PPGH - Doutorado em História
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52437
Navegar
Submissões Recentes
Tese O campo maçônico na Província do Rio Grande do Norte: a atuação de comerciantes, bacharéis, fazendeiros, militares e padres na Maçonaria e na política entre os anos de 1867-1875(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-28) Sousa, Kleber Cavalcante de; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-1202-0231; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; http://lattes.cnpq.br/9558205660533614; Santos, Magno Francisco de Jesus; Camarinhas, Nuno Miguel de Morais Pestana Tarouca; Fagundes, José Evangelista; Galves, Marcelo Cheche; Dantas, Mônica DuarteA Maçonaria foi uma das instituições presentes na sociedade do Oitocentos, tendo uma atuação comprovada na vida política e social brasileira e configurou-se como um campo social, ao reunir e aproximar homens de diversas visões políticas e sociais, o que contribuiu para articular o diálogo e favorecer os acordos e articulações entre esses homens. As lojas maçônicas eram compostas por bacharéis, comerciantes, fazendeiros, militares e padres que se reuniam, periodicamente, sob a proteção do segredo e dos juramentos da ordem, de modo a poder atuar com maior liberdade política naquela sociedade monárquica. No Rio Grande do Norte, a primeira loja maçônica foi fundada em 1836, tendo como membros fazendeiros, bacharéis, militares e padres, ligados a grupos políticos antagônicos na província, e com atuação nos campos da educação, imprensa, justiça, administração provincial e muitos deles com mandatos de deputados provinciais. Ao ocupar esses espaços faziam política e utilizavam dos meios disponíveis para manter ou melhorar as suas posições nesses campos, de modo a conquistar o domínio dos campos, a fim de aumentar o seu poder político na província. Na segunda metade da década de 1860, a Maçonaria do Rio Grande do Norte vivenciou um momento de fortalecimento, com a fusão de duas vertentes antagônicas que se uniram e fundaram a Loja Maçônica 21 de Março, com mais de 50 membros atuantes naquele momento. Essa ação garantiu uma maior coesão ao campo maçônico e uma melhor capacidade para enfrentar o conflito com a Igreja Católica, desencadeada na década seguinte e conhecida como a “Questão Religiosa”. E foi durante a primeira metade da década de 1870 que se identifica uma importante presença de maçons em diversos campos da sociedade, inclusive estando em posições de domínio do campo político e da imprensa, utilizando esse poder para fortalecer as suas redes e articulações, que eram uma das grandes forças da organização maçônica no século XIX. Desta feita, o Campo Maçônico configura-se como um campo social e um campo de poder na província do Rio Grande do Norte, de modo a contribuir com o fortalecimento de grupos políticos e familiares em posições de poder, tais como a presidência da Assembleia Provincial, vice-presidência da província, juízes municipais, promotores, chefes de polícia, diretor de instrução, entre outros cargos na administração provincial.Tese "Ninguém vai sair!": ocupações, despejos e luta por moradia em Fortaleza (1979-1987)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-10-29) Barros, Angerlânia da Costa; Pereira, Henrique Alonso de Albuquerque Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-5720-5942; http://lattes.cnpq.br/9609541796507055; https://orcid.org/0000-0002-5415-9178; http://lattes.cnpq.br/0891972942057807; Santos, Magno Francisco de Jesus; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; Brum, Mário Sérgio Ignácio; Maupeou, Samuel Carvalheira deA pesquisa tem por objetivo analisar como os moradores pobres de comunidades precarizadas se organizaram e reagiram contra a erradicação de seus locais de moradia, a partir das investidas dos administradores urbanos de Fortaleza que persistiam em (re)criar medidas para controlar o uso do espaço urbano pelas pessoas menos favorecidas da capital cearense, entre os anos de 1979 e 1987. Não intencionamos abordar todos os processos ocorridos durante este período proposto, mas sim perceber as estratégias utilizadas tanto pelas lideranças comunitárias quanto pelos governantes na luta pelo direito à cidade. Para tanto, problematizamos em que medida os movimentos sociais conseguiram reverter decisões políticas e judiciais de despejo e de remanejamento de moradores para conjuntos habitacionais e conquistaram melhorias nas condições de moradia dos mais pobres. Assim, usamos como fontes, notícias dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, relatórios municipais sobre o Programa de Assistência às Favelas, atas da Federação de Bairros, entrevistas com moradoras do Lagamar, bem como dois dos principais representantes e organizadores da luta pela moradia, o Padre Manfredo de Araújo e o político Inácio Arruda. Utilizamos, ainda, uma consistente bibliografia sobre a temática. A partir do cruzamento e do confronto entre as fontes, este estudo apontou que a conquista de permanecerem em seus locais de moradia ocorriam devido à força dos mediadores e à falta de planos governamentais para as áreas disputadas.Tese "Às intelectuais femininas da terra!": mulheres, imprensa e escrita no Rio Grande do Norte (1914-1929)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-19) Silva, Maiara Juliana Gonçalves da; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; https://orcid.org/0000-0003-2026-9173; http://lattes.cnpq.br/4363170536762643; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; Nogueira, Nathália