CERES - Mestrado em História
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31629
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Dissertação Memória e cotidiano: experiências de trabalhadores e trabalhadoras nas frentes de emergências do sertão da velha Augusto Severo/RN (1979 a 1983)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-30) Almeida, Ana Sara Cordeiro de; Andrade, Juciene Batista Félix; https://orcid.org/0000-0002-4590-2951; http://lattes.cnpq.br/9746207094429740; http://lattes.cnpq.br/1150940611959339; Oliveira, Antonio José de; Santos, Jovelina Silva; Cândido, Tyrone Apollo PontesEsta pesquisa tem por objetivo analisar as Frentes de Emergência no período de 1979 a 1983, a partir das matérias veiculadas nos periódicos Diário de Natal e o Poti e as experiências dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do munícipio de Augusto Severo/RN, atual município de Campo Grande/RN. Nesse sentido, buscamos lançar luz sobre uma temática pouco explorada da historiografia Campograndense e potiguar: a história dos trabalhadores e trabalhadoras que executaram serviços em frentes de emergência no município e se tornam pertinentes para nossa pesquisa, pois possibilitou entender a experiência e o cotidiano de trabalho nas obras dos programas de emergências em períodos de seca. Por esse viés, buscamos pesquisar como as narrativas sobre a seca e os problemas das frentes de serviços repercutiram nos periódicos em circulação no Rio Grande do Norte e, logo após, compreendermos às táticas planejadas pelas instituições para as frentes, por fim, as experiências dos trabalhadores e trabalhadoras. Para tanto, nossa pesquisa se embasou nos conceitos de cotidiano de Michel de Certeau (1998), experiência de Edward Thompson (1981) e memória coletiva de Maurice Halbwachs (1990). Metodologicamente a pesquisa transcorreu da seguinte forma: analisou-se as matérias veiculadas nos jornais Diário de Natal, O Poti e a Revista RN econômico buscando compreender a circulação de notícias sobre a corrupção nas Frentes de Emergência, seguidas das pesquisas no DNOCS e EMATER - RN da cidade de Assú em busca dos documentos de alistamento dos trabalhadores e trabalhadoras e por fim, as fotografias dos trabalhadores e de trabalhadoras de 1983 e a pesquisa oral para ter acesso às memórias dos trabalhadores ainda vivos das Frentes de Emergência. De posse de todo este material, refletimos sob a ótica de análise de conteúdo na perspectiva de Laurence Bardin (2016), em que consideramos realizar as análises por meio de palavras-chave temáticas presentes nos jornais, livros memorialísticos e documentaçõesinstitucionais, esta análise é compreendida através da análise de conteúdo, como um grupo de conjuntos analíticos a partir da busca de palavras nas fontes documentais e a interpretação das mesmas. Conclui-se nessa pesquisa que no período de 1979 a 1983 houveram continuidades de políticas públicas anteriores, ademais, as fontes orais e fotográficas evidenciaram um sertão de dificuldades nos espaços das frentes de emergências e favorecimento de políticas públicas em terras particulares.Dissertação Análises do discurso proibicionista divulgado pelo jornal Diário de Natal entre 1960 a 1986(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-08) Brito, Allyson Iquesac Santos de; Santos, Evandro dos; http://lattes.cnpq.br/7011110384913539; Fernandes, Paula Rejane; https://orcid.org/0000-0002-6273-2229; http://lattes.cnpq.br/6472282774896644; Mariana, Fernando BomfimEsta pesquisa tem como finalidade, analisar fontes históricas que remetem aos usos contemporâneos da maconha nos sertões nordestinos, através do jornal Diário de Natal - localizado no estado do Rio Grande do Norte durante o período da Ditadura Militar no Brasil. Os objetivos que pretendemos alcançar, são os de apontar as formas de controle institucionalizadas como forma de proibição e repressão aos usos da maconha durante o período da Ditadura Militar; destacar os processos de resistência dos sertanejos nordestinos diante da repressão ditatorial militar e a proibição dos usos contemporâneos da maconha; discutir o conceito de sertões contemporâneos para problematizar a temporalidade e a espacialidade em que estão inseridos; e, compreender qual a relação dos sertões nordestinos com a questão social, econômica, política, intelectual, entre outras, jurídica das drogas por meio dos discursos analisados nas fontes. Para a base teórica e metodológica, utilizaremos os estudos de Michel Foucault (2006) sobre o discurso e suas possibilidades de análises. Por fim, assegurando os sertões nordestinos como produtores de práticas sociais e culturais contemporâneas, utilizaremos das produções de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2014). Ao analisar o discurso proibicionista divulgado pelo Diário de Natal, o estudo revela as estratégias retóricas e argumentativas utilizadas para promover a proibição de determinadas substâncias e comportamentos, incluindo a identificação de padrões de linguagem, metáforas e narrativas que sustentavam o discurso proibicionista. A título de conclusão, os documentos analisados oferecem uma visão detalhada das ações repressivas e da construção discursiva relacionadas à maconha durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, um período caracterizado pela Ditadura Militar e pelo contexto global de guerra às drogas. A legislação vigente, a censura e a moralidade pública moldaram a forma como a maconha era abordada e percebida pela mídia, refletindo uma visão restritiva e criminalizadora.Dissertação "O Retratista de miragens" e sua escrita pela ficção: ensaios de miragens áridas nas paisagens