PPGH - Mestrado em História
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Dissertação Corpos que falam: mulheres perseguidas, mas não silenciadas pela Ditadura Militar em Pernambuco (1968-1974)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-25) Cavalcanti, Luíza Vieira; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; https://orcid.org/0000-0003-0047-2481; http://lattes.cnpq.br/9609455791933620; Rosa, Susel Oliveira da; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952Este trabalho objetiva discutir sobre o processo de resistência das mulheres diante da Ditadura Militar e quais os principais mecanismos utilizados pelo estado para reprimir os corpos femininos, tanto política como culturalmente, no estado de Pernambuco entre os anos de 1968 e 1974. Dessa maneira, consideramos o corpo como um espaço onde se fundem carnes, físicas, com o subjetivo, impalpável, resultando em seres humanos que são simultaneamente mente e materialidade. Neste espaço se operam relações de poder, gênero e linguagem, e são essas relações que buscamos estudar ao longo da pesquisa. Através dos documentos oficiais, nos concentramos em definir uma amostragem para a realização da pesquisa e a partir dela realizar um panorama de quem eram as mulheres que estavam sob a mira da repressão e de que forma o sistema se empenhou para penalizálas. Apesar disso, apenas o estudo com a documentação não seria suficiente para que pudéssemos alcançar nossos objetivos com o trabalho de pesquisa. Isso porque apenas a partir de relatos seria possível analisar a perspectiva de quem estava do outro lado do documento: as mulheres. Realizamos, portanto, entrevistas com algumas das sujeitas que foram presas e perseguidas durante o período e acessamos testemunhos dados à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e Comissão Estadual Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC). A História Oral permite um movimento de cruzamento entre dados oficiais documentados por órgãos e instituições com tudo aquilo que não foi escrito; os sentimentos, as violências, os pensamentos, as sensações e dores vivenciadas pelos corpos femininos.Dissertação "Verduras frescas com um mágico efeito como se estivessem na horta": as propagandas de geladeiras e os desejos de refrigeração nos lares burgueses cariocas (1928-1940)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-13) Dutra, João Fernando Correia; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451; http://lattes.cnpq.br/6345890565879966; Silva Filho, Antonio Luiz Macedo e; Sales Neto, Francisco Firmino; Viana, Helder do Nascimento; https://orcid.org/0000-0003-3578-870X; http://lattes.cnpq.br/7276445057059197Este trabalho pretende discutir o processo de implantação de geladeiras no ambiente doméstico carioca nos anos de 1928 a 1940. Com o estabelecimento dos ideais de modernização no país, os primeiros locais que puderam vivenciar toda uma série de eventos modificadores no seu cotidiano, foram as grandes cidades brasileiras, em especial o Rio de Janeiro, capital federal. Essas transformações, dotadas de uma dúbia visão entre um futuro promissor e um presente controverso, a luz do progresso e da ciência, resultaram em inúmeras mudanças, desde o ambiente urbano tomando novas formas com as reformas empreendidas pelos agentes públicos, passando pelo cotidiano e os hábitos, até o surgimento de novos meios de comunicação, ou o seu aprimoramento. As invenções e os equipamentos domésticos renovavam-se, e um desses aparelhos, considerada uma das técnicas de conservação mais importantes e usadas até hoje, é a geladeira. Diante desse contexto, traçando um breve histórico sobre essa evolução, buscamos analisar as propagandas deste aparelho elaboradas pelas empresas que fabricavam o equipamento doméstico, utilizando do arcabouço teórico-metodológico encontrado em Meneses (2000) para análises de imagens publicitárias. Concluímos que esses anúncios retratavam o processo de modernização e racionalização do espaço da casa, a partir dos valores relativos ao período da modernidade doméstica, como conforto, simplicidade, saúde, estética e status. Além disso, identificamos os ideais de redução do tempo e do esforço necessários para as atividades do lar, como estratégias persuasivas das propagandas. No decorrer da pesquisa, observamos uma caraterística peculiar relativa às publicidades, que diz respeito ao uso de certos valores sociais e técnicos atribuídos aos gêneros masculino e feminino como forma de categorizá-los.Dissertação Práticas religiosas no Egito greco-romano: o culto de Serápis - Volume I - Texto; Práticas religiosas no Egito greco-romano: o culto de Serápis - Volume II - Corpus(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-05) Fonseca, Danillo Melo da; Vasques, Márcia Severina; https://orcid.org/0000-0002-3633-143X; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; http://lattes.cnpq.br/0127029062820605; Baptista, Lyvia Vasconcelos; https://orcid.org/0000-0001-5887-7831; http://lattes.cnpq.br/1774502381871781; Fleming, Maria Isabel D'AgostinoSerápis foi uma divindade concebida por Ptolomeu I Sóter, o primeiro faraó da dinastia lágida (305-30 a.C.), projetada para assumir o papel de guardião dos novos soberanos e da cidade de Alexandria, no Egito. Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender as práticas religiosas associadas ao culto de Serápis durante o período do Egito greco-romano, adotando como principal fonte de análise a cultura material representada, principalmente, em estatuetas e lamparinas de terracota que retratam a divindade em diversas formas e contextos. Além do exame dessa cultura material, propomos catalogar, organizar e realizar uma análise dos dados materiais coletados, buscando entender não apenas as representações visuais de Serápis, mas também as práticas rituais e o contexto sócio-cultural nos quais tais peças foram produzidas e utilizadas. Este trabalho defende que a iconografia de Serápis, influenciada por características das divindades gregas e por elementos distintamente egípcios, como o seu próprio nome, reflete as interações culturais entre esses dois mundos e seus respectivos sistemas de crenças. Assim, com base na cultura material, esta pesquisa visa investigar como essas interações culturais se manifestaram na representação material da divindade e nas práticas de culto associadas a ela, permitindo uma compreensão mais profunda das dinâmicas religiosas e sociais do Egito greco-romano. Defendemos que Serápis emergiu do processo de emaranhamento das culturas egípcia e grega, conforme conceituado pelo arqueólogo Phillip Stockhammer (2012), evidenciando a complexidade das relações culturais e religiosas no Mundo Antigo, permeadas por influências e interações constantes.Dissertação Do Centro Popular de Cultura ao Globo Repórter: a centralidade do Nordeste na formação fílmica de Eduardo Coutinho (1962-1979)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-06) Araújo, Bruno Wesley Soares da Costa; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952; http://lattes.cnpq.br/0087053329102664; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Uhle, Ana RitaEsta dissertação investiga a centralidade do Nordeste, em especial do Sertão nordestino, na produção fílmica do cineasta Eduardo de Oliveira Coutinho (1933-2014), centrando a análise no recorte temporal de sua atuação junto ao Centro Popular de Cultura e ao Globo Repórter (1962-1979). Em um primeiro momento, situo o cineasta nos espaços da arte engajada dos anos 1960 e no seu contato inicial com o Nordeste. No segundo e terceiro momento, dimensiono como o Sertão nordestino se tornou uma espacialidade central para a sua formação e representação do outro sertanejo. Demarcando sua movimentação pela região, trabalho conceitualmente com as categorias de espaço e lugar, de Yi-Fu Tuan (2013); e com uma concepção social de Sertão formulada por Candice Vidal e Souza (2015). Metodologicamente, analiso as representações do Sertão no longa ficcional Faustão (1970), a partir da narrativa clássica e da segmentação do filme propostas por David Bordwell e Kristin Thompson (2005, 2013); e do narrador formulado por Ismail Xavier (2019). Ao analisar os documentários-reportagens Seis dias de Ouricuri (1976), O pistoleiro de Serra Talhada (1977), Theodorico, o imperador do Sertão (1978) e Exu, uma tragédia sertaneja (1979), mobilizo a categoria de voz e os modos expositivo, observativo e participativo propostos por Bill Nichols (2005, 2016). Deste modo, a pesquisa evidenciou que a trajetória cinematográfica de Eduardo Coutinho esteve relacionada, diretamente, a suas relações sociais e culturais com o Sertão e o Nordeste, espacialidades que estavam no centro de seus interesses ao longo das décadas de 1960 e 1970. Este movimento o aproxima e o insere em um modo de pensar e ver a região no pensamento social brasileiro.Dissertação Entre o poder imperial romano e as elites sociais provinciais: estudo sobre os Iulius, Aemilius e Cornelius em Augusta Emérita (I séc. a.C. ao II séc. d.C.)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-12) Silva, Pedro Gabriel dos Santos; Vasques, Márcia Severina; https://orcid.org/0000-0002-3633-143X; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; http://lattes.cnpq.br/5361335770730974; Baptista, Lyvia Vasconcelos; Oliveira, Airan dos Santos Borges de; Porto, Vagner CarvalheiroO presente trabalho tem como objetivo analisar a prática de produção epigráfica vinculada às elites sociais emeritenses como um hábito introduzido na região provincial a partir do contato com o Império Romano, no estabelecimento de redes de trocas, confrontos culturais e sociais que dão forma e moldam o espaço social e memorial de Augusta Emérita enquanto capital provincial da Lusitânia. Entre o I século a.C. e o II século d.C., observamos o crescimento progressivo da produção epigráfica vinculada a grupos específicos da elite emeritense que, de alguma forma, estão envolvidos na dinâmica provincial, possuem cidadania latina e localizam-se em meio a reprodução e adaptação de práticas culturais que moldam as relações de Emérita com o Império através da adoção do hábito epigráfico. Neste meio, propomos a análise do conjunto epigráfico emeritense vinculado às gens dos Iulius, Cornelius e Aemilius, entre as epígrafes votivas, funerárias e, em menor medida, imperiais, para compreender e problematizar novas formas de entender o Imperium como uma construção histórica, em que os textos/monumentos epigráficos servem de indicadores de como as redes de costumes compartilhados pelas elites do Império preenchem os espaços de memória e constituem uma cultura viva de representação social e preservação da genealogia familiar, frente às negociações com a dominação romana. Para tanto, pretendemos, metodologicamente, analisar à epigrafia emeritense a partir de duas ênfases: (1) como um fator ligado a nova gestão do espaço e a introdução do direito latino como regulador do processo de integração; por conseguinte (2) em um contexto conjuntural de práticas globais – no sentido de ser e existir no Império – no qual, o monumento epigráfico assume-se como um contrapoder, evocando a imagem de uma memória de uma identidade que não se quer perder, que não hesita em se fazer presente, em um meio artificialmente do espaço criado.Dissertação "É a mulher brasileira a esperança viva da ressurreição da pátria": o periodismo católico e a construção dos espaços de poder pela arquidiocese de Olinda e Recife (1935-1940)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-10-07) Araújo, Joyce