Sanglard de Almeida; Luca, Tânia Regina deO objetivo deste estudo é analisar a formação de um campo intelectual feminino no Rio Grande do Norte, entre o final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Entendo o conceito de escrita feminina (écriture féminine) não simplesmente enquanto falas enunciadas por mulheres, mas escritos que foram marginalizados, dissidentes, transgressores. Durante o fim do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, o movimento intelectual norte-rio-grandense se intensificou, principalmente por causa da emergência de jornais e de revistas que veicularam literatura em suas páginas. Mais do que os livros, foi a imprensa periódica o primeiro veículo da produção literária feminina. Nele, as mulheres escreveram poesias, charadas, ensaios, artigos, crítica literária, entre outros gêneros da literatura. Nos jornais e nas revistas, as escritoras norte-rio-grandenses também publicizaram, por meio de suas escritas, questões referentes às mulheres, chamados de assuntos sobre a emancipação feminina, isto é, temas que abordavam os seus direitos ao acesso à educação feminina, à profissionalização feminina e, por fim, à participação política. Situando este estudo no campo da história social e cultural das mulheres, essa pesquisa pretende responder às seguintes questões: Quem eram essas escritoras potiguares? Por que elas escreveram? Como o gênero atravessou a sua prática da escrita no Rio Grande do Norte? Que tipos de articulações essas mulheres foram capazes de construírem? Quais foram seus mecanismos de uma inserção transgressora no campo intelectual norte-rio-grandense? E, finalmente, que tipo de atuações essas intelectuais desenvolveram nos espaços públicos das cidades?Tese 2013 e a ofensiva neoliberal contra o Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-03) Damasceno, Claudionor Almir Soares; Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreira; https://orcid.org/0000-0003-0778-4031; http://lattes.cnpq.br/9840632250442779; http://lattes.cnpq.br/5106204122022478; Pereira, Henrique Alonso de Albuquerque Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-5720-5942; http://lattes.cnpq.br/9609541796507055; Santos, Magno Francisco de Jesus; Oliveira, Tiago Bernardon de; Costa, José Jonas Duarte daEsta tese é uma análise crítica das manifestações ocorridas no Brasil em junho de 2013. Nossa problemática emergiu da percepção do caráter amplamente contraditório daqueles protestos, todavia ainda apresentados e defendidos numa única perspectiva, a de rebelião progressista que teria se metamorfoseado em pia batismal da direita brasileira. Utilizando como chave de leitura o materialismo histórico-dialético, sua categoria de totalidade, seu historicismo e humanismo e sua concepção dialética de contradição, buscamos ultrapassar a aparência daquele fenômeno histórico, situando-o em meio ao acirramento das disputas geopolíticas em curso no planeta desde o início do século XXI, quadro agravado com a crise de 2008. Recorremos a fontes primárias e secundárias, além de entrevistas e ampla bibliografia para desenvolver nossa análise. Interpretamos a realidade social como um processo histórico que se desenvolve através da luta de classes, assim como da luta entre as nações, com centralidade da categoria trabalho e das contradições entre o capital e o trabalho. A categoria leninista de imperialismo nos possibilitou entender a materialidade das nações e a dialética contraditória do desenvolvimento desigual e combinado entre o Norte e o Sul Global, que hoje se reflete no processo paulatino de deslocamento do centro da economia mundial em direção à Ásia e consequente agravamento da crise capitalista. A tentativa do bloco imperialista de reverter esse desenvolvimento ocorre mediante uma política ofensiva de imposição de receitas neoliberais que possibilitem aumentar as transferências de riquezas do Sul para o Norte Global. Com esse objetivo, utilizam as guerras econômicas na forma de sanções de todos os tipos, as guerras jurídicas, as pressões monetárias, assim como uma política de mudança dos governos que lhes são inconvenientes recorrendo às guerras por procuração e as revoluções coloridas e twittadas. Constatamos que as novas Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs), as Fundações Filantrópicas e as Organizações Não Governamentais (ONGs), estão entre as ferramentas utilizadas nestas ações. Nossa tese é de que aquele processo de ebulição política que se espalhou por diversos países do Norte da África e da Ásia Ocidental a partir de 2010, reverberou no Brasil através dos mesmos mecanismos e ferramentas de “mudança de regime”, produzindo, aqui, a “revolução twittada” de junho de 2013 e resultando na ofensiva neoliberal que tem agravado a situação do nosso país desde então.Tese A necropolítica no município do Crato: o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto e o Campo de Concentração do Buriti na década de 1930(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-26) Albuquerque Filho, Ronald de Figueiredo e; Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreira; https://orcid.org/0000-0003-0778-4031; http://lattes.cnpq.br/9840632250442779; https://orcid.org/0000-0001-5904-0056; http://lattes.cnpq.br/3957089741074082; Acipreste Sobrinho, Djamiro Ferreira; Maia, Ligio José de Oliveira; Santos, Magno Francisco de Jesus; Conceição, Maria Telvira daA presente pesquisa tem como temática a formação de dois espaços que, com iniciativas diferentes