e presenças do Sertão(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-30) Costa, Prentice Geovanni da Silva; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; https://orcid.org/0000-0003-0335-3496; http://lattes.cnpq.br/7838535725419737; Santos, Evandro dos; https://orcid.org/0000-0003-2844-4810; http://lattes.cnpq.br/7531766582443713; Alencar, Manoel Carlos Fonseca deAtravés da relação História, literatura e sertões, este trabalho investiga como a escrita ficcional de Ariano Suassuna, escritor paraibano, concebe um sertão árido, sensível, e melancólico, no espaço da caatinga da sua obra prima, a fonte literária O Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971). Para realizar isso, utiliza do caminho da visualidade literária, ou seja, analisa como os modos de ver, de construir paisagens e miragens, se convertem em estados de presença e estruturas que habitam uma experiência de sertão. Experiencia de dor, sofrimento e morte, mas também, de resistência e combate, pois se nega ao esquecimento da eternidade. Metodologicamente, no primeiro momento, articula questões epistemológicas que fundamentem o uso de uma subjetividade sensível na produção da escrita da história. Para isso, reflete sobre o “Texto-Pesquisa”, proposto por Ivan Jablonka, junto a reflexões realizadas pelo professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior. Para finalizar esse momento, situa o leitor pelo universo – organizado por folhetos e elementos de uma peça musical – d’A Pedra do Reino. O segundo momento vai explorar os mais diversos conceitos de como a paisagem pode ser pensada. Jacques Rancière e Jean-Marc Besse, respectivamente, por meio de suas metáforas, da janela e da porta, permitem apresentar aqui um sertão permeado pelo sangue e pela vingança, sem esquecer da sutileza do olhar magoado e do sabor do gosto ferido daquele mundo. O terceiro momento, por sua vez, aplica a filosofia da “Produção de Presença” e o conceito de “Stimmung”, ambos propostos por Hans Ulrich Gumbrecht, para pensar novos caminhos a respeito do sentir e do experienciar sertões nos dias de hoje a partir de obras literárias. Por fim, conclui, a partir desses momentos de raciocínio histórico, que a ficção histórico-literária, tendo como elemento aglutinador, o sertão árido da Pedra do Reino, promove aberturas sensíveis de pensamento, não só, almejando uma experiência estética, mas também, uma alternativa de se fazer história de uma maneira que cative e concretize a vida.Dissertação O papel social das bodegas na periferia urbana de Caicó na década de 1980(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-27) Souza, Raimunda Francinete de; Oliveira, Antônio José de; http://lattes.cnpq.br/5483282992312123; https://orcid.org/0000-0001-6564-4366; http://lattes.cnpq.br/7594327888206199; Santos, Rosenilson da Silva; Andrade, Iarê LucasO presente trabalho dissertativo aborda o papel social das bodegas na periferia urbana de Caicó na década de 1980, no intuito de compreender como estes pequenos comércios colaboraram social e economicamente na vida dos moradores do bairro João XXIII nesta temporalidade, e identificar os fatores que contribuem para o “desaparecimento” das velhas bodegas no sertão de Caicó. O objeto evidenciado envolve aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos numa perspectiva contemporânea, por isso, buscamos na História Social e na Cultura Material, os fundamentos necessários para construir a historiografia das bodegas de Caicó, relacionando o conceito de “sertões contemporâneos” à periferia de Caicó. Em relação às diretrizes metodológicas, utilizamos a História Oral e História Quantitativa na constituição e tratamento das fontes da pesquisa, numa abordagem quanti qualitativa e comparativa. As fontes principais foram as narrativas orais, constituídas a partir de entrevistas com bodegueiros e fregueses do bairro João XXIII. As fontes secundárias consistem em matérias dos jornais O Poti (RN) e Diário de Natal na década de 1980 e documentos administrativos. Os resultados apontam que as bodegas de outrora eram lugares comerciais que vendiam a mercadoria no retalho e fiado na caderneta, facilitando a vida de muitos sertanejos, como também eram lugares de sociabilidades, de encontros, de lazer em espaços de segregação social, nas periferias urbanas brasileiras. Além disso, o seu “desaparecimento” está relacionado com a evolução da “técnica” e esta está em função da “globalização” do capital.Dissertação "Império da linha reta" e a construção da paisagem nos sertões setentrionais do Brasil oitocentista(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-28) Menezes Filho, Ademar Pelonha de; Oliveira, Antônio José de; http://lattes.cnpq.br/5483282992312123; http://lattes.cnpq.br/7716757729467548; Gonçalves, Cláudio Ubiratan; Santos, Jovelina Silva; Santos, Rosenilson da SilvaA pesquisa em tela visa entender a emergência paisagística dos “imensos carnaubais” nos sertões setentrionais do Brasil oitocentista. Especificamente, visamos compreender por meio dos enunciados de eruditos a construção da referida paisagem, assim como analisar as contribuições de viajantes estrangeiros e perceber o papel da literatura nesta elaboração discursiva e imagética. No tocante ao trato com as fontes, trilhamos caminhos metodológicos generosamente atravessados por contribuições diversas, mas com significativo destaque para o método indiciário. Do ponto de vista da abordagem, esta pesquisa associa-se mais estreitamente ao campo da História Ambiental. Nos sertões setentrionais do Brasil oitocentista, emergiu e se consolidou o enunciado paisagístico dos imensos carnaubais, num contexto em