PPGEM - Doutorado em Estudos da Mídia
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Tese A vida em jogo na sociedade do desempenho: uma análise crítica à gamificação da cultura(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-08) Tavares, Dickson de Oliveira; Gomes, Marcelo Bolshaw; Bezerra, Josenildo Soares; https://orcid.org/0000-0002-8227-3672; http://lattes.cnpq.br/4277715352803619; https://orcid.org/0000-0003-0363-188X; http://lattes.cnpq.br/2844507590220073; Araújo, Célia Maria de; Dantas, Juliana Bulhões Alberto; Silva, Maria Érica Oliveira da; Born, Rodrigo Montandon; Pereira, Sebastian Faustino; Kneipp, Valquiria Aparecida PassosEsta tese investiga a gamificação como um mecanismo de controle e exploração na cultura contemporânea, impactando a subjetividade, as relações sociais e a experiência humana. A pesquisa se insere no campo dos Estudos da Mídia e utiliza a Hermenêutica de Profundidade como metodologia para analisar as trocas simbólicas e a produção de significado na cultura gamificada. A metodologia da presente tese está estruturada nas seguintes etapas: abordagem, procedimentos e coleta de dados, subdividindo-se em pesquisa bibliográfica. A partir da crítica de Byung-Chul Han à sociedade do desempenho, o estudo argumenta que a gamificação intensifica a lógica da competição, da autoexploração e do controle, ameaçando a liberdade individual e o bem-estar. A pesquisa mapeia a presença da gamificação em diversos campos sociais, como educação, trabalho e consumo, e alerta para os riscos de manipulação e controle. A pesquisa conclui que a gamificação, embora apresente potencialidades, precisa ser utilizada de forma crítica e consciente, para evitar a instrumentalização do lúdico e a perda da autonomia. A estrutura da tese se divide em sete seções, que contemplam desde a revisão da trajetória da pesquisa e reflexões finais até a apresentação de uma proposição da criação de um “Jogo da Vida” na perspectiva haniana. Os resultados indicam que a gamificação, embora possa potencializar o engajamento e a aprendizagem, reforça dinâmicas de vigilância, controle e colonização cultural, exacerbando a lógica do desempenho.Tese Aquilombamento virtual midiático: uma proposta teórico-metodológica para o estudo das mídias negras(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-27) Andrade, Alice Oliveira de; Veloso, Maria do Socorro Furtado; http://lattes.cnpq.br/8254589050604215; https://orcid.org/0000-0002-9048-1893; http://lattes.cnpq.br/3140699044086064; Veloso, Ana Maria da Conceição; Condorelli, Antonino; http://lattes.cnpq.br/4832910631790845; Souza, Daniel Rodrigo Meirinho de; Rodrigues, Denise Carvalho dos Santos; Carrera, Fernanda Ariane SilvaApresentamos o aquilombamento virtual midiático (AVM) como proposta de tese. Tratase de um movimento metodológico para enxergar como operam as mídias negras brasileiras, tendo três principais bases teóricas: o quilombismo (NASCIMENTO, 2019), o bios virtual (SODRÉ, 2002) e o conceito político de quilombo (NASCIMENTO, 2014); e três referências metodológicas: a transmetodologia (MALDONADO, 2011), o afroperspectivismo (NOGUERA, 2014) e a roleta interseccional (CARRERA, 2020). Por mídias negras entendemos um conjunto de experiências comunicacionais insurgentes que (co)movem pessoas na reescrita de diferentes narrativas sobre o povo negro. São grupos motivados pelas lutas contra o racismo estrutural e outras possíveis interseccionalidades, como o sexismo, a história única, a dominação, a hegemonia da mídia corporativa em relação à agenda, a invisibilidade, as injustiças sociais e cognitivas do mundo, a exclusão e a colonialidade da mídia. Podem ser vistas, portanto, como grupos com significativo aspecto decolonial. Inspirado pelos caminhos que negros(as) escravizados(as) abriam nas matas em fugas para os quilombos, o AVM desenvolve-se em três rotas: 1) movimento do Sankofa; 2) reconhecimento das escrevivências; 3) balaio de vozes. O referencial empírico envolveu seis grupos de mídias negras: Alma Preta, Mundo Negro, Negrê, Notícia Preta, Portal Geledés e Revista Afirmativa. Justificamos o recorte analítico por serem práticas midiáticas exercidas em ambientes digitais que têm como objetivo central quebrar a lógica da história única e produzir conteúdos direcionados à questão de raça e outros eixos de opressão. Para a coleta de dados, articulamos ferramentas como as entrevistas, observação não-participante virtual e pesquisa bibliográfica. Um olhar metodológico aquilombado nos mostra que as mídias negras brasileiras enxergam a comunicação e, especificamente, o jornalismo, como caminho de contraposição à colonialidade da mídia hegemônica e para a construção de novas matrizes de visibilidade sobre pessoas negras. Concluímos que as mídias negras virtuais são herdeiras da resistência negra do período colonial e têm nos quilombos um instrumento ancestral para a construção de um jornalismo antirracista. Como principais referências, contribuem com a construção deste texto autoras e autores como: Abdias Nascimento, Beatriz Nascimento, Clóvis Moura, Conceição Evaristo, Edison Carneiro, Grada Kilomba, Lélia González, Muniz Sodré, Sílvio Almeida e Sueli Carneiro.Tese O audiovisual paraibano: uma proposta de cartografia espacial, social e midiática(2019-11-08) Canuto, Kleyton Jorge; Pavan, Maria Ângela; ; ; Lacerda, Juciano de Sousa; ; Veloso, Maria do Socorro Furtado; ; Coradini, Lisabete; ; Costa, Antônio Roberto Faustino da; ; Lira, Bertrand de Souza;Esta pesquisa realiza uma cartografia do cenário audiovisual paraibano em seus aspectos quantitativos e qualitativos. Quando falamos de cartografar é alargar o que se entende por mapeamento da produção audiovisual da Paraíba. Mapear seria uma contagem e mostrar o que é relevante no território estudado. Nesta pesquisa faremos um registro documental descritivo de todas as ações dentro do território mapeado. Vamos mostrar os aspectos sociais, as influências dos grupos e pontos de contato entre os produtores de audiovisual. O que eles abordam em suas produções, o que aparece nas imagens captadas (as possibilidades das mudanças de paisagem nas produções). A pesquisa analisará o contexto macro e dentro de cada território produtivo buscará os gradientes motivacionais da produção audiovisual. Isso gerará um mapa movente e relevante que orientará as políticas públicas e os futuros produtores audiovisuais da Paraíba e nordeste. Para isso, temos como objetivos: 1) refletir sobre o papel do audiovisual na cidadania comunicativa e cultural; 2) analisar o histórico das políticas públicas municipais, estadual e federal voltadas para o audiovisual no Estado da Paraíba. Vamos construir um mapa da cadeia produtiva; bem como enxergar os processos de midiatização de grupos e entidades da sociedade civil a partir da produção audiovisual. O caminho será a partir da transmetodologia, com aproximações entre a cartografia e a etnografia através da técnica de observação-participante. A pesquisa foi desenvolvida predominantemente a partir da leitura de Jesús Martín-Berbero (2001; 2004; 2014), Milton Santos (2006; 2013), Gilberto Gimenez (1999) Alberto Efendy Maldonado (2011; 2012), Graeme Turner (1989), Fernando Trevas Falcone e Lara Amorim (2013) e Wills Leal (2007a; 2007b). Busca-se aqui um distanciamento da perspectiva da produção