PPGDEM - Doutorado em Demografia
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Tese Análise da difusão tempo-espacial da Covid-19 em dois estados brasileiros(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-27) Campos, Maria da Luz Góis; Aguirre, Moisés Alberto Calle; André, Diego de Maria; https://orcid.org/0000-0003-3142-8336; http://lattes.cnpq.br/6480130040427049; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; http://lattes.cnpq.br/6145999964755917; Queiroz, Silvana Nunes de; Alves, Janaina da Silva; Alves, Janaina da Silva; Justino, Josivan Ribeiro; Soares, WeberA pandemia do SARS-CoV-2 provocou efeitos consideráveis na economia e na demografia mundial, bem como assolou regiões com populações mais vulneráveis, tanto socialmente, como em termos de condições de saúde e sanitárias, conforme aborda a vasta literatura. É nesse diapasão, que este estudo tem como principal objetivo estudar o fluxo da propagação da infecção da COVID-19 para os estados do Rio Grande do Norte (RN) e do Amazonas (AM). Assim, usando dados da Secretaria de Saúde Pública (SESAP) do estado potiguar e do IBGE – Censo 2010, analisamos a incidência da COVID-19 para o período da 1ª onda pandêmica de 22 de março de 2020 a 29 de novembro de 2020 e dados em corte transversal da semana epidemiológica SE49 (23/11/2020 a 29/11/2020). Portanto, trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva em corte transversal, cujo fundamento empírico é o de analisar modelos espaciais globais e locais para modelar a incidência da COVID-19 nos 167 municípios potiguares e seus principais determinantes socioeconômicos e demográficos. Do ponto de vista metodológico, descrevemos a presença de autocorrelação espacial e formação de clusters, utilizando Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE). Observou-se a presença de heterogeneidade espacial para a incidência de COVID-19 nos municípios do RN, a qual permite ajustar para os indicadores de identificação da vulnerabilidade social um modelo Misto de Regressão Geograficamente Ponderada Autorregressivo Espacial (MGWRSAR) como principal instrumento de análise. Da perspectiva dos resultados, demonstra-se que os coeficientes das variáveis de estudo apresentaram padrões de associações com os fatores socioeconômicos e demográficos, sendo, portanto, o índice de Gini (Gini) e a concentração urbana (Gurb) os fatores mais relevantes para explicar a difusão da doença para o estado do RN. Os resultados dos clusters de correlação da incidência da COVID-19 sustentam a conclusão de que os fluxos inter-regionais gerados pelas atividades dos centros maiores para os menores, mediante transbordamentos espaciais da doença, iniciaram-se a partir das microrregiões de Mossoró e do Seridó Ocidental e Oriental e da concentração urbana de Natal-RN. Já para o estudo da extensa propagação do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARSCoV-2) no estado do Amazonas, utilizamos dados do MonitoraCovid-19/Fiocruz e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) no período de 09 de março de 2020 a 25 de abril de 2021. Do ponto de vista metodológico, utilizamos um estudo experimental e ecológico descritivo, usando a modelagem de simulação dinâmica contínua por meio de sistemas dinâmicos, com ênfase no modelo epidemiológico comportamental, suscetível, infectado, recuperado e mortos (SIRD-AM), para além da análise estatística. Esse procedimento de análise tem por objetivo estimar cenários alternativos, fundamentando-se nas medidas de distanciamento social impostas pelo governo estadual do Amazonas, bem como na capacidade hospitalar, a nível da população, para prever mortes e casos por COVID-19. Da perspectiva dos resultados, simulamos em 5 vezes mais mortos para o Amazonas; quando consideramos a capacidade hospitalar, estimamos uma taxa de excesso de mortalidade de 411% maior que a brasileira para 2021 e os fluxos I(t), R(t) e D(t) decresceram a uma taxa média de 2,5, em prol das políticas de controle da pandemia. Em particular, esse estudo contribui com a discussão da incidência da COVID-19 a partir das variações espaço sociais regionais em nível municipal para o Rio Grande do Norte, bem como produziu uma modelagem epidemiológica necessária para a saúde pública