que a carnaúba servia de alimento tanto ao homem quanto aos animais, especialmente nos períodos de estiagens prolongadas. Por último, a infinidade de utilidades desta árvore, a adaptabilidade ao ambiente, bem como sua importância socioeconômica, culminará na alcunha de “árvore da vida”.Dissertação Chico Bento em: uma análise histórica do seu êxito editorial (1961 - 2013)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-28) Silva, Damião Marcos Pereira; Borges, Fábio Mafra; https://orcid.org/0000-0002-4096-5945; http://lattes.cnpq.br/1852315743518234; http://lattes.cnpq.br/5713096505247950; Fernandes, Paula Rejane; Branco, Edwar de Alencar CasteloPensando nas contribuições que o estudo das histórias em quadrinhos pode fornecer para as ciências humanas, a presente pesquisa é fruto de uma análise do personagem Chico Bento e a sua relação com o conceito “sertão” e a história dos sertões. Por razão disso, este trabalho busca compreender o êxito editorial do personagem Chico Bento no mundo dos quadrinhos, enquanto um personagem sertanejo produzido pela empresa de histórias em quadrinhos pertencente ao cartunista brasileiro Mauricio de Sousa. Analisando as histórias em quadrinhos publicadas pela Mauricio de Sousa Produções, foi possível perceber que a construção do personagem Chico Bento enquanto um personagem sertanejo nos dá uma possibilidade de contribuição não só para o campo de estudos de história em quadrinhos no espaço acadêmico brasileiro, mas também nos permitem visualizar os nossos processos históricos, em uma relação direta com o conceito de sertão. Na tentativa de desenvolvermos um estudo aprofundado sobre o seu êxito no mercado editorial das HQs nacionais, notamos que seria necessário averiguar e historicizar de forma crítica a construção do sertanejo Chico Bento, sob a ótica da história, de modo a estudarmos de forma científica as publicações da Mauricio de Sousa Produções, pensando em seu contexto histórico de produção, entre 1961 e 2013. Portanto, para realizar a presente pesquisa, utilizamos dos seguintes passos metodológicos: (1) Identificação das funções dos personagens na trama, com foco nos protagonistas; (2) Análise das características físicas e psicológicas dos personagens; (3) Identificação dos interesses por trás da narrativa e as conclusões que podemos tirar de cada uma delas através da análise semântica das HQs; (4) Reconhecimento de elementos gráficos e estéticos que nos permitem identificar aspectos sertanejos nas histórias selecionadas; (5) Análise histórica das fontes a partir de reflexão sobre seu contexto temporal. Ao final de nosso estudo, concluímos que o êxito editorial do personagem Chico Bento no mercado de quadrinhos nacionais consiste em quatro fatores primordiais: seguir o trem da história (1); possuir uma temática atrativa (2); a construção de traços fortes (3), e uma constante atualização por parte da Mauricio de Sousa Produções (4).Dissertação Por uma metamorfose da dor em esperanças: a devoção aos Três Anjinhos Queimados de São Vicente/RN séc. XX-XXI(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Oliveira, Cleidiane de Araújo; Andrade Júnior, Lourival; https://orcid.org/0000-0003-2155-1816; http://lattes.cnpq.br/2227836576507822; http://lattes.cnpq.br/2122760934333470; Santos, Ane Luise Silva Mecenas; Andrade, Joel Carlos de Souza; Santos, Cícero Joaquim dosEste trabalho propõe se debruçar a entender os contornos e as dinâmicas de uma devoção a três irmãos milagreiros nos sertões do Seridó. A narrativa base para o surgimento da devoção se ancora na ocorrência de uma tragédia que vitimou três irmãos pobres por volta de 1912. Partindo do entendimento e dos cuidados dedicados às crianças falecidas nos sertões e da dimensão da tragédia, a história dos Três Anjinhos Queimados passou a receber uma atenção especial que foi se ampliando e atravessando o século XX até a contemporaneidade. Apesar de não termos marcos temporais definidores de quando as pessoas começaram a pedir e alcançar graças, sabemos que pelo menos quatro gerações já visitavam e pediam pela intercessão dos Anjinhos. Analisando as ramificações dessa história, o intuito é compreender como a devoção e as memórias que partem de uma tragédia que vitimou três crianças se entrelaçam a dadas experiências nestes sertões. Este estudo se insere no campo do catolicismo não-oficial e tem os conceitos de milagreiro e sublimação como fundamentais para a compreensão do que ocorre na devoção aos Anjinhos Queimados. Somado a isso, o conceito de memória se insere nessa discussão dando suporte para a investigação da narrativa em torno dos milagreiros e os mecanismos que mantêm essa devoção viva. Além dele, a concepção de representação colabora para uma percepção sobre as elaborações que se alimentam e constroem paisagens em torno da devoção. E atravessando toda a pesquisa mobilizo o conceito de sertões que vem sendo pensado como uma categoria que neste território associou-se ao processo colonizador, mas que ao longo do tempo e dos interesses foi tomando novas significações. Para este trabalho foi necessário utilizar a História Oral, a análise imagética da pintura localizada na lateral da capela e das fotografias produto dessa investigação e ainda do inventariamento dos ex-votos encontrados no local de devoção.Dissertação Um novo ciclo folclórico para o Conselheiro? A "continuação" do processo de folclorização de Antônio Conselheiro (1940-1960)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-28) Santos, Arthur Ebert Dantas dos; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; https://orcid.org/0000-0002-8150-0706; http://lattes.cnpq.br/1007717507239191; Fernandes, Paula