desse modo, a eficácia causal da mente. Depois disso, retornamos ao Quarto Chinês à luz do Naturalismo Biológico, a fim de esclarecer alguns mal-entendidos, tanto na elaboração das objeções ao argumento de Searle, como de suas tréplicas. Isto posto, podemos concluir que o Naturalismo Biológico implícito no Argumento do Quarto Chinês é imprescindível para nossa compreensão do raciocínio de John Searle.
Repleto de crises e injustiças estruturais: a nova crítica do capitalismo de Nancy Fraser
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-02) Pinheiro, Anderson Franklin Borges da Silva; Sousa Filho, José Ivan Rodrigues de; https://orcid.org/0000-0002-5443-2058; https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do
Este trabalho tem o objetivo primordial de apresentar, de modo abrangente, sintético e claro, os principais aspectos componentes da crítica do capitalismo elaborada pela filósofa estadunidense Nancy Fraser em suas obras mais recentes, principalmente nos livros: Capitalismo em debate (escrito em coautoria com Rahel Jaeggi) e Capitalismo canibal. Para realizar tal objetivo, procedi a uma pesquisa bibliográfica, investigando diversos textos que foram publicados pela autora ao longo do século XXI e que formam sua compreensão crítica do capitalismo como uma ordem social institucionalizada na qual a economia voltada, acima de tudo, para a produção sem fim de lucro canibaliza suas próprias condições imprescindíveis de fundo, a saber: a reprodução social, a natureza não humana e a política democrática. Dividi minha apresentação dessa teoria crítica do capitalismo como uma sociedade repleta de tendências de crise e injustiças estruturais em três partes. Em primeiro lugar, apresento a concepção alargada do capitalismo como uma ordem social institucionalizada. Em segundo lugar, apresento as relações contraditórias da economia capitalista com a reprodução social, a natureza não humana e a política democrática, relações que geram injustiças estruturais. Por último, apresento a concepção, proposta por Fraser, de socialismo como uma sociedade emancipada das relações de contradição e dominação características do capitalismo.
Filosofia e Nutrição: entre críticas e diálogos possíveis na emergência do educador em alimentação
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-09) Jorge, Thiago Perez; Macedo, Monalisa Carrilho de; http://lattes.cnpq.br/1111715712985263; https://orcid.org/0000-0002-0375-8613; http://lattes.cnpq.br/9022248828077360; Silva, Markus Figueira; http://lattes.cnpq.br/0709727083553042; Aldeci, Ana Carolina Matias Costa; http://lattes.cnpq.br/2459424534970442
Neste trabalho buscam-se diálogos entre os campos da Filosofia e Nutrição, e seu subcampo específico: a Educação Alimentar e Nutricional (EAN). Para tal, organiza-se entre Platôs e Atos, numa investigação autoral mobilizando pensadores de ambos os campos a favor da construção do objeto, a saber: a EAN enquanto prática de cuidado de Si. Por outro lado, este trabalho também visa estabelecer críticas e argumentos que problematizam o campo científico da Nutrição e da Educação Alimentar e Nutricional (EAN), que, herdeiros da moderna ordem da Razão científica e médica, seguem fragmentando e descontextualizando o ato de se alimentar. Faz-se emergente reconciliar sujeito e vida, razão e emoção, memórias e afetos no trabalho educativo em alimentação e nutrição. A aproximação das Ciências Humanas e da Filosofia ao campo da EAN se coloca como uma saída para descongestionar olhares e possibilidades. Para tal, movemos pelo referencial teórico de Michel Foucault, em especial, no que se refere às suas análises sobre o cuidado de Si, buscando articulá-las como possibilidade ao campo da EAN. Assim, considerar o educador em alimentação e nutrição como o Outro com vistas às práticas de cuidado implicaria, como efeito, numa relação na qual a experiência de conhecimento resultaria na conversão no próprio sujeito, na relação de si para consigo. Portanto, há alargamento do repertório de experiências alimentares, que, por sua vez, produzem tipo de conhecimento e cuidado de si, um deslocamento da condição de heteronomia, no qual saberes já estão estabelecidos pelo conhecimento técnico-científico disponível restando apenas sua transmissão, para outra relação, a da autonomia, no qual saberes são produzidos no percurso do próprio processo educativo. Finalmente, espera-se que este texto contribua aos campos da Filosofia e da Alimentação e Nutrição.