audiovisual enquanto indústria cultural de modelo hegemônico de entretenimento. Colocamos foco nas trocas e parcerias na construção de políticas públicas e ações dentro dos festivais para ampliação da produção audiovisual na Paraíba.Tese Big Data e o consumidor dataficado: perspectiva para uma adaptação do modus operandi publicitário no Nordeste e no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-06-27) Cavalcante, Giovanna Oliveira Lima de Abreu; Coelho, Maria das Graças Galvão Pinto; http://lattes.cnpq.br/9714211131459547; Souza, Daniel Rodrigo Meirinho de; Gomes, Marcelo Bolshaw; Paiva, Cláudio Cardoso de; Gomes, Isaltina Maria de Azevedo MelloOs avanços tecnológicos apontam para caminhos de disrupção, incerteza e inexorabilidade. De forma acelerada, vemos os mais diversos setores do mercado reconfigurados. As tecnologias desenvolvidas a partir dos sistemas e ferramentas de Big Data estão no epicentro dessas transformações. Recusando pressupostos que entendem a linguagem algorítmica como um universo paralelo ou distante da realidade atual, esta pesquisa visa investigar as habilidades que os profissionais brasileiros da área de Publicidade precisam adquirir para atuar em um mercado global que vem fazendo do consumidor dataficado o seu protagonista. Ensejamos, então, como objetivo geral, apontar perspectivas para uma adaptação do modus operandi publicitário no Brasil e, mais especificamente, na região Nordeste, no estado do Rio Grande do Norte. Como estratégia para desenhar o percurso que a Publicidade precisa fazer medrar, pretendemos embasar nossas discussões em torno de metodologias como pesquisa empírica com observação direta de campo e participação no processo de construção das práticas docentes. A pesquisa empírica ocorreu no curso de Publicidade e Propaganda da faculdade particular Estácio/RN. Devido à pandemia de SARS CoV-2, adaptamos o método de coleta de dados. Fizemos uma ampla varredura na internet, buscando por pesquisas, mapas e informações, inclusive, a respeito do impacto da própria pandemia sobre o objeto de estudo. O trabalho combina também diferentes estudos de caso que procuram analisar as particularidades de cada proposta sobre diferentes mecanismos. Além disso, produzimos uma cartografia da dataficação dentro do campo da publicidade para entendermos como as pesquisas científicas da área abordam o tema. Para compreender os vínculos entre as mediações, a rede e os integrantes desse sistema interconectado, adotamos a Teoria Ator-Rede (LATOUR, 2012; LEMOS, 2013, 2016). No intuito de problematizar a realidade brasileira, especificamente, no campo da Publicidade, lançamos mão dos estudos de BRUNO; CARDOSO; MELGAÇO; GUILHON e KANASHIRO (2019). Considerando as mudanças tecnológicas pelas quais o mundo vem passando, essas observações sobre a metodologia agregam saberes para um entendimento da pesquisa científica que visa sugerir categorias analítico-metodológicas para uma compreensão mais acurada das práticas comunicacionais, sociais e educacionais nos cursos de Publicidade. Sobre as disputas que, contemporaneamente, se dão nos territórios informacionais, entendemos que as conquistas da ciência representam uma oportunidade, mas apenas se houver um novo pacto social entre os governos, o setor privado, a academia e a comunidade dicente, a fim de mudar os sistemas educativos e a forma como os países enfrentam os problemas tecnológicos. A proposta da pesquisa, portanto, é deslindar os processos de compreensão da comunicação e da Publicidade para que o modus operandi desse mercado não se distancie da realidade social, econômica, política e mercadológica, mas antecipe-se ou, no mínimo, acompanhe as mudanças tecnológicas que já se delineiam.Tese Branquitude: as marcas da opressão no telejornalismo da Bahia, de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-09-05) Gomes, Taianne de Lima; Pavan, Maria Ângela; Rodrigues, Denise Carvalho dos Santos; https://orcid.org/0000-0001-7569-6127; http://lattes.cnpq.br/6812008813378230; http://lattes.cnpq.br/2258546985285753; Pereira, Livia Cirne de Azevedo; https://orcid.org/0000-0002-2904-7182; http://lattes.cnpq.br/5512139880539951; Veloso, Maria do Socorro Furtado; Carrera, Fernanda Ariane Silva; Cardoso, Lourenço da ConceiçãoEsta tese analisa a representatividade racial no telejornalismo a partir do estudo de três estados brasileiros: Bahia, maior população preta; Santa Catarina, maior população branca do país; e Mato Grosso do Sul, estado que apresenta proporção equivalente de pretos, pardos e brancos. Isto porque a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 54,9% da população brasileira é composta por negros, trazendo à reflexão as seguintes questões: em um país constituído, majoritariamente, por negros e brancos, é possível verificar o perfil de cor ou raça preponderante entre os profissionais que atuam em frente às câmeras nos telejornais dos estados pesquisados? A branquitude se impõe nos noticiários televisivos a ponto de refletir desigualdades e privilégios em relação à cor ou raça dos jornalistas de TV? É possível verificar a percepção de telejornalistas sobre práticas de preconceito e de discriminação racial no ambiente de trabalho? A metodologia compreende avaliação qualitativa e quantitativa, com base em entrevistas estruturadas, e a análise de imagens, realizada a partir da observação de telejornais e do Instagram. Os fundamentos teóricos contam com autores como Bento (2019, 2002), Cardoso (2008, 2010, 2017, 2020), Carrera (2020), Kilomba (2019) e Sodré (1999, 2014, 2022), que trazem uma discussão sobre raça, além de Martín-Barbero (2013) e Mattos (2010), que abordam aspectos relacionados à televisão e ao noticiário de TV. Os resultados da pesquisa apontam, a partir dos relatos de entrevistados, que a branquitude, mesmo quando não representada predominantemente em frente às câmeras no telejornalismo, impõe-se de forma racista nos bastidores, uma vez que os jornalistas pretos entrevistados relatam episódios de discriminação racial. A partir dos depoimentos, também foi possível verificar que a maior parte das pessoas brancas entrevistadas não apresentam uma percepção sobre práticas de preconceito e de discriminação racial no ambiente de trabalho. Espera-se que o resultado da pesquisa possa ajudar a fomentar o debate sobre a representatividade racial no jornalismo brasileiro.Tese Câmera na mão! Protagonismo de mulheres no cinema brasileiro contemporâneo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-06-02) Oliveira, Lady Dayana Silva de; Costa, Maria Helena Braga e Vaz da; ; http://lattes.cnpq.br/5114110813711387; ; http://lattes.cnpq.br/2849520701741705; Dantas, Daiany Ferreira; ; http://lattes.cnpq.br/4474613692813941; Beleli, Iara; ; http://lattes.cnpq.br/1117543612370230; Pavan, Maria Ângela; ; http://lattes.cnpq.br/2258546985285753; Lima, Maria Érica de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/6732708640687417Esta tese apresenta uma análise de seis filmes brasileiros e contemporâneos, dirigidos por cineastas mulheres, com o objetivo de investigar e compreender como se dá a produção de sentido no contexto da construção do protagonismo de mulheres no trabalho de produção cinematográfica e nas formas de representação da mulher em suas narrativas. As cineastas e os filmes investigados e analisados nesta