PPGDITM - Doutorado em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos

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  • Tese
    Abordagens inovadoras para a identificação da endometrite crônica: comparação de métodos de coleta e análises imunohistoquímicas
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-04-22) Ferreira, Délis de Oliveira; Ferrari, Márcio; Lanza, Daniel Carlos Ferreira; https://orcid.org/0000-0002-2425-7586; http://lattes.cnpq.br/5782539548696465; http://lattes.cnpq.br/7235544487334911; Oliveira, Ana Katherine da Silveira Gonçalves de; Nascimento, Ermeton Duarte do; http://lattes.cnpq.br/5059231323892121; Sarmento, Ayane Cristine Alves; Cobucci, Ricardo Ney Oliveira
    A endometrite crônica (EC) é caracterizada pela inflamação do endométrio, tecido quereveste a cavidade uterina, e está associada a manifestações clínicas que incluemirregularidades menstruais, dor pélvica, complicações obstétricas e infertilidade. Noentanto, a ausência de sintomas específicos pode dificultar a identificação precoce eprecisa da doença. Essa dificuldade no diagnóstico reside ainda no fato de que os métodosdisponíveis apresentam limitações de sensibilidade e especificidade, evidenciando anecessidade do desenvolvimento de um protocolo diagnóstico para a doença que sejaeficiente e economicamente viável. Dentro desse contexto, essa pesquisa propôsabordagens inovadoras para a identificação precoce da doença e o desenvolvimento deum protocolo acessível, preciso e clinicamente relevante. Para isso, foi realizada umarevisão de literatura, com o objetivo de apresentar um painel que inclui os principaisgêneros bacterianos associados à endometrite. Os gêneros mais citados foram Chlamydiaspp., Ureaplasma spp., Streptococcus spp., Mycoplasma spp., e Enterococcus spp, osquais se relacionam a importantes alterações inflamatórias endometriais. Visandocomparar diferentes métodos para realização de biópsia endometrial, quanto à suaviabilidade em permitir o diagnóstico da endometrite a partir de análises histopatológicase imuno-histoquímicas para CD138, CD56 e PGP 9.5, foram coletadas amostras de tecidoendometrial em pacientes atendidas no setor de histeroscopia cirúrgica na MaternidadeEscola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN. O tecido endometrial foi obtido através dehisteroscopia, pipelle de Cornier, e cateter uretral (Nelaton®) acoplado a uma seringa. Nãoforam identificadas diferenças significativas entre a caracterização histopatológica e amarcação imuno-histoquímica quando se comparou os três métodos de coleta utilizados.Sugere-se, portanto, o uso do cateter uretral acoplado a seringa como um novo métodopara realização de biópsia endometrial, sendo este mais acessível financeiramente; commenor risco de complicação posterior ao procedimento, e tão eficiente para a obtenção detecido endometrial quando os outros métodos citados. Além disso, com o objetivo deinvestigar a relação entre a expressão de CD138, fatores clínicos e as característicascitológicas e microbiológicas cérvico-vaginais, comparando dois métodos de biópsiaendometrial: histeroscopia e cateter endometrial, foram analisadas amostras de mulheresem menacme, sem histórico de doença crônica. As amostras foram submetidas a análisesimunohistoquímicas, citologia cérvico-vaginal, Score de Nugent e detecção molecular depatógenos por qPCR. Observou-se que fatores clínicos como idade, histórico reprodutivoe patologias uterinas não estiveram associados à presença de plasmócitos no endométrio.A associação significativa do uso de hormônios, desvio de flora com bacilossupracitoplasmáticos e a detecção de hemácias íntegras e degeneradas na região cérvicovaginal, com o aumento de plasmócitos marcados com o anticorpo CD138, sugerem umpapel relevante na fisiopatologia da EC, possivelmente por contribuir para um ambienteinflamatório persistente. Além disso, esses dados reforçam a importância da análisecitológica como exame complementar na identificação de pacientes com a doença. Emconjunto, estes dados mostram que a presença dos microrganismos citados no endométriopode comprometer a saúde reprodutiva feminina, e que o uso de cateter uretral do tipoNelaton® adaptado para fins de realização de biópsia pode despontar como umapromissora forma de se obter amostras de tecido endometrial, seja para realização deanálises microscópicas teciduais, seja para a identificação de microrganismosrelacionados à EC, bem como a identificação de outras patologias uterinas.
  • Tese
    Desenvolvimento de bioingrediente multifuncional para indústria cosmética a partir do subproduto industrial de Agave sisalana (SISAL)
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-19) Pinheiro, Jonas Gabriel de Oliveira; Ferrari, Márcio; Pedro, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-2425-7586; http://lattes.cnpq.br/5782539548696465; http://lattes.cnpq.br/9933115806815375; Daher, Cláudia Cecílio; Damasceno, Gabriel Azevedo de Brito; Silva, Larissa Marina Pereira; Barreto, Stella Maria Andrade Gomes
    Agave sisalana Perrine (sisal) é uma planta cultivada extensivamente na Caatinga, bioma mais prevalente do Nordeste, tendo como principal objetivo a obtenção de fibras. Apenas 5 % a 6 % do peso bruto das folhas são aproveitados no processo de desfibramento resultando em uma quantidade considerável de subproduto, o qual muitas vezes é descartado no próprio solo, o que pode representar uma oportunidade para o aproveitamento deste subproduto. A composição química e diferentes atividades já estudadas em extratos a partir do subproduto do sisal motivaram o desenvolvimento de novos extratos e a busca por novas atividades. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um bioingrediente multifuncional com aplicabilidade na indústria cosmética a partir do subproduto industrial de A. sisalana. Inicialmente, o subproduto do sisal foi coletado e, posteriormente, submetido a secagem. Foram realizados dois diferentes métodos de extração, por aparelho de Soxhlet e por líquido pressurizado resultando em 18 extratos, 9 de cada método de extração. A quantificação de taninos totais e de diosgenina foi realizada nos extratos que apresentaram maior rendimento bruto após extração e secagem. O extrato obtido por Soxhlet foi escolhido para as avaliações seguintes, o qual foi preparado utilizando etanol 30 % em 8 horas de extração e teve rendimento bruto de 8,07 %. Nesse extrato, foram identificados taninos, flavonoides e saponinas. Nas avaliações de segurança in vivo, o extrato se demonstrou seguro para utilização em pele humana. Na avaliação in vitro da atividade antioxidante, o extrato apresentou atividade sequestrante dos radicais DPPH (IC50 = 1,89 mg/mL) e ABTS•+ (IC50 = 0,37 mg/mL). A capacidade antioxidante total foi de 18,55±0,33 Eq. mg de ácido ascórbico/g de extrato, além de apresentar capacidade de quelação de Cu2+ e Fe2+ e discreta capacidade sequestrante de radical OH-. Na avaliação da atividade antitirosinase, o extrato apresentou 10,41±2,23 % de inibição na concentração de 10,0 mg/mL. Nesse contexto, a utilização do subproduto da A. sisalana para obtenção de um novo bioingrediente multifuncional, com atividades antioxidante e clareadora de pele, para indústria cosmética pode contribuir para minimizar impactos ambientais negativos e para o desenvolvimento socioeconômico de regiões que produzem fibras de sisal.
  • Tese
    Efeito de nanopartículas híbridas lipídico-poliméricas catiônicas carregadas com benznidazol em modelo in vitro de infecção por Trypanosoma cruzi
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-25) Medeiros, Thayse Silva; Silva Júnior, Arnóbio Antônio da; Figueiredo, Regina Célia Bressan Queiroz de; https://orcid.org/0000-0002-7516-1787; http://lattes.cnpq.br/2593509584288129; https://orcid.org/0000-0002-8069-5871; http://lattes.cnpq.br/1987367321820890; Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes; Araújo, Gabriel Lima Barros de; Lima, Elton Marlon de Araújo; Nicolete, Roberto
    A doença de Chagas, também conhecida como Tripanossomíase Americana, é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi. Atualmente, apenas dois medicamentos, Benznidazol (BNZ) e Nifurtimox, foram aprovados para tratamento da doença, sendo o BNZ o único autorizado para uso no Brasil. No entanto, o BNZ enfrenta várias limitações, incluindo baixa biodisponibilidade e maior toxicidade para o hospedeiro. A resistência do parasita ao tratamento também foi relatada. Neste sentido, formulações nanotecnológicas para liberação de fármacos surgiram como uma alternativa promissora para aprimorar as propriedades farmacológicas e a biodisponibilidade deste fármaco. Neste estudo, investigamos a eficácia in vitro de nanopartículas híbridas catiônicas de PLGA-colesterol carregadas com BNZ como plataforma de administração de medicamentos contra T. cruzi. O método de nanoprecipitação foi utilizado para obtenção dos HNPs e foram determinados seu tamanho, índice de polidispersão e potencial zeta. Após a funcionalização do PEI, o tamanho dos NPHs foi inferior a 200 nm, com distribuição homogênea de partículas e potencial zeta variando de -20 a +10. A eficiência do encapsulamento foi determinada em 40% para NPHs aniônicos, aumentando para 54% para homólogos catiônicos. As análises de FTIR e DRX corroboraram com o sucesso do encapsulamento do BNZ. A caracterização morfológica por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) demonstrou partículas de formato esférico, independentemente de sua composição. Estudos in vitro mostraram que as nanopartículas são seguras nas concentrações avaliadas para cardiomiócitos. Além disso, em comparação com os fármacos livres, os NPHs exibiram maiores efeitos tripanocidas contra amastigotas intracelulares, como evidenciado pelos valores de IC50 <5,9 e 38,6, respectivamente. Entretanto, não foi observada diferença estatística entre a atividade tripanocida dos sistemas aniônico e catiônico. Imagens de microscopia de fluorescência mostraram a internalização de NPHs a partir de 5 minutos. Em conjunto, os resultados mostraram o desenvolvimento bemsucedido de NPHs, ressaltando seu potencial como uma plataforma promissora para a entrega de agentes terapêuticos utilizados no tratamento da infecção por Trypanosoma cruzi.