O panenteísmo da relação divindade-mundo: um diálogo entre o neoplatonismo e a Kabbalah
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-07) Silva, André Gustavo Cruz da; Ciccarelli, Vincenzo; http://lattes.cnpq.br/7888576302590949; http://lattes.cnpq.br/9713997968548722; Nascimento, Dax Fonseca Moraes Paes; http://lattes.cnpq.br/6057299637983019; Bauchwitz, Oscar Federico; http://lattes.cnpq.br/6147711083494366
Nesta pesquisa de Monografia, tematizo e trato do mundo sobretudo na relação com a Divindade a partir de um diálogo entre o neoplatonismo e a Kabbalah. Para eleger o mundo como questão filosófica, considerei o princípio de razão suficiente (PRS) a partir do qual o homem põe-se diante do mundo com a seguinte inquirição: dado que o mundo existe, ele pertence à abrangência de ser; e se esse ser não está suspenso no nada, então deve existir uma explicação da causa e do fundamento do ser que há no mundo. Para alcançar o objetivo de responder a essa questão, propus desenvolver uma análise descritivo-comparativa entre os conceitos do neoplatonismo plotiniano e da Kabbalah teosófica medieval, primeiro entre Uno e Ein-Sof, correspondendo à Divindade como Princípio ultramundano (PU) que causa o mundo, segundo entre processão e emanação, correspondendo ao modo como a Divindade enquanto Princípio ultramundano causou o ser que há no mundo, e em terceiro e último lugar entre hypostasis e Sefirot, correspondendo à transformação da Divindade de Princípio ultramundano em Princípio intramundano (PI) para fundamentar o mundo. Nessa transformação da Divindade, cunhei a concepção de uma unificação da própria Divindade entre a transcendência e a imanência Divinas. Minha proposta, portanto, consiste em responder à questão da relação Divindade-mundo enquanto uma teologia panenteísta, na qual D’us é, ao mesmo tempo, transcendente (na forma do Uno e do Ein-Sof), e como tal causa o mundo, e imanente, fundamentando o mundo (na forma das hypostasis e das Sefirot). Por fim, defendo não que uma teologia panenteísta é verdadeira do ponto de vista de uma demonstração lógica, mas que ela é verdadeira enquanto um sistema metafísico que aparece primeiro no neoplatonismo e segundo, sob sua influência, na Kabbalah.
A afirmação da vontade de viver no suicídio: uma abordagem filosófica com base em Schopenhauer
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-31) Lopes, Paulo Paulo Henrique da Silva.; Nascimento, Dax Fonseca Moraes Paes; https://orcid.org/0000-0002-7634-3611; http://lattes.cnpq.br/6057299637983019; Pereira, Gilmara Coutinho; Silva, Jéssica Barros
Por meio deste trabalho, é possível ter uma perspectiva sobre o suicídio, sob a ótica do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860). O objetivo desta pesquisa é alcançar um aprofundamento no tema do suicídio, com base nas obras: O mundo como vontade e representação (Tomo I e II), Sobre a ética, em que são traduzidos alguns capítulos do segundo volume de Parerga e Paralipomena, e um capítulo de Arthur Schopenhauer no Brasil: em memória dos 150 anos da morte de Schopenhauer. A base da filosofia de Schopenhauer parte da vontade, que seria a essência de tudo o que há na Natureza, como ímpeto para a existência, caracterizada por ser irracional, cega e desprovida de finalidade. Essa vontade manifesta-se no mundo através do corpo, buscando incessantemente satisfazer seus impulsos. Schopenhauer argumenta que o ser humano é a expressão mais sofisticada da vontade, mas sua diferenciação vai além da mera racionalidade ou natureza biológica. Contrariamente à ideia inicial de que o suicídio nega a vontade de viver, ele argumenta que, na verdade, representa uma violenta forma de afirmação dessa vontade. Portanto, uma pessoa não busca realmente a morte cometendo suicídio, mas sim libertar-se do tormento de sua vida – a essa pessoa supostamente agradaria outro modo de viver. Quando a dor se torna insuportável, o medo da morte desaparece e a ideia da não-existência se torna desejável, oferecendo alívio. O suicídio, ao contrário do que aparenta, está enraizado em um profundo desejo de continuar vivendo, embora sob circunstâncias diferentes, onde a ausência de dor e sofrimento seja o objetivo primordial.