Rejane; Sales Neto, Francisco Firmino; Falcão, Marcilio LimaA presente dissertação pretende-se como uma análise e continuação do processo de folclorização de Antônio Conselheiro, categoria explicativa presente na obra O Ciclo Folclórico do Bom Jesus Conselheiro (1950) de autoria do pesquisador José Calasans. Utilizando-se da ideia de um Ciclo Folclórico, relativo ao chefe do Arraial de Canudos, analisarei de que maneira se seguiu tal processo, através da problematização e análise discursiva das novas peças folclóricas, entendidas aqui como discursos e produções acerca do Conselheiro que foram produzidas posteriormente ao referido estudo inicial. Articulando temas transversais como o messianismo, sebastianismo, folclore, e partindo dos aportes teórico-metodológicos advindos da Sociologia e do Materialismo Histórico, serão utilizadas enquanto fontes as obras O Messianismo no Brasil e no Mundo (1965), da socióloga Maria Pereira Isaura de Queiroz, e Cangaceiros e Fanáticos (1963), do marxista Rui Facó, produzidas durante as décadas de 40 e 60, identificadas aqui como as novas peças folclóricas, para as novas fases do Ciclo, dando ênfase à temporalidade destacada. Desta forma, esta pesquisa é um estudo acerca das inúmeras faces e imagens folclóricas atribuídas a Antônio Conselheiro, assim como uma análise do impacto destas representações para a formação do perfil imagético-cultural de uma das identidades que foram atribuídas ao povo nordestino sertanejo.Dissertação Baú de memórias: as leituras do "O nordeste brasileiro" em Ibiara, sertão paraibano (1967-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-01-25) Beserra, Lilian de Lima; Oliveira, Airan dos Santos Borges de; https://orcid.org/0000-0002-5090-9787; http://lattes.cnpq.br/1337420835014603; http://lattes.cnpq.br/8455544732542039; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; Melo, Rosilene Alves deEsta pesquisa teve como finalidade analisar as práticas de leitura relacionadas ao almanaque de feira O Nordeste Brasileiro, na cidade de Ibiara, sertão da Paraíba, no período compreendido entre 1967 e 1980. O Nordeste Brasileiro é um folheto anual montado com previsões para o inverno, indicações para plantações e ervas medicinais, prognósticos envolvendo a Astrologia, horóscopo, propagandas, calendário, circulando entre as décadas de 1940 até início do século XXI pelo Nordeste do Brasil. Ibiara foi palco de vendas deste folheto e dos leitores e das leituras sobre o tempo e o destino no sertão. Compreendendo esse sertão como um espaço de construção de narrativas e com manifestações culturais singulares que caracterizam o viver ibiarense. As leituras feitas no(s) Sertão(ões) representam um modo de vida e definem como os sujeitos compreendem e lidam com o Universo. Através da análise da estrutura e conteúdo deste folheto foi possível identificar as tramas envolvidas no processo de elaboração e como cada detalhe particulariza este almanaque. Tendo como seu autor o pernambucano Manoel Luiz dos Santos, identificou-se também um autorreconhecimento deste personagem como profeta do sertão. Os conceitos teóricos abordados têm como base os escritos de Roger Chartier (1999), compreendendo o livro enquanto uma produção social e cultural, como também entendendo o almanaque de feira enquanto um elemento da Literatura de Cordel, diante do seu formato, as maneiras de produção, edição, divulgação, os espaços de circulação e o seu público leitor (ALMEIDA, 2019).Dissertação Do jornal ao cordel dando a ler a ciganidade: representações sobre os ciganos no Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco (1950-1988)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-28) Queiroz, Ítalo Leonardo de Lima; Andrade Júnior, Lourival; https://orcid.org/0000-0003-2155-1816; http://lattes.cnpq.br/2227836576507822; http://lattes.cnpq.br/6364042979365381; Silva, Flávio José de Oliveira; Lima, Jailma Maria de; https://orcid.org/0000-0001-8689-1753; http://lattes.cnpq.br/7070010288416835; Andrade, Joel Carlos de SouzaOs processos históricos em que estiveram inseridos os sujeitos ciganos foram marcados por conflitos entre eles e a cultura dominante com quem os mesmos estabeleceram contatos. Foram diversos os espaços e as populações que rejeitaram a presença dos ciganos e suas práticas monádicas. A modernidade impôs um modo de vida que foge aos interesses e costumes dos ciganos, desencadeando diversas atitudes de exclusão, expulsão, violência, dentre outras, as quais podemos conceituá-las enquanto práticas anticiganas. Os ciganos chegaram às terras que hoje conhecemos como o Brasil a partir do degredo cometido pela então coroa portuguesa; neste território, encontraram refúgio nos sertões, esse espaço que foi palco dos indesejados para inúmeras mobilidades e dinamismos culturais, onde os ciganos também estiveram inseridos. É nessa perspectiva que se consolidaram diversas representações a respeito dos ciganos, os signos da modernidade e os sertões, reverberando imagens anticiganas ou construindo imaginários que remetem as particularidades locais. Sendo assim, analisamos a partir de materiais impressos, sobretudo jornais e folhetos de cordel, como esse processo de relação dos ciganos, os sertões e modernidade no Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco entre os anos de 1950 e 1988, geraram diversas representações nos materiais já citados, incluindo representações que remetem a formas de violência, a partir da veiculação de estereótipos negativos sobre esses sujeitos.Dissertação A jurema sagrada de Maria do Salgadinho: representações do catimbó no sertão do Seridó potiguar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-28) Silva, André