em sua organização e seus objetivos, tiveram em comum o agrupamento de pessoas que migravam de suas terras natais e de origem sertaneja, descendentes de indígenas e africanos, para o município do Crato, no interior do estado do Ceará. Estamos falando da comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, criado em 1926 e destruído por ações do Estado em 1938, e do Campo de Concentração do Buriti criado durante a seca de 1932 e tendo suas atividades finalizadas em 1933. Objetivamos com esse estudo, analisar as relações de exclusão, controle sobre os corpos e de permissão à morte destas pessoas que migravam para o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto e para o Campo de Concentração do Buriti na década de 1930. Desse modo, as perguntas norteadoras propostas são: o que levou o Estado a confinar em um espaço fechado e criar regras disciplinares de controle para pessoas que migravam do campo para a cidade? O que levou o Estado a destruir uma comunidade coletiva e autônoma no interior do estado do Ceará? Por que tais territórios foram estabelecidos no município do Crato? O que levou tantas famílias a saírem em êxodo para esta cidade? Como chegavam às pessoas da zona rural as informações sobre Caldeirão e o Campo do Buriti? Como estavam sendo simbolizados estes espaços pelos agentes do Estado, imprensa, população em geral e pelos próprios retirantes? Estudar esses dois espaços é estudar a história dos sertanejos e sertanejas que migravam, seja para um espaço também rural onde poderiam ter outras formas de existência em que os trabalhadores e trabalhadoras usufruem do seu próprio trabalho, o que não acontecia nas propriedades onde os fazendeiros mantinham uma relação de posse da terra visando o mercado e a mercadoria; seja migrando para a cidade para também buscar uma nova forma de vida diferente daquela que estes trabalhadores e trabalhadoras estavam habituados na zona rural. Desse modo buscamos analisar fontes diversificadas que possibilitem um debate amplo sobre os espaços que por ora investigo. Dentre as fontes analisadas estão: a) as produções dos memorialistas; b) os jornais da época, tais como o Diário de Pernambuco e o jornal O Povo; c) o discurso oficial de Getúlio Vargas encontrado em relatórios oficiais ou reproduzidos em outros meios, tais como jornais, revistas e livros; d) as entrevistas feitas com remanescentes e outros conhecedores da história desses dois espaços, algumas destas entrevistas foram feitas por mim, já outras foram encontradas em obras acadêmicas e mesmo em documentários; e) o Boletim de Eugenia produzido entre os anos de 1929 e 1933; f) o relatório de diligências de Caldeirão. Para a análise dessas fontes, e nos dando uma perspectiva inteligível, levamos em consideração conceitos como os de racismo, necropolítica, biopoder e estado de exceção. Desse modo, faremos uma discussão teórica partindo de autores como Achille Mbembe, Michel Foucault e Giorgio Agamben, não de forma isolada em um capítulo destinado para isso, mas ao longo de todo o texto, contribuindo com a análise das fontes e nos levando a uma perspectiva de compreensão destes eventos.Tese Entre o litoral e o sertão: Mauro Mota e seus espaços de experiência (1940-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-19) Silva, Maria Samara da; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; https://orcid.org/0000-0003-1774-6709; http://lattes.cnpq.br/6091947520643987; Santos, Magno Francisco de Jesus; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; Teixeira, Flávia Weinstein; Amaral, Tércio LimaA presente tese tem como objeto de estudo a trajetória intelectual e a produção escrita do pernambucano Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (1908-1983). Considerando aqui uma obra vasta e diversa produzida durante as décadas de 1940 a 1970, esta pesquisa teve por objetivo principal analisar este acervo, tendo como foco as relações entre esse intelectual e os espaços, compreendendo como Mauro Mota afeta e é afetado por estes em suas dimensões sensoriais, bem como os desdobramentos culturais que surgem dessas interações. Assim, no conjunto da obra deste autor verificaram-se as espacialidades: a cidade do Recife, o sertão a cidade Nazaré da Mata. Além de tratar nas relações com os espaços, este estudo dedicou-se a como essas relações interferem no posicionamento de Mota, enquanto membro de um campo intelectual nordestino, ou seja, queremos demonstrar como a maneira deste autor visualizar e representar os espaços citados esteve diretamente ligada às suas manobras dentro do seu campo intelectual e na sua relação com as esferas do poder político e econômico, no período de atuação como chefe de instituições culturais como a Fundação Joaquim Nabuco, a Academia Pernambucana de Letras e no Diário de Pernambuco. Para realizar essas duas tarefas, utiliza se um acervo pessoal de obras do autor além de fontes disponíveis no acervo de Mauro Mota na Fundação Joaquim Nabuco e no acervo digital do Diário de Pernambuco da Hemeroteca Nacional. Como perspectiva metodológica utiliza-se a análise do discurso via Michel Pêcheux para análise dos textos de Mota. Utilizamos também Pierre Bourdieu para mapear e analisar o percurso de Mota dentro do campo intelectual. Ao tratar da relação entre sujeito e espaços, esta investigação busca relacionar categorias como lugar, paisagem, cartografia literária, natureza topofilia e campo intelectual.Tese Na tua cor tem luta: a luta anticolonial em Angola e os espaços do narrar de Mário Pinto