  • Tese
    Desenvolvimento de um hidrogel termorresponsivo contendo o extrato das cascas do caule de Commiphora leptophloeos com potencial aplicação no tratamento de candidíase vulvovaginal
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-26) Medeiros, Renato Dantas de; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; https://orcid.org/0000-0002-2768-0793; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446; https://orcid.org/0000-0003-2208-7808; http://lattes.cnpq.br/9604683278634721; Silva Júnior, Arnobio Antônio da; https://orcid.org/0000-0002-7516-1787; http://lattes.cnpq.br/2593509584288129; Fabri, Rodrigo Luiz; Chaves, Douglas Siqueira de Almeida; Padovan, Ana Carolina Barbosa
    Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett. (Burseraceae) é uma planta medicinal nativa do bioma Caatinga, utilizada popularmente no tratamento de infecções ginecológicas. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil cromatográfico e o teor do marcador do extrato da casca do caule de C. leptophloeos, e avaliar sua toxicidade e potencial antifúngico e antibiofilme contra Candida spp., por meio de ensaios pré-clínicos in vitro e in vivo. O estudo também objetivou desenvolver um novo hidrogel termorresponsível contendo o extrato C. leptophloeos. O hidrogel foi desenvolvido a partir da incorporação do extrato (4%) a uma formulação de hidrogel à base de quitosana (1,0%) e poloxâmero 407 (18%), e avaliado por meio dos parâmetros físicos (características organolépticas, testes reológicos e análise do perfil de textura), químicos (teor de proantocianidinas e pH) e microbiológicos. Nas condições do estudo, o extrato e o hidrogel apresentaram boa estabilidade físico-química e microbiológica por 3 meses a 25 °C ± 2 °C e 60% ± 5% de umidade relativa (UR). Além disso, as análises fitoquímicas realizadas por cromatografia líquida e espectrometria de massas e por testes químicos permitiram a anotação e a quantificação de teor proantocianidinas totais no extrato livre (230,38 mg/g de extrato) e por grama de hidrogel (135,23 mg de proantocianidina/g de hidrogel). Ademais, o hidrogel apresentou aspecto, cor e odor característico do extrato, pH próximo de 4,5, compatível com o ambiente vaginal e temperatura de transição sol-gel próxima da temperatura corporal (35 °C). A toxicidade do extrato e do hidrogel foi avaliada in vitro pelos ensaios da atividade hemolítica e de citotoxicidade em células epiteliais uterinas/endometriais (HEC-1A), e in vivo pelo teste de toxicidade aguda no modelo alternativo de Galleria mellonella. Em todos os testes, o extrato livre e a formulação de hidrogel se mostraram biocompatíveis, uma vez que não causaram citotoxicidade em eritrócitos humanos e em células HEC-1A, e não foi observado nenhum sinal de toxicidade aguda e mortalidade nas larvas de G. mellonella. A eficácia antifúngica e antibiofilme in vitro foi avaliada contra cepas referência de Candida spp. e isolados clínicos (incluindo cepas resistentes a fluconazol) obtidos de hemoculturas de pacientes com candidemia e secreção vaginal de pacientes com candidíase vulvovaginal. A concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração fungicida mínima (MFC) foram determinadas pela técnica de microdiluição, e a inibição do biofilme foi avaliada pelos ensaios de cristal violeta e XTT. O efeito sinérgico do extrato em combinação com fluconazol foi determinado pelo método de checkerboard. O extrato apresentou atividade antifúngica com valores de CIM variando de 2.500 a 312,5 μg/mL e reduziu significativamente o biofilme formado em todas as cepas de Candida spp. investigadas. Além disso, a ação combinada do extrato com fluconazol produziu efeitos antifúngicos sinérgicos contra Candida spp. (IFIC=0,31-1,5). Adicionalmente, o potencial antifúngico do extrato livre e do hidrogel foi avaliado in vivo no modelo alternativo de infecção por C. albicans em G. mellonella. O hidrogel contendo o extrato apresentou maior potencial antifúngico do que o extrato livre em todas as concentrações testadas, e no ensaio de sobrevivência mostrou alta viabilidade larval em larvas infectadas por C. albicans. Em geral, os achados deste trabalho revelaram que efeito antifúngico e antibiofilme do extrato de C. leptophloeos foi potencializado quando incorporado no hidrogel e a toxicidade foi reduzida. Finalmente, pode-se concluir que o extrato de C. leptophloeos apresenta potencial efeito antifúngico e pode ser aplicado como ativo no desenvolvimento de um fitoterápico para o tratamento de infecções fúngicas.
  • Tese
    Nanopartículas poliméricas catiônicas como potencial imunoadjuvante contra Trypanosoma cruzi
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-24) Silva, Emanuell dos Santos; Silva Júnior, Arnobio Antônio da; https://orcid.org/0000-0002-7516-1787; http://lattes.cnpq.br/2593509584288129; https://orcid.org/0000-0002-9849-4496; http://lattes.cnpq.br/2355630416880005; Moreno, Cláudia Jassica Gonçalves; Soares Sobrinho, José Lamartine; Longhi, Marcela Raquel; Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes; http://lattes.cnpq.br/2929963416385218
    A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e é considerada uma doença tropical negligenciada. Novos imunoadjuvantes têm sido estudados para melhorar a resposta imunológica e a eficácia dos tratamentos. As nanopartículas são dispositivos carreadores que entregam biomoléculas diretamente às células-alvo, potencializando as características imunomoduladoras. Este estudo explorou o uso de nanopartículas catiônicas de PLGA-PEI como potenciais imunoadjuvantes na resposta contra a infecção por T. cruzi. A caracterização das nanopartículas foi realizada quanto ao tamanho e carga elétrica, a análise da eficiência de associação entre proteínas e nanopartículas, a avaliação da hemólise e da viabilidade celular, bem como a aplicação de modelos animais para testes in vivo, incluindo protocolos de imunização e a determinação de anticorpos gerados. Os resultados obtidos foram satisfatórios e promissores. Durante a pesquisa, foi demonstrado que as nanopartículas catiônicas interagem com proteínas e apresentam propriedades favoráveis, como tamanho adequado e viabilidade celular. Ao serem testadas como imunoadjuvantes em modelos animais, as nanopartículas foram capazes de estimular uma resposta imunológica semelhante ao hidróxido de alumínio, um imunoadjuvante comumente utilizado em humanos. Além disso, foi observado que as nanopartículas estimularam a produção de anticorpos de alta avidez e específicos das subclasses IgG2b e IgG3, desempenhando papéis importantes no processo inflamatório e na atividade das células efetoras. Esses achados são relevantes, pois a formulação estudada é inédita na literatura e demonstra um potencial significativo para o desenvolvimento de estratégias imunomoduladoras no contexto da infecção por T. cruzi.
  • Tese
    Effects of Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dick extract on experimental models of intestinal inflammation and metabolic syndrome
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-03) Tavares, Emanuella de Aragão; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; Guerra, Gerlane Coelho Bernardo; http://lattes.cnpq.br/5677318431530876; https://orcid.org/0000-0002-2768-0793; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446; https://orcid.org/0000-0003-4823-0211; http://lattes.cnpq.br/9967017709735330; Silva Júnior, Arnobio Antônio da; Rezende, Adriana Augusto de; Nogales, Alba Rodríguez; Baratto, Leopoldo Clemente
    INTRODUÇÃO. As doenças inflamatórias intestinais (DII’s) e a síndrome metabólica são duas condições de saúde em ascensão em todo o mundo, principalmente nos países desenvolvidos (1–3). As DII’s, incluindo a doença de Crohn e a colite ulcerativa, são doenças crônicas que afetam o trato gastrointestinal e podem causar sintomas como rectorragia, diarreia com muco ou sangue, dor abdominal, fadiga e perda de peso (4). A síndrome metabólica, por sua vez, é um conjunto de condições médicas, incluindo obesidade abdominal, hipertensão arterial, aumento dos níveis de açúcar no sangue e dislipidemia (5). Ambas são enfermidades multifatoriais e complexas, cuja etiopatologia envolve uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. No caso das DII’s, acreditase que a interação entre a microbiota intestinal, o sistema imunológico e os fatores ambientais possam desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento. Além disso, fatores como o tabagismo, o estresse e o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides também podem contribuir para o desenvolvimento das DII’s (6,7). Assim como as DII’s, a síndrome metabólica também está associada a uma inflamação crônica implicada na sua patogênese. O conjunto de fatores de risco, como obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão arterial e dislipidemia aumentam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (8). A inflamação crônica ocorre quando o sistema imunológico do corpo é ativado persistentemente, o que leva à produção contínua de citocinas pró-inflamatórias e a um estado inflamatório crônico. O tratamento da síndrome metabólica muitas vezes envolve a redução da inflamação crônica por meio de mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, exercícios físicos regulares e controle do estresse, além de medicamentos para controlar a pressão arterial, reduzir os níveis de açúcar no sangue e reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos. Embora as DII’s e a síndrome metabólica sejam condições diferentes, elas podem estar relacionadas em certos indivíduos, e um melhor entendimento da inflamação crônica pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos complementares para ambas as condições (9). Evidências clínicas mostram que o uso de fenólicos isolados ou de extratos ricos em fenólicos administrados em combinação com medicamentos já utilizados na terapia das DII’s e da síndrome metabólica contribuem com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e para manter a doença no estado remissivo (10,11). Os polifenóis são metabólitos secundários produzidos por vegetais que possuem propriedade antioxidante e anti-inflamatória, o que os torna eficazes na prevenção e tratamento dessas doenças. Sua notável capacidade anti-inflamatória e antioxidante se deve a múltiplos alvos de ação, como a inibição da produção ou da ação de mediadores pró-inflamatórios ou até mesmo sob a forte influência que pode exercer sobre a microbiota intestinal (12–14). Neste cenário, a cactácea Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck, conhecida popularmente como palma, palma-forrageira e palma “doce” ou “miúda”, é uma boa fonte de compostos bioativos anti-inflamatórios. Os seus cladódios são ricos em polissacarídeos e polifenois (15), e têm sido amplamente utilizados para fins agrícolas, alimentares e medicinais (16). É tradicionalmente utilizada como anti-inflamatório e curativo no tratamento de doenças como colesterol elevado, tensão arterial, problemas renais e urinários, e no tratamento da diabetes (17,18). Estudos anteriores relataram o potencial antibiótico e antifúngico da N. cochenillifera em ensaios in vitro (19,20). Além disso, foi observada a redução da glicemia em estudos in vivo (21) e em um ensaio clínico piloto (22). Em relação ao efeito anti-inflamatório, a administração oral do extrato hidroetanólico dos cladódios de N. cochenillifera demonstrou uma significativa atividade anti-inflamatória em modelos de indução de granuloma e úlcera gástrica em roedores (23,24). Os polifenois presentes no extrato de N. cochenillifera já são considerados uma fonte promissora de agentes bioativos. No entanto, quando se trata de doenças inflamatórias intestinais, direcionar esses ativos para a região do cólon e reduzir as concentrações de extratos vegetais necessárias para alcançar atividade farmacológica ainda são desafios a serem superados. O desenvolvimento de sistemas de administração de medicamentos capazes de transportar as substâncias ativas do extrato até o tecido do cólon é uma alternativa promissora para melhorar a biodisponibilidade oral e prolongar sua retenção no cólon. Os sistemas nanoestruturados têm demonstrado propriedades interessantes e promissoras nesse sentido, como a melhoria da estabilidade, solubilidade e biodisponibilidade de compostos naturais, além de possibilitar o controle da liberação dos compostos bioativos e redução das doses e frequências de administração (25–27). Estratégias que envolvam a encapsulação do extrato de N. cochenillifera e o direcionamento da sua liberação para a região do cólon podem potencializar sua eficácia e reduzir a dose terapêutica necessária. Considerando o potencial bioativo da N. cochenillifera, é relevante destacar que esta espécie é uma excelente escolha para o desenvolvimento de um insumo nacional, devido à sua adaptação à região nordeste do Brasil e à presença de cultivos estabelecidos. Isso possibilita o desenvolvimento de toda cadeia produtiva no país, desde o cultivo até o insumo e/ou o produto acabado, o que pode ter impactos positivos na economia local, como a geração de empregos e o fomento ao desenvolvimento sustentável da região. Nesse contexto, essa proposta visa realizar um estudo fitoquímico do extrato de Nopalea cochenillifera e avaliar o efeito anti-inflamatório em modelos in vivo de inflamação intestinal e de síndrome metabólica. OBJETIVO. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo fitoquímico do extrato hidroetanólico dos cladódios de Nopalea cochenillifera, bem como avaliar a toxicidade e eficácia nos modelos in vivo de inflamação intestinal e de síndrome metabólica. Além disso, este trabalho teve como objetivo desenvolver e caracterizar um sistema nanoparticulado carregado com o extrato de N. cochenillifera e avaliar o efeito farmacológico do extrato livre (NCE) e associado a nanopartículas (NPE). Assim, foram propostos cinco objetivos específicos: 1. Caracterizar físico-quimicamente o extrato de N. cochenillifera, determinar o teor dos compostos fenólicos totais e flavonoides totais e o perfil cromatográfico por cromatografia liquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (CLAEEM). 2. Avaliar a toxicidade oral aguda do extrato hidroetanólico de N. cochenillifera em ratas. 3. Avaliar o efeito anti-inflamatório intestinal de diferentes doses do extrato hidroetanólico de N. cochenillifera em modelo de inflamação intestinal experimental induzida por ácido 2,4-dinitrobenzeno sulfônico (DNBS) em ratas. 4. Desenvolver, caracterizar e avaliar os efeitos de um sistema nanoparticulado carregado com o extrato hidroetanólico de N. cochenillifera em um modelo de inflamação intestinal experimental induzida por dextrano sulfato de sódio (DSS) em camundongos. 5. Avaliar o efeito do extrato hidroetanólico de N. cochenillifera em um modelo experimental de síndrome metabólica induzida por dieta rica em gordura em camundongos. METODOLOGIA. 1. Preparação e caracterização físico-química do extrato hidroetanólico de N. cochenillifera (NCE) Os cladódios de N. cochenillifera foram coletados, em seguida fragmentados em pedaços menores, secos em estufa de ar circulante, triturados e submetidos a extração pelo método de maceração com solvente hidroetanólico na proporção 1:10 (p/v). Na análise físico-química do NCE, determinou-se o pH, a acidez titulável, teores de umidade, cinzas, extrato etéreo, fibra bruta, proteínas e carboidratos totais. Estas análises foram realizadas conforme recomendado pelos métodos da AOAC (2020). O teor de fenólicos total do extrato de NCE foi determinado com base no método do reagente Folin-Ciocalteu (28) e o teor de flavonoides totais foi determinado pelo método colorimétrico do cloreto de alumínio (29). O perfil cromatográfico foi determinado por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrômetro de massas com fonte de ionização por electrospray (CLAE-IES-EM). 2. Avaliação da toxicidade oral aguda de NCE em ratos A toxicidade aguda por via oral do extrato de N. cochenillifera foi realizada seguindo os critérios recomendados pela OECD, 2001 (Guidelines for Testing of Chemicals) (30). Foram utilizados Ratos da linhagem Wistar (Rattus norvegicus). O grupo teste recebeu uma dose única de 2000 mg/kg de NCE. Nos dias 1, 7 e 14 após administração de NCE, os animais do grupo teste e controle, foram submetidos ao teste comportamental e motor (Teste de campo aberto e rota-rod). No 15º dia, os animais foram anestesiados e feito uma coleta de sangue por punção cardíaca para a realização de exames hematológicos e bioquímicos. Os órgãos (fígado, rim e baço) dos animais foram examinados macroscópica e microscopicamente. 3. Estudo da atividade anti-inflamatória intestinal “in vivo” A indução da inflamação intestinal foi realizada por ácido DNBS em ratas Wistar (31) e por DSS em camundongos C57BL/6J (32). No estudo com DNBS, os animais receberam três diferentes doses de NCE (100, 200 e 300 mg/kg/dia). No estudo com DSS, foi investigado o efeito anti-inflamatório do extrato livre (200 mg/kg/dia) e incorporado a nanopartículas poliméricas. Em ambos, o índice de atividade da doença (IAD) foi avaliado pela variação do peso corporal, presença de hemorragia retal e consistência das fezes (32). Após eutanásia, a expressão de marcadores inflamatórios e oxidativos, bem como análises macro e microscópica foram avaliadas nas amostras de cólon. Uma avaliação da permeabilidade intestinal pelo método de administração oral de FITC-dextrano foi realizada apenas com os animas submetidos a indução inflamatória intestinal por DSS (33). 4. Obtenção e caracterização das nanopartículas poliméricas As nanopartículas carregadas com extrato de N. cochenillifera (NPE) foram preparadas pelo método de nanoprecipitação (34,35). As nanopartículas foram caracterizadas quanto ao tamanho, índice de polidispersão (PdI), potencial zeta, eficiência de encapsulação (EE) e morfologia. A estabilidade física das nanopartículas foi avaliada durante um período de 30 dias. 5. Estudo do efeito do extrato de N. cochenillifera (NCE) em um modelo de síndrome metabólica Camundongos machos C57BL/6J foram divididos aleatoriamente em quatro grupos experimentais: controle (dieta padrão); controle + NCE (dieta padrão, tratados com NCE (200 mg/kg)), controle (dieta rica em gordura) e controle + NCE (dieta rica em gordura, tratados com NCE (200 mg/kg). Ao longo do período experimental de 10 semanas, foram avaliados o peso corporal e a ingestão de água e comida (36). Uma semana antes da eutanásia, os camundongos foram privados de alimentos por 6 horas e um teste de tolerância à glicose foi realizado. Ao final do experimento, os animais foram anestesiados e feito uma coleta de sangue por punção cardíaca para a realização da medição os níveis plasmáticos de glicose. Fígado, baço, rins, cólon, gordura abdominal, epididimal e marrom, foram coletados, pesados e analisados macroscopicamente. Amostras de fígado, cólon e/ou tecido adiposo foram analisados microscopicamente e processados para determinações bioquímicas a fim de avaliar a expressão gênica de diferentes marcadores por PCR quantitativo em tempo real (Rt-qPCR). RESULTADOS. O teor de fenólicos totais e flavonoides totais por grama de extrato seco foi de 67,85 mg e 46,16 mg/g, respectivamente. Através da análise por CLAE-IES-EM, foi caracterizado um total de 25 compostos tais como sacarídeos, ácidos orgânicos, ácidos fenólicos e flavonoides. No estudo de toxicidade, a dose de 2000 mg/kg de extrato administrada por via oral não mostrou sinais de toxicidade, mortalidade ou alterações significativas nos parâmetros comportamentais, bioquímicos e hematológicos. Quanto aos efeitos anti-inflamatórios intestinais na indução com DNBS, a análise macroscópica do cólon indicou que o NCE diminuiu o índice de atividade da doença (IAD). As concentrações de interleucina 1 beta (IL-1β) e do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) diminuíram, a de interleucina 10 (IL-10) aumentou e os níveis de malondialdeido (MDA) e mieloperoxidase (MPO) diminuíram quando comparados com o grupo controle. Além disso, foi observada uma diminuição da expressão gênica de marcadores inflamatórios como proteína quinase ativada por mitógeno 1 (MAPK-1) e fator nuclear kappa B (NF-κB p65) nas amostras de cólon. A integridade epitelial foi melhorada segundo as análises histopatológica e imunohistoquímica. Os grupos que receberam doses de 200 e 300 mg/kg apresentaram melhores resultados. Análises físico-químicas mostraram que as nanopartículas carregadas com extrato (NPE) são esféricas com carga superficial positiva, tamanho de 76,45 nm, potencial zeta positivo, alta eficiência de encapsulamento (EE = 100%) e estáveis por 30 dias. Quanto aos efeitos antiinflamatórios intestinais na indução com DSS, foi observado que o tratamento com o extrato livre NCE (200 mg/kg) e com NPE (4 mg/kg) também reduziram o índice de atividade da doença (IAD), preveniram o encurtamento do cólon e promoveram redução na expressão de marcadores inflamatórios como IL-1β, TNF-α, interleucina 6 (IL-6), receptor toll-like tipo 4 (TLR-4), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), proteína inflamatória de macrófagos 2 (MIP-2), molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1) e óxido nítrico sintase induzível (iNOS). Uma melhora da integridade da mucosa intestinal dos animais tratados com NCE e NPE também foi observada mediante um aumento na expressão de marcadores de barreira como Zona de oclusão 1 (ZO-1), Ocludina (OCLN) e Mucina 3 (MUC-3), os achados histopatológicos corroboraram com estes resultados. Os efeitos do NCE também foram positivos no modelo de síndrome metabólica induzida em camundongos utilizando dieta rica em gordura. A administração de NCE em camundongos obesos reduziu significativamente o ganho de peso corporal, quando comparado ao grupo não tratado, embora não tenham sido observadas diferenças significativas no consumo de energia entre estes grupos. A administração de NCE também reduziu a glicemia basal e a resistência à insulina, mostrou uma melhora no perfil lipídico plasmático em comparação com os camundongos obesos não tratados e resultou significativamente em um aumento da expressão do transportador de glicose GLUT-2 no fígado, evidenciado pela melhora dos níveis de glicose no sangue dos camundongos obesos tratados. A expressão do receptor de leptina (Leptin-R) no tecido hepático dos camundongos obesos tratados foi reduzida, mas houve uma recuperação significativa com o tratamento com NCE. Além disso, foi observado um aumento na expressão do receptor alfa ativado por proliferador de peroxissomo (PPAR-α) no grupo tratado. A expressão proteica da proteína quinase ativada por monofosfato de adenosina (AMPK) e da fosfoinositídeo 3-quinase (PI3K) no fígado dos camundongos alimentados por HFD foi diminuída, porém, houve uma recuperação significativa nos animais tratados. Análises da expressão dos marcadores de barreira intestinal (ZO-1 e MUC-3) em amostras de cólon de camundongos obesos tratados indicaram que o extrato conseguiu melhorar a integridade da barreira intestinal, a qual é normalmente comprometida em camundongos obesos. CONCLUSÃO. Em relação aos efeitos de NCE do modelo de inflamação intestinal por DNBS e de NCE e NPE no modelo por DSS, foi observado que ambos apresentaram efeito preventivo e antiinflamatório por meio da redução no escore do índice de atividade da doença e nos danos macroscópicos e microscópicos do cólon. Através das análises moleculares realizadas, foi possível observar que NCE e NPE diminuíram os níveis de mediadores inflamatórios e oxidativos, e promoveram a regulação negativa da expressão de genes de importantes vias inflamatórias e oxidativas. Além disso, NCE e NPE contribuíram para a melhora da integridade epitelial de acordo com as análises de marcadores de barreira e através das técnicas histológicas. O extrato livre e o associado a nanopartículas apresentaram resultados semelhantes, no entanto, a dose de NCE incorporado no NPE foi 50x menor que a dose de extrato livre avaliado no ensaio de indução inflamatória intestinal por DSS. Nos ensaios de síndrome metabólica induzida por dieta, o NCE apresentou uma melhora no perfil metabólico dos camundongos obesos, assim também como uma significativa redução do ganho de peso corporal. Estes efeitos foram associados a uma melhora no estado inflamatório sistêmico e diferentes mecanismos parecem estar envolvidos, destacamos os possíveis efeitos imunomoduladores dos fenólicos, já que esses compostos podem ter efeitos benéficos na regulação de genes envolvidos em processos metabólicos, inflamatórios e de estresse oxidativo. No entanto, é necessário realizar mais estudos para entender completamente os mecanismos subjacentes. Os resultados pré-clínicos in vivo indicam que NCE livre ou incorporado a nanopartículas é benéfico na prevenção da colite induzida e na síndrome metabólica, portanto, os resultados deste estudo dão suporte a futuras investigações sobre o potencial terapêutico do extrato de N. cochenillifera no tratamento das doenças inflamatórias intestinais e da síndrome metabólica e indica seu potencial promissor como um ingrediente bioativo para o desenvolvimento de um fitoterápico ou um suplemento funcional inovador no tratamento complementar destas doenças.