Vicente e; Borges, Fábio Mafra; https://orcid.org/0000-0002-4096-5945; http://lattes.cnpq.br/1852315743518234; http://lattes.cnpq.br/1273256227803196; Santos, Ane Luise Silva Mecenas; https://orcid.org/0000-0002-5648-7060; http://lattes.cnpq.br/5086611569752849; Palitot, Estevão; Fernandes, Paula RejaneO texto analisa o trabalho da Jurema Sagrada realizado por Maria do Salgadinho (Maria Moreira da Silva, 1933-2017), entre os anos de 1952 e 2016, no contexto das religiosidades afro-ameríndias no Seridó Potiguar. A pesquisa parte da premissa de haver em suas práticas traços de antigos rituais que abrangem as culturas negra e indígena, sobretudo os povos genericamente chamados de Tapuias (Tarairiu), que viviam pelo sertão norte-rio-grandense. Mediante a gestualidade, a ritualística e o constante uso da fumaça, das folhas e da bebida da jurema, acredito na aproximação de sua ritualística com o culto aos ancestrais indígenas. Questiono: Em que medida a Jurema Sagrada de Maria do Salgadinho incorpora elementos das práticas juremeiras ancestrais? Para nortear as discussões, conto com teóricos como Ronaldo Vainfas (1995), que contribui para rever os efeitos da presença europeia na América quinhentista; Darcy Ribeiro (1995), que aborda a formação do povo “brasileiro”; Cristina Pompa (2001), tratando da diversidade indígena e a utilização da “religião como tradução”; além de Mircea Eliade (2010), Sandro Guimarães Salles (2010), Luiz Assunção (2010), entre outros estudiosos que tratam da problemática em questão. Assim, compreendo ser relevante a aproximação entre academia e as micro-histórias, possibilitando narrativas como a da religiosa sertaneja Maria do Salgadinho, pois estas movimentam outras centralidades e promovem através de tenções, negociações e acomodações, mudanças significativas no espaço e na vida de pessoas que se permitem vivenciar experiências profundas em qualquer âmbito, incluindo o espiritual. Este foi o caso dessa mulher, mestiça, de origem rural, que participou da história do seu lugar por meio de sua religiosidade, forjada nas brenhas do Sertão.Dissertação Trajetória do laboratório de documentação histórica: contribuições para a escrita de uma história dos sertões (Caicó, 1998-2022)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-26) Lira, Ana Laura de Souto; Fernandes, Paula Rejane; https://orcid.org/0000-0002-6273-2229; http://lattes.cnpq.br/6472282774896644; http://lattes.cnpq.br/2479174733840186; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; Silva, Ramsés Nunes eA problemática que se apresenta neste trabalho é compreender como o Laboratório de Documentação Histórica (LABORDOC) constituiu-se como acervo documental basilar para a realização de pesquisas em História dos Sertões. Assim, o objeto de investigação é o próprio LABORDOC. Busca-se conhecer a sua trajetória, seu acervo e sua caracterização enquanto Centro de Documentação. Analisamos também os usos e os usuários do LABORDOC, considerando-o enquanto um espaço de salvaguarda de um patrimônio documental que preserva memórias e produz representações sobre os sertões seridoenses através da prática historiográfica. Para tanto, dialogamos com Paes (1997), Tessitore (2003) e Belloto (2006), Halbwachs (1950), Bosi (2003), Candau (2011), Choay (2014) e Chartier (1990) para pensarmos os conceitos de centro de documentação, documento, arquivo, fundo, patrimônio documental, memórias e representações. Ademais, nossas fontes são bibliográficas, impressas e orais. Para analisá-las apoiamo-nos no esquema conceitual de Roger Chartier: apropriação, representação e circulação. O estudo está situado na dimensão da História da Historiografia e o nosso recorte espacial está situado no domínio da História dos Sertões.Dissertação Cinema, sertão e religião: as representações da Jurema Sagrada no Seridó Potiguar no filme Boi de Prata (1981)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-27) Santos, Beatriz Alves dos; Andrade Júnior, Lourival; https://orcid.org/0000-0003-2155-1816; http://lattes.cnpq.br/2227836576507822; Santos, Ane Luise Silva Mecenas; https://orcid.org/0000-0002-5648-7060; http://lattes.cnpq.br/5086611569752849; Santos, Evandro dos; Serafim, Vanda FortunaEste trabalho analisa as representações da Jurema Sagrada no Seridó Potiguar a partir da obra cinematográfica Boi de Prata (1981), de Carlos Augusto Ribeiro Júnior. O longa-metragem que foi filmado em Caicó/RN em fins da década de 1970, ainda sob os domínios da Ditadura CivilMilitar brasileira, ficou engavetado por décadas até ser remasterizado em 2018 e se apresentar como uma possível fonte de estudos. Nessa pesquisa, buscamos analisar a Jurema Sagrada enquanto uma religião híbrida, que aglutina elementos católicos, afro-brasileiros e do espiritismo kardecista, nascida no seio do sertão e com raízes indígenas. Nosso olhar se volta para a religião pelo papel central que esta ocupa na trama de Ribeiro Jr. Tendo o filme como fonte principal, mobilizamos entrevistas com Núbia Lima (atriz, figurinista e prima de Ribeiro Jr.), Amaro Lima (maquiador e amigo de Ribeiro Jr.) e Mirabô Dantas (músico), que participaram da produção e das gravações do longa-metragem, e que fizeram parte da vida do diretor. Neste sentido, utilizamos o método da Análise do Discurso para compreender os discursos empregados no enredo, costurando as falas, cenas e recortes em consonância com a época política e social em que foi gravado. Além disto, aplicamos as abordagens preconizadas pela História Oral para dar respaldo e profundidade às nossas fontes orais e os testemunhos de memórias dos entrevistados. Trabalhamos nesta pesquisa com