de Andrade (1928-1990)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-31) Teixeira, Rannyelle Rocha; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; https://orcid.org/0000-0002-1998-384X; http://lattes.cnpq.br/4503843318957815; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952; Domingos, Susana Isabel Marcelino Guerra; Silva, Mairton Celestino da; Rocha, Olívia Candeia LimaA proposta da tese é produzir uma nova visão sobre o colonialismo português em Angola a partir da perspectiva do intelectual Mário Pinto de Andrade e sobre os espaços pelos quais circulou em vida. Meu objetivo é abordar o tema na contramão da visão dominante, comprometida em apresentar o processo de descolonização que parte da trajetória do escritor, político e ensaísta Mário Pinto de Andrade. Esta tese inicia a partir das primeiras vivências coloniais de Mário Pinto de Andrade (1928) até sua morte em 1990. Durante esse período Angola viveu as facetas do colonialismo português. A cidade de Luanda se apresenta como um espaço em que se concentrava populações mestiças, negras e pelos brancos o que provocou um aumento da segregação racial e social. Nessa conjuntura, Mário Pinto de Andrade assume um lugar privilegiado por pertencer a uma das famílias tradicionais de Luanda. Por esse motivo Mário Pinto de Andrade tem a oportunidade de estudar na metrópole portuguesa - Lisboa. E é em Portugal que os novos laços de amizade, os novos espaços de sociabilidades contribui para o seu crescimento intelectual e revolucionário. Mário Pinto de Andrade deixa Portugal e parte para Paris que passa a ser um espaço territorial cheio de significados. Sua participação na Présence Africaine representava uma nova forma de pertencer a um novo mundo que promova a entrada do homem africano. Ao lado dos acontecimentos pessoais, do processo de desterritorialização afetiva de Angola, Mário Pinto de Andrade vive a onipresença e a dissidência do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA). Mário Pinto de Andrade vive os conflitos identitários no contexto da luta de libertação nacional, sendo elas, a luta pela independência de Angola e a Revolta da Ativa, em 1974. Ao passo, que se viu silenciado ou preferiu silenciar dentro do seu eterno exílio. Todo esse contexto histórico está inserido no Pós Segunda Guerra Mundial. A abordagem metodológica de leitura, análise e investigação dessas fontes dar-se-á por meio do método cartográfico, em particular, utilizando-se da abordagem de Suely Rolnick. Para melhor articulação desta pesquisa, será mantido diálogo com as proposições teóricas de Yi-Fu Tuan, Luís Alberto Brandão, Elizabeth Jelin e Maurice Agulhon.Tese “De fato, eles punham os deveres para com os deuses acima dos deveres para com os homens": paisagem religiosa na Esparta do Arcaico ao Helenístico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-27) Silva, Cleyton Tavares da Silveira; Vasques, Márcia Severina; https://orcid.org/0000-0002-3633-143X; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; https://orcid.org/0000-0001-7876-0497; http://lattes.cnpq.br/6301794399679685; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Baptista, Lyvia Vasconcelos; Ribeiro, Márcia Cristina Lacerda; Silva, Maria Aparecida de OliveiraEsta tese visa entender por meio de que processos e ações foi viável construção, desenvolvimento e manutenção de uma Paisagem Religiosa em Esparta, entre os séculos VIII e III a.C., tendo como ação intermediadora a linguagem religiosa, essencial à composição da pólis, por meio de seus ritos, rituais, procissões e cultos. Tal operação procurava estabelecer a coesão social através de uma Identidade Religiosa entre os habitantes da Lacônia, principalmente aqueles que residissem na Planície de Esparta, onde estavam dispostas as ôbai, as vilas formadoras da pólis. Para tanto, lançaremos mão tanto da observação dos registros literários disponíveis, como Heródoto, Tucídides, Xenofonte, Plutarco e Pausânias. Da mesma forma, esta pesquisa se debruça sobre a cultura material proveniente dos sítios arqueológicos escavadas no lócus da antiga Esparta, essencialmente, os vestígios dos santuários dispostos ao redor das ôbai espartanas, procurarando rastrear nesta documentação traços, características que demarcassem as singularidades dos antigos habitantes de Esparta. Para a efetivação de tal empreitada, esta tese analisa um quadro geral mais amplo, articulado à compleição da religiosidade espartana, seus festivais e cultos, aos santuários de Ártemis Orthia, Atena Chalkíoikos, Menelaion e Amiclaion.Tese Eu fiz para ti: os aportes de Ramessés III (1187-1157 AEC) para o desenvolvimento da paisagem memorial tebana no Egito Antigo da XX dinastia(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-28) Fabrício, Arthur Rodrigues; Vasques, Márcia Severina; https://orcid.org/0000-0002-3633-143X; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; https://orcid.org/0000-0002-8813-8260; http://lattes.cnpq.br/6278772372915459; Langer, Johnni; Baptista, Lyvia Vasconcelos; https://orcid.org/0000-0001-5887-7831; http://lattes.cnpq.br/1774502381871781; Silva, Luiza Osório Guimarães da; Silva, Thais Rocha daA antiga cidade de Tebas, localizada no Alto Egito, foi uma das cidades mais importantes de toda a história deste país. De capital administrativa e religiosa do Egito, ao lar de Âmon-Rê, passando por local de enterramento dos monarcas do Reino Novo (1539-1077 AEC), ela assumiu e comportou diversas atribuições e significados, com grande destaque para a construção