tese são: Adriana Vasconcelos (DF) e o filme Mãe (2018); Cristiane Oliveira (RS) e o filme Mulher do Pai (2016); Glenda Nicácio (BA) e o filme Até o fim (2020); Laís Bodanzky (SP) e o filme Como Nossos Pais (2017); Jorane Castro (PA) e o filme Para Ter Onde Ir (2018); e Roberta Marques (CE) e o filme Rânia (2012). A investigação foi norteada pelas seguintes indagações: Como são trabalhadas as noções do protagonismo de mulheres nessas obras cinematográficas dirigidas por mulheres no contexto do cinema brasileiro contemporâneo? Como tem se desenvolvido a trajetória das cineastas pesquisadas no que toca a realização de seus filmes? Como estas cineastas encaram as barreiras impostas ao seu trabalho e o desejo por produzir uma obra que sobreviva ao tempo? À luz de diferentes conceitos no âmbito da Teoria do Cinema e dos Estudos de Gênero buscamos compreender quais aspectos e impasses contribuem para a desigualdade de gênero na indústria do cinema brasileiro. As implicações do poder nas relações sociais na sociedade capitalista e os conceitos evidenciados nos estudos de Saffioti (1987), J. Butler (2003), Foucault (1988) e Bourdieu (1998) são relacionados na análise, com enfoque para as questões que transitam pela produção cinematográfica e as formas de enfrentamento ao machismo e à discriminação de gênero relacionadas ao trabalho das cineastas objeto desta tese. Por meio da análise e interpretação dos filmes, especificamente de longa-metragem de ficção protagonizados por mulheres na última década (2010-2020), e das entrevistas com as cineastas, a tese expõe questões emergentes sobre a realização de filmes por mulheres no contexto contemporâneo. A pesquisa resultou na confirmação da hipótese sobre as vertentes que contribuem para a desigualdade de gênero no cinema e dificultam uma maior produção de filmes dirigidos por cineastas mulheres. Por conseguinte, os resultados validaram a tese de que as cineastas brasileiras produzem um cinema contemporâneo marcado pela valorização do protagonismo de mulheres, com a prevalência de temas e abordagens políticas diretas e indiretas, destacando-se dessa atuação, escolhas afirmativas (temáticas, linguagem e narrativa) que evidenciam o combate ao sexismo e também ao racismo presentes no cinema brasileiro.Tese Caricaturas e mascotização política na Paraíba: estratégias do marketing e linguagem da publicidade infantil nas mídias de campanha eleitoral(2019-09-23) Silva, Marcelo Rodrigo da; Costa, Sebastião Guilherme Albano da; ; ; Kneipp, Valquiria Aparecida Passos; ; Nobre, Itamar de Morais; ; Justino, Luciano Barbosa; ; Silva, Luiz Custódio da;Este estudo investiga o fenômeno do uso das caricaturas (LIMA (1963), ERBOLATO (1981), MELO (1983), BERGSON (1983), PORTO (2012)) como mídia de propaganda políticoeleitoral (CÂNDIDO (2010), GOMES (2012), MOREIRA (2004)) na Paraíba, tomando como base de observação as campanhas eleitorais de 2012, 2014 e 2016 naquele Estado. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida de forma transmetodológica (MALDONADO, 2012) com base na proposição de dois pilares de investigação: um com foco na criação (a própria mensagem e a produção de sentidos) e outro com foco nos criadores (a estratégia por trás das práticas sociais). O primeiro deles se concentrou sobre o estudo da produção de sentidos nas peças publicitárias. Foram analisadas as caricaturas utilizadas como mídia de campanha eleitoral, tomando-se como base as contribuições da Teoria Semiótica peirceana (SANTAELLA (2002 e 2007), MACHADO (2007), SONESSON (2007), PEIRCE (2010), PEREZ (2011)). O segundo pilar de investigação se ateve ao estudo das práticas sociais que permeiam todo processo criativo das caricaturas. Nessa etapa, foram entrevistados os atores sociais envolvidos no processo de criação dos desenhos e no planejamento das campanhas. As entrevistas foram analisadas sob a luz das contribuições da Análise do Discurso de linha francesa (MAINGUENEAU (1997 e 2008). A partir das discussões desenvolvidas, chegou-se ao conceito de mascote política e, por conseguinte, ao conceito de mascotização política. Também foi identificada a adoção da linguagem da publicidade infantil (MONTIGNEAUX (2003), VELOSO (2012)) como estratégia de marketing político (QUEIROZ (2006), RIBEIRO (2006), TORQUATO (2014)) que determinou o uso das mascotes políticas como mídia de campanha eleitoral na Paraíba.Tese Carreira em jornalismo: significações no mundo do trabalho potiguar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-17) Silva, Cleber Femina da; Maia, Kênia Beatriz Ferreira; https://orcid.org/0000-0002-0753-7340; http://lattes.cnpq.br/8600703674458800; http://lattes.cnpq.br/3529691509211038; Pereira, Livia Cirne de Azevedo; https://orcid.org/0000-0002-2904-7182; http://lattes.cnpq.br/5512139880539951; Veloso, Maria do Socorro Furtado; Silveira, José Ricardo da; Paulino, Roseli Aparecida FigaroEste estudo se insere no rol dos que buscam investigar aspectos da identidade profissional dos jornalistas brasileiros, em particular, da carreira dos jornalistas do Rio Grande do Norte. Carreira é um conceito estudado desde o início do século XX nas áreas das Ciências Sociais, Psicologia e Administração, tendo seu senso comum associado a esta última, principalmente com aspectos de ascensão e sucesso profissional. Aqui, a carreira é entendida como um conceito no qual coexistem as movimentações do indivíduo dentro da sua profissão, e sua percepção subjetiva sobre seu trabalho (BECKER, 2008; CHANLAT, 1998; BENDASSOLLI, 2009; RIBEIRO, 2011). O interesse pelo tema partiu da observação, como jornalista, do fechamento de diversos veículos de imprensa do Estado, durante a década de 2010, sobretudo os impressos, reduzindo o número de postos de trabalho nesse segmento e afetando as chances de mobilidade. Consequentemente, essas alterações também agem sobre a percepção dos jornalistas sobre o seu mundo do trabalho e sobre sua posição nele. Para compreender este cenário, traçamos como objetivo principal encontrar as conexões simbólicas entre as trajetórias profissionais individuais desses atores a fim de estabelecer uma percepção coletiva sobre a carreira de jornalista no Rio Grande do Norte. Para tal, adotamos a perspectiva foucaultiana de dispositivo (FOUCAULT, 1998, AGAMBEN, 2009; DELEUZE, 2015) para observar o mundo do jornalismo potiguar e dele extrair seu estado atual por meio da subjetivação dos seus indivíduos. Empiricamente, realizamos uma survey quantitativa com o objetivo de traçar um perfil dos jornalistas locais, e entrevistas em profundidade com profissionais que participaram da survey. Juntos, os dados da enquete e das entrevistas mostram que o mundo do trabalho jornalístico potiguar tem exigido maior capacitação e disponibilidade do indivíduo que nele pretende construir carreira, ao passo em que enfrenta problemas para dar continuidade à existência das empresas jornalísticas; a atuação em assessoria de imprensa mostra-se como opção viável para a carreira; jornalistas experientes são preteridos devido aos altos salários e tendem a abandonar a profissão com o passar do tempo.Tese A celebridade da internet e o cuidado de si: a construção discursiva de Lu Ferreira no Instagram para uma estética da existência(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-24) Trindade, Ana Carolina dos Reis de