entender a população e suas necessidades em termos de vigilância sanitária, quando se trata da pandemia da COVID-19, para Amazonas, epicentro da COVID-19 no Brasil.Tese Desempenho escolar do ensino médio no Brasil: o papel da formação docente e da infraestrutura da escola no contexto regional e estadual(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-31) Silva, João Gomes da; Fusco, Wilson; Queiroz, Silvana Nunes de; http://orcid.org/0000-0002-1418-0423; http://lattes.cnpq.br/5785590497886670; http://orcid.org/0000-0002-1892-9278; http://lattes.cnpq.br/2471382573451075; Andrada, Marcos Javier; Aguirre, Moises Alberto Calle; Pereira, Paulo José; Ojima, RicardoO desempenho escolar no contexto da educação brasileira se tornou uma das principais estratégias utilizadas nos debates científicos no sentido de obter diagnósticos a respeito das situações que o sistema educacional enfrenta, mais especificamente sobre a condução das políticas públicas para educação básica, as quais contemplam as séries do ensino médio regular. A literatura nacional debate o desempenho por meio dos resultados de exames nacionais de avaliações. Nesse aspecto, pode-se enfatizar que nos estudos internacionais, o desempenho escolar é diagnosticado como uma ferramenta essencial para tratar do alinhamento das políticas construtivas, porque nos países considerados desenvolvidos eles têm a educação como o principal recurso necessário, em termos do nível de instrução da população, que representa o potencial que a nação dispõe para crescer. A partir da revisão da literatura, não foram diagnosticadas pesquisas que utilizaram o Censo Escolar, com a intensão de detalhar o desempenho escolar através do papel das ações dos docentes e da infraestrutura da escola. Para tanto, o principal objetivo desta tese é analisar o desempenho dos(as) alunos(as) matriculados no ensino médio em função da formação docente adequada e da infraestrutura da escola, no Brasil, Grandes Regiões e estados, entre 2016 e 2017. Para alcançar essa proposta, foram usadas as informações dos Censos Escolares de 2016 e 2017 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Nesse sentido, propõem-se uma metodologia para criar indicadores que dizem respeito aos atributos dos(as) alunos(as) das etapas iniciais do ensino médio regular, formação docente adequada e a infraestrutura da escola, isso figura uma das principais contribuições desta tese. Após ter criado os próprios recursos metodológicos desta pesquisa, as evidências analíticas dos índices apontam para os principais contrastes das regiões e estados. Os resultados apontam que, o Piauí apresentou o pior desempenho do Brasil e do Nordeste no quesito do IDA, enquanto a região Sudeste ficou com o melhor São Paulo. No Centro Oeste, o estado de Mato Grosso se destacou pelo significativo volume de docentes com formação inadequada, enquanto o Distrito Federal foi melhor nessa condição do IFDA. Na região Norte, o Acre figurou como o pior em termos da infraestrutura da escola, enquanto na região Sul, o estado do Rio Grande do Sul sobressai com boa representatividade do IIE. Dessa forma, os índices foram suficientes para confirmar hipóteses a respeito da influência do papel da formação docente e da infraestrutura da escola, apontando para uma relação positiva. Em síntese, percebe-se que os respectivos índices carregam capacidade de oferecer novos procedimentos metodológicos para investigações quantitativas.Tese Diferenciais regionais na mortalidade por causas externas no Brasil: anos de vida perdidos e efeitos na expectativa de vida(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-28) Amador, Ana Edimilda; Freire, Flavio Henrique Miranda de Araújo; https://orcid.org/0000-0002-7416-9947; http://lattes.cnpq.br/7623751650258443; http://lattes.cnpq.br/7081132302288191; Lima, Luciana Conceição de; https://orcid.org/0000-0003-1385-5908; http://lattes.cnpq.br/5906454269284655; Gonzaga, Marcos Roberto; Vasconcelos, Ana Maria Nogales; Guimarães, Raphael MendonçaAs causas externas de morbimortalidade se configuram como problema de saúde pública, e repercutem na dinâmica demográfica e social ao provocarem incapacidades e mortes. Tendo como objetivo analisar os diferenciais regionais na mortalidade por causas