de dezenas de templos nas duas margens do Nilo - erigidos ao longo de sua milenar existência - que, dentre outras funções, perpetuavam as memórias dos faraós que ali atuaram. Esta tese tem por objetivo analisar o aporte monumental de Ramessés III (1187-1157 AEC), segundo rei da XX dinastia (1190-1077 AEC), a este lugar, compreendido como uma paisagem memorial tebana, em constante devir e coletivamente elaborada. Para tanto, propõe-se investigar a existência desta paisagem memorial em longa duração, dos primeiros indícios de ocupações locais ao final da XIX dinastia (1292-1191 AEC), de maneira a identificar a gênese e as principais características desta paisagem propagadas no decurso de vários séculos. A partir deste contexto, de forma a perscrutar as contribuições individuais do terceiro Ramessés ao desenvolvimento da paisagem memorial tebana, parte-se de um grande escopo documental, composto por documentos escritos, sobretudo o Papiro Harris I, e materiais, como, por exemplo, os próprios monumentos edificados pelo rei. Uma vez delimitada a extensão do envolvimento do monarca, busca-se aferir, por meio dos relevos parietais que decoravam seus monumentos, o cerne das memórias que Ramessés III desejava propagar, intencionalmente, por toda a eternidade.Tese Um navio de papel com emigrados que me dizem adeus: a geografia literária de Teixeira de Pascoaes e a crise dos espaços em Portugal (1877-1928)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-27) Silveira, Cid Morais; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; https://orcid.org/0000-0003-3166-614X; http://lattes.cnpq.br/5434753825771874; Brito, Fábio Leonardo Castelo Branco; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Ramos, Francisco Régis Lopes; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757Esta tese se propõe a analisar a relação entre o poeta português Teixeira de Pascoaes e os espaços que aparecem em sua obra, articulando-a com uma crise que atingia dados espaços na sociedade portuguesa entre o fim do século XIX e início do século XX. Meu objetivo é analisar as dimensões simbólicas – imagens, significados e valores - construídas e agenciadas pelo discurso literário de Teixeira de Pascoaes e como esse discurso enuncia e constrói paisagem afetivas e saudosas da casa, da montanha, das aldeias, das cidades. Na contramão dos estudos que tendem a reduzir a obra de Pascoaes a uma expressão do Saudosismo, a uma literatura da ausência ou uma filosofia da saudade, desejo inaugurar uma outra forma de interpretação, e é aqui onde se encontra a tese central deste trabalho: pensar a poética do espaço em Pascoaes como uma literatura de resistência a um processo de desterritorialização sofrido por grande parte da população de Portugal no período destacado. Ao lado de acontecimentos traumáticos, de desestabilizações sociais, políticas e econômicas, surgiu o que chamo de crise dos espaços, ou seja, uma quebra do vínculo entre dados grupos sociais e a terra, o desenraizamento coletivo do lugar natal, um movimento de afastamento e uma perda de controle das territorialidades individuais e coletivas, provocada pelos tempos de crise e pelo avanço da modernidade capitalista e burguesa. Cultivo a hipótese de que a figura de Pascoaes, juntamente com sua geografia poética, representa um desejo de luta frente a esse processo, fazendo justamente o movimento contrário: o sujeito que retorna à aldeia onde nasceu e à Casa de Pascoaes, em ruínas, para reconstruí-la e lá viver até o resto de sua vida, à beira da montanha.Tese "Entrada dos palmares e sossego dos Tapuias do Rio Grande": as guerras de conquista dos sertões das Capitanias do Norte do Estado do Brasil (1654-1716)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-27) Silva, Tyego Franklim da; Maia, Ligio José de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-9683-1965; http://lattes.cnpq.br/3637992585281501; https://orcid.org/0000-0003-0113-9058; http://lattes.cnpq.br/2997280658761701; Curvelo, Arthur Almeida Santos de Carvalho; Morais, Ana Lunara da Silva; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; https://orcid.org/0000-0002-5967-7636; http://lattes.cnpq.br/8883637703704518; Vainfas, RonaldoA segunda metade do século XVII na América portuguesa foi marcada por uma conjuntura bélica que tinha como principal intento a efetiva conquista das porções mais interioranas das capitanias. Após a expulsão dos holandeses, em 1654, a pauta militar das principais instituições da governança voltou-se para as mobilizações bélicas em duas fronteiras: os mocambos da região dos Palmares, na capitania de Pernambuco; e os sertões das capitanias do Rio Grande, Paraíba e Ceará, onde os indígenas “bárbaros” eram um obstáculo ao avanço da colonização. Tais guerras de conquistas aconteceram praticamente de forma simultânea, com dispêndio de tropas e recursos para ambas as frentes de conquista. Não era incomum que sujeitos atuassem nas duas fronteiras, de forma alternada, objetivando alcançar seus interesses pessoais, agregando serviços à Coroa que poderiam ser convertidos em mercês régias. Esta tese tem por objetivo analisar o processo de consolidação da região colonial das Capitania do Norte do Estado do Brasil a partir das guerras de conquista dos sertões, a saber: as Guerras dos Palmares e a chamada “Guerra dos Bárbaros”. Tomar-se-á as ações de indivíduos e instituições diretamente ligados aos movimentos de conquista dos territórios como norteadores das análises, buscando compreender, principalmente, quais as