da Silva Alves; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Moura, Carlos André Silva de; Moura, Carlos André Silva de; Santos, Magno Francisco de Jesus; Santos, Magno Francisco de JesusA Revista Maria, objeto e fonte da pesquisa, pertenceu à ‘Bôa Imprensa’ e estava inserida no âmbito das organizações femininas. Objetivamos compreender como a Revista Maria foi instrumentalizada pela Arquidiocese de Olinda e Recife, no recorte temporal de 1935 a 1940, para a produção de um espaço social que estabeleceu um padrão de gênero e religiosidade para as mulheres, pautados nos interesses da Instituição religiosa. Assim, busca-se perceber a adequação ao público feminino de um discurso sobre a cultura, política e religiosidade e analisar sua atuação intelectual na construção de um conservadorismo feminino, levando em consideração a influência dos líderes da recatolicização, bem como, a relação da Igreja Católica com o Estado no período. Serão examinadas as edições da Revista Maria como fonte principal, levando em consideração as reflexões de Tania de Lucas sobre o trabalho com esse tipo de documento. Destacamos ainda, as contribuições teóricas de de Yi-Fu Tuan, que compreende o espaço a partir das experiências que formulam seus constructos, desnaturalizando a construção do espaço por parte da Igreja Católica. E de Pierre Bourdieu sobre o habitus, percebendo que se tem a influência da posição social dos indivíduos no estabelecimento dos seus pontos de vista. Também de Renato Peixoto e Cândido Rodrigues que pesquisam a Igreja Católica e seus interesses políticos utilizando periódicos, os quais fundamentam as discussões sobre a presente análise. Neste trabalho ocorre o esforço de analisar a Revista Maria levando em consideração suas pautas políticas e religiosas, percebendo a religiosidade como um guia na construção dos moldes sociais para as católicas.Dissertação Flashes da cidade do sol: a construção de uma imagem turística de Natal entre os anos 1968 a 1971(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-24) Chalegre, Gustavo Gabriel de Lima Silva; Pereira, Henrique Alonso de Albuquerque Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-5720-5942; http://lattes.cnpq.br/9609541796507055; http://lattes.cnpq.br/4576638007988494; Saraiva, João Gilberto Neves; Saraiva, João Gilberto Neves; Santos, Magno Francisco de Jesus; Santos, Magno Francisco de JesusA cidade do Natal é vista hoje como um dos principais destinos turísticos do Nordeste brasileiro. Conhecida como “Cidade do Sol” ela ganha destaque pelas suas praias maravilhosas, mar exuberante, com águas quentes, banhadas pelo sol quase o ano inteiro. Esse espaço turístico por excelência é construído através de um conjunto de símbolos, textos e imagens publicados, principalmente, a partir da década de 1960. O presente trabalho aborda como reportagens do final da década de 1960 e início da década de 1970 dos diários O Jornal (RJ) e Diário de Notícias (RJ) contribuíram para a construção da cidade de Natal como espaço turístico. O principal método de análise usado foi a leitura fotográfica das diferentes imagens usadas nas matérias jornalísticas, buscando entendê-las não apenas como fotoilustração, mas também como objetos formadores de sentidos próprios sobre a imagem-espaço da cidade do Natal, relacionando com o texto-discurso presente naquelas matérias e entendendo como ambos, textos e fotos, contribuíram para a formação do ideário espaço da cidade turística e como ele contribuiu para a transformação da própria paisagem da cidade na década seguinte.Dissertação O espaço da cristianização: as igrejas norueguesas de madeira do séc. XII como instrumentos de poder dominação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-26) Galego, Guilherme Garcia; Langer, Johnni; http://lattes.cnpq.br/4211479285867912; Reis, Jaime Estevão dos; Reis, Jaime Estevão dos; Vasques, Marcia Severina; https://orcid.org/0000-0002-3633-143X; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; Vasques, Marcia Severina; Mota, Sandro Teixeira; Mota, Sandro TeixeiraEsta pesquisa busca analisar como a cristianização da Noruega leva à criação de novos espaços de hibridização, sendo responsável pela formação de uma nova mentalidade, ao mesmo tempo em que podemos observar uma manutenção nas relações de poder e de dominação através da união entre os poderes dos “reis missionários” e da Igreja. Destacando as igrejas norueguesas de madeira do século XII – stave churches – como fonte principal da pesquisa, a análise aqui proposta se voltará para uma observação mais sistemática desses espaços sagrados de memória, descrevendo suas especificidades e analisando de que forma a presença de ideologias pré-cristãs pode ser vista como uma expressão de ideologias sociais, ligadas a manutenção das relações de poder e de dominação dentro de uma nova lógica social, na qual as igrejas foram utilizadas como ponto centralizador do poder e também como uma marca do processo de hibridização social existente entre a chegada do cristianismo e a as religiões nórdicas antigas.Dissertação O direito a um passado na luta para existir no presente: disputas pela memória indígena nas escritas da História do Rio Grande do Norte (1994-2021)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Pereira, Emerson Naylton Bezerra; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; http://lattes.cnpq.br/8971511801610565; Maia, Ligio José de Oliveira; Coelho, Mauro CezarEm junho de 2005, a existência de povos indígenas no estado potiguar se tornou fato público na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. No entanto, tal feito entrou em conflito com as narrativas consolidadas pela historiografia clássica local, que admitiam um desaparecimento dessas identidades étnico-culturais no