externas no Brasil quanto aos anos de vidas perdidos e os efeitos na expectativa de vida, trata-se de estudo quantitativo nas grandes regiões do Brasil, com dados de mortalidade por todas as causas e por causas externas (capítulo XX) da 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade(SIM), por residência, sexo e grupo. Os dados de população foram obtidos dos Censos 2000, 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os dados ignorados por sexo e grupo etário foram distribuídos proporcionalmente. Para os dados de mortalidades sujeitos ao subregistro, realizou-se a correção com o método Gerações Extintas Ajustado (GE-Aj) de Hill, You & Choi (2009). Foram calculadas tábuas de vida com único e com múltiplos decrementos, excluindo-se as mortes por causas externas para comparar a expectativas de vida em cada região do Brasil por ano e por sexo. Foram ainda, estimados os Anos de vida perdidos pelas causas externas. As estimativas produzidas para os anos de 2000, 2010 e 2019 representaram ganhos em anos na expectativa de vida para todas as regiões quando excluídos os óbitos por causas externas. Para o sexo masculino os maiores ganhos ocorreram para as regiões norte e nordeste no ano de 2010 chegando a mais de 4 anos em ganhos considerando a ausência das mortes. Para o sexo feminino, os maiores ganhos ocorreram para a região norte no ano de 2010 chegando a quase 2 anos. A região centro-oeste apresentou aumento nos ganhos em anos para o ano 2019. Quanto aos Anos de Vida Perdidos pela ocorrência de óbitos pelas causas externas tanto para o sexo masculino quanto para o feminino o sudeste representa a região em maior número de anos perdidos, mas para os homens é também a que mostrou maior queda dentre os anos deste estudo. Em lado oposto a região norte que apresentava baixo número de anos perdidos teve aumento nos anos 2010 e 2019. As regiões nordeste e centro-oeste tiverem aumento para 2010 e mantiveram em 2019. Para o sexo feminino, observou-se um aumento nos anos de vida perdidos em todas as regiões de 2000 para 2010 e de 2010 para 2019. O número médio de Anos de Vida Perdidos teve maior número médio para os homens de 23,69 anos na região norte em 2000 e o menor na região sul com perda de número médio de 19,96 anos em 2000. Para as mulheres o ano 2010 representou o ano com maior número médio de anos perdidos em todas as regiões com exceção da região sudeste, e em média cada mulher morta perdeu 19,02 anos de vida na região norte em 2000. Este estudo poderá apoiar planejamentos/ações estratégicas intersetoriais voltadas à causas externas, uma vez que fica evidente que os impactos das causas externas na constituição dos índices de mortalidade no Brasil refletem as diferenças e desigualdades regionais e que por sua vez impactam na criação e efetivação de políticas públicas que estão ligadas em maior ou menor escala aos interesses políticos regionais e de recursos econômicos para investimentos e muitas vezes são influenciadas pelas condições de vida da população, principalmente dos jovens e adultos jovens que são os mais atingidos pelas mortes por causas externas.Tese Dinâmica migratória e trajetória acadêmica no ensino superior: o caso dos/as estudantes da Universidade Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-27) Costa, Renato Tigre Martins da; Aguirre, Moisés Alberto Calle; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; http://lattes.cnpq.br/1599469691199961; Tavares, Carlos Mendes; Cerqueira, Cezar Augusto; Morales, Fidel Ernesto Castro; Justino, Josivan Ribeiro; Queiroz, Silvana Nunes deA análise das dinâmicas migratórias entre cursos acadêmicos no ensino superior é essencial para compreender os fatores que impactam a trajetória dos/as estudantes universitários e embasar a formulação de políticas voltadas para a permanência e o sucesso acadêmico. Essas transições refletem escolhas individuais influenciadas por interesses, condições sociais, e estrutura institucional, e apresentam implicações significativas tanto para os estudantes quanto para as universidades. Ao investigar como os/as estudantes se distribuem e redistribuem entre cursos, é possível identificar padrões de migração interna, avaliar a atratividade de diferentes áreas de conhecimento e propor estratégias que promovam a conclusão dos cursos por parte dos/as estudantes. Esta tese tem como objetivo analisar os padrões de migração intercursos e os fatores associados às trajetórias acadêmicas de estudantes de quatro cursos da UNILAB, considerando movimentos migratórios internos e seus impactos nas taxas de evasão e conclusão entre 2014 e 2022. Secundando pelos objetivos específicos: 1 - Identificar e descrever os fluxos de migração intercursos dos estudantes da UNILAB entre 2014 e 2022, utilizando uma matriz de origem e destino para caracterizar a movimentação entre os cursos selecionados. 