Moraes; Bezerra, Josenildo Soares; Karhawi, Issaaf Santos; https://orcid.org/0000-0001-9324-6664; http://lattes.cnpq.br/3081353090677062; https://orcid.org/0000-0001-5828-6126; http://lattes.cnpq.br/6364655595133847; Lacerda, Juciano de Sousa; https://orcid.org/0000-0002-0876-377X; http://lattes.cnpq.br/9310055597414010; Pereira, Livia Cirne de Azevedo; Witzel, Denize; Vieira, Manuela do CorralA presente pesquisa tem o objetivo de analisar como as técnicas de si, utilizadas por Lu Ferreira em seus discursos e práticas no Instagram, contribuem para a estética da existência. De forma específica, buscamos: mapear o conceito de cuidado de si em Foucault, articulando-o com a noção de cultura de si, técnicas de si e estética da existência; investigar o fenômeno da cultura das celebridades, traçando um panorama histórico desde as formas tradicionais de fama até o surgimento das celebridades da internet até a sua consolidação social e discursiva; analisar o Instagram como plataforma digital, dispositivo e ambiente de produção de subjetividades, destacando seus recursos técnicos, suas lógicas algorítmicas e as dinâmicas de poder que permeiam a relação entre influenciadores digitais e seus seguidores, e, por fim, analisar as técnicas de si utilizadas por Lu Ferreira em suas postagens no Instagram para uma estética da existência tanto em relação a si mesma quanto em relação aos seus seguidores. Para que os objetivos da pesquisa fossem alcançados, dialogamos com autores como Foucault (2010a, 2017), que, em sua terceira fase, a ética, volta-se para a verdade e a subjetividade enquanto força capaz de transformar os sujeitos por meio de técnicas de si. Abidin (2018, 2023), Karhawi (2020), Simões e França (2020), Turner (2010, 2014) nos ajudaram nas discussões sobre as condições sócio-históricas que, em resposta aos movimentos de ordem social e discursiva, amparam a emergência das Celebridades, das Celebridades da Internet Influenciadores Digitais e Creators, por exemplo. Já Leaver, Highfield, Abidin (2020), Terra (2021), Poell, Nieborg, van Dijck (2020), Grohmann, 2020 e Foucault (2018) nos permitiram construir uma discussão sobre o Instagram, as suas ferramentas e formas de uso, olhando-o, principalmente, como uma plataforma e um dispositivo. Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, com modalidade bibliográfica, subsidiando não só́ a descrição e interpretação das realidades contemporâneas, mas, principalmente, uma potencialidade reflexiva e crítica que as transpassam, transformam e reconstroem. Utilizamos, como percurso teórico-metodológico, a Análise de Discurso Crítica (ADC) com a intenção de compreender, por meio da análise, os discursos da Celebridade da Internet Lu Ferreira (@Lutsferreira) no ano de 2021, que trouxeram, no eixo da subjetividade e verdade, o cuidado de si para um exercício de si para consigo e de si para com o outro. Como resultado da análise, consideramos que Lu Ferreira, a partir de sua vida como obra de arte apreciada e consumida por seus seguidores, revela um cuidado de si que promove uma liberação para acessar a si mesma. Ela, a partir do cuidado com seu corpo, com os retornos e escritas sobre si, assume, em suas visualidades e performances, suas fragilidades, seu corpo doente, mas resistente, que permite o governo de si e o do outro. A partir de seu lugar de enunciação, Lu Ferreira deixa evidente certas regularidades e ideias de subjetividade que se encontram associadas à sua imagem, que é visibilizada e modulada a fim de produzir e revelar uma estética de si como estilo de vida a ser adotado, especialmente por seus seguidores.Tese Comunicação e poder no Facebook: da autonomia à automação na era do capitalismo informacional(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-22) Silva, Mayara Karla Dantas da; Veloso, Maria do Socorro Furtado; Dantas, Alexsandro Galeno Araújo; 59670886449; http://lattes.cnpq.br/2568499843473943; http://lattes.cnpq.br/8254589050604215; http://lattes.cnpq.br/0204902753152866; Dutra, Manuel José Sena; http://lattes.cnpq.br/2597192749872675; Marques, Francisco Paulo Jamil Almeida; http://lattes.cnpq.br/5523350812734008; Maia, Kenia Beatriz Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8600703674458800; Gomes, Marcelo Bolshaw; http://lattes.cnpq.br/4277715352803619Esta pesquisa tem como tema a convergência entre dois eixos: a comunicação e o poder. Inserida no campo dos estudos da mídia, a tese aborda como as relações de poder, que são construídas por processos de comunicação, estão emergindo em meio ao “capitalismo informacional” (CASTELLS, 1999) e à “economia da atenção” (GOLDHABER, 1997; BENTES, 2018). Mais exatamente, a tese questiona como o Facebook, uns dos produtos dessa nova lógica comercial, vem reestruturando a interface entre comunicação e poder. Diante disso, a pesquisa busca reiterar o argumento de que as relações de poder são construídas na mente, a partir de processos de comunicação, e que, portanto, estratégias psíquicas são mais efetivas e potentes do que o uso da força, da disciplina e do controle. Argumentamos que para além do poder duro (FOUCAULT, 1979; 1987) e do poder suave (FOUCAULT, 1979; 1987; DELEUZE, 1992), que atuam mediante aparelhos repressivos e ideológicos e que usam da violência, de normas e da vigilância para dominar, respectivamente, estamos diante de novos agenciamentos de dominação, marcado pelo “poder inteligente” (HAN, 2018a), uma instância do poder que opera mediante estratégias psíquicas, a partir do uso das tecnologias digitais da comunicação e da informação, para seduzir, atrair, persuadir e influenciar o pensamento e o comportamento dos sujeitos. Nesse sentido, buscamos compreender, a partir do Facebook, como a plataforma atua não só como agente midiático e mercadológico, mas também como agente político e de que modo sua ação, sustentada pelo capitalismo informacional e pela economia da atenção, está reestruturando a relação entre a comunicação e o poder, na contemporaneidade. Para tanto, tomamos a cartografia como metodologia, por reconhecer o aspecto rizomático do objeto (DELEUZE & GUATTARI, 1997; SANTOS, 1988; ROLNIK, 2007; KASTRUP, 2007; KIRST et al., 2003). Concluímos que o hiperfluxo informacional, promovido pela topologia distribuída de rede, ainda que reflita no aumento da emissão, vem contribuindo com a redução do processo de comunicação, portanto, favorecendo as novas relações de poder e que o Facebook, mediante o uso de estratégias mercadológicas opacas, com sérias implicações sociais e políticas, representa um agente importante dessa mudança, pois, seu modo de agir promove tanto o aumento da emissão e decisões automáticas, quanto a redução da ocorrência efetiva da comunicação e da autonomia dos agentes sociais.Tese Comunicação popular e insurgente da Boa Esperança: entre território, memória e histórias de vida em "Lagoas do norte para quem?"