estado. Diante disso, os objetivos desta pesquisa são investigar como a memória do desaparecimento indígena no RN após o processo de emergência étnica de povos indígenas no estado tem sido enfrentada nas escritas da história norte-rio-grandense e identificar as principais rupturas e permanências nessas narrativas ao longo do período de 1994 a 2021. Essa problemática é levantada a partir da compreensão de que livros de história são lugares de memória (Nora, 1993) e que, nesses espaços, existem disputas travadas visando a consolidação de uma memória que atenda a determinados interesses políticos e sociais (Assmann, 2011; Chesneaux, 1995; Krenak, 1999; Menget, 1999). Para tanto, apropria-se da Análise de Conteúdo (Bardin, 1977) como metodologia e se estabelece dois conjuntos de fontes a serem analisados: a produção de livros didáticos de História Regional e as escritas da História Indígena do RN elaboradas no âmbito acadêmico, contemplando trabalhos de História e Antropologia. Pôde-se verificar permanências nas formas de se narrar a história do RN, como a concentração expressiva da história indígena no período colonial, principalmente levando-se em consideração a influência da historiografia clássica local e da tradição escolar. Identificou-se também rupturas que visam o atendimento de demandas postas pelo movimento indígena, como o reconhecimento da existência dos atuais povos indígenas do estado, a produção de pesquisas que priorizam abordar a agência indígena e o trabalho com a memória oral das comunidades, majoritariamente realizado na área da Antropologia. Concluiu-se que essas são conquistas importantes para sanar os danos causados pela memória do desaparecimento indígena no RN e se procurou refletir quais caminhos seguir para dar continuidade à construção de outra história do estado.Dissertação “Acontecem no Japão coisas notáveis”: percepções de alteridade e territorialidade na ilha de Kyûshû (1603-1639)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-29) Bezerra, Renata Nobre; Vainfas, Ronaldo; https://orcid.org/0000-0002-0578-2043; http://lattes.cnpq.br/2064688486807133; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-1202-0231; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Dias, Thiago Alves; Boscariol, Mariana AmabileNo âmbito do comércio marítimo no Índico e no Pacífico no final do século XVI e início do século XVII, o Japão está no período da sua história conhecido como reunificação. Após o período de guerras internas, ou Sengoku Jidai, em 1603, a casa Tokugawa assumiu o título Shôgunal iniciando uma administração que duraria duzentos anos. No início do governo Tokugawa, os portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses estavam ativamente fazendo comércio com os japoneses. Como mediadores entre os portugueses, os espanhóis e os japoneses estavam os membros da Companhia de Jesus, ordem que nasceu com o propósito de disseminar o cristianismo pelo mundo. Enquanto os mediadores entre os habitantes do arquipélago e os ingleses e os holandeses eram comerciantes que tinham chegado às ilhas antes da formação principal do comércio entre esses povos.O século XVI, para o Japão, foi um momento de transição de um período de conflitos intensos para uma época de relativa paz. Entretanto os primeiros anos da administração Tokugawa foram marcados por várias medidas que visavam, entre outros fins, evitar que os senhores de terras, ou Daimyô, tivessem a oportunidade de se rebelar de novo contra o governo central. Nesse cenário de mudanças está Kyûshû, uma das quatro maiores ilhas do arquipélago, que está localizada ao sul do arquipélago. Kyûshû, por sua posição geográfica privilegiada foi palco da maior interação entre os japoneses e os diversos povos estrangeiros, que estiveram presentes em solo nipônico. Este trabalho se propõe a analisar alguns dos principais espaços de contato entre os japoneses e os diferentes grupos de estrangeiros, dando enfoque aos europeus, que estavam presentes no arquipélago no início do período Tokugawa, 1603, até a publicação do édito que decretou o fechamento dos portos do Japão em 1639.Entendendo o conceito de Espaço como lugar praticado (CERTAU, 2014), e pensando este conceito aliado ao de territorialidade compreendido como um híbrido, nunca indiferenciado, de concreto e simbólico (HAESBAERT, 2004), e de alteridade (TODOROV, 2003), para analisar as mudanças territoriais e os diversos contatos que aconteceram na terra do sol nascente, dando enfoque à ilha de Kyûshû, que por sua especificidade que nos proporciona uma melhor compreensão do contexto analisado.Dissertação A cidade e as suas praças: formação dos espaços de sociabilidades públicas e seus usos sociais em Natal (1893-1929)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-22) Lopes, Karine Maria Lima; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; https://orcid.org/0000-0003-1954-6591; http://lattes.cnpq.br/4607030926674264; Costa, Bruno Balbino Aires da; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451; Silva e Filho, Antônio Luiz Macedo; Siqueira, Gabriela Fernandes deEste trabalho tem como finalidade analisar e compreender o processo de construção das praças da cidade de Natal como espaços de sociabilidades públicas, entre os anos de 1893 e 1929. Nesse período, as classes dirigentes norte-rio-grandenses, sobretudo os grupos políticos ligados às famílias Albuquerque Maranhão e Bezerra de Medeiros, buscaram legitimar um discurso de modernização da cidade para elevá-la ao status e à posição de centralidade econômica, requerida por uma capital. Para tanto, mobilizaram empréstimos internacionais, créditos estaduais e recursos da Intendência Municipal para construção, embelezamento e ajardinamento das praças André de Albuquerque, Augusto Severo, Pedro Velho, João Maria