Reverberações platônicas na poesia de Drummond: o amor como tema convergente
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-12) Souza, Vital Nogueira de; Bulhões, Fernanda Machado de; http://lattes.cnpq.br/1213107957524166; https://orcid.org/0000-0002-4989-4629; http://lattes.cnpq.br/7007669198125494; Silva, M. F.; http://lattes.cnpq.br/0709727083553042; Silva, R. P; http://lattes.cnpq.br/6144196910017070
Essa monografia aborda as concepções de Amor, em O banquete, de Platão e procura analisar sua aplicação em dois poemas do livro Amar se aprende amando, de Carlos Drummond de Andrade. Nessa tarefa é utilizado o método analítico-interpretativo para compreender tanto o conceito de amor nos discursos do diálogo O banquete, quanto o entendimento do eu lírico nos poemas Amor e Epitalâmio. Em suma, o texto monográfico consiste no exercício da análise filosófica dos poemas drummondianos à luz dos discursos sobre o amor, na obra O banquete, tendo por base a comparação da conceituação de amor, nas obras do filósofo grego e do poeta brasileiro.
Um desenho do desenho: Percurso das concepções clássicas ocidentais à perspectiva xamânica em A Queda do Céu
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-05) Marinho, Clayton Rodrigo da Fonsêca
Este trabalho teve como objetivo refletir sobre o lugar do desenho no campo da antropologia visual. Para isso, fez um sucinto apanhado da abordagem dessa prática artística em autores que tratam desse campo, reconhecendo aí a importância da interdisciplinaridade para sua conceituação. Isso nos fez passar pela filosofia da arte, no qual encontramos, ao seguir alguns autores, a proximidade com a noção de mimesis e todas as concepções aproximadas do desenho. Como contraponto às concepções clássicas da filosofia e da teoria da arte acerca do desenho, aproximamos da perspectiva ameríndia, tendo como paradigma o pensamento do xamã yanomami, Davi Kopenawa, em seu livro, redigido junto ao antropólogo francês Bruce Albert, A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, a partir dos desenhos pelo livro espalhados. A partir disso, a própria noção de mimesis sofreu algumas modificações, o que nos mostrou, ao longo do percurso e da análise das imagens, as possibilidades abertas para reflexão sobre o desenho, não apenas como prática artística, como também, modo de ser. Tomamos como fundamento a pesquisa bibliográfica da literatura acerca do tema, sem, contudo, esgotá-la. Pelo contrário, mais questões nos apareceram e mostram que trabalhos envolvendo antropologia, filosofia, arte e pensamento ameríndio necessitam de muito mais tempo de investigação, o que abre ainda mais o campo do pensamento. E, isso, provavelmente, seja o maior ganho que podemos ter com qualquer pesquisa.
Entre o estado de natureza e a luta pela existência: Hobbes e Darwin sobre a guerra e a luta do homem natural
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-19) Souza Filho, Flávio Mafaldo de; Nahra, Cinara Maria Leite; 0000-0003-2241-1188; http://lattes.cnpq.br/3185309694904313; http://lattes.cnpq.br/2632152958018549; 0000-0003-2241-1188; http://lattes.cnpq.br/3185309694904313; Menezes, Antônio Basílio Novaes Thomaz de; 0000-0001-7841-2118; http://lattes.cnpq.br/5195640047312319; Silva, Raquel Patriota da; 0000-0002-6801-3065; http://lattes.cnpq.br/6144196910017070
O presente trabalho monográfico aborda a compreensão de uma sugerida relação entre as ideias propostas por Thomas Hobbes e Charles Darwin. Comparando o trabalho de ambos os autores, investigou se possíveis correlações entre a noção de guerra de todos contra todos e luta pela existência, bem como ambas as abordagens possíveis quanto a natureza humana e a origem da moralidade. Através de pesquisa de cunho exploratório e de natureza bibliográfica, investigou se ainda os escritos filosóficos do biólogo naturalista Thomas Huxley, bem como a patente influência hobbesiana sofrida pelo autor, que tornou Hobbes, em boa medida, popular na biologia evolucionista.