(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-27) Santos, Sarah Fontenelle; Pavan, Maria Ângela; http://lattes.cnpq.br/2258546985285753; https://orcid.org/0000-0003-4021-5260; http://lattes.cnpq.br/8353584563493158; Borges, Jóina Freitas; Costa, Luciana Miranda; Medeiros, Lucineide Barros; Veloso, Maria do Socorro FurtadoA pesquisa teve como objetivo analisar a comunicação insurgente e popular junto aos saberes e práticas dos atingidos do Programa Lagoas do Norte em defesa do direito à cidade, em Teresina-PI. Mapeamos a comunicação junto aos atingidos/as pelo Programa Lagoas do Norte juntos de todos processos comunicativos. O recorte territorial foi na avenida Boa Esperança; e de lá vem a ação da história/memória da comunidade e descrevemos os fundamentos das sabedorias comunitárias. Nos serviu de aporte teórico a abordagem transmetodológica (EFENDY, 2016), construimos um método-caminhada que se vale da conversidade (FLEURI, 2019); a Produção Horizontal do Conhecimento (BERKIN, 2019); a Cartografia Social (ACSERALD, 2010) e Cartografia sentimental (ROLNIK, 1989). A produção de dados, tece diálogos com a oralidade e as histórias de vida, propondo um processo participativo comunitário para composição do mosaico das memórias locais. Neste percurso, caminhamos com autores que confrontam a colonialidade do saber/poder como Bispo dos Santos (2015); Quijano (2013); Villanueva (2017;2018); Krenak (2019); Ramose (1999); Mignolo (2019); Rodrigues (2021); Cusicanqui (2018), além da educação popular freireana. Com estes referentes encontramos a quadruple potência comunicativa que se apresenta por meio da mobilização, informação, educação popular e auto-organização, a qual chamamos de circularidade das confluências comunicativas. As conclusões desvelam uma comunicação que insurge das epistemes e antologias ancestrais guardadas pela comunidade, e que nos convidam à comunicação integral, holística e ativa, desde as filosofias do Bem Viver e Ubuntu. Essa tese fortalece a comunidade, a pesquisa em comunicação e a academia, pois permite tecer teoricamente na ciência do comum (SODRÉ, 2015): que é comunicar, sentir, ouvir e estar sempre atento a todos os ruídos nos movimentos da vida que pulsa. O comum é a vida falada e vivida da enunciação coletiva, onde há sempre o eco de inúmeras vozes que demandam espaço para dizer a palavra coletiva.Tese Comunicadoras indígenas e a de(s)colonização das imagens(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-09) Guilherme, Andrielle Cristina Moura Mendes; Lacerda, Juciano de Sousa; https://orcid.org/0000-0002-0876-377X; http://lattes.cnpq.br/9310055597414010; https://orcid.org/0000-0002-8977-4357; http://lattes.cnpq.br/2921723507862237; Torre, Alberto Efendy Maldonado Gomez de La; Rodrigues, Denise Carvalho dos Santos; https://orcid.org/0000-0001-7569-6127; http://lattes.cnpq.br/6812008813378230; Sant'anna, Fernanda Vieira de; Veloso, Maria do Socorro FurtadoA partir de uma mirada descolonial, investigo quais estratégias midiáticocomunicacionais três comunicadoras indígenas brasileiras utilizam para propagar as suas ideias, que imagens elas ativam, e como essas narrativas ajudam a tensionar o imaginário social dominante. Busco, por meio da Catografia (abordagem metodológica elaborada durante a pesquisa de doutoramento inspirada na prática de catadores e coletores negros e indígenas, ribeirinhos e quilombolas), responder como povos que foram destituídos de humanidade e transformados em mercadoria de olhares durante a escravização politizam o olhar para enfrentar as imagens de controle utilizadas para determinar o lugar dos sujeitos racializados na sociedade. A partir de conceitos como concentricidade, círculos comunicacionais, arco comunicacional, reflorestarmentes, de(s)colonização das imagens e imagens de liberdade - elaborados em confluência com os sentidos construídos pelas comunicadoras indígenas Graça Graúna (2012, 2013, 2020), Aline Rochedo Pachamama (2015, 2018, 2021) e Márcia Kambeba (2013, 2020), entre outros autores -, analiso como indivíduos oriundos de grupos sociais colonizados se apropriam das mídias para responder às violações decorrentes do racismo estrutural através da propagação de imagens que visam liberar o nosso olhar da dependência de modelos, enquadramentos e categorias do pensamento moderno colonial (que se supõe universal, por não se racializar). Aponto que, ao reivindicar a liberdade de escolher como querem ser vistos, os sujeitos racializados buscam se autodefinir a partir de um ponto de vista que difere da perspectiva adotada pela hegemonia racial para determinar, simbolicamente, os lugares sociais subalternizados destinados a negros e indígenas. Por meio de suas palavras-flecha, comunicadores indígenas têm buscado atingir diferentes público-alvo na tentativa de descontruir as imagens racistas e imperialistas propagadas a respeito dos povos originários, retratados pela mídia de massa como indivíduos que devem ser mantidos sob tutela e vigilância do Estado Nacional. Neste exercício, tensionam a visada da racionalidade moderna ocidental, apontando os seus limites e buscando ir além de suas fronteiras a partir da proposição de outras imagens além das disseminadas pelos meios de informação social a serviço dos oligopólios midiáticos.Tese O conceito de autoria como valor: um intercâmbio entre arte e mercado na história cultural do cinema(2019-06-04) Bittencourt, Gustavo Henrique Ferreira; Silva, Josimey Costa da; ; ; Costa, Maria Helena Braga e Vaz da; ; Costa, Sebastião Guilherme Albano da; ; Silva, Marcel Vieira Barreto; ; Carreiro, Rodrigo Octávio D'Azevedo;Esta tese pressupõe o conceito de autoria no cinema como um princípio central para a história cultural desse meio de expressão artístico-midiática. Presume-se que o autor é uma noção idealizada do imaginário constituído pelas discussões estéticas e culturais que envolvem várias instituições produtoras de discursos, dentre elas, publicações especializadas da crítica, estudos de cinema no meio acadêmico, circuito de festivais internacionais e mercado de produtos cinematográficos. Isso nos leva a questionar: como valores artísticos-culturais se associam a técnicas para visibilidade de obras por parte do mercado de distribuição de modo a despertar sensibilidades e obter reconhecimento por parte dos analistas e espectadores? Propõe-se, neste estudo, a articulação de um conjunto de pressupostos teóricos e conceituais relacionados ao pensamento cinematográfico que envolvem os termos cinefilia, história e teorias do cinema, cinema de arte como instituição e um modo de prática cinematográfica, marcas de autoria e star system (BAECQUE, 2010; SARRIS, 2010; BORDWELL, 2005; NEALE 2002; DE VALCK, 2007; STAIGER, 2003; CORRIGAN, 2003; ELSAESSER, 2012; GRAY, 2010; MORIN, 1989). O conceito de autoria, nesse cenário, surge como fonte originária de reverberação de valores que incidem nos significados relacionados às noções sobre arte e indústria, produzindo um intercâmbio acrítico entre as ideias de autor como representação artística ou como marca para promoção de produtos culturais no mercado de comunicação comercial.Tese Coronelismo em versão retrofit na TV: um estudo de caso do discurso assistencialista de Luciano Huck(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-20) Moraes, Renato Ferreira de; Kneipp, Valquiria Aparecida Passos; Gomes, Marcelo Bolshaw; https://orcid.org/0000-0002-8227-3672; http://lattes.cnpq.br/4277715352803619; https://orcid.org/0000-0001-5522-6961; http://lattes.cnpq.br/6752069973644466; https://orcid.org/0000-0003-1940-0701; http://lattes.cnpq.br/8177336369330289; Cruz, Adriano Charles da Silva; https://orcid.org/0000-0003-2085-302X; http://lattes.cnpq.br/3052471951752715; Coelho, Maria das Graças Galvão Pinto; Musse, Christina