e Sete de Setembro, idealizadas pelos intelectuais e cronistas locais como redutos de lazer e de aprendizagem de códigos comportamentais refinados, emanados de modelos culturais francófilos. Consideramos que as mudanças nos usos sociais atribuídos a esses ambientes de convívio foram suscitadas por diferentes indivíduos, em proporções distintas, de modo consonante ou dissonante com as transformações materiais e simbólicas nesses espaços. Assim, pretendemos reconstituir o papel que as cinco praças natalenses escolhidas assumiram no período da Primeira República por meio do esforço republicano de readequação de suas toponímias, da elaboração de uma imagem modernizante da urbe e de seus habitantes, dos rituais cívicos, da dinâmica comercial e da gestão administrativa da cidade. O estudo parte da compreensão do espaço em duas principais acepções, a saber, na dimensão pública e na perspectiva sociológica. A primeira diz respeito à análise do espaço como objeto de intervenções do estado nas suas formas arquitetônicas e materiais, o que inclui as praças, as edificações ao entorno, seus mobiliários, a padronização de calçamentos, medidas de arrumamento e a instalação de equipamentos urbanos. A segunda, por sua vez, consiste na investigação acerca do potencial dos agentes desse espaço concreto para desenvolver diversas relações sociais que transcendem a esfera privada e foram controladas, idealmente, por regulamentos legislativos, resoluções municipais e convenções consuetudinárias. Sob essa ótica, tomamos como eixo norteador da pesquisa o questionamento acerca da inscrição dos desejos de constituição de uma ordem republicana na estrutura social, principalmente no âmbito da rede política local e das sociabilidades orientadas por modelos cosmopolitas de conduta social e de educação cívica. Assim, examinamos como testemunhos históricos jornais do Partido Republicano situacionista e da oposição, mensagens anuais dos governadores, relatórios dos intendentes municipais, resoluções e editais do governo municipal, crônicas, fotografias e almanaques.Dissertação Cartografias do sentir: a Cidade Alta na literatura memorialística (1950-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-03) Paiva, Álvaro Luís Lins de; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; http://lattes.cnpq.br/5519982150842205; Souza, Fabiula Sevilha de; https://orcid.org/0000-0002-9854-2013; http://lattes.cnpq.br/0014755537333505; Rezende, Antônio Paulo de MoraisO bairro de Cidade Alta, o mais antigo de Natal, foi um centro político, social e cultural desde Colônia até a República. Sede dos poderes e residência das elites no período colonial, passou por reformas republicanas, incluindo a Praça dos Três Poderes. Entre 1950 e 1980, tornou-se o principal polo comercial da capital, com uma vida boêmia vibrante, atraindo intelectuais, artistas e políticos. A partir do final dos anos 1970, surgiram crônicas e obras memorialísticas refletindo a preocupação em preservar sua memória. A literatura memorialística surge como resistência às mudanças urbanísticas e à afirmação de Natal como polo turístico do Nordeste. Esta pesquisa analisa as transformações e a cidade construída pela obra memorialística, destacando a importância do bairro. Utilizamos a metodologia de Análise do Discurso de Eni Orlandi, as categorias conceituais de memória de Aleida Assman e as categorias de espaço e lugar de Yi-Fu Tuan e Edward Relph, aliadas à ideia de espaço de saudade de Durval Muniz Albuquerque Júnior.Dissertação Um espaço para os leprosos: planejamento, edificação e funcionamento do Leprosário São Lázaro e da Colônia do Carpina (Parnaíba - PI): 1928-1944(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-08) Ferreira, José Jhonys; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451; http://lattes.cnpq.br/6539822301369988; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Monteiro, Francisco Gleison da Costa; Coe, Agostinho Júnior Holanda; Anaya, Gabriel LopesO trabalho objetiva analisar o planejamento, a construção e o funcionamento de um espaço edificado para atender leprosos, numa época em que a lepra era considerada uma desgraça para quem dela se aproximasse. A meta é compreender, a partir do Leprosário São Lázaro e da Colônia do Carpina as transformações espaciais ocorridas para abrigar homens e mulheres identificados clinicamente, socialmente e culturalmente como “leprosos”. Trata-se de uma instituição que teve duas denominações: Leprosário São Lázaro (no intervalo compreendido entre 1928, quando foi elaborado o seu projeto de construção, até o ano de 1941, quando a entidade passou ao controle do Governo do Estado) e Colônia do Carpina (no período entre 1941 e 1944, quando já pertencia ao governo estadual). Essa instituição está situada na cidade de Paranaíba, no litoral piauiense, a 330 quilômetros de Teresina. Temporalmente o estudo está delimitado ao período entre 1928 e 1944, que também delimita a amplitude das fontes trabalhadas. As fontes foram organizadas a partir de seis grupos documentais: 1) as leis federais e estaduais que regulamentaram o tratamento da lepra; 2) os materiais produzidos cotidianamente no leprosário São Lázaro, de maneira destacada os prontuários médicos e as fichas dos internos; 3) as obras de memorialistas que vivenciaram experiências com a instituição; 4) as versões do Almanaque da Parnaíba, elaboradas nos anos de 1932 e 1940; 5) as fotografias que expressam edificações da Colônia do Carpina, pacientes trabalhando na agricultura e de autoridades que trabalhavam nesse espaço; e, finalmente, 6) O livro Hospital colônia do Carpina. Do ponto de vista teórico o trabalho está ancorado em Gofman e Michel de Certeau. O primeiro se refere ao conceito de estigma como uma marca social depreciativa e o último define