2 - Investigar, por meio do método multiestado, os fatores associados à trajetória acadêmica dos estudantes de Humanidades, Física, Ciências Biológicas e Enfermagem que ingressaram em 2015, analisando variações nas taxas de evasão, mudança de curso e conclusão até 2020. Para investigar a dinâmica migratória intercursos, foi construída uma matriz análoga à matriz de origem e destino oriunda de estudos relacionados à migração. A partir dos indicadores gerados, foram selecionados dois cursos com as maiores taxas de imigração acadêmica e dois com as menores taxas. A análise das trajetórias acadêmicas foi conduzida por meio do Método Multiestado, aplicado aos quatro cursos selecionados, gerando tabelas de sobrevivência multiestado para estimar as probabilidades de transição e a esperança de vida acadêmica. Os resultados indicam que os cursos de Enfermagem e Ciências Biológicas atraem o maior número de estudantes, enquanto Humanidades e Física apresentam menor atratividade em termos de imigração acadêmica. Novamente os cursos Enfermagem e Ciências biológicas se destacam por apresentarem as maiores probabilidades de transição. Por outro lado, cursos como Física e Humanidades, com menores probabilidades de transição. Além disso, a esperança de vida acadêmica nos cursos analisados supera o tempo regular de conclusão, sugerindo possíveis fatores que prolongam a permanência dos/as estudantes, um dado essencial para aprofundar futuras investigações sobre o tema através de pesquisas qualitativas. Esses resultados oferecem uma oportunidade para se explorar as razões que levam tanto a atratividade quanto a menor retenção de estudantes, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de suporte acadêmico para eles.Tese Efeito do Bolsa Família sobre a defasagem escolar de mães adolescentes, observados os aspectos de sua fecundidade: um estudo da Coorte de 100 milhões de brasileiros(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-19) Oliveira, Herick Cidarta Gomes de; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Ramos, Dandara de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; https://orcid.org/0000-0002-2435-6680; http://lattes.cnpq.br/2218417364871602; Meira, Karina Cardoso; Marcondes, Gláucia dos Santos; Ichihara, Maria Yury Travassos; Coutinho, Raquel ZanattaEm 2003, o Programa Bolsa Família (PBF) foi criado a partir da união de programas sociais existentes, com a intenção de reduzir a pobreza por meio do repasse de renda mensal às famílias do Brasil em situação de pobreza e extrema pobreza, mediante a contrapartidas de ordem educacional e de saúde. Alguns possíveis efeitos indiretos do programa tem sido tema de diversos estudos acadêmicos. No campo da demografia, tais estudos se concentram em informações de período e não de coorte, devido à dificuldade da disponibilidade de dados longitudinais. Nesse sentido, esta tese pretende contribuir para o debate, por meio da análise dos dados longitudinais do estudo da Coorte de 100 milhões de Brasileiros (C100), elaborada pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde CIDACS. A partir da hipótese de que o PBF tem um papel protetivo sobre a defasagem escolar mesmo entre aquelas que estão se tornando mães na adolescência, esse estudo tem como objetivo investigar o efeito do PBF sobre a defasagem escolar percebida no momento da maternidade de mães adolescentes (até 19 anos), observados os aspectos de sua fecundidade durante o período de 2004 a 2015. E com o intuito de verificar se o PBF tem algum efeito após a maternidade, este estudo analisa a evolução da escolaridade de mães adolescentes entre a primeira e a última parturição