  • Tese
    Fração acetato de mansoa hirsuta: análise toxicológica, farmacológica, química e desenvolvimento de filme polimérico como curativo para cicatrização de feridas
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-08-31) Pereira, Joquebede Rodrigues; Lemos, Telma Maria Araújo Moura; Lima, Adley Antonini Neves de; https://orcid.org/0000-0002-3798-3915; http://lattes.cnpq.br/4061809277935577; https://orcid.org/0000-0001-7118-2145; http://lattes.cnpq.br/4311626091295357; http://lattes.cnpq.br/2285977604204826; Araújo, Adriano Antunes de Souza; Gavioli, Elaine Cristina; Raffin, Fernanda Nervo; Quintans, Lucindo José
    Mansoa hirsuta D.C. (Bignoniaceae), conhecida popularmente como “cipó-de-alho”, é uma espécie nativa da região semiárida brasileira sendo tradicionalmente utilizada no tratamento de dores de garganta e diabetes. Estudos relatam que extratos e frações dessa espécie possuem diversas ações farmacológicas, como atividade antifúngica, antioxidante, efeito vasodilatador dependente do endotélio e inibição da enzima conversora da angiotensina, da produção de óxido nítrico e da proliferação de linfócitos. Neste cenário, este estudo seguiu duas linhas de pesquisa: (1) investigar a toxicidade, as ações anti-inflamatórias e analgésicas e a composição química da fração acetato de etila obtida a partir das folhas de M. Hirsuta (MHF); e (2) desenvolver filmes de quitosana incorporados com MHF, como uma formulação inovadora para o tratamento de feridas. A viabilidade celular in vitro foi avaliada em células 3T3 utilizando o ensaio MTT. Em 24, 48 e 72 h, MHF não apresentou prejuízo da viabilidade celular. Para o ensaio de toxicidade aguda, uma dose única da fração foi administrada, por via oral, em camundongos Swiss, machos e fêmeas, não ocorrendo mortalidade, nem sinais detectáveis de toxicidade. Adicionalmente, no teste de toxicidade subcrônica, não foram observadas alterações toxicológicas relevantes. Os resultados dos testes de campo aberto e rota-rod, modelos experimentais que auxiliam na avaliação de toxicidade sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), demostraram que MHF não alterou a atividade locomotora e comportamento dos camundongos, nem provocou alteração na coordenação motora e equilíbrio dos animais tratados. Na avaliação da atividade antiinflamatória, a administração oral única de MHF reduziu o edema induzido por carragenina e os níveis de mieloperoxidase e diminuiu a migração de leucócitos e proteínas no modelo de bolsa de ar. Em relação à atividade antinociceptiva, registrou-se que as maiores doses reduziram a contorção abdominal em resposta à administração do ácido acético e inibiram a segunda fase do teste de formalina. Por fim, a cromatografia líquida de ultra performance (UHPLC), acoplada a um analisador de tempo de vôo e espectrometria de massas, indicou que essa fração é rica em triterpenos ácidos que podem ser derivados dos ácidos oleanólico e ursólico. Em seguida, os filmes foram preparados através do método de evaporação por solvente, e caracterizados por Espectrofotometria de absorção na região do infravermelho com transformada de Fourier, difração de raios X, termogravimetria, Calorimetria exploratória diferencial de varredura, microscopia eletrônica de varredura e microscopia de força atômica. Além disso, também foram realizadas medidas de resistência à tração, alongamento na ruptura e espessura. Os filmes de quitosana contendo MHF (CMHF) exibiram bandas características de quitosana e MHF, revelando uma mistura física de ambos. O CMHF apresentou natureza amorfa, termoestabilidade e dispersão do MHF na matriz de quitosana, resultando em uma estrutura rugosa. Incorporação da fração na matriz de quitosana melhorou de forma significativa o desempenho mecânico e a espessura dos filmes. O tratamento de feridas in vivo (usando que espécie) com CMHF por sete dias mostrou uma área característica de cicatrização avançada, reepitelização, proliferação celular e formação de colágeno. Ademais, o fechamento da ferida atingiu 100% de contração após 10 dias de tratamento com modulação das interleucinas. Portanto, os resultados desse estudo sugerem que MHF é rica em triterpenos ácidos e apresenta um perfil anti-inflamatório e antinociceptivo, sem causar aparente efeitos tóxicos agudos ou subcrônicos, podendo ser uma fonte promissora a ser explorada para o desenvolvimento de propostas terapêuticas para doenças que apresentem esse perfil. Além disso, a incorporação da fração de M. hirsuta em filmes de quitosana foi vantajosa, e apresentou potencial para estimular a reparação e regeneração de feridas.
  • Tese
    Obtenção de sal de metformina e ácido ferúlico com aumento de solubilidade aquosa e sua aplicação no desenvolvimento de comprimidos
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-28) Chaves Júnior, José Venâncio; Aragão, Cícero Flávio Soares; Souza, Fábio Santos de; http://lattes.cnpq.br/4903883301058477; http://orcid.org/0000-0002-3434-2602; http://lattes.cnpq.br/9657118649043311; http://lattes.cnpq.br/1112489536741136; Silva Júnior, Arnobio Antônio da; https://orcid.org/0000-0002-7516-1787; http://lattes.cnpq.br/2593509584288129; Pontes, Daniel de Lima; Santos, Beate Saegesser; Souza, Fábio Santos de; Solon, Lilian Grace da Silva
    Tecnologias de modificação no estado sólido podem ser representadas pelos sais e cocristais, os quais são sistemas multicomponentes que permitem o aprimoramento das propriedades físico-químicas das moléculas, como a estabilidade e a solubilidade aquosa. O ácido ferúlico (AFE) é uma molécula com alto potencial antioxidante e hipoglicemiante, porém com limitada solubilidade aquosa o que pode implicar em uma baixa biodisponibilidade. Já a metformina (MT) é um hipoglicemiante consolidado no tratamento da diabetes mellitus tipo 2 (DM), a qual mostra na literatura efeito sinérgico com o AFE. Ainda, efeitos indesejáveis dose-dependentes da MT diminuem a adesão ao tratamento da DM pelos pacientes. O objetivo desse estudo é desenvolver e caracterizar sistemas multicomponentes com o AFE e a MT com incremento de solubilidade aquosa, bem como incorporá-los em forma farmacêutica sólida. Para isso foi utilizado um processo de obtenção de recristalização, o qual demonstrou alta reprodutibilidade e rendimento (91,3 ± 0,8%). Após uma série de experimentos, foi possível desenvolver um sistema multicomponente entre o AFE e a MT na proporção molar 1:1, caracterizado como um sal, SFM (ferulato de metformina), pelas técnicas de difração de raios-x, técnicas térmicas, espectroscopia no infravermelho e microscopia. O AFE em SFM apresentou um incremento de no mínimo 740 vezes em sua solubilidade aquosa (643 ± 18 mg/mL). Após estudos de pré-formulação, foram desenvolvidos comprimidos com o SFM, os quais cumpriram os requisitos de controle de qualidade para essa forma farmacêutica. A partir de ensaios de dissolução in vitro com os comprimidos com SFM, foi calculada uma superior eficiência de dissolução, em relação a uma formulação controle, de 95,4 ± 0,5% e 42,1 ± 0,5%, respectivamente. O teor dos ativos foi determinado por método de cromatografia líquida de alta eficiência, o qual foi devidamente desenvolvido e validado. Por fim, em estudo de estabilidade a 40 ºC por 3 meses, não foram encontradas alterações nas propriedades biofarmacêuticas, tanto para o SFM matéria-prima quanto para o comprimido. Dessa forma, o produto desenvolvido surge como uma inovação tecnológica a ser aplicado no tratamento da DM, visando um produto em associação que permite uma alta eficácia do AFE e redução de efeitos indesejáveis da MT.