frames, ou imagens que capturamos de dentro das cenas, de modo que captamos imagens estáticas de uma cena de imagens em movimento (vídeos). Para análise destas imagens, exercemos a metodologia de observar por camadas, o que está em plano principal e o que está em plano de fundo, tecendo comentários que acompanham a discussão das imagens no contexto de cada capítulo. Operacionalizamos os conceitos de representações, hibridismo cultural, sertões e paisagem, para dar sustento teórico, possibilitando a reflexão a respeito de uma religião sertaneja híbrida, a Jurema, representada na cinematografia no recorte de um Seridó Potiguar entre as décadas de 1970 e 1980. Nosso objetivo com essa pesquisa, portanto, é pensar a respeito dos sertões e das religiosidades e práticas híbridas sertanejas, tendo o cinema como fonte e, sobretudo, um cinema feito por um seridoense com bases no Cinema Novo brasileiro.Dissertação "Vós sabeis como as cousas se passam": magistratura, política e clientelismo nos sertões (Seridó, 1858-1907)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-28) Dias, Thales Lordão; Andrade, Juciene Batista Félix; https://orcid.org/0000-0002-4590-2951; http://lattes.cnpq.br/9746207094429740; http://lattes.cnpq.br/4147536356066219; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; Santos, Rosenilson da Silva; Santos, Lídia Rafaela Nascimento dosNa presente dissertação buscamos analisar a inserção política dos magistrados nos sertões do Seridó norte-rio-grandense, entre 1858 e 1907, cujas formas de atuação investigamos por meio de um estudo prosopográfico, a partir de fontes hemerográficas e judiciais, bem como da legislação sobre o Poder Judiciário e sobre eleições, além dos relatórios dos presidentes de províncias/estados e do Ministro da Justiça. Dialogando com conceitos como os de história política, elites, clientelismo e redes de sociabilidades, buscamos compreender a dinâmica da ocupação dos cargos de magistrados e de sua utilização para fins políticos, analisando de que forma um ideário de sertão como terra sem lei, despovoada, incivilizada, influenciou nas escolhas dos magistrados para atuarem nas comarcas sertanejas. Recorrendo a uma perspectiva micro histórica, tomamos como paradigma Dr. Manoel José Fernandes, magistrado seridoense que, durante mais de quarenta anos (1861-1907), esteve inserido na vida política seridoense, como chefe do Partido Liberal, durante a monarquia, e, proclamada a República, do Partido Republicano, cujas trajetórias profissional e política reconstruímos, confrontando-as com as daqueles magistrados que atuaram nos sertões do Seridó e buscando demonstrar a importância das redes de compadrio e, em seu núcleo, do grupo familial, para que as elites políticas locais mantivessem seu prestígio e status social. Metodologicamente, partimos da revisão bibliográfica, valendo-nos ainda do paradigma indiciário, e adotando a micro-história e a ligação nominativa como abordagens no manejo das fontes.Dissertação Zé Menino milagreiro: tragédia e devoção no catolicismo não oficial (Riachão, Jucurutu, 1937-2022)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-11-30) Simão, Wesley Henrique de Moura; Andrade Junior, Lourival; https://orcid.org/0000-0003-2155-1816; http://lattes.cnpq.br/2227836576507822; http://lattes.cnpq.br/9854954359525553; Santos, Ane Luise Silva Mecenas; https://orcid.org/0000-0002-5648-7060; http://lattes.cnpq.br/5086611569752849; Maia, Michelle Ferreira; https://orcid.org/0000-0002-0695-2374; http://lattes.cnpq.br/4057711169850301No meio da terra seca do sertão do Seridó, entre os galhos retorcidos da caatinga surge uma forma peculiar de devoção. Mais precisamente na zona rural do município de Jucurutu, Rio Grande do Norte. Que se apresenta aqui como objeto de análise desse trabalho. Essa devoção se enquadra nos cultos não-oficiais do catolicismo, uma vez que não é destinada aos santos oficiais e sim a um sujeito que pertencia à comunidade estudada e que ao morrer de forma trágica, passou a ser entendido e cultuado como milagreiro. Nesse sentido, tentamos entender o processo pelo qual o milagreiro passa, o status de lugar sagrado que o local de sua morte recebe, tudo isso relacionado ao debate sobre sertões e uma possível religiosidade dita sertaneja. Veremos através das fontes orais a história de José Batista Serafim - Zé Menino, sua morte e sublimação, discutiremos os conceitos de sertões, religiosidades e as devoções não-oficias, em torno do milagreiro e de seu local de cultoDissertação O jornalista e o coronel: colunas policiais no jornalismo da Sobral dos anos 1920(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-25) Furtado, Francisco de Sousa; Lima, Jailma Maria de; https://orcid.org/0000-0001-8689-1753; http://lattes.cnpq.br/7070010288416835; http://lattes.cnpq.br/2691557149618523; Oliveira, Antônio José de; Bezerra, Ricardo José LimaO Sertão não pode ser enxergado apenas como um espaço. Esta é uma noção muito restrita e simplista do que ele realmente é. O Sertão é a relação humana, é a comunidade, é um espaço de práticas de poder. É neste sentido que precisamos observar as práticas que constroem este espaço. A seca, mesmo trazendo perdas econômicas e mazelas, também resulta em modernização do espaço, é aí que encontramos manifestações vivas de expressão humana através da escrita e da publicação de periódicos de cunho político, recheado de críticas e sentimentos de época. No Sertão Norte do Ceará, na pequena e opulente cidade de Sobral, encontramos um jornal bem ácido e vivaz, que perdurou de 1914 a 1924. Tempo necessário para conquistar aliados e ganhar muitos inimigos, também. Este trabalho visa estudar