o espaço como um lugar praticado, no qual os sujeitos realizam suas transgressões das ordens estabelecidas. Essas duas conceitualizações foram essenciais na discussão estabelecida.Dissertação Aprender para ensinar, conhecer para descobrir: os ensinos de História nos cadernos de planejamento de uma professora Ana Afra em Natal (1991-1992)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-06) Lins, Maria Luiza Dantas; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; http://lattes.cnpq.br/9567558895180497; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Chaves, Edilson AparecidoO objetivo deste trabalho é compreender os elementos que constituem os ensinos de História entre os anos de 1991 e 1992 presentes nos cadernos de planejamento da professora Ana Afra, que foram tornados fontes ao entrar em contato com o NDM - Núcleo de Documentação e Memória da Educação do RN/IFESP - Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy. Os cadernos, como objetos da cultura escolar e registros cotidianos, podem ser reveladores de exemplos de ensinos-aprendizagens de História na capital do Rio Grande do Norte, escritos manualmente pela professora para o Projeto Ascenção que tinha como objetivo a educação de adultos, realizado por orgãos da Prefeitura do Natal. A metodologia desenvolvida é baseada no método histórico e ressalta a necessidade de escrever narrativas que revelam a diversidade de ensinos e de como se aprende História. Utilizando como aparato teorico as debates estabelecidos por André Chervel (1990) e Dominique Julia (2001). Ao analisar a forma como os cadernos de planejamento escritos pela professora Ana Afra mobilizaram o método histórico em suas aulas no início da década de 1990, foi possivel compreender como a História dos estudantes eram apropriadas para a construção do ensino-aprendizagem, em seguida, identificando os elementos que fazem parte dos ensinos de história para o nivel de ensino para qual os cadernos foram escritos. Tal proposição leva em consideração os debates existentes dentro do campo de pesquisa do ensino de História para extrapolar uma construção historiográfica dicotomizada que é limitada a produções sobre um ensino tradicional e inovador ou restritos a prescrições e legislações educacionais.Dissertação Ilha Bela, espaços da recordação: entre ruínas, memórias e o direito de narrar (Ceará-Mirim, 2002-2022)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Martins, Maria José Félix; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; https://orcid.org/0000-0002-4879-7368; http://lattes.cnpq.br/5762571909950171; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-2690-5222; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Gomes Neto, João MauricioEste trabalho tem como objetivo analisar a memória que vem sendo construída sobre uma comunidade que se encontra em processo de arruinamento, a Ilha Bela, localizada na zona rural da cidade de Ceará-Mirim, que faz parte da região metropolitana da capital do Rio Grande do Norte. Mais especificamente, o estudo aqui analisado parte das memórias dos reminiscentes da Ilha Bela no tempo presente, o tempo das ruínas, tendo como fonte principal de análise para a pesquisa o livro de recordações escrito por um reminiscente do espaço ilhabelense, o Sr. Francisco Canindé Dias. A comunidade entrou em processo de arruinamento na década de 1990, quando seus últimos moradores foram obrigados a deixar suas residências, que em seguida foram demolidas, restando apenas as ruínas do prédio da usina de açúcar, que foi a base econômica da população ilhabelense e parte importante da produção açucareira na cidade de Ceará-Mirim. A partir da década de 1990, quando as casas foram demolidas, o grupo de reminiscentes que vivenciou o lugar no tempo em que a usina ainda produzia e servia de vínculo empregatício sentiu a necessidade de continuar a se reunir para rememorar os anos de prática e experiência no local que faz parte de suas histórias de vida. Os encontros de ex-moradores da Ilha Bela se iniciaram no ano de 2002, e a partir de então acontecem todos os anos, no mês de dezembro, reunindo sujeitos que hoje habitam diferentes estados do país. As reuniões possibilitaram a escrita do livro do Sr. Dias a partir de suas memórias e das rememorações coletivas que acontecem todos os anos nos encontros de ex-moradores da Ilha Bela. O livro compõe as fontes principais analisadas neste estudo sobre as memórias de Ilha Bela no tempo presente e as memórias que vêm sendo construídas com o passar dos anos nas reuniões anuais e que servem de objeto de representação para o grupo que persiste em recordar o espaço.Dissertação "Na orla cinzenta do horizonte": o espaço ficcional de Maria Firmina dos Reis (1859-1917)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-28) Bezerril, Benigna Ingred Aurélia; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; https://orcid.org/0000-0003-3761-3815; http://lattes.cnpq.br/9065377626417629; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Silva, Régia Agostinho daMaria Firmina dos Reis foi uma escritora, professora e compositora maranhense (1825-1917). Sua primeira obra publicada, Úrsula (1859), é considerada como primeiro romance antiescravista do Brasil. Este trabalho tem como objetivo investigar o espaço ficcional na literatura de Maria Firmina dos Reis. Para isso, é investigado o contexto em que a autora viveu: o Maranhão do século XIX e o espaço ocupado por ela na literatura e na imprensa. As experiências de Firmina dos Reis enquanto mulher negra e a construção de seu espaço literário são relacionados com o objetivo de analisar o protagonismo negro e feminino em suas obras. As fontes principais elencadas para essa investigação são o romance Úrsula (1859) e os contos A escrava (1887) e Gupeva (1861). Os jornais do Maranhão do século XIX são mobilizados como fontes de cotejo, assim como o diário da autora chamado O Álbum. A literatura neste trabalho é pensada enquanto espaço ficcional a partir de Luís Santos e Silvana Oliveira. Esse espaço construído por meio da escrita é considerado como lugar de atuação do sujeito no qual suas experiências e vivências transbordam nas representações literárias. Esse sistema de representações vinculado às experiências do sujeito é analisado a partir de Conceição Evaristo e Jacques Derrida. A literatura aqui também é pensada enquanto espaço político a partir das considerações de René Rémond, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Busca-se compreender como Firmina dos Reis representa a sociedade oitocentista na sua literatura, especialmente no que diz respeito às mulheres e aos negros, bem como as possíveis críticas que podem surgir de suas tramas, tendo em vista sua condição de mulher negra no Brasil do século XIX.Dissertação Revisando um país: o historiador Rodrigo Octávio e a produção do espaço da nação no IHGB (1893-1940)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Oliveira, Alesy Soares; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; http://lattes.cnpq.br/9711167529623140; Menoncello, Aline Michelini; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194Esta dissertação tem como objeto de estudo a produção intelectual do historiador Rodrigo Octávio, destacando suas contribuições para a construção da história republicana do Brasil e sua abordagem em relação ao espaço pan-americano. A pesquisa visa compreender como suas obras estão inseridas no contexto da historiografia do início do século XX e a sua relevância para o entendimento da política externa brasileira. Os objetivos deste estudo são analisar as primeiras obras de Rodrigo Octávio em relação ao posicionamento republicano e sua relação com o IHGB; compreender sua abordagem sobre o espaço pan-americano e a influência dos Congressos de História Nacional; e investigar a construção da obra "Alexandre de Gusmão e o Monroísmo” como uma junção de seus estudos sobre a temática. A metodologia empregada nesta dissertação é de cunho analítico e interpretativo, e utiliza a análise de conteúdo das obras de Rodrigo Octávio e das fontes secundárias para identificar suas principais abordagens e contribuições para a historiografia do período. O aporte teórico está relacionado à ideia da construção dos espaços a partir da utilização de recursos narrativos da História, que foram empregados na formatação do território brasileiro. As fontes utilizadas incluem as obras de Rodrigo Octávio, as conferências documentadas na revista do IHGB, além de textos de outros autores que discutem a política externa brasileira e o pan-americanismo. Por fim, pretende-se apontar a relevância do trabalho de Rodrigo Octávio na construção da história republicana do Brasil e na formulação de narrativas pró-republicanas. Sua obra representa um importante acervo intelectual que influenciou a historiografia do período, abrindo caminhos para a compreensão da política externa brasileira e sua relação com o pan-americanismo. Em síntese, esta dissertação contribui para o entendimento da produção intelectual de Rodrigo Octávio e seu papel na historiografia brasileira, bem como destacar sua importância para a compreensão da história republicana do Brasil e sua abordagem única em relação ao espaço pan-americano.Dissertação De tocaia com o meu som: banda Tocaia da Paraíba e a construção de uma paisagem sonora híbrida no Alto Sertão paraibano (1995-2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-02) Albuquerque Júnior, Francisco Didier Guedes; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952; https://orcid.org/0000-0002-6955-9676; http://lattes.cnpq.br/2284531670321279; Fenerick, José Adriano; Paranhos, Adalberto de Paula; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412Este trabalho tem como objetivo historicizar a composição de novas paisagens sonoras no Alto Sertão paraibano, particularmente através dos hibridismos musicais empreendidos pela banda Tocaia da Paraíba, entre os anos de 1995 a 2010. Para tanto, compreende-se que o grupo é fruto de uma complexa cena musical alternativa formada na cidade de Cajazeiras (Paraíba), em finais dos anos 1980. Nesse ritmo, como uma ramificação dessa cultura musical local, a banda Tocaia da Paraíba se tornou um dos principais expoentes do circuito musical paraibano durante as décadas de 1990 e 2000, destacando-se, sobretudo, por dois motivos: primeiramente, pela estrutura híbrida de sua sonoridade, que, instaurada em pleno Alto Sertão paraibano, trouxe para suas práticas culturais novas referências musicais do rock às bandas de pífano, do jazz ao coco de roda, do samba ao repente sertanejo, unindo a esfera local ao global e levando o grupo a compor canções autorais que tensionaram as pétreas concepções tradicionalistas da musicalidade nordestina, particularmente a do espaço sonoro do sertão paraibano; em seguida, pela notoriedade conquistada nos eventos musicais dos quais participou, espalhados por praticamente todas as regiões do território nacional, bem como pela aparição em matérias jornalísticas de destacados meios da imprensa nacional. Em vista dessa temática, a presente análise histórica busca compreender o fazer cultural que esse grupo cajazeirense propôs a partir de suas concepções estéticas e da configuração de uma paisagem sonora híbrida, marcada por uma postura de independência artística alternativa ao mainstream musical. Como fontes, utilizam-se do encarte (capa, contracapa) e das canções inseridas nos discos Tocaia (2000) e Botando pra quebrar (2005), além de periódicos que noticiaram o grupo (a exemplo da Folha de S. Paulo, Tribuna da