  • Tese
    Determinação da melhor condição de cultivo para obtenção de um extrato rico em flavonoides das folhas de Moringa oleifera Lam.: estudo fitoquímico, de toxicidade e da atividade anti-inflamatória in vitro
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-22) Silva, Larissa Marina Pereira; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; Ferreira, Leandro de Santis; https://orcid.org/0000-0002-8408-5886; http://lattes.cnpq.br/6622861873027635; https://orcid.org/0000-0002-2768-0793; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446; https://orcid.org/0000-0002-7480-1412; http://lattes.cnpq.br/8631449061253336; Rezende, Adriana Augusto de; Costa, Geison Modesti; Almeida, Jackson Roberto Guedes da Silva; Baratto, Leopoldo Clemente
    A espécie Moringa oleifera Lam. (Moringaceae), conhecida popularmente como moringa ou acácia branca, nativa da Índia, atualmente é cultivada em vários países do mundo, inclusive e pode ser encontrada em várias regiões do Brasil. É uma planta perene, de crescimento rápido, com conteúdo significativo de nutrientes como vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas. Todas as partes da planta são utilizadas (sementes, folhas, frutos, galhos e raízes) medicinalmente, de forma ornamental, industrial ou pra fins alimentícios de uso humano e animal. Pode ainda ser fonte alternativa para o melhoramento da qualidade da água para consumo e para adubação no cultivo de outras espécies vegetais. No entanto, tratando-se de uso terapêutico, as folhas são a parte da planta mais utilizada principalmente para prevenir e tratar diabetes. No entanto, a problemática em relação ao uso terapêutico de M. oleifera é que não há definição sobre teor de composição química para garantir o uso seguro e eficaz de derivados da espécie. Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo padronizar as condições de cultivo e otimizar as condições de extração para obter um extrato rico em flavonoides das folhas de M. oleifera, avaliar a toxicidade in vitro e in vivo e a atividade anti-inflamatória in vitro. Também fez parte da tese comparar diferentes amostras de moringa comercializadas no Brasil e Estados Unidos. Para isso, inicialmente foi desenvolvido o estudo de diferentes condições de cultivo de solo (adubação mineral, adubação mineral + composto orgânico, adubação mineral + carvão vegetal e o controle, solo sem adubação) e duas épocas de colheita (seca e chuvosa) das folhas da espécie M. oleifera, com o objetivo de identificar a melhor condição para se obter o maior teor de flavonoides nas folhas. Em seguida, foi realizada a otimização do processo extrativo também com o objetivo de concentrar os flavonoides. Esse método extrativo otimizado foi aplicado às amostras das diferentes condições de cultivo e colheita para a seleção da amostra mais promissora. Todos os extratos foram submetidos à análise do teor total de fenois, flavonoides, açúcares e proteínas, análise de rendimento e perfil cromatográfico por cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada a espectrômetro de massas (CLUE-EM/EM). E o extrato da condição de cultivo com adubação mineral foi o que apresentou maior teor de fenois, flavonoides, proteínas e bom rendimento, sendo selecionado para as próximas etapas do estudo. Na análise por CLUE-EM/EM, foi possível caracterizar oito substâncias majoritárias predominantemente da classe de flavonoides, com prevalência de núcleos do tipo flavonol. A citotoxicidade e a toxicidade oral (aguda e de doses repetidas) do extrato otimizado rico em flavonoides foi avaliada. E foi observada a segurança para uso agudo até a dose de 2.000mg/kg e subcrônico na dose 400 mg/kg. Por último, foi feita uma análise comparativa dos extratos de todas as condições de cultivo frente a amostras comerciais que foram adquiridas no Brasil e nos Estados Unidos, e uma comparação entre droga vegetal (folhas secas pulverizadas) e derivado vegetal (extrato vegetal). Foi feita uma comparação visual, de perfil químico por CLAE-DAD e por atividade biológica in vitro, antioxidante e antiinflamatória, com duas linhas celulares de macrófagos. Os resultados mostraram grande variação visual e entre o perfil fitoquímico das amostras comerciais, independente do país de sua comercialização. E a avaliação fitoquímica e de atividade in vitro demonstraram melhores resultados para as amostras de extrato vegetal, frente as drogas vegetais. Esse conjunto de resultados contribui para o controle de qualidade do extrato otimizado das folhas de M. oleifera, para a futura caracterização dos marcadores químicos da espécie e para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva com processo padronizado para obtenção de produtos com qualidade, eficácia e segurança para a população.
  • Tese
    Avaliação das concentrações séricas de magnésio de pacientes submetidos a quimioterapia com derivados de platina em associação com inibidores de bombas de prótons e sua correlação com as neuropatias: um ensaio clínico, duplo cego, controlado por placebo
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-07-02) Pereira, Ney Moura Lemos; Raffin, Fernanda Nervo; http://lattes.cnpq.br/1052562183676637; http://lattes.cnpq.br/3396099487474256; Moreira, Francisca Sueli Monte; http://lattes.cnpq.br/5764849324594620; Silva, Mario Jorge Sobreira da; http://lattes.cnpq.br/8743435522443327; Diniz, Margareth de Fátima Formiga Melo; http://lattes.cnpq.br/4173269414899195; Sales, Valeria Soraya de Farias; http://lattes.cnpq.br/8525532896559374
    Os medicamentos à base de platina são prescritos regularmente no tratamento do câncer e, embora sejam eficazes, seu uso é limitado pelas reações adversas graves. Outro grupo de medicamentos utilizados em pacientes oncológicos são os inibidores da bomba de prótons (IBP) com finalidade de prevenir e tratar reações gástricas durante o tratamento oncológico. No entanto, ambos os medicamentos podem causar hipomagnesemia por mecanismos diversos. O trabalho tem por objetivo avaliar as concentrações séricas de magnésio em pacientes submetidos a quimioterapia com derivados de platina em associação com inibidores de bombas de prótons e sua correlação com as neuropatias. Trata-se de um estudo clínico randomizado e duplo cego. Foram incluídos 164 pacientes em início de quimioterapia com regimes contendo cisplatina ou carboplatina, verificando-se os critérios de inclusão e exclusão. Os voluntários foram aleatorizados em Lotes 1 e 2 na razão de 1:1, de forma consecutiva, nos grupos fazendo uso de cisplatina e carboplatina. Os lotes foram revelados somente após o encerramento do estudo. De acordo com os dados, houve uma maior frequência de portadores de câncer de cabeça e pescoço e de pulmão, para ambos os grupos. A média de idade foi de 61.0 ± 12.5 para o grupo placebo e de 57.7 ± 14.3 para o grupo IBP, onde os protocolos mais frequentes foram a carboplatina mais paclitaxel, seguido da cisplatina (monoterapia). Com relação a hipomagnesemia, destacou-se uma tendência de diminuição dos níveis séricos de magnésio em ambos os grupos (β = -0.035; p<0.001), sobretudo naqueles pacientes com a função renal preservada (β = -0.414; p<0.001). Houve decaimento de magnésio sérico mais acentuado no grupo omeprazol comparado ao placebo (β = -0.121; p = 0.031). As manifestações clínicas do trato gastrointestinal e neuropatia, não apresentam diferenças na ocorrência, porém o uso do omeprazol ocasionou menor ocorrência de náuseas e vômitos (p=0.005). Os resultados do estudo demonstraram uma tendência de hipomagnesemia em ambos os grupos, com maior hipomagnesemia no grupo de intervenção, mas sem diferença significativa nas reações avaliadas. O grupo de platinas associados ao omeprazol sugere um possível benefício do omeprazol na prevenção de náuseas e vômitos.
  • Tese
    Avaliação da toxicidade e investigação dos efeitos anti-inflamatórios e antinociceptivos in vivo de derivados isatinas-tiosemicarbazonas
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-02-28) Fonseca, Aldilane Gonçalves da; Lemos, Telma Maria Araújo Moura; ; http://lattes.cnpq.br/4311626091295357; ; http://lattes.cnpq.br/0311976853459865; Lima, Adley Antonini Neves de; ; http://lattes.cnpq.br/4061809277935577; Rego, Amalia Cinthia Meneses do; ; http://lattes.cnpq.br/3240686272929972; Loureiro, Melina Bezerra; ; http://lattes.cnpq.br/8172108729779350; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; ; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446
    Compostos derivados isatinas-tiossemicarbazonas são substâncias químicas originadas da condensação de isatinas com tiossemicarbazidas e possuem diversas aplicações na terapêutica, como no tratamento contra varíola, inibição de vírus, atividades antitumoral, antifúngica, antibacteriana e antimalárica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade e atividades anti-inflamatória e antinociceptiva in vivo de derivados Isatinas-Tiossemicarbazonas (PA-Int4: (Z)-2-(2-oxoindolin-3-ilideno)-Nfenil-hidrazinacarbotioamida e PA-Int5: (Z)-2-(5-nitro-2-oxoindolin-3-ilideno)-N-fenilhidrazinacarbotioamida). Foram utilizados camundongos da linhagem Swiss de ambos os sexos. A avaliação da toxicidade aguda foi realizada com a dose de 5mg/Kg, e a avaliação da toxicidade subcrônica foi realizada com as doses de 1; 2,5 e 5 mg/Kg. Os animais também foram submetidos à avaliação neural central pelos testes do campo aberto e rotarod. A atividade anti-inflamatória foi avaliada pelo teste de edema de pata e bolsa de ar (5 animais/grupo), atividade analgésica foi avaliada através do teste de contorção abdominal e teste da formalina, também utilizando as doses de 1; 2,5 e 5 mg/Kg por via oral. Na toxicidade aguda houve diferença significativa na concentração de glicose, ureia e hemoglobina para fêmeas tratadas com PA-Int5. Na toxicidade subcrônica, apresentou alterações nos triglicerídeos, AST e contagem de plaquetas para grupos tratados com PA-Int4; e nas dosagens de triglicerídeos, colesterol total e hemoglobina de grupos tratados com doses de PAInt5. Quanto a avaliação da atividade anti-inflamatória, no modelo de edema de pata, o composto PA-Int4 reduziu o edema em até 70%, e PA-Int5 apresentou 56% de redução de edema, ambos a partir da 1ª hora, principalmente na dose 5 mg/kg. A atividade anti-inflamatória também foi observada no teste da bolsa de ar, com inibição da migração leucocitária em até 73 e 66%, para PA-Int4 e PA-Int5, respectivamente; bem como a redução das proteínas da bolsa, em 81 e 72%, respectivamente, para PA-Int4 e PA-Int5. A atividade analgésica atravéz do teste de contorção abdominal, demonstrou ação com redução na contorção de até 39% e 34%, respectivamente, para PA-Int4 e PA-Int5. Através do teste de formalina, o composto apresentou atividade analgésica na fase de dor inflamatória, com redução da resposta a dor em até 77 e 88%, para PA-Int4 e PA-Int5. Nossos resultados sugerem que os compostos PA-Int4 e PA-Int5 podem ser considerados bons candidatos à fármacos, alimentando a perspectiva de inovação tecnológica na descoberta de novos medicamentos.