as relações entre o jornalista Deolindo Barreto Lima, editor do jornal A Lucta, e o coronel Francisco de Almeida Monte, observando os seus feitos e a forma como eram descritos, sem deixar de lado os crimes e críticas de um para com o outro, tendo o periódico como fonte central. Esta é uma trama intrigante, cheia de acusações e poucos caminhos e é aí que a pesquisa documental em periódicos, disponíveis em arquivos físicos ou digitais, se fazem necessários, sem deixar de lado crônicas romancistas ou escritos memorialistas. Nessas leituras não é difícil encontrar textos carregadas de sentimentos e críticas, levando, facilmente a questionar se a visão que um tinha do outro era mesmo objetiva. Essa objetividade construiu um personagem com características que só existe na mente de quem descreveu, fazendo necessário analisar profundamente aquilo o que foi dito, a fim de compreender se essa construção se aproxima, ou não, de algo ficcional, imaginativo ou, mesmo, real.Dissertação "Dinarte está morto?": narrativas e temporalidades na (re)construção de memórias sobre um agente político do Seridó potiguar (1980 - 1984)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-29) Mariz, Francisco Félix da Silva; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336; http://lattes.cnpq.br/2114201899218323; Oliveira, Iranilson Buriti de; Fernandes, Paula Rejane; https://orcid.org/0000-0002-6273-2229; http://lattes.cnpq.br/6472282774896644; Santos, Rosenilson da SilvaEssa dissertação tem como objeto as memórias que Dinarte de Medeiros Mariz projetou de si mesmo ao longo da sua vida pública, todavia estamos dentro de um recorte temporal a partir de uma entrevista que o mesmo concedeu a TVU em 1980 – e finaliza com a sua morte, em nove de julho de mil novecentos e oitenta e quatro, após passar dois meses internado no Hospital de Base de Brasília, DF, acometido de uma hemorragia intestinal. Dinarte Mariz foi um político destacado no Rio Grande do Norte e no Brasil, e teve uma carreira na qual assumiu os cargos que foram de Prefeito de Caicó, governador potiguar a Senador da República Federativa do Brasil. No momento de sua morte, acorreu às ruas de Natal e Caicó uma quantidade significativa de admiradores e curiosos que o jornal Diário de Natal classificou como uma grande multidão. O corpo do então senador chegou ao Rio Grande do Norte em um avião da Força Aérea Brasileira – FAB – quando recebeu honras de chefe de Estado no então Palácio do Governo do RN. Após as exéquias finais, na capital, uma esquadrilha da FAB trouxe o ex-prefeito de Caicó, juntamente com familiares e aliados políticos, para o último adeus na Cidade de Caicó, onde foi sepultado. O referido político, de uma forma maestral, conduziu a construção da memória de si de forma que se torna um grande perigo um trabalho sobre ele ficar preso a essas memórias. Sendo assim, esta pesquisa busca entrecruzar informações sobre as memórias de Dinarte Mariz, que transitou entre os muitos acontecimentos da política do Brasil e, conforme fontes jornalísticas, era defensor incansável dos governos ditatoriais. Todavia há um fato histórico e documentado pelo jornal Diário de Natal, que fez uma cobertura especial da morte, do velório e da missa de sétimo dia do senador morto, que forma uma narrativa importante da memória de Dinarte Mariz que foi explorada nesta pesquisa, além de um livro intitulado “Dinarte 80 anos”, em que estão organizadas suas memórias como desejaria que fossem divulgadas.Dissertação O sertão obnubilado: Araripe Júnior e a produção do sertão nortista na literatura brasileira (séc. XIX-XX)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Santos, Rosane dos; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; Souza, Candice Vidal e; Santos, Evandro dos; Andrade, Joel Carlos de Souza; https://orcid.org/0000-0003-2141-0212; http://lattes.cnpq.br/6752728114568336Esta dissertação tem como objeto o sertão na literatura brasileira do século XIX, na obra do escritor e crítico literário Tristão de Alencar Araripe Júnior. Filho de uma das famílias tradicionais do Norte, primo do escritor José de Alencar, Araripe Júnior teve formação em advocacia, pela Faculdade de Direito do Recife, destacando-se como crítico literário e, com menos sucesso, como escritor de romances. No Ceará, participou ativamente no debate intelectual ao lado de Capistrano de Abreu e Raimundo Antônio da Rocha Lima, nas reuniões da Academia Francesa e posteriormente na Escola Popular. No Rio de Janeiro, ao lado de Sílvio Romero e José Veríssimo, formaram a trindade crítica da época naturalista no Brasil. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, membro do Instituto Histórico do Ceará e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Apesar disso, sua obra recebeu limitada atenção em trabalhos acadêmicos, fora da área literária, principalmente no tocante à temática do sertão. Nesse sentido, procuramos a partir de dois textos do escritor, O Retirante: scenas da seca de 1845 (1877) e O Reino Encantado: crônica sebastianista (1878) compreender como o autor constrói na sua escrita uma ideia de sertão. Na sua vasta produção crítica, Araripe Jr. criou o conceito de obnubilação brasílica, termo utilizado pelo autor para explicar o processo de adaptação do homem europeu ao meio tropical brasileiro e à formação da brasilidade. Nosso objetivo é compreender os caminhos por meio dos quais se produziu, no âmbito do discurso literário brasileiro do século XIX e nos escritos de Araripe Júnior o sertão do norte. Tentar compreender as práticas discursivas sobre os sertões na produção de Araripe Júnior passa pela procura de relações de poder e de saber