após entrada na C100. Essa análise tem como recorte o Semiárido Setentrional (SemiSet) e ocorre de forma comparativa com o contexto regional (Nordeste - NE) e brasileiro. Para tanto, utilizou-se do método quase-experimental propensity score matching (PSM) com pareamento de Kernel, para elaboração de modelos de comparação dos efeitos do tratamento. Dentre os principais resultados constatou-se que para as mães adolescentes ter pertencido a famílias beneficiárias do PBF, resultou em menor incidência de defasagem escolar, comparado àquelas de famílias não beneficiárias com as mesmas características. Esse efeito protetor foi ainda maior no SemiSet se comparado à região Nordeste e ao contexto brasileiro. Considerando apenas as mães cujas famílias eram participantes do PBF e elegíveis ao benefício variável jovem (BVJ), o efeito de proteção mais que dobra, independentemente do recorte. Ao estratificar por aspectos da fecundidade o efeito de proteção é maior para as que têm mais de um filho na adolescência. Sobre a idade materna ao primeiro filho, no SemiSet, o efeito dentre as mais jovens de 10-14 anos é o dobro das de 15-19 anos, mesmo caso para o Brasil. Além disso, averígua-se que o contexto socioeconômico afeta o enfrentamento a defasagem escolar.Tese Efeitos de idade, período e coorte no consumo de energia elétrica dos domicílios brasileiros no século XXI: uma análise sob a perspectiva da relação população-consumo-ambiente(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-11-21) Diógenes, Victor Hugo Dias; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; https://orcid.org/0000-0002-4010-2699; http://lattes.cnpq.br/9959088565498517; Oliveira, Ana Maria Hermeto Camilo de; Reis, Douglas Sathler dos; Fernandes, Valdir; D'antona, Álvaro de OliveiraO consumo é um dos principais mediadores na relação entre população e ambiente, principalmente em um contexto em que estão associadas uma sociedade de consumo e severos impactos ambientais, como as mudanças climáticas globais. Compreender a dinâmica histórica entre população e consumo em sua plenitude exige a exploração de diversas áreas de conhecimento, notadamente das ciências sociais, pois é necessária a consideração de aspectos sociais, econômicos, históricos, comportamentais, éticos e de valores. Uma forma de captar essa vasta gama de fatores é fazer uma análise de idadeperíodo-coorte (APC). Os efeitos de idade representam as mudanças ao longo do curso de vida das famílias; os efeitos de período estão associados às mudanças devido a acontecimentos específicos ao longo dos anos; e os efeitos de coorte compreendem a ideia de que os diversos contextos socias e econômicos em que a geração foi submetida desde o seu nascimento podem influenciar seus valores e comportamentos. O consumo de energia elétrica dos domicílios, em especial, é uma boa forma de representar o estilo de vida das famílias e a pegada ecológica de uma população. O objetivo principal da pesquisa é identificar e entender os efeitos da idade, do período e da coorte no consumo da energia elétrica domiciliar per capita no Brasil a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF dos 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018. Para a superação do problema de identificação dos coeficientes, foram utilizados modelos de regressão lineares com diferentes formas de restrição e o modelo hierárquico de efeitos mistos com dois níveis. Como resultados, foi verificado um aumento do consumo na medida em que o domicílio é chefiado por pessoas mais velhas e entre os períodos analisados. Já no efeito de coorte, foi verificado que as coortes nascidas após 1960 apresentaram declínio na intensidade de consumo energética em relação às coortes mais antigas. Esses resultados significam impactos distintos das três dimensões temporais e contribuem para o melhor entendimento do comportamento do consumo energético dentro dos domicílios brasileiros e como ele se moldou ao longo do tempo, subsidiando assim as políticas públicas ambientais e de planejamento energético para um melhor direcionamentos de ações e recursos.Tese Fortalecendo raízes: (i)mobilidade populacional e resiliência no semiárido nordestino(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-08) Costa, Paulo