As quatro causas no contexto trágico
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-22) Santos, Pedro Henrique Revoredo Serafim dos; Vaz, Bruno
A Tragédia Grega representa e discute questões sobre: poder, possibilidades e os limites da ação humana. Nesta perspectiva, este trabalho tem por finalidade trazer questões de caráter relacionados a Tragédia Grega, vislumbrando as quatro causas Aristotélicas que estão implicadas na existência de algo. Sendo elas as causas: material (atores), formal (trama), eficiente (cenas) e a final. Que é a própria catarse. Desta forma, será tecido considerações sobre a Tragédia Grega enquanto manifestação nos diversos contextos das emoções humanas e suas repercussões. Começando com uma breve discussão sobre os primórdios do trágico, e em um segundo momento, analisar a mensagem do espetáculo trágico em relação à pessoa de quem assiste à encenação visto que o trágico por vezes, é a manifestação do pensamento político em forma de espetáculo, e qual o sentimento poderá ser despertado de acordo com o subjetivo e real de cada humano.
A katabasis n'A República: Platão era um tirano?
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-29) Valle, Yuri Costa; Erickson, Glenn Walter; Erickson, Glenn Walter; Silva, Sérgio Eduardo Lima da; Ciccarelli, Vincenzo
A República de Platão é um diálogo que tem como tema a cidade justa. Este trabalho tem como objetivo abordar o diálogo, a partir da perspectiva da katabasis, para tornar explicito como este movimento espiritual é determinante nas escolhas políticas realizadas por Platão. A proposta apresentada investiga os elementos culturais da Grécia antiga e as motivações históricas que o levaram a escrever este diálogo. Sob esta ótica, Platão adota um posicionamento um pouco destoante das nossas concepções políticas modernas, todavia voltado para o bem comum da cidade e de seus habitantes.
A dialética autor-leitor a partir da noção de liberdade em Sartre
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-09-09) Gomes, Jefferson Silva; Pellejero, Eduardo; http://lattes.cnpq.br/1224372202417906; http://lattes.cnpq.br/6740299457605811; Durante, Daniel; http://lattes.cnpq.br/0105245515649663; Barbosa, Jefferson
Jean-Paul Sartre é considerado um dos maiores filósofos do século XX. Sua concepção da liberdade e do engajamento tiveram grande influência sobre o pensamento contemporâneo. Uma vez que, para Sartre, a literatura possui um papel fundamental na construção da sociedade e que a relação entre o escritor e o leitor se mostra fundamental para o filósofo, o objetivo deste trabalho é compreender como o conceito de liberdade contribui para a dialética autor-leitor. Para isso, a pesquisa investiga os conceitos de liberdade e de literatura, para depois analisar a relação entre o autor e o leitor, identificando o papel da liberdade na construção de uma obra literária.
O desvelar do ser-aí por meio do pensamento-linguagem poético: um encontro in-únitil entre Heidegger e Manoel de Barros
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-02-24) Souza, Lucas; Bauchwitz, Oscar; Pellejero, Eduardo; Andrade, Clodomir
A presente pesquisa tem como objetivo investigar como o pensamento meditativo em Heidegger e a linguagem que fala (a poética), a partir de uma análise de suas obras e também do poeta brasileiro Manoel de Barros, podem contribuir para o encontro do ser do ente, em sua essência, e como a questão do inútil, por sua vez, aparece de forma intrínseca. De um lado, Heidegger, engajado em seu método fenomenológico-existencial de buscar por um pensar e por uma linguagem que sejam verdadeiras, e do outro, Manoel de Barros, um revelador espontâneo do ser, que nos abala com sua linguagem poética, são os grandes protagonistas deste trabalho. Assim, este estudo pretende explorar os escritos tanto do poeta quanto do filósofo, além de estabelecer um encontro entre ambos nas suas formas de conceituar e “dizer” poeticamente, trazendo à tona aquilo que não é visto pela sociedade marcada pelo utilitarismo - o essencial – descortinando o ser com o in-útil.