suas motivações e intervenções nos processos de conquista, no intervalo que se estende de 1654 e 1716. Para tanto, foram consultados conjuntos documentais diversificados, tais como o Arquivo Histórico Ultramarino, a Coleção Documentos Históricos da Biblioteca Nacional e a Coleção Conde dos Arcos, que, por meio do método serial e quantitativo, foram cruzados com informações previamente conhecidas dos dois eventos estudados, de forma a expandir a compreensão existente sobre os pormenores das guerras de conquista.Tese Entre o rio e o mar, Rocas: de bairro sinônimo de inferno a bairro da tradição e da cultura popular (1900-1950)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-20) Bentes Filho, Giovanni Roberto Protásio; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; https://orcid.org/0000-0001-8152-4989; http://lattes.cnpq.br/7176469527868882; Torquato, Arthur Luís de Oliveira; Oliveira, Iranilson Buriti de; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451A presente tese propõe analisar, de uma maneira geral, o processo de desenvolvimento urbano da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, durante a primeira metade do século XX, privilegiando nas análises uma parte significativa desse conjunto urbano, o bairro das Rocas, a fim de evidenciar as fraturas e os desequilíbrios presentes nesse processo. A partir da leitura e crítica das fontes (jornais, relatórios governamentais, leis, decretos, fotografias, literatura, relatos memorialísticos) assim como pela produção historiográfica sobre o tema da história urbana de Natal, notou-se como, durante o período no qual propostas e projetos modernizadores foram pensados e implementados para a cidade, determinados locais – Ribeira, Cidade Alta e Cidade Nova – foram favorecidos, enquanto outros, situados na zona periférica, como o bairro das Rocas, foram tratados de maneira secundária no tocante à distribuição de recursos e intervenções materiais. Os projetos urbanísticos, bem como a legislação regulamentadora dos espaços, possuíam um caráter segregador e excludente, pois estavam relacionados aos desejos das classes dirigentes de garantir o aformoseamento e a modernização da cidade, ou melhor, de partes dela, daqueles pedaços que serviam como seus espaços de interação e de sociabilidades valorizadas, que se localizavam na zona central. Rocas não fazia parte, pelo menos até meados da década de 1920, dos interesses (políticos e econômicos) dos grupos dominantes. Pelo contrário, Rocas era o espaço da pobreza, da miséria, da doença e do perigo; era o lugar de moradia dos pobres da cidade e da classe trabalhadora, lugar de pescadores, de operários do porto e do complexo ferroviário, de pequenos comerciantes, dos grupos socialmente excluídos, ou melhor, dos incluídos de maneira perversa na sociedade, até ser associado, por volta da década de 1940, ao lugar da tradição e da cultura popular. Em vista disso, a tese defendida no presente trabalho é a de que a forma como os grupos dirigentes trataram o bairro das Rocas durante o processo de modernização da cidade, seja do ponto de vista administrativo ou discursivo, contribuiu para a produção e reprodução de uma dinâmica que resultou em processos de segregação socioespacial, isto é, fazendo com que esse lugar, localizado fisicamente à margem do rio e do mar, figurasse também à margem dos projetos modernizadores e, num certo sentido, também à margem da história.Tese O médico, os músicos e o monstro: Josué de Castro, o Manguebeat e o heavy metal na (re)presentação do Nordeste(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-02) Ramalho, Renan Vinícius Alves; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; http://lattes.cnpq.br/2075584196997606; Paranhos, Adalberto de Paula; Furtado Filho, João Ernani; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757Este trabalho tem como objetivo compreender como se deu a circulação e a transformação das imagens e dos conceitos do romance Homens e caranguejos (publicado em 1965), de Josué de Castro, na década de 1990 em sua relação com os debates sobre as representações espaciais da regionalidade nordestina. Partiu-se de dois pressupostos: o fato de que, em sua ficção, o autor reciclou noções e personagens esboçados em escritos anteriores (desde contos da década de 1930, até suas produções geográficas e sociológicas nas décadas seguintes) bem como aquilo que Castro chamou da dimensão autobiográfica do seu texto literário. A partir disso, primeiramente analisou-se a operação que resultou no romance, em que se observou uma correlação entre as representações espaciais e um sentido pessoal na escrita do autor, de modo a fundamentar o posterior exame das leituras de tais conteúdos pelos sujeitos do nosso recorte. Ao fim, constatou-se que as imagens e os conceitos de Josué de Castro, ao serem recolocados em tempos e espaços distintos, assumiram significados originais e imprevisíveis, rompendo, eventualmente, a consciência do seu vínculo com o autor. A esse respeito, dá-se destaque ao sentido que tais conteúdos assumiram a partir dasleituras realizadas pela exposição Homem-gabiru: catalogação de uma espécie (exibição de fotografias, ilustrações e textos ocorrida em Recife em 1992) e pelo Manguebeat (movimento artístico ocorrido na capital pernambucana na década de 1990, que propunha uma visão sobre a cultura local atualizada e aberta a influências globais). Nessa direção, investigou-se como tais experiências extrapolaram o espaço local, sendo tematizados na imprensa nacional, dando