Victor Maciel da; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; https://orcid.org/0000-0002-8326-2131; http://lattes.cnpq.br/2076380199549823; Campos, Járvis; Queiroz, Silvana Nunes de; Galizoni, Flávia Maria; Jannuzzi, Paulo de MartinoEmbora o Nordeste seja uma região em que ainda há significativa perda de população, nela também se registra o maior volume de nunca migrantes, especialmente nos municípios do interior. Segundo o Censo Demográfico de 2010, cerca de 10 milhões de pessoas residentes no Semiárido Setentrional, o equivalente a 70,3% da população total, nunca haviam empreendido a migração da ou na região. Isso mostra que a imobilidade no Semiárido é maior do que se imagina, o que pode evidenciar que a capacidade de migrar não está disponível para todos, por exigir um nível mínimo de capital humano, social e físico, como também pode refletir uma estrutura de resiliência desenvolvida no local de nascimento. A primeira explicação tende para a perspectiva de vulnerabilidade de uma população que não migra mesmo estando exposta a riscos, configurando uma “população presa”. A outra, por outro lado, tende para a perspectiva de que outras estratégias de adaptação podem ser mais importantes em relação à migração. Nesse sentido, elementos como complementação da renda da família e segurança hídrica, seja para o consumo ou para a produção, podem desempenhar, conjuntamente, o papel de tornar a população resiliente, principalmente a que reside no campo, onde as condições são mais áridas, não só da perspectiva ambiental, mas também socioeconômica. É primordial para essa resiliência o papel que as instituições e políticas públicas desempenham. A gestão adaptativa por parte destas deve considerar tanto o enfoque social quanto ecológico, aspectos que, no contexto do Semiárido, são identificados no Programa Cisternas, referência mundial como estratégia de adaptação climática, que busca aumentar a segurança hídrica e alimentar, além do baixo impacto ao ecossistema. Diante disso, indaga-se: como a resiliência contribui para a imobilidade no Semiárido Setentrional? Mais especificamente, cabe ainda perguntar: a imobilidade populacional está relacionada ao acesso as cisternas? Questões individuais e familiares, ligadas ao ciclo de vida, e institucionais estão relacionadas a imobilidade do sertanejo? Qual o impacto do Programa Cisternas junto a outros programas sociais na resiliência sertaneja? Além da bibliografia pesquisada, para ajudar a responder tais questões foram adotadas como principais fontes de informação tanto bases de dados de caráter transversal, como os Censos Demográficos (2000 e 2010), quanto longitudinal, como a Coorte dos 100 Milhões de Brasileiros do CIDACS (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde) da Fiocruz Bahia. As referidas perguntas nortearam os ensaios que compõem esta tese e dão sustentação a visão de que o sertão não é só vulnerável, mas também resiliente. Dada a sua vivência e experiência com a lida no sertão “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, mas segue necessitando de políticas sociais que potencializem sua força, diante de desvantagens sociais que se mantêm, bem como de inseguranças que se tornam pronunciadas com as mudanças climáticas.Tese Inclusão e desempenho acadêmico: análise dos estudantes com deficiência no ENEM(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-14) Lobato, Maria José Silva; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Magalhães, Ismenia Blavatsky de; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; http://lattes.cnpq.br/5850545847212930; Cerqueira, Cezar Augusto; Morales, Fidel Ernesto Castro; Soares, Weber; Fusco, WilsonO Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um instrumento deavaliaçãopadronizada de abrangência nacional, constituindo-se o principal meio de ingressoaoensino superior e acesso ao financiamento estudantil no Brasil. Assim, apresentetese tem como objetivo investigar a influência de fatores socioeconômicosedemográficos na participação e no desempenho acadêmico da PopulaçãoEscolarcom Deficiência Público da Educação Especial (PEcD_PEE) no ENEM, considerandoa evolução temporal desses fatores e a diversidade regional do Brasil. Paratanto, uma análise