Ferraz; Lima, Maria Erica de OliveiraCarências pessoais (materiais e afetivas) são expostas diuturnamente na televisão brasileira em espetáculos interesseiros política e empresarialmente, uma violência simbólica com traços de abuso de poder travestidos de ação social. É nesse ambiente midiático que se enquadra esta pesquisa, que tem como objeto o assistencialismo praticado pelo apresentador Luciano Huck e, como ponto de partida, o seguinte problema: de que forma essa estratégia televisiva estabelece relações materiais e afetivas com o público. O objetivo é identificar e analisar as características do discurso do apresentador, que entre outras categorias propomos denominar assistencialismo neokitsch, como um retrofit do coronelismo. Entendemos que o estudo pode contribuir para o campo das pesquisas em comunicação ao propor, além de uma categorização estética do assistencialismo, a discussão de conceitos como o cabresto eletrônico: um elo afetivo com conexões políticas estabelecido com o público a partir da resolução de problemas de ordem emocional e material, tal como fazia o coronel, personagem histórico de um período que Vilaça e Albuquerque (1978) chamam de “feudalismo matuto”. Além disso, consideramos a importância de analisar essa estratégia dentro do espectro dos estudos sobre discursos da mídia. Adotamos ferramental metodológico adaptado, que inclui análises televisual, de discurso (escola francesa) e análise crítica de discurso. Sobre o coronelismo, o referencial teórico tem base em Leal (2012), Vilaça e Albuquerque (1978) e Vilela (2008). Sobre assistencialismo, adotamos como referência Alayón (1995), Mota (2010) e Sitcovsky (2009). Tomamos como referência, ainda, o conceito de dominação carismática de Weber (2004), além de reflexões sobre programas populares na TV, de França (2006) e Araújo (2006). Sobre o viés político, referência em Gomes (2004) e Aldé (2004). No exercício de ações assistencialistas, Luciano Huck tem dificuldades no diálogo com pessoas mais pobres e com isso reverbera preconceitos próprios de um discurso conservador (com ares de modernismo) e elitista. Com base nesse panorama, sustentamos que esse discurso do coronelismo em versão retrofit se apresenta como um projeto de cabresto eletrônico com base na solidariedade. Paradoxalmente, separa os dois lados da questão, pois pouco ou nada contribui para a resolução dos problemas do assistido, do ponto de vista estrutural.Tese Crise brasileira e conflitos discursivos: sociabilidades e emoções nas conversações das páginas das revistas Veja e Carta Capital no Facebook (2015-2016)(2019-06-06) Oliveira, Geilson Fernandes de; Coelho, Maria das Graças Galvão Pinto; ; ; Gomes, Marcelo Bolshaw; ; Veloso, Maria do Socorro Furtado; ; Braga, Adriana Andrade; ; Mendes, Marcilia Luzia Gomes da Costa;Esta tese analisa as conversações estabelecidas no espaço dos comentários das páginas das revistas Veja e Carta Capital no site de rede social Facebook durante os anos de 2015 e 2016, considerando o cenário de crise política e econômica brasileira e atentando para as sociabilidades forjadas neste contexto e as emoções que são reverberadas pelas trocas simbólicas efetivadas na rede. Para tanto, são utilizados os pressupostos da Etnometodologia e sua abordagem sobre a Análise da Conversa, a fim de se compreender os métodos culturais utilizados pelos comentadores para dar sustentação à prática da conversa e sentido aos seus posicionamentos. Os resultados indicam a predominância da sociabilidade do conflito nas conversações engendradas, os quais se dão em torno principalmente dos fatores que compõem a crise política e econômica brasileira, sendo premente a presença de emoções controversas na tessitura e produção de seus sentidos, com destaque para a raiva, o ódio e o ressentimento, elementos que apontam incongruências com significados representativos da sociedade brasileira como sendo alegre, cordial e acolhedora. Identifica-se, com efeito, a emergência de uma gramática sociocultural particular para lidar com os acontecimentos em curso e seus reflexos para as relações sociais – acirramento do conflito e irrupção de sensos e horizontes de moralidade e justiça – aspectos que indicam transformações em torno das formas de convívio no Brasil contemporâneo.Tese Da polêmica à espetacularização: a construção de um estilo do telejornalismo policial na região Nordeste(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-24) Silva, Adriano Florencio de Lima; Cruz, Adriano Charles da Silva; https://orcid.org/0000-0003-2085-302X; http://lattes.cnpq.br/3052471951752715; https://orcid.org/0000-0002-8225-5490; http://lattes.cnpq.br/5594300567849920; Lemos, Daniel Dantas; Rodrigues, Denise Carvalho dos Santos; Ferreira, Karla de Lourdes; Silva, Maria Aparecida Ramos da; Kneipp, Valquiria Aparecida PassosEsta pesquisa tem como objetivo propor uma recategorização do estilo televisivo (Butler, 2010) com foco no telejornalismo policial. Buscou-se descrever a existência de um estilo televisivo nesse tipo de programa que, geralmente, é caracterizado pelo constante uso da polêmica, do sensacionalismo e da espetacularização (Debord, 1995). Além disso, foi estudado a postura e a desenvoltura dos apresentadores, investigando como constroem suas personas Jung (1990); Goffman (1985) e moldam a condução do programa de acordo com um estilo pessoal. Nosso objeto de pesquisa consiste na análise dos principais telejornais de cada estado nordestino assim sendo telejornais policiais locais transmitidos nas capitais nordestinas e transmitidas para as respectivas regiões metropolitanas, sendo eles: Alagoas ( Fique Alerta / TV Pajuçara e Plantão Alagoas / TV Ponta Verde), Bahia (Balanço Geral -BA / TV Itapoan), Ceará (Balanço Geral - CE / TV Metropolitana e Cidade 190 / TV Cidade), Maranhão (Balanço Geral - MA / TV Cidade e Hora D / TV Difusora), Paraíba (Cidade em Ação / TV Arapuan e Correio Verdade / TV Correio), Pernambuco (Por aqui / TV Jornal, Bora Pernambuco / TV Tribuna e Balanço Geral - PE TV Clube), Piauí (Balanço Geral - PI / TV Antena 10 e Bora Piauí / TV Bandeirantes Piauí), Rio Grande do Norte (Balanço Geral -RN / TV Tropical e Patrulha da Cidade / TV Ponta Negra), Sergipe (Balanço Geral - SE e Tolerância Zero / TV Atalaia). Portanto, essa pesquisa foi realizada nos programas de telejornalismo produzidos e transmitidos na região Nordeste, e que têm influência principalmente no âmbito local. A pesquisa busca responder à seguinte pergunta: como a espetacularização, a polêmica e o sensacionalismo permeiam o ambiente do telejornalismo policial, originando um estilo televisivo específico? Considerando que a televisão se destaca como um meio de conexão, mantendo as pessoas informadas, entretidas e ocupadas. Desde antes da popularização das mídias sociais, ela buscava engajar o espectador em sua programação, adaptando-se para atender diferentes demandas midiáticas. Durante muito tempo, uma concepção sobre os gêneros e formatos televisivos foi construída e consolidada (Souza, 2004); (Fechine, 2001). No entanto, propostas, sugestões e até imposições foram feitas ao público que, em algum momento, observou a lógica capitalista ser invertida, deixando de ser um consumidor passivo tornando-se um consumidor ativo com direitos e opiniões sobre os produtos, (Canclini, 1995). No campo