novos sentidos aos conceitos inspirados em Josué de Castro, bem como em circuitos culturais mais amplos, como a cena metal dos EUA, dada sua influência nos álbuns Roots (1996), do Sepultura, e Soulfly (1998), disco de estreia da banda homônima. Foram utilizados como fontes os escritos de Castro periódicos e produções artísticas diversas, como encartes, canções e videoclipes.Tese La tierra de guerra: conquistas, resistências e formação de espaços nos conflitos hispano-mapuches (Reino do Chile, 1541-1626)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-05-29) Rodrigues, Erick Matheus Bezerra Mendonça; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; Márquez, Jaime Valenzuela; https://orcid.org/0000-0002-1202-0231; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; https://orcid.org/0000-0001-6678-2250; http://lattes.cnpq.br/6168920883929890; Maia, Ligio José de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-9683-1965; http://lattes.cnpq.br/3637992585281501; Dias, Thiago Alves; Cruces, Hugo Francisco Contreras; Puerta, Mauricio ArangoTierra de Guerra foi um termo usualmente utilizado nos escritos hispânicos referentes ao Chile colonial. Ele descrevia um espaço de beligerância, onde a guerra funcionava como um constante mecanismo de produção de territórios, entre outros aspectos. A guerra, nesse cenário, moldou uma forma indissiocrática de relação entre os grupos de conquistadores e povoadores espanhóis e os povos indígenas que habitavam o atual território chileno. Destacar-se-iam pela sua resistência os promaucaes, como os chamaram os incas, mas que ficaram mais conhecidos como araucanos ou mapuches, como foram identificados em tempos posteriores. Disso emergem certas problemáticas: em que consistia a Tierra de Guerra? Como era pensada? Como pacificá-la? Qual a importância da persistente resistência indígena na sua manutenção? Que relações político-espaciais engendrava? Entender os conflitos coloniais hispano-mapuches é parte fundamental para ensaiar respostas para essas dúvidas. Começamos, portanto, na gênese desse conflito: as conquistas da América. Foram as ideias ibéricas de expansionismo, religião, direito, guerra e relação com o outro que permitiram que alguns fidalgos chegassem tão longe quanto Pedro de Valdivia à Nueva Extremadura. A partir daí, passamos a buscar a compreensão dos fatores gerais que levaram à conquista, fixação e formação hispânica de um novo território, o mais austral do seu espraiado império americano: o Reino do Chile, cuja fundação política, em 1541, começou bastante imbricada com a guerra movida contra os grupos indígenas que cercavam à capital Santiago. Sequelado por décadas de constantes conflitos contra uma população indígena dita “rebelada” ou “de guerra”, os espanhóis, distendidos do Copiapó a Chiloé em rincões isolados e cidades sitiadas, tiveram que lidar com um levante indígena de proporções descomunais (1598-1604). A queda e abandono das cidades e fortes ao sul do rio Biobío devido à bem sucedida rebelião araucana foi o marco disruptivo do fracasso espanhol na conquista e pacificação da terra de guerra. Disso desenvolveu-se, no decorrer do século XVII, uma situação fronteiriça muito debatida. A Fronteira seria uma marca indelével dessa realidade colonial, consubstanciada em uma grande variedade de fronteiras de guerra ou de paz: nascia, portanto, um prolongado complexo fronteiriço, marcado pela alteridade, pelos conflitos e pela noção de limite subjacente. Por fim, advém perguntar como os sujeitos históricos pensavam, deliberavam e planejavam alterar, manter ou obliterar a Tierra de Guerra. Perpassamos obrigatoriamente pela ideação e efetivação da guerra defensiva do padre jesuíta Luís de Valdivia, contraposta pela proposta de guerra ofensiva, a fuego y sangre, levada a cabo por vários comandantes e governadores, entre os quais destacou-se Alonso de Ribera. Capitães, jesuítas, vice-reis e líderes indígenas conviviam e digladiavam-se em torno de diferentes projetos políticos para esse espaço. Palco de conflitos históricos centenários, a Tierra de Guerra é parte fundamental das renhidas relações entre espanhóis e indígenas. Altíssona, emite vultosos ecos que são ouvidos até os dias de hoje.Tese O livro didático disputado: uma análise do espaço didático-editorial brasileiro (1995-2016)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-13) Soares, Jandson Bernardo; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; https://orcid.org/0000-0001-8195-5113; http://lattes.cnpq.br/9151962206801002; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Chaves, Edilson Aparecido; Oliveira, Itamar Freitas deO presente trabalho se propõe a investigar como aconteceram as disputas entre o Estado brasileiro e os autores de livros didáticos, entre 1995 e 2016, em torno da constituição de um conceito de livro didático, entendido aqui como um saber-fazer. Nesse sentido, relaciono os documentos produzidos e divulgados pela Associação Brasileira de Autores de Livros Educacionais (ABRALE) e os Guias do PNLD elaborados pelo Estado Brasileiro. Tais produções foram observadas à luz da Análise de Conteúdo, o que possibilitou ampliar a sua leitura para atingir aspectos práticos, psicológicos, históricos, econômicos e sociológicos (Laurence Bardin, 1980), os quais foram adensados a partir de escritos de Jürgen Habermas (1996) e Michel de Certeau (2013), autorizando a observar a linguagem e as práticas no mundo como duas faces da mesma moeda, elementos que dialeticamente comporiam as formas