abrangente à luz da teoria sociológica de Capitais de Pierre Bourdieufoi realizada. As informações primárias foram coletadas dos microdados doInstitutoNacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, abrangendocincoedições do ENEM (2009, 2019-2022). Adicionalmente, verificaram-se as informaçõescoletadas nos Censos Escolares da Educação Básica (2009, 2019-2022). Oconjuntode dados continha informações acerca de: número de pessoas nafamília, escolaridade dos pais, renda familiar, posse de bens domésticos, televisores, computadores, máquinas de lavar, telefones fixos, celulares, sexo, cor/raça, tipoelocalização da escola e faixa etária dos inscritos. A caracterização dosperfissocioeconômicos e demográficos foi realizada por meio do método de agrupamentoExpectation Maximization. Para inferir as diferenças estatísticas aplicaram-setrêstestes com nível de significância de 5%: i) Teste de Shapiro-Wilk paraverificar anormalidade das distribuições de notas; ii) Teste U de Mann-Whitney paracompararas distribuições de frequência das notas entre grupos; e iii) Teste T de Student paraidentificar diferenças significativas nas médias dos grupos. Aplicou-se a AnálisedeComponentes Principais para identificar os eixos principais de variação nos dadosdoCenso Escolar. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os estudantes,com superioridade em termos de pontuação para os candidatos do ensinoregular emcomparação a PEcD_PEE em todas as regiões do Brasil. Emtermos desexo, verificaram-se vantagens de homens nas provas de Matemática e superioridadefeminina em Redação em todas as regiões, exceto no Norte. Alguns aspectosdemográficos como idade mais elevada apresentaram influência negativanodesempenho dos candidatos. Entre a PEcD_PEE houve predominância doperfil deCapital Cultural e Econômico Menor (CCEM) nas regiões Norte e Nordeste, enquantoo perfil Capital Cultural e Econômico Elevado (CCEE) foi predominantenoSul eSudeste. A disponibilidade de recursos e serviços de acessibilidade nas regiõesSul, Sudeste e Centro-Oeste foram superiores em comparação ao Norte e Nordeste. Aescolaridade dos pais do perfil CCEM foi mais baixa em comparação ao perfil CCEE. As mulheres pardas e pretas obtiveram desempenhos mais baixos nas diferentesprovas do ENEM. A pandemia de COVID-19 afetou de forma mais negativaosestudantes do perfil CCEM, em função da precariedade de disponibilidadedeacessibilidade comunicacional (internet, computador, celulares etc). Oestudoapontouque para promover uma educação efetiva da PEcD_PEE é essencial compreender osfatores socioeconômicos e demográficos que impactam a qualidade devidaeainclusão escolar. Além disso, as análises das avaliações de larga escalasãoferramentas essenciais para a realização de diagnósticos abrangentes comfinsdepropor melhorias nas condições de vida e práticas inclusivas no sistema educacional brasileiro.Tese Migração qualificada do Brasil para Portugal: dinâmica recente e perspectivas para o projeto migratório(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-26) Basílio Júnior, Leandro Nazareno; Fusco, Wilson; http://orcid.org/0000-0002-1418-0423; http://lattes.cnpq.br/5785590497886670; https://orcid.org/0000-0003-1845-0408; http://lattes.cnpq.br/2413550985149903; Malheiros, Jorge da Silva Macaísta; Peres, Roberta Guimarães; Baeninger, Rosana Aparecida; Queiroz, Silvana Nunes deAs migrações de pessoas qualificadas têm estado no centro de debates acadêmicos e políticos em diferentes partes do mundo. Alterações no contexto internacional têm contribuído para o ganho de participação dessa população no conjunto das migrações internacionais. Portanto, nas últimas décadas têm se evidenciado transformações no que se refere às migrações qualificadas. Esse fator deixa claro a necessidade de compreensão de como esse tipo de mobilidade tem se alterado no conjunto de diferentes países. A comunidade brasileira no exterior cresce com o passar dos anos e, apesar de tais saídas representarem uma pequena parcela da população total do Brasil, o estoque da comunidade brasileira no exterior já é maior que a população total de 15 estados brasileiros, quando comparados de modo individual. Como a migração qualificada tem crescido de modo mais rápido que a migração de baixa