De fenômeno para conceito: a "Virada Mental" em Wittgenstein
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-10-04) Oliveira, Davi José Paiva de; Alves, Daniel Durante Pereira; http://lattes.cnpq.br/0105245515649663; http://lattes.cnpq.br/2848486413709956; Biella, Jaime; http://lattes.cnpq.br/7877908085538124; Ciccarelli, Vincenzo; http://lattes.cnpq.br/7888576302590949
Em 1953 - dois anos após a morte de Ludwig Wittgenstein - é publicada a obra Investigações Filosóficas, um texto que se tornaria o marco não só de um momento tardio do pensamento do escritor vienense, como também de todo um evento que na história da filosofia ficou conhecido como "virada pragmatista". Nesta obra, Wittgenstein aborda diversas temáticas filosóficas sob um novo prisma de análise - o da linguagem e seus múltiplos contextos de uso -, o que permitiu uma reinterpretação de várias questões, dentre elas as que se referiam a "mente" e todas as consequências discursivas da maneira que concebemos tal entidade filosófica. Por meio da análise das Investigações, algumas passagens de outros textos tardios e materiais complementares, tentaremos nesta monografia traçar uma linha de desenvolvimento de como foram abordadas as reflexões referentes ao conceito de "mente" na filosofia tardia de Wittgenstein, bem como teorizar sobre os possíveis novos horizontes que essa nova forma de tratar o discurso sobre um "mundo interno" pode nos legar.
Fundamentos Histórico-Conceituais da Necessidade Analítica e a Sétima Tese de Mário Ferreira dos Santos na Filosofia Concreta
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-05-06) Espínola, Eli Queiroz; Gorsky, Samir Bezerra; Vaz, Bruno Rafaelo Lopes; Silva, Sérgio Eduardo Lima da
O presente trabalho se propõe a investigar, a princípio, os fundamentos da necessidade analítica, tanto numa perspectiva histórica, quanto conceitual. A pesquisa levará em consideração o debate associado ao problema do significado e da definição na história da lógica e da tradição analítica, particularmente, no que se refere aos enunciados analíticos. Um levantamento dos grandes proponentes e críticos dos enunciados analíticos será parte desta pesquisa. O caráter de necessidade, ou o modo de verdade de tais enunciados consiste apenas se o significado é o caso, de maneira que negá-los implica autocontradição. Secundariamente, como estudo de caso, visa inquirir, à luz da necessidade analítica, a sétima tese da recente edição crítica, publicada em volume único, da Filosofia Concreta, qual seja, “O Nada absoluto é a contradição de ‘alguma coisa há’”, de autoria do filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos (1907-1968). Aqui, a definição kantiana de analiticidade será o critério para avaliar a sétima tese como proposição analítica. Também a preferência de Tugendhat pelo uso da necessidade analítica porque está fundamentada no princípio da não contradição.
Ecos coloniais: decolonização e Necropolítica no pensamento de Achille Mbembe
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021) Romão Junior, Antonio José; Biela, Jaime
Partindo de uma curiosidade para melhor compreender a cultura da qual pertenço, me pus a investigar a história da América Latina, com um foco no processo colonizatório que segue até os dias atuais. Compreendendo que esse é um projeto visceral, é possível até hoje perceber seus efeitos em diversos âmbitos do dia a dia, como na política ou na religião. Para este estudo, percorri as obras de autores de outros lugares, mas que também foram alvos desse processo, como o africano Achille Mbembe que cunhou o termo necropolítica para dar cabo de explicar as formas atuais de se fazer política; indígenas brasileiros e outros intelectuais latinos, em busca de uma narrativa dos povos que tiveram suas falas sufocadas e suas histórias contadas por terceiros. Diante desse terrível panorama, a ideia é a superação dessa necropolítica para uma nova forma de política, sem etnocentrismo, mas sim, uma elevação coletiva em humanidade, ajudando a pensar novos caminhos, novas formas de estar no mundo e se relacionar com o Outro.

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