Imprensa e Gazeta do Alto Piranhas), blogs, materiais de divulgação física (panfletos e cartazes dos shows), registros fotográficos, gravações audiovisuais e entrevistas – tanto com os integrantes da banda Tocaia como de outros grupos da cena alternativa local (Gonzalez, 2013). Em relação ao embasamento teórico, realiza-se através da operacionalização dos conceitos de: paisagem sonora, perspectiva espacial edificada por Murray Schafer (2011a; 2011b) e Tim Ingold (2015); sertões, discutido por Janaína Amado (1995) e Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2014); canção popular, instrumentalizado por Marcos Napolitano (2002), José Geraldo Vinci de Moraes (2000), Adalberto Paranhos (2015) e Luiz Tatit (2012); e de hibridismo cultural, trabalhado por Néstor García Canclini (2019) e Peter Burke (2003).Dissertação "Não houvesse no Brasil esses autodidatas precursores": docentes e a produção do Ensino Superior de História no Rio Grande do Norte (1955-1991)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-21) Nobre, Clivya da Silveira; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; http://lattes.cnpq.br/5873762416854044; Oliveira, João Paulo Gama; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075Em 1955, foi criada a Faculdade de Filosofia de Natal (FAFIN), que se tornou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) em 1963, e teve seus cursos incorporados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 1968. Neste processo, um grupo de intelectuais teve participação fundamental na idealização e constituição inicial destes espaços, os precursores, professores que participaram da fundação e estruturação dos cursos em suas primeiras décadas. O objetivo geral da dissertação é analisar de qual modo os precursores João Wilson Mendes Melo, Tarcísio da Natividade Medeiros e Hélio Dantas produziram o espaço de ensino do Curso de História da FAFIN/FFCL/UFRN, de 1955 a 1991. Para isto, investiguei a participação deles na fundação e estruturação curricular; analisei suas concepções teóricas e historiográficas por meio de seus escritos na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN); e discorri sobre o ensino desses sujeitos no Curso de História, ao buscar compreender aproximações e distanciamentos com o proposto por eles na produção no IHGRN. Utilizo como fontes as atas de reuniões docentes, programas das cátedras/disciplinas, artigos publicados na Revista do IHGRN, artigos publicados na Revista História – UFRN 30 anos, e as entrevistas concedidas pelos docentes disponíveis no DVD 50 anos de História e no acervo do Laboratório de História Oral da UFRN (LABHO). Articulo os conceitos de Produção e de Representação do Espaço (LEFEBVRE, 2013), DE Intelectual Mediador (HANSEN; GOMES, 2016), de Intelectual, de Sociabilidade e de Geração (SIRINELLI, 1986). Trabalho com a análise qualitativa crítica das fontes, e com a abordagem de fontes orais. Investigar como os precursores produziram o espaço de formação do Curso de História da FAFIN/FFCL/UFRN, e suas opções metodológicas e historiográficas ao ensinar e pesquisar, auxiliou na compreensão de aspectos da História produzida e ensinada no Rio Grande do Norte e no Brasil.Dissertação Espaço, práticas médicas e institucionalização da loucura: um olhar sobre o Hospital Colônia de Natal (1957-1963)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-07) Rodrigues, Thaise Gabriella de Almeida; Rocha, Raimundo Nonato Araujo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451; https://orcid.org/0000-0001-9370-7870; http://lattes.cnpq.br/0970202967726812; Facchinetti, Cristiana; https://orcid.org/0000-0003-4879-0307; http://lattes.cnpq.br/0416751453315292; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; https://orcid.org/0000-0003-1731-1000; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757O trabalho tem como objeto de estudo o Hospital Colônia, instituição psiquiátrica situada na cidade de Natal. Está delimitado temporalmente ao período compreendido entre julho de 1957 (quando ocorreu a transferência dos pacientes do Hospital de Alienados para o Hospital Colônia) e março de 1963 (momento em que uma mudança na diretoria da instituição alterou as práticas médicas ali vivenciadas). Analisa como se formou o discurso que clamava por um novo espaço para o tratamento da loucura. Discute a mudança dos pacientes do Hospital de Alienados (1911-1957) para o Hospital Colônia. Identifica as condições das práticas sanitárias e terapêuticas do Hospital de Alienados e a proposta “inovadora” do Hospital Colônia. Demostra como a nova instituição se estruturou fisicamente para que fossem adotadas práticas médicas então vistas como progressistas, como a laborterapia e praxiterapia. Investiga como a psiquiatria potiguar identificava, diagnosticava e tratava a loucura naquele contexto histórico. Utiliza como fontes principais: os relatórios dos presidentes de província e dos presidentes do estado do Rio Grande do Norte; os artigos de periódicos que discutem essa temática e os prontuários dos pacientes internados no Hospital Colônia. Nos relatórios foram encontradas as demandas sociais por um espaço específico para tratar a loucura, o surgimento do Hospital dos Alienados para satisfazer essas demandas e, posteriormente, os problemas que passaram a existir nesse espaço hospitalar durante o seu funcionamento. Nos artigos de periódicos foram encontradas disparidades entre as estruturas físicas das duas instituições. Os prontuários dos pacientes internados no Hospital Colônia foram analisados com o intuito de captar as práticas médicas desenvolvidas, identificando as continuidades e/ou descontinuidades dessas práticas em relação ao Hospital de Alienados, bem como observando a forma pela qual os “desajustamentos sociais” eram tratados