que produziram estas imagens e estes enunciados, que inventaram o sertão nortista. Para tal, estabelecemos um diálogo teórico com Pierre Bourdieu e Michel Foucault para tratar da relação das práticas discursivas do autor com a produção de uma dada visão do sertão do Norte na literatura oitocentista brasileira.Dissertação Pacarrete é forte como um mandacaru: protagonismo feminino, cinema e sertão(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-29) Alves, Ítala Raiane Trajano; Andrade Júnior, Lourival; https://orcid.org/0000-0003-2155-1816; http://lattes.cnpq.br/2227836576507822; http://lattes.cnpq.br/1192745483415855; Santos, Evandro dos; https://orcid.org/0000-0003-2844-4810; http://lattes.cnpq.br/7531766582443713; Andrade, Joel Carlos de Souza; Vieira, Marcelo Didimo SouzaPensar as representações do sertão a partir do protagonismo feminino a luz do filme Pacarrete (Allan Deberton, 2019) nos levou a começar essa busca por entender de que formas o sertão passou a ser transposto para as telas do cinema nacional começando pela fase do Cinema Novo. Embora o sertão nordestino tenha dado as caras desde sempre, pois, produzir cinema fazia parte da idealização de um país modernizado e que acompanhava as novas tendências mundiais. Foi nas décadas de 1950 e 1960 que as imagens cristalizadas do sertão foram construídas tendo como inspiração o romance regionalista de 1930. Com o fim do Cinema Novo, a temática do sertão aparece cada vez menos no cinema para retornar junto com a retomada na década de 1990. Dessa vez, o sertão da seca, do atraso e dos coronéis dá lugar a um sertão lúdico, localizado em algum lugar entre o passado e o contemporâneo. Já não há uma narrativa única. O sertão se multiplicou. Assim, cada vez que esse sertão é lido e dito no cinema, ele aparece de uma nova perspectiva. São filmes com jeito de novelas e seriados da televisão, Road Movies, melodramas, filmes alegres e desesperançosos. Narrativas concentradas em apenas um personagem e suas angústias. Na contemporaneidade o sertão do Cinema Novo aparece ainda como inspiração, mas sem uma preocupação de manter aquela forma de representar e muitas vezes numa tentativa de construir uma narrativa que supere a anteriormente construída. Em Russas, no sertão cearense, uma bailarina aposentada dança e nos convida para essa festa que é o seu sertão de cores, luzes e movimento. O lançamento do filme desencadeou uma onda de produções audiovisuais e a cidade de Russas- CE passa a ser palco de diferentes curtas que, assim como Pacarrete, nos ajudaram a pensar sobre o protagonismo feminino nos filmes de sertão na contemporaneidade.Dissertação Os Sertões e o MEB: o processo de "civilizar" o homem sertanejo através do trabalho educativo do MEB/Sistema Caicó (1963-1974)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-11-29) Ferreira, Maria Dolores de Araújo Vicente; Andrade, Juciene Batista Felix; https://orcid.org/0000-0002-4590-2951; http://lattes.cnpq.br/9746207094429740; http://lattes.cnpq.br/7997095759593442; Bezerra, Ricardo José Lima; Borges, Cláudia Cristina do Lago; Medeiros, Mario Lourenço deO texto dissertativo apresentado consiste em analisar o processo de civilizar o homem do sertão do Seridó através do trabalho educativo desenvolvido pelo MEB/Sistema Caicó. Com isso, investigamos, por meio dos rastros deixados pela documentação do MEB, o desenvolvimento do trabalho educativo narrado pelos relatórios, grades dos programas radiofônicos, pelos estudos de áreas apresentados pela documentação durante o ano 1963 ao ano de 1974. A temporalidade referenciada está relacionada ao início das atividades educativas do MEB sistema Caicó, nos sertões do Seridó, como também as ações da Animação Popular junto às comunidades assistidas pelo movimento no combate ao analfabetismo e a aplicabilidade desse processo educativo apresentado nos relatórios elaborados pelos coordenadores do MEB sistema Caicó durante os anos de 1974. O Seridó é percebido como lugar social, político e privilegiado pelos seus interesses peculiares. A análise será pautada pelos conceitos de Civilidade de Nobert Elias (1994), que apresenta como aconteceu o processo de civilização ocidental através das transformações de comportamentos e emoções individuais e coletivas. O conceito de Conscientização de Paulo Freire (2001) apresentou como o movimento em conscientizar o homem através de um processo de uma consciência da realidade. O trabalho apresenta referências que permite caminhar pelo entendimento do espaço sertão, como também pelo sertão do Seridó, onde o processo educativo do MEB aconteceu. A metodologia utilizada é a qualitativa, que foi realizada através das leituras de jornais, material icnográfico, cartas, documentos oficiais do MEB/Sistema Caicó, seu material didático, relatórios, grade da programação dos assuntos abordados pelos professores locutores produzidos pelo MEB, disponibilizados no LABORDOC do CERES Caicó, outra parte do material sob a custódia do Colégio Diocesano de Caicó (CDS), como também pela Cáritas Diocesana de Caicó. O processo de atuação do MEB Sistema Caicó utilizou o rádio como ferramenta educativa e foi capaz de transformar a mentalidade do homem e da mulher rural, como também de “civilizar” o espaço do sertão do Seridó, através de uma programação radiofônica voltada para mudança de comportamento, desse sertanejo seridoense. O processo educativo apresentado pela documentação analisada, não deu conta de perceber resistências da população sertaneja diante da aplicabilidade do processo em “civilizar” os comportamentos e emoções individuais e coletivas dos sertanejos.
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