da comunicação, reconhecemos que, à medida que as tecnologias avançam e surgem novas ferramentas comunicativas, a sociedade discute o fim das tecnologias utilizadas anteriormente. Todavia, mesmo com essas mudanças, a televisão continua desempenhando um papel significativo, oferecendo ao público experiências e possibilidades de interação midiática. Como conclusão foi observado que mediante as várias possibilidades permeadas pelas novas tecnologias a multiplicação de plataformas de comunicação para produção e transmissão de periódicos policiais, esses programas encontraram uma forma única de produzir suas matérias e de se comunicar com o seu público, ao qual chamamos de estilo televisivo do telejornalismo policial, tendo em suas configurações básicas o uso da polêmica, do sensacionalismo e da espetacularização e que atendem a demandas informativas geradas pelas dinâmicas sociais.Tese Das raízes de Poço Limpo a Ielmo Marinho: representações identitárias do ielmomarinhense a partir dos discursos midiáticos presentes no YouTube(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-07-02) Fernandes, Gustavo dos Santos; Sousa, Jorge Pedro de; Kneipp, Valquiria Aparecida Passos; https://orcid.org/0000-0001-5522-6961; http://lattes.cnpq.br/6752069973644466; https://orcid.org/0000-0002-5727-7065; http://lattes.cnpq.br/2948058968555839; Nobre, Itamar de Morais; Gomes, Marcelo Bolshaw; https://orcid.org/0000-0002-8227-3672; http://lattes.cnpq.br/4277715352803619; Lima, Maria Erica de OliveiraAo refletir sobre as mídias contemporâneas e sua facilidade em produzir e consumir conteúdo dentro do ciberespaço, observa-se que existe a possibilidade desse fluxo estar influenciando a representação identitária local, em especial a identidade do município de Ielmo Marinho no Rio Grande do Norte. Assim, existe nesse intercurso uma importante lacuna para investigação, no que diz respeito a identificação e construção da identidade do ielmomarinhense. Nesse sentido, ao constatar a acessibilidade e a expansão do YouTube, como uma mídia alternativa, bem como as escassas informações e pesquisas pertinentes ao município de Ielmo Marinho, verificou-se a relevância de investigar a possível relação entre os discursos midiáticos no YouTube e as representações identitárias desse município. Dessa forma, o presente estudo de doutoramento teve como objetivo geral perceber e descrever as representações identitárias do ielmomarinhense, conforme estão plasmadas nos discursos midiáticos por meio do YouTube (envolvidos no ciberespaço), que estamparam o espaço social do município entre os anos de 2009 a 2018. Com o intuito de auxiliar no alcance desse objetivo central, autores como Hall (2011); Silva (2014); Woodward (2014); Chartier (1990; 1991); Canclini (1998; 2008); Castells (1999a) e Pollak (1992) foram os balizadores teóricos desse estudo, para as discussões em termos de identidade, diferença e representação, enquanto que para os apontamentos acerca das investigações midiáticas no YouTube e as noções conceituais do ciberespaço, tomou-se como base Gibson (1984), Lévy (1996; 2000), Lemos (2002; 2009; 2015), Castells (1999b; 2003), Burgess e Green (2009). Como estratégia para desenhar o percurso metodológico, este estudo, diante dos seus objetivos propostos se classifica como uma pesquisa de caráter exploratório-descritivo, pautada na abordagem qualitativa, sob o suporte do viés quantitativo. Para organização e posterior análise dos materiais, o estudo norteou-se a partir de dois procedimentos técnicos distintos, inicialmente utilizouse o método histórico e etnográfico, para a reconstrução da história de Ielmo Marinho, em que foram realizados estudos a partir dos documentos que retratam a história do município a luz de Santos (2015) e Fernandes (2013; 2018). Em um segundo momento, como auxílio a identificação do objeto de estudo, que foram os discursos midiáticos presentes no YouTube, utilizou-se a etnografia virtual (on-line) em congruência com estudos estatísticos. Com isso, a pesquisa obteve como corpus de análise uma amostra de 163 vídeos publicados no YouTube entre 2009 e 2018. Os materiais apreendidos foram analisados e interpretados a partir da análise de conteúdo de Bardin (2011). Nesse sentido, com relação aos resultados encontrados, observou-se que no município de Ielmo Marinho habitam tantas representações identitárias no que se convencionou de identidade ielmomarinhense que por vários motivos ela não é construída a partir de um discurso homogêneo, caracterizando-a como uma identidade híbrida. A mesma é caracterizada por elementos que se associam as características rurais do município, suas festividades religiosas, a economia local voltada ao abacaxi e o envolvimento de agentes públicos em casos de corrupção. Sendo assim, este estudo identificou que os discursos midiáticos presentes no YouTube podem sim participar da configuração do espaço social, atribuindo valores e criando sentido para a representação identitária do ielmomarinhense.Tese E sobre esta rede edificarei a minha igreja: as processualidades midiatizadas na produção de conteúdo dos pregadores de internet enquanto influenciadores digitais da fé(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-30) Silva, Odlinari Ramon Nascimento da; Costa, Luciana Miranda; Martino, Luís Mauro Sá; https://orcid.org/0000-0003-1928-5467; http://lattes.cnpq.br/4303555424897191; Lemos, Daniel Dantas; Lacerda, Juciano de Sousa; Karhawi, Issaaf Santos; Cunha, Magali do NascimentoCom as mudanças sóciotecnológicas da sociedade, o campo religioso foi se constituindo midiaticamente enquanto uma ambiência de novas formas e vínculos de religiosidades. E o seu processo de midiatização adquiriu protagonismo, não apenas pelo uso instrumental de dispositivos midiáticos, mas por fazer dessas novas formas de vínculos de natureza religiosa fenômenos que ocupam o centro de interesse de pesquisadores da área de mídia e religião. Reiterando a expressão de Braga (2008), é “preciso desentranhar o comunicacional” dos fenômenos pesquisados. E foi essa a nossa tentativa quando nos aprofundamos no recorte da operacionalização metodológica da midiatização da religião, abrindo outros possíveis caminhos a partir daqueles já construídos pelos pesquisadores da área. Sabendo que os processos midiáticos não são simples resultados de mediação tecnológica de práticas religiosas, pelo contrário, é a partir da ambiência midiática, por meio de suas processualidades midiatizadas, que novas práticas e novas produções de sentido religioso estão em formação. Ao aprofundar o olhar para e no fenômeno da pregação midiática e midiatizada, de modo a não cair na superficialidade das nomenclaturas, dentre elas a “de internet”., tensionamos o uso das expressões “pregadores na internet x pregadores de internet”, constituindo-se como uma nova categoria em ascensão no mercado de pregações evangélicas no Brasil (Côrtes, 2014). O objetivo geral da pesquisa foi o de analisar as processualidades midiatizadas dos pregadores de internet Deive Leonardo e o pastor Antônio Júnior, a partir da produção de conteúdo na plataforma YouTube, de modo a compreender como a midiatização da religião possibilita uma escalada de profissionalização na instância do mercado de pregações evangélicas à influência digital da fé. Chegamos à conclusão de que a