  • Tese
    Selaginella convoluta (Arn.) Spring: uma abordagem fitoquímica aliada a estudos ômicos
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-03-25) Reginaldo, Fernanda Priscila Santos; Giordani, Raquel Brandt; Moura, Tulio Flávio Accioly de Lima e; ; http://lattes.cnpq.br/4452581275123481; ; http://lattes.cnpq.br/5032750980466610; ; http://lattes.cnpq.br/4894112812426189; Konrath, Eduardo Luís; ; http://lattes.cnpq.br/6916587666283502; Voigt, Eduardo Luiz; ; http://lattes.cnpq.br/2455621187263790; Raffin, Fernanda Nervo; ; http://lattes.cnpq.br/1052562183676637; Costa, Fernando Batista; ; http://lattes.cnpq.br/8210043678646379
    O gênero Selaginella, o maior gênero de Lycopodiophyta compreende cerca de 700-750 espécies, das quais várias espécies são reconhecidas por suas atividades farmacológicas. Nosso overview sobre os aspectos fitoquímico e bioativos apontaram que futuros estudos devem fornecer dados para melhor explorar o potencial biológico das moléculas bioativas de Selaginellaceae, desenvolver estudos sobre a toxicidade e, por último, concentrar esforços em elucidar mecanismos de ação para propriedades biológicas já relatadas. A família conseguiu sobreviver a múltiplas pressões bióticas e abióticas durante os últimos 400 milhões de anos. Diversas espécies do gênero Selaginella adquiriram um interessante traço evolutivo: tolerância à dessecação (TD). Selaginella convoluta é uma planta tolerante à dessecação nativa do semiárido brasileiro. Plantas TD possuem mecanismos de resistência à seca altamente eficazes que permitem sua sobrevivência em condições extremas. Neste estudo, investigamos S. convoluta em dois estados de hidratação: (i) planta no estado desidratado ‒ conforme encontrada em campo na Caatinga; e (ii) planta no estado hidratado ‒ reidratação adquirida em laboratório. Os dados de proteoma apontaram que partes aéreas (PA) e raízes (RZ) parecem ter diferentes estratégias em resposta aos diferentes estados de hidratação; no entanto, PA e RZ parecem ter uma resposta bem orquestrada para regular a tolerância à dessecação. A presença de enzimas envolvidas na biossíntese de metabólitos especializados como fenólicos, terpenoides, bem como metabólitos contendo nitrogênio/enxofre foram apontadas através da análise do proteoma. O perfil metabólico baseado em RMN apontou a presença de metabólitos como carboidratos e fenólicos relacionados aos eventos de tolerância à dessecação, corroborando com os dados de proteoma. Como um achado inédito, o alcaloide anotado mais importante foi a anabasina. Os metabólitos especializados, flavonoides, biflavonoides e selaginelinas foram os principais derivados fenólicos anotados. Assim, realizamos uma análise de LC-MS/MS combinada com a abordagem de molecular networking (MN) para avaliar a quimiodiversidade de flavonoides e selaginelinas. Até o momento, este foi o primeiro estudo sobre Selaginella spp. usando a abordagem de MN que mostrou não somente uma proposta do padrão de fragmentação para todas as selaginelinas anotadas, mas também a predição de novas selaginelinas com base nos dados espectrais MS/MS. Diversos potenciais biológicos de selaginelinas de Selaginella spp. foram relatados. As selaginelinas são produzidas naturalmente em níveis baixos na planta, o que torna a extração química desses metabólitos difícil e demorada. Nesse contexto, o metil jasmonato (MeJA) tem sido utilizado para induzir metabólitos especializados de interesse farmacêutico. Os nossos dados apontaram que o MeJA pode ser uma interessante alternativa para induzir o acúmulo de selaginelinas em S. convoluta. Ainda, os estudos in silico apontaram potenciais alvos biológicos para asselaginelinas: antineurodegenerativo, antiproliferativo e antiparasitário. A abordagem de MN permitiu a predição de sete selaginelinas até então não descritas na literatura, as quais contribuem como uma nova informação química para esta espécie.
  • Tese
    Avaliação do potencial de extratos ricos em flavonoides de Kalanchoe laciniata (L.) DC e Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken no tratamento de doença inflamatória intestinal: um estudo fitoquímico, de segurança e eficácia em modelos in vivo
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-26) Andrade, Anderson Wilbur Lopes; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; Guerra, Gerlane Coelho Bernardo; ; http://lattes.cnpq.br/5677318431530876; ; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446; ; http://lattes.cnpq.br/1460612070343601; Vigo, Cleverson Luiz dos Santos; ; http://lattes.cnpq.br/5836396293829704; Damasceno, Renan Oliveira Silva; ; http://lattes.cnpq.br/7699067518129569; Rezende, Adriana Augusto de; ; http://lattes.cnpq.br/4245215108740331; Silva Júnior, Edilson Dantas da; ; http://lattes.cnpq.br/5459705151588106
    As doenças inflamatórias intestinas (DIIs) como a colite ulcerosa e a doença de Crohn são caracterizadas por uma inflamação crônica no intestino. Atualmente, existem várias estratégias terapêuticas para tratar as DIIs. Porém, a maioria dos tratamentos de escolha estão associados a efeitos adversos graves, o que justifica a busca por novos tratamentos adjuvantes. Nesse sentido, destaca-se o interesse por plantas ricas em compostos fenólicos com propriedades imunomoduladoras e antioxidantes, como é o caso da Kalanchoe laciniata e da Bryophyllum pinnatum, pertencentes à família Crassulaceae. Estas plantas são usadas popularmente no Brasil para o tratamento de desordens gastrointestinais, da inflamação em geral, dentre outras. Dessa forma, foi avaliado se os extratos (hidroetanólico a 50%) das folhas da K. laciniata (HEKL) e da B. pinnatum (HEBP) demonstram sinais de citotoxicidade (células RAW 264.7) e toxicidade aguda (14 dias) e subcrônica (28 dias) e se apresentam efeito anti-inflamatório intestinal em dois modelos de colite: indução por ácido 2,4-dinitrobenzeno sulfônico (DNBS) em ratos (protocolo preventivo) e por dextrano sulfato de sódio (DSS) em camundongos (protocolo curativo). Inicialmente, os extratos passaram pela etapa de investigação fitoquímica quanto a avaliação do teor de fenois e de flavonoides totais. Em relação ao conteúdo dos fenois totais, o HEKL e HEBP demonstraram, respectivamente, teores de 75,1±6,32 e 96,7±7,34 mg (ácido gálico/g do extrato) e de flavonoides totais iguais a 37,4±4,82 e 64,3±4,16 mg (quercetina/g do extrato). Foram desenvolvidos métodos analíticos por cromatografia líquida ultrarrápida para avaliar os constituintes majoritários das duas espécies. Entretanto, somente o método para o HEBP foi validado de acordo com a legislação nacional vigente sendo que seus flavonoides majoritários quercetina 3-O-α-L- arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo, canferol 3-Oα-L-arabinopiranosil (12) α-L-ramnopiranosídeo e quercetina-3-O- ramnopiranosídeo apresentaram, respectivamente, teores de 35,56±0,09, 4,66±0,08 e 4,56±0,03 mg por g de extrato. Os HEKL e HEBP não evidenciaram sinais de citotoxicidade e nos ensaios toxicológicos, os extratos testados não alteraram de forma significativa (p < 0,05) os parâmetros avaliados (comportamental, locomotor, hematológico, bioquímico, entre outros) e não causaram morte nos animais (dose letal mediana estimada maior que 2000 mg/kg). Em relação ao efeito anti-colítico nos modelos de DNBS e DSS, foi observado que os extratos apresentam efeitos quimiopreventivos e anti-inflamatórios por meio da redução no escore do índice de atividade da doença (p < 0,05) e nos danos macroscópicos e microscópicos. Os extratos promoveram a regulação negativa (p < 0,05) do receptor do tipo Toll e da expressão do gene do fator nuclear kappa B p65, causando a uma supressão (p < 0,05) dos mediadores próinflamatórios (fator de necrose tumoral alfa e interleucinas (IL) 1β, IL-6, IL-17) e oxidativos (óxido nítrico), quimiocinas (proteína quimioatraente de monócitos-1 e proteína inflamatória de macrófagos-2), moléculas de adesão intercelular do tipo 1. Essa propriedade imunomoduladora e antioxidante foi proposta como um dos possíveis mecanismos de ação dos extratos. A melhora na inflamação intestinal também foi associada a uma diminuição no estresse oxidativo e infiltração de leucócitos exercida pelos extratos. Além disso, o HEKL e HEBP contribuíram com a manutenção da integridade da barreira epitelial intestinal ao restaurar a expressão das proteínas (p < 0,05) associadas à proteção da mucosa (mucina (MUC) 2 e MUC3, ocludina, zonula oclusão do tipo 1, fator trifólio, villin). Com base na constatação que os extratos não apresentaram efeitos tóxicos nas doses avaliadas, bem como nos efeitos benéficos nos modelos DNBS e DSS, pode se inferir que o HEKL e o HEBP são seguros e que possuem efeito anti-inflamatório frente aos modelos aplicados possivelmente pelas propriedades antioxidante e imunomoduladora dos seus flavonoides. Estes achados tornam os extratos bons candidatos para avaliação da eficácia e segurança clínica de uma terapia adjuvante para as DIIs.