de agir, produzir e se relacionar com a realidade. Por fim, este texto demonstra como as relações entre o Estado brasileiro se desenvolveram a partir de modelos de racionalidades que oscilaram entre um modelo técnico e um comunicativo, ao passo que a avaliação dos livros didáticos e seus procedimentos se configuraram como o principal espaço de disputa, mas também de consenso entre os agentes sociais envolvidos com o livro didático.Tese Nos meandros do arquivo e da história: (des)caminhos da memória nos filmes-ensaio de João Moreira Salles (2007-2017)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-20) Piassi, Vinícius Alexandre Rocha; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; https://orcid.org/0000-0002-4503-8112; http://lattes.cnpq.br/4533930868476468; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Campo, Mônica Brincalepe; Essus, Ana Maria Mauad de Sousa AndradeEsta tese apresenta uma pesquisa sobre as cartografias afetivas construídas com imagens de arquivo nos ensaios documentais de João Moreira Salles, Santiago (2007) e No IntensoAgora (2017). De sua extensa produção como documentarista, roteirista e produtor do cinema brasileiro, destacamos esses dois títulos para compor o corpus principal desta pesquisa por seu cariz autobiográfico e pelos modos como, em cada produção, mobiliza- se um olhar introspectivo para as memórias pessoais do cineasta e para seus dramas familiares, utilizandose de imagens de arquivo à maneira do filme-ensaio. Tais filmes constroem uma perspectiva histórica sobre o passado a partir de uma abordagem que realça a memória e a história, transitando entre as dimensões do privado e do coletivo. Metodologicamente, partindo da análise fílmica, a argumentação remete a apreciação crítica dessas obras a um corpus fílmico expandido que abrange a filmografia do diretor e produções culturais com as quais ela dialoga, bem como a materiais extra fílmicos, como informações adicionais contidas nos DVDs, cartazes de divulgação, entrevistas, ensaios jornalísticos, críticas de cinema, resenhas e artigos impressos e disponíveis na internet. Desse modo, identificamos como o diretor desenvolve em seus últimos filmes a elaboração de memórias autobiográficas, familiares e coletivas por meio do cinema criando narrativas em forma de itinerários, roteiros ou percursos, nos quais a figuração dos espaços como imagem é fundamental para a construção do sentido histórico das experiências narradas.Tese Uma escola da infância: cultura e espaço escolar do Núcleo de Educação Infantil - NEI-CAp/UFRN (1979-2008)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-10) Alvarenga, Thabata Araújo de; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; https://orcid.org/0000-0001-6616-3417; http://lattes.cnpq.br/4507041280158421; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Lima, Solyane Silveira; Manke, Lisiane SiasEsta tese tem como objeto de pesquisa a cultura e o espaço escolar do Núcleo de Educação Infantil (NEI-CAp/UFRN), entre os anos de 1979 e 2008. Utilizamos como referencial teórico para interpretar o NEI o conceito de cultura e espaço escolar, uma vez que professores e crianças, como sujeitos do processo educativo, foram compreendidos em suas ações cotidianas, nas relações que estabeleceram uns com os outros, com o espaço e com os saberes escolares. O estudo pautado nestes conceitos possibilitou-nos discorrer tanto sobre as invariantes estruturais da escola, quanto a responder questões acerca das suas transformações, procurando entender as práticas escolares e questões cotidianas, como forma de apropriação do espaço e do tempo escolar. Nesse sentido, trabalhamos com um escopo documental constituído por documentos de caráter burocrático-administrativo, fotografias, relatos de práticas pedagógicas, narrativas produzidas pelas crianças e publicadas, pelo NEI, nos livros das turmas da alfabetização, bem como teses e dissertações produzidas pelo corpo docente da instituição. A partir de tais fontes procuramos demonstrar como ocorreu o processo de instituição de uma “escola diferente” no âmbito da UFRN e como, no decurso do tempo, processou-se a organização de um espaço que forjou uma cultura escolar calcada no entrelaçamento entre as vivências e experiências infantis, a mediação pedagógica e os saberes historicamente construídos. Além disso, procuramos demonstrar, de um lado, como a cultura escolar proveniente do aprendizado e das descobertas derivadas dos temas de pesquisa e, de outro, a kindercultura e a cultura de massa estiveram presentes no imaginário infantil, tornando-se parte da vivência e da experiência das crianças do NEI. Analisamos, ainda, o cotidiano das relações infantis e a representação, na infância, de temas, tais como: família, maternidade e questões de gênero; vivências e experiências infantis no espaço extraescolar; espaços de sociabilidade infantil; o “mapa dos sentimentos” e as “paisagens do medo”; e, por fim, as percepções acerca do eu, do nós e do outro. Nosso trabalho demonstrou, de um lado, o protagonismo infantil na produção de uma cultura e de um espaço escolar e, de outro, o caráter renovador de uma proposta pedagógica que, fundamentada no método ativo, foi capaz de articular ao fazer pedagógico os interesses, as vivências e a experiência infantil na produção do conhecimento escolar. Tal prática pedagógica fez com que, ao longo de sua trajetória histórica, o NEI se tornasse uma escola de educação infantil paradigmática na cidade de Natal e no estado do Rio Grande do Norte.