produção e a profissionalização de conteúdos evangélicos, a partir do YouTube, institui uma nova categoria no mercado de pregações evangélicas, especificamente midiatizada, com baixa interferência institucional religiosa, deslocada do processo de evangelização cristã organizado pelas instituições religiosas e dissociada do que entendemos quando ouvimos a expressão “pregador que usa a internet para pregar”. Acreditamos que a contribuição mais importante em nossa pesquisa está na identificação da 4ª modalidade do trabalho religioso com recorte no mercado de pregações evangélicas e no aprofundamento das categorias de pregadores na internet e pregadores de internet, identificando aproximações e distanciamentos entre elas.Tese O espalhamento do lar por meio das mídias: comunicação como princípio das novas formas de habitar o mundo contemporâneo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-19) Costa, Ben- Hur Bernard Pereira; Hanke, Michael Manfred; http://lattes.cnpq.br/2211623026386163; http://lattes.cnpq.br/9825034841126517; Pereira, Lívia Cirne de Azevedo; https://orcid.org/0000-0002-2904-7182; http://lattes.cnpq.br/5512139880539951; Souza, Daniel Rodrigo Meirinho de; https://orcid.org/0000-0002-4658-5556; http://lattes.cnpq.br/9921846039591174; Cordeiro, Renato Medeiros; http://lattes.cnpq.br/3629107596043555; Maia , Francisco Jadson Silva; https://orcid.org/0000-0003-0148-3975; http://lattes.cnpq.br/0792093393169076O lar é um fenômeno antropológico e espacial, resultado da identificação do sujeito com o lugar. Para Alfred Schütz (1979), o lar é o marco zero sobre o território, de onde partimos e para onde queremos retornar, e sua produção se dá à medida em que o habitamos. Assim, se habitar é condição da existência humana (Heidegger, 2006), o lar é uma possibilidade para qualquer pessoa, desde que a sua relação com o espaço seja constante e mutuamente constituinte. As tecnologias de informação e comunicação (TICs), por sua vez, não mais são percebidas como meros objetos dispostos na superfície do planeta, mas sim como elementos que compõem e dinamizam a natureza (Santos, 2013). Nesta tese propomos quatro postulados que descrevem e explicam como o sistema-lar é produzido, praticado e acessado na contemporaneidade, por meio de três eixos teóricos-conceituais: a) as propriedades das mídias - que, para Flusser (1992), tensionam a estrutura do espaço privado; b) a midiatização do mundo da vida - que transforma as interações em sociedade (Sodré, 2002; Hjarvard, 2012) e c) a projeção das identidades no espaço habitado, realizada pelas mídias, que fornecem aos indivíduos uma experiência de habitar nômade. Com isso, defendemos que o lar se espalha sobre o território a partir de uma relação comunicacional entre humanos e espaços constituídos pelas mídias.Tese Essas crianças que dançam e brincam na tela: midiatização e o engendramento de infâncias contemporâneas pelo Instagram(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-28) Araújo, Emily Gonzaga de; Lacerda, Juciano de Sousa; Pavan, Maria Ângela; http://lattes.cnpq.br/2258546985285753; https://orcid.org/0000-0002-0876-377X; http://lattes.cnpq.br/9310055597414010; https://orcid.org/0000-0001-5730-904X; http://lattes.cnpq.br/1198937163531489; Aires, Janaine Sibelle Freires; Faxina, Elson; Fonsêca, Mayara de Sousa Guimarães; Foletto, RafaelO presente trabalho aborda as diversas imagens de infância postas em circulação no âmbito das redes sociais digitais (Recuero, 2018; Recuero; Bastos; Zago, 2020), especificamente na plataforma Instagram, a partir de um estudo de caso de três perfis infantis, notadamente de crianças ali representadas como influenciadoras digitais mirins (Abidin, Karhawi; 2021; Bareta, 2021; Jorge, Marôpo, Nunes, 2018); objetiva-se assim compreender de que maneira essas imagens fomentam perspectivas específicas acerca da construção social da infância no contexto digital; assinalamos uma conjuntura de franca midiatização (Fausto Neto, 2008; Santi, 2016; Sodré, 2002), no qual as mídias adquiriram um reforçado sentido de janelas para o mundo, ordenadoras da vida cotidiana; estamos concebendo a relação dos sujeitos infantis com os meios e sua cultura pelo viés do consumo simbólico (Canclíni, 1999; Silverstone, 2005), de modo que os elementos midiáticos dos quais o indivíduo se apropria entrelaçam-se com outros de sua experiência (Martín-Barbero, 2006); tensionamos uma aproximação teóricometodológica que supere o maniqueísmo em relação às crianças (Buckingham, 2012a), tomando-as como ativas e competentes no processo; tratamos da infância como uma construção social e também categoria estrutural e analítica, corroborando a visão de que não há uma criança “universal” ou “natural”, mas sim uma pluralidade de formas de ser criança e de viver o tempo da infância (Sarmento, 2007; Heywood, 2004; Corsaro, 2011); compreendemos a criança como produtora de cultura, as culturas infantis (Barbosa, 2007; Sarmento, 1997); tratamos das mídias enquanto um ente social vinculado às construções de significados, valores e práticas relacionadas à experiência do indivíduo, à tessitura dos modos de vida em sociedade, nas suas diversas esferas de socialização; em termos de metodologia, utilizamos uma abordagem qualitativa, lançando mão das técnicas de pesquisa bibliográfica (Stumpf, 2006) e análise de conteúdo (Bardin, 2011); os perfis analisados são abertos, isto é, acessíveis a qualquer pessoa que esteja dentro do Instagram; nosso corpus foi constituído pela compilação de postagens referentes ao mês de junho de 2023, considerando apenas as postagens do “feed” de cada perfil, de maneira que foram contabilizadas 29 postagens no total; dentre as conclusões, percebemos que as crianças influenciadoras digitais nos possibilitaram visualizar o duplo movimento entre o agenciamento/o empoderamento infantil e a restrição, sobretudo do ponto de vista da intervenção parental, da autonomia no sentido de produzir discursos efetivamente seus, autocentrados; pontuamos acerca da influência enquanto modalidade de trabalho infantil e a necessidade de elaboração de um dispositivo legal para regulamentar essa atividade, de modo a salvaguardar crianças e adolescentes influenciadores da exploração; observamos a questão do brincar performático, da brincadeira midiatizada, onde encontramos as culturas infantis e vislumbramos a ludicidade ressignificada dentro do processo de midiatização; destacamos ainda o predomínio da perspectiva da infância-produto/criança-consumo em detrimento de angulagens outras que privilegiem representações mais plurais e abrangentes de infância, em seus diversos atravessamentos de raça, gênero e nível socioeconômico; tal primazia do consumo possibilitou um avanço no encurtamento entre o mundo dos adultos e o das crianças, uma vez que há muitas similaridades entre os influenciadores digitais adultos e os infantis (nas práticas, na linguagem, na estética dos conteúdos); verificamos a manutenção das desigualdades, à medida que a visibilidade de diversas infâncias possibilitada pela democratização no acesso aos meios de produção não necessariamente se traduz em uma equiparação de oportunidades dentro da ambiência digital; os atravessamentos de raça, gênero e de ordem socioeconômica impactam diretamente nisso.
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