  • Tese
    Avaliação do teor de geranina como marcador de um derivado vegetal de Spondias mombin L. e do seu potencial efeito antiherpético
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-01) Siqueira, Emerson Michell da Silva; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; ; http://lattes.cnpq.br/7390416147619446; ; http://lattes.cnpq.br/4941962467532349; Simões, Cláudia Maria Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/3613722593784448; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; Espindola, Laila Salmén; ; http://lattes.cnpq.br/6185369922144905; Ferreira, Leandro de Santis; ; http://lattes.cnpq.br/6622861873027635
    O vírus herpes simples tipo-1 (HSV-1) promove uma infecção permanente de elevada prevalência em adultos, com potencial implicações em indivíduos imunocomprometidos. A terapia padrão para o tratamento dos sintomas de infecções por HSV inclui o aciclovir e seus análogos que possuem o mesmo mecanismo de ação, atuam através da inibição da enzima DNA-polimerase envolvida na síntese de novos vírions na célula infectada. As plantas medicinais tem apresentado potencial efeito antiviral como a espécie Spondias mombin (Anacardiaceae), conhecida popularmente como cajazeira, uma planta frutífera, distribuída no Brasil e em outros países das Américas. S. mombin apresenta evidências não-clínicas de efeito antiviral, além de ser utilizada popularmente para tratar herpes. A sua ação antiviral é principalmente relacionada a presença de taninos hidrolisáveis com potencial contra o HSV-1 e coxsakie vírus, sendo que, um dos metabólitos ativos parece ser a geranina. Nesse sentido, este estudo teve o objetivo de investigar o mecanismo de ação antiviral do extrato hidroetanólico e frações das folhas de S. mombin e da geranina frente ao HSV-1, bem como, caracterizar as substâncias presentes no extrato e quantificar o marcador geranina. Para isso, o perfil fitoquímico do extrato foi analisado por CL-EM e o teor de geranina foi quantificado por um método desenvolvido e validado por CLUE-DAD. Quanto aos ensaios biológicos, diferentes concentrações de amostras foram usadas para avaliar a atividade anti-herpes in vitro (anti-HSV-1) em ensaios virucida, pós-infecção, adesão e penetração. O mecanismo de ação antiviral da geranina foi também investigado in silico através da análise de sua interação com as glicoproteínas gB e gD da superfície do HSV-1. Simulações de docking molecular foram realizadas para ambos a fim de determinar a interação da geranina no sítio alvo. A posição de ligação foi otimizada posteriormente considerando a flexibilidade das glicoproteínas. A análise fitoquímica das amostras foi realizada por CL-EM e revelou a presença de 22 substâncias, das classes dos taninos hidrolisáveis, flavonoides O-glicosilados, ácidos fenólicos e um carboidrato. O extrato, a fração rica em taninos e a geranina mostraram atividade virucida in vitro através do bloqueio da adesão viral, mas não foi observada significativa inibição da penetração viral. As abordagens in silico demonstraram um grande número de potenciais interações intermoleculares fortes como ligações de hidrogênio entre a geranina e o sítio de atividade das glicoproteínas, particularmente a glicoproteína gB. Experimentos in silico indicaram que a geranina é pelo menos parcialmente responsável pela atividade anti-herpes por meio da interação com a glicoproteína de superfície viral gB, que é responsável pela adsorção viral. Adicionalmente, foi realizada a quantificação da geranina no extrato através de metodologia desenvolvida e validada por CLUE-DAD, onde foi obtido o teor de 193,8 µg de geranina por mg de extrato. Esses resultados destacam o potencial terapêutico anti-herpético do extrato hidroetanólico das folhas de S. mombin. No entanto, mais estudos são necessários para validar a atividade anti-herpética in vivo, bem como sua eficácia em humanos.
  • Tese
    Obtenção e caracterização de nanopartículas de quitosana e carboximetil-β-ciclodextrina contendo resveratrol
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-12-13) Stopilha, Roberta Talita; Fonseca, José Luís Cardozo; Xavier Júnior, Francisco Humberto; ; http://lattes.cnpq.br/8704684733554389; ; http://lattes.cnpq.br/8143800826985556; ; http://lattes.cnpq.br/1239598576148044; Wanderley Neto, Alcides de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/4789528535524269; Raffin, Fernanda Nervo; ; http://lattes.cnpq.br/1052562183676637; Streck, Letícia; ; http://lattes.cnpq.br/8281814580153631; Pereira, Márcia Rodrigues; ; http://lattes.cnpq.br/5623374421279476; Magalhães, Nereide Stela Santos; ; http://lattes.cnpq.br/1063790618901917
    Nanopartículas de quitosana (CS) e carboximetil-β-ciclodextrina (CM-β-CD) foram obtidas, espontaneamente, pela atração entre as moléculas de carga oposta. CS é um polieletrólito catiônico biodegradável capaz de interagir e formar complexos polieletrolíticos com a CM-βCD, ciclodextrina aniônica modificada. O resveratrol (RES), um polifenol com excelentes propriedades farmacêuticas, foi incorporado a esse sistema e caracterizado. O parâmetro que variou nesse estudo foi a razão (r) entre os grupos carboxilato da CM-β-CD e os grupos amino da CS, com valores de razão molar variando entre 0,23 e 0,45. A CM-β-CD foi sintetizada a partir da β-CD e caracterizada por DRX, FTIR e TG/DTG que confirmaram o sucesso da modificação química. CM-β-CD obtida apresentou grau de substituição  5, com massa molar de  1446 g/mol por Maldi TOF. Através da caracterização físico-química foi possível constatar a formação das nanopartículas de CS/CM-β-CD, que apresentaram formato esférico e tamanho de partícula variando de 100 a 400 nm, enquanto com o RES o diâmetro foi em torno de 160 nm. Em relação a análise térmica, foi observado que o aumento da temperatura não favorece a manutenção dos complexos entre CS/CM-β-CD e CS/CM-β-CD com RES. O estudo de ITC foi realizado para avaliar parâmetros físico-químicos das interações intermoleculares, entre a CS, CDs (β-CD e CM-β-CD) e RES. Em relação a afinidade entre RES e as CDs, foi observado uma maior capacidade de complexação entre RES e a CD aniônica, sugerindo que os complexos formados são mais estáveis, com estequiometria de 2:1 (CD/RES).
  • Tese
    Avaliação estrutural e atividades antiproliferativa, antiviral, antiparasitária e antibacteriana dos peptídeos Stigmurina e TsAP-2 presentes na peçonha do escorpião Tityus stigmurus
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-12-17) Silva, Alessandra Daniele da; Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes; ; http://lattes.cnpq.br/2929963416385218; ; http://lattes.cnpq.br/1245062709759151; Cilli, Eduardo Maffud; ; http://lattes.cnpq.br/9424346762460416; Sousa Júnior, Francisco Canindé de; ; http://lattes.cnpq.br/3721560802857426; Araújo, Josélio Maria Galvão de; ; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; Menezes, Yamara Arruda Silva de; ; http://lattes.cnpq.br/7170864281352930
    A resistência a fármacos convencionais em doenças de origem infecciosa e neoplásica consiste em um grave problema de saúde pública mundial, apresentando elevada morbidade e mortalidade, levando a incessante busca por novas moléculas terapêuticas em diferentes fontes naturais. Nesse contexto, a peçonha de escorpiões constitui um rico arsenal de moléculas bioativas, sendo os peptídeos sem pontes dissulfetos (PSPDs) alvo de estudos devido as suas ações multifuncionais. Stigmurina (FFSLIPSLVGGLISAFK-NH2, 1795,2 Da) e TsAP-2 (FLGMIPGLIGGLISAFK-NH2, 1733,2 Da) são PSPDs identificados no transcriptoma da glândula de peçonha do escorpião Tityus stigmurus. Considerando a ação multifuncional de PSPDs, neste estudo foi elucidado a estrutura tridimensional da Stigmurina por ressonância magnética nuclear e avaliadas as atividades antiproliferativa, imunomoduladora, antiparasitária, antiviral, antioxidante e antibiofilme dos peptídeos sintéticos Stigmurina e TsAP-2. Os efeitos cicatrizante e antibiótico de ambos os peptídeos foram avaliados no modelo de infecção bacteriana de feridas in vivo, bem como expandido o potencial antibacteriano in vitro do TsAP-2. Stigmurina em trifluoroetanol: água (40:60%) apresentou uma conformação randômica na região N-terminal, com uma estrutura helicoidal a partir do sétimo resíduo de aminoácido, sendo o primeiro PSPD antimicrobiano presente na peçonha de escorpiões do gênero Tityus com estrutura tridimensional elucidada. Stigmurina e TsAP-2 revelaram ação antiproliferativa sobre as células neoplásicas em concentração não tóxica para célula normal, modulando a liberação de nitrito em macrófagos murinos estimulados por lipopolissacarídeo. Stigmurina e TsAP-2 não demonstraram efeito leishmanicida sobre a forma amastigota de Leishmania braziliensis. No entanto, o TsAP-2 revelou uma elevada ação tripanocida sobre as formas epimastigota e tripomastigota de Trypanosoma cruzi, e amplo espectro de ação antibacteriano em microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Um efeito protetor nas células epiteliais renais de primatas contra a infecção pelo vírus do Zika foi demonstrado no ensaio de pré-tratamento com ambos os peptídeos, revelando uma elevada ação virucida sobre o vírus do herpes simples tipo 1, com atividade antiviral no ensaio de pós-infecção. Além disso, Stigmurina e TsAP-2 foram capazes de sequestrar o radical hidroxila in vitro na concentração de 10 µM e 5 µM, respectivamente, reduzindo sua ação em concentrações elevadas, sugerindo a formação de aglomerados. Ambos os peptídeos demonstraram atividade antibiofilme, bem como apresentaram ação antibacteriana no modelo de infecção de ferida de pele, aumentando a velocidade de retração da lesão, sugerindo a capacidade de indução do reparo tecidual. Na análise histológica, TsAP-2 promoveu o aumento da neovascularização e reepitelização, reduzindo a necrose na ferida cirúrgica. Os dados sugerem que Stigmurina e TsAP-2 constituem peptídeos multifuncionais promissores para utilização como protótipo na obtenção de novos agentes terapêuticos.
  • Tese
    Estudo in vivo da toxicidade e das atividades anti-inflamatória e antinociceptiva do (z)-2-(5-cloro-2-oxoindolin-3-ilideno)-n-fenilhidrazinacarbotioamida: um derivado de isatinatiossemicarbazona
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-02-28) Dantas, Luzia Leiros de Sena Fernandes Ribeiro; Lemos, Telma Maria Araujo Moura; Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes; ; ; ; Lima, Adley Antonini Neves de; ; Gouveia, Ana Claudia Galvao Freire; ; Azevedo, Eduardo Pereira de; ; Ururahy, Marcela Abbott Galvao; ; Loureiro, Melina Bezerra;
    O estudo não clínico é uma etapa primordial do processo de pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, garantindo o uso seguro e a eficácia em humanos. Os derivados de isatina têm despertado interesse pela sua diversidade de atividades biológicas (antiviral, antibacteriana, antitumoral, anti-inflamatória, analgésica, etc.), com possibilidade de serem modelos de novos agentes terapêuticos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar, in vivo, a toxicidade e as atividades anti-inflamatória e antinociceptiva do derivado de isatinatiossemicarbazona (Z)-2-(5-cloro-2-oxoindolin-3-ilideno)-N-fenilhidrazinacarbotioamida ou PA-Int6. Camundongos da linhagem Swiss de ambos os sexos foram utilizados para avaliar três doses deste composto, administradas por gavagem: 1,0 mg/Kg (Teste 1); 2,5 mg/Kg (Teste 2) e 5,0 mg/Kg (Teste 3). Uma avaliação prévia da atividade neural central foi feita através dos testes Campo aberto e Rotarod. Ensaios de toxicidade (aguda e subcrônica) realizados foram baseados nos protocolos da OECD (nº 423, 407 e 408). Para avaliar a atividade antiinflamatória foram usados os modelos experimentais Edema de pata e Bolsa de ar, com os inflamógenos carragenina e zimosan respectivamente. Para a atividade antinociceptiva utilizou-se o Teste da formalina e o Teste de contorções abdominais. Não foi demonstrado comprometimento na atividade locomotora e na coordenação motora dos animais tratados com PA-Int6 (5,0 mg/Kg). Durante os ensaios de toxicidade, não houve óbitos nem alterações físicas e de comportamento. Na toxicidade aguda nenhum parâmetro hematológico apresentou diferença, enquanto que o aumento de Triglicerídeo para os machos foi a única alteração bioquímica. Na toxicidade subcrônica poucos parâmetros bioquímicos tiveram valores aumentados entre machos (Albumina e Proteínas Totais) e entre fêmeas (Triglicerídeo e Albumina). Além disso, na análise histopatológica do tecido hepático foi observada hematopoiese extramedular nos grupos Teste 2 e Teste 3, achado ausente no grupo Controle. O teste de edema de pata demonstrou que desde a primeira hora avaliada todos os grupos Testes apresentaram edema inflamatório abaixo de 50%, mas que na segunda e quarta hora tiveram respostas significativas. Na inflamação induzida pelo modelo de bolsa de ar houve diminuição tanto na migração leucocitária (55%, 50% e 47%) quanto no extravasamento de proteínas (71%, 58% e 71%) para as três doses, respectivamente. Foi observada atividade antinociceptiva para as três doses na segunda fase do Teste da formalina, com redução do tempo de dor na pata de 73,61% (Teste 1), 79,46% (Teste 2) e 73,85% (Teste 3). O número de contorções abdominais diminuiu com o aumento da dose de PA-Int-6, mas apenas com 5,0 mg/Kg ocorreu uma resposta significativa, reduzindo 24,88%. Assim, os resultados deste estudo sugerem que o PA-Int6 é seguro, pois demonstrou poucas e leves alterações, que podem ser revertidas fisiologicamente. Com atividades antiinflamatória e antinociceptiva, este composto pode ser considerado promissor, com perspectiva de seguir no processo de pesquisa e desenvolvimento como candidato a um novo medicamento
  • Tese
    Análise de plasma sanguíneo por espectroscopia ATR-FTIR: identificação de biomoléculas em mulheres com diabetes mellitus gestacional e suas implicações em desfechos adversos neonatais
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-08-31) Silva, Emanuelly Bernardes de Oliveira da; Freitas, Janaina Cristiana de Oliveira Crispim; Rocha, Hugo Alexandre de Oliveira; ; ; ; Dametto, Juliana Fernandes dos Santos; ; Ururahy, Marcela Abbott Galvao; ; Cornetta, Maria da Conceicao de Mesquita; ; Pancoto, João Alexandre Tres; ; Rassi, Diane Meyre;
    O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é um desequilíbrio hiperglicêmico, queafeta 5 - 25% das gestações em todo o mundo. Atualmente, existe uma falta deconsenso no conhecimento da fisiopatologia da DMG. Nosso estudo propõe ouso da Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier comRefletância Total Atenuada (ATR-FTIR), utilizando amostras de plasmasanguíneo de gestantes. O estudo foi realizado com mulheres com DMG (n =50) e grupo controle (n = 50) atendidas no Departamento de Ginecologia eObstetrícia do Hospital Terciário. O plasma sanguíneo foi inserido no ATR-FTIRpara análise da impressão digital na região de interesse biológico (1.800 - 900cm-1), analisado de acordo com os modelos não supervisionados PCA esupervisionados SPA e GA, juntamente com aos algoritmos LDA, QDA, SVM.Em geral, os resultados obtidos pelo GA-LDA foram os mais satisfatórios,utilizando apenas variáveis espectrais escolhidas que poderiam estarrelacionadas a grupos químicos de diferentes biomoléculas. Os modelos GALDA classificaram corretamente o grupo DMG vs grupo Controle, apresentandosensibilidade e especificidade de 96,7% e atribuíram os principaisdiscriminadores entre as classes de biomoléculas de lipídios, carboidratos eproteinas (região de 1.500 a 1.800 cm-1). Este estudo demonstra apotencialidade das técnicas de ATR-FTIR e modelos multivariadas comopossíveis metodologias para a caracterização da DMG. Sugerimos que oaumento desses picos na região das biomoléculas de proteinas possa estarrelacionado à fisiopatologia da DMG. Em relação aos desfechos, observou-seque os neonatos que apresentaram macrossomia estavam associados àsmulheres com DMG, que apresentaram menor densidade de proteinas nasregiões 1.587 cm-1 e 1.589 cm-1. A combinação de informações específicas dopaciente com dados de biomarcadores sanguíneos abre uma nova perspectivapara investigar os mecanismos no DMG. A abordagem descrita aqui pode serútil para a identificação e exploração de DMG sob várias condições fisiológicase fisiopatológicas.
  • Tese
    Desenvolvimento tecnológico e caracterização de hidrogel contendo Aloe vera (L). Burman f.
    (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2018-12-05) Jales, Silvana Teresa Lacerda; Moura, Túlio Flávio Accioly de Lima e; ; ; Langassner, Silvana Maria Zucolotto; ; Carneiro, Fabiola Bernardo; ; Barbosa, Raquel de Melo; ; Teles, Yanna Carolina Ferreira;
    A composição química e as propriedades terapêuticas da Aloe vera (L.) Burman f. (A. vera) explicam seu uso potencial nas aplicações cosméticas, nutricionais e farmacêuticas. O gel mucilaginoso de A. vera presente nas folhas é rico em vários compostos, principalmente polissacarídeos. Esses polissacarídeos, dos quais a maioria das atividades terapêuticas reportadas decorre, incluem glucomananas, sendo a acemanana o polissacarídeo predominante. As acemananas têm sido incorporadas em produtos cicatrizantes disponíveis comercialmente para aplicação em ferimentos. O objetivo do presente trabalho foi desenvolver formulações na forma farmacêutica hidrogel para uso tópico contendo mucilagem de A. vera para ser utilizada em psoríase. Os hidrogéis foram preparados com 80 % p/p de mucilagem de A. vera, alternando dois tipos de polímero (aniônico e não iônico) carbômer 940 1% (FC1 e FC2) ou hidroxietilcelulose 2% (FH3 e FH4), além de conservantes, antioxidantes e sequestrantes. Frações polissacarídeas foram extraídas da mucilagem e empregadas como grupo de marcadores químicos e caracterizadas por difração de raio-X, espectroscopia de infravermelho (IV) e ressonância magnética nuclear (RMN). A quantificação desses marcadores, na matéria-prima (mucilagem) e no produto acabado (hidrogel), foi realizada por meio de técnicas espectrofotométricas na região UV-VIS. Foram obtidos quatro hidrogéis (FC1, FC2, FH3 e FH4) a partir da mucilagem de A. vera, e avaliados quanto às suas características organolépticas, reológicas, pH e teor de acemanana. Os hidrogéis FH3 e FH4 (hidroxietilcelulose) apresentaram teor de acemanana de 6,76 e 4,01 mg/g, respectivamente, FH4 apresentou pH 4,6 e FH3 demostrou comportamento reopético. As formulações com carbômer FC1 e FC2 apresentaram teor de acemanana de 8,69 mg/g e 9,17 mg/g, respectivamente, pH ideal para aplicação em psoríase, boa espalhabilidade, comportamento reológico do tipo pseudoplástico e tixotrópico, portanto, atendendo as características ideais para uma forma semi-sólida de aplicação tópica.
  • Tese
    Avaliação da composição química e potencial biológico das flores, folhas, caules, frutos e sementes da espécie vegetal Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. (Pacotê)
    (2018-12-05) Sarmento Filha, Maria José; Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes; ; ; Rocha, Hugo Alexandre de Oliveira; ; Ferreira, Leandro de Santis; ; Barbosa, Raquel de Melo; ; Teles, Yanna Carolina Ferreira;
    A espécie Cochlospermum vitifolium, conhecida popularmente como pacotê, é utilizada pela medicina popular no tratamento enfermidades como hipertensão, hepatite, icterícia, hiperglicemia, distúrbios inflamatórios, além de possuir propriedades emenagogas, que podem ser atribuídas à presença de constituintes químicos na espécie. Ainda não existem estudos químicos e biológicos com partes isoladas da planta, assim, o presente trabalho objetivou identificar os constituintes químicos presentes nos extratos etanólicos, frações hexânica, acetato de etila e metanólica das flores, folhas, caules, frutos e sementes da C. vitifolium, além de avaliar a atividade antioxidante in vitro e leishmanicida, bem como avaliar o potencial anti-inflamatório do extrato etanólico e fração acetato de etila das flores em modelos experimentais in vivo. O perfil químico dos extratos etanólico e frações das flores, folhas e caule da Cochlospermum vitifolium foi registrado por UPLC-DAD-MS/MS. Os compostos das flores foram identificados como taninos hidrolisáveis (galotaninos, galoilquínicos, elagitaninos), flavonóides, derivados fenólicos da poliamida espermidina, ácidos graxos hidroxilados, além dos compostos: ácido quínico, ácido siríngico, di-hexosídeo do ácido cinâmico e ácido arjunólico. Para o caule, a prunina, taxifolina, aromadendrina, naringenina e canferol foram além de alguns compostos também observados nas flores. O teor de fenólicos totais das amostras foi expresso em equivalentes de ácido gálico por grama de amostra, destacando-se a fração acetato de etila das flores (525,90 mg EAG/g). O potencial antioxidante foi investigado pelos ensaios radical DPPH, atividade antioxidante total, quelação dos íons de ferro e cobre, poder redutor e sequestro dos radicais superóxidos (O2 - ) e hidroxilas (OH- ). A amostra que melhor apresentou atividade antirradicalar frente ao radical DPPH (IC50 = 5,03 ± 0,10), quelação dos íons de cobre (84,26%) e sequestro do radical O2 - (99,18%) numa concentração de 0,05 mg/mL foi a Fr AcOEt das flores. Os extratos e frações das flores, folhas, caules e frutos, apresentaram habilidade redutora dose dependente, com poder redutor acima de 100% em 0,25 mg/mL. A fração metanólica dos frutos apresentou melhor capacidade antioxidante frente ao radical OH- (39,84% em 0,3 mg/mL). A melhor habilidade de quelação dos íons de ferro (52,27% em 0,3 mg/mL). A atividade leishmanicida foi avaliada para as formas promastigotas, sendo as frações hexânicas das folhas e do caule capazes de inibir o crescimento dos parasitas. O extrato etanólico e fração acetato das flores da C. vitifolium apresentaram atividade anti-inflamatória nos modelos experimentais em estudo. Os resultados revelaram a presença de importantes compostos químicos em amostras de C. vitifolium, podendo ser responsáveis pela atividade antioxidante, leishmanicida e anti-inflamatória, revelando um potencial terapêutico para o desenvolvimento de novas moléculas com atividade anti-inflamatória.