qualificação, evidencia-se a necessidade do estudo dessa modalidade migratória. Segundo as Nações Unidas (2019), os principais destinos dos brasileiros são os países do Norte Global. No continente europeu, Portugal destaca-se como principal destino dos brasileiros nos últimos anos, havendo repercussões constantes sobre esse fluxo. Com isso em vista, esta tese objetiva analisar os fatores e as características que possam explicar o crescimento, as transformações e as tendências da migração de brasileiros qualificados para Portugal a partir de 2011. Para isso, foram utilizados tanto métodos quantitativos como qualitativos. Como fontes de dados quantitativos, utilizou-se os bancos de dados do Eurostat (2011 a 2021) e os Censos do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal (2011 e 2021). Para a parte qualitativa, foram feitas entrevistas em profundidade com migrantes brasileiros qualificados residentes em Portugal, os quais foram identificados por meio do método Bola de Neve. Entre os resultados, pode-se destacar os baixos rendimentos e a não absorção por parte da estrutura produtiva brasileira de parte da população qualificada, o maior crescimento já identificado de brasileiros qualificados na história de Portugal, o crescimento mais acelerado dessas pessoas em concelhos do Norte, apesar de a maioria ainda viver na Área Metropolitana de Lisboa (AML), a grande frequência da migração familiar entre os qualificados, alimentada por redes, e o destaque às motivações para o projeto migratório, relacionadas à violência no Brasil, à busca por melhor qualidade de vida em Portugal, à procura por inserção e desenvolvimento profissional em Portugal e à migração por motivo de estudo.Tese Ocupados que recebem até um salário mínimo no Brasil e Região Nordeste, em 2012, 2017 e 2022: perfil e distribuição espacial no contexto de crises(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-23) Santos, Ricardo Tadeu Soares; Queiroz, Silvana Nunes de; http://lattes.cnpq.br/4913500148633052; Campos, Járvis; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Oliveira, Kléber Fernandes de; Guerra, Maria de Fátima LageEntre 2012 e 2022, os brasileiros foram expostos a mudanças no cenário econômico, político e de saúde pública, nos níveis coletivo e individual. Estudar as pessoas ocupadas segundo sua renda, mais especificamente aquelas que ganham até um salário mínimo, contribui para a compreensão da realidade e da desigualdade social vivenciadas no Brasil, na região Nordeste e em seus nove estados. Esta tese tem como objetivo principal analisar o perfil sociodemográfico e socioeconômico das pessoas ocupadas no mercado de trabalho formal e informal, que ganham até um salário mínimo, no Brasil, região Nordeste, e a distribuição espacial nos estados do Nordeste, em 2012, 2017 e 2022. Assim, o recorte temporal compreende os anos de 2012, 2017 e 2022, marcados pela presença de três presidentes distintos e diversas crises: econômica, política e sanitária. O método escolhido foi a estatística descritiva para o Brasil e o Nordeste brasileiro, e a análise da distribuição espacial para os nove estados da região Nordeste. Os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2012, 2017 e 2022 foram a principal fonte de dados. Observou-se que 31% (2012) e 35% (2022) de todas as pessoas ocupadas no Brasil, tanto no mercado formal quanto no informal, ganham até 1 SM; enquanto no Nordeste, foram 54% e 59%, respectivamente. Dessa faixa de renda, 71% (2012 e 2022) dos brasileiros e 73% (2012 e 2022) dos nordestinos estão no mercado informal. Em relação ao perfil ocupacional do brasileiro, há predominância de mulheres no mercado formal e de homens no mercado informal, nos três anos avaliados. Enquanto no Nordeste brasileiro há mais homens tanto no mercado formal quanto no informal, nos três anos em estudo. Além disso, tanto no Brasil quanto no Nordeste, os jovens dominam o mercado de trabalho formal de baixa renda, e os idosos são mais prevalentes no mercado informal. Com relação a raça/cor, nos três anos em estudo, houve predominância de trabalhadores não brancos em ambas as regiões geográficas (Brasil e Nordeste), tanto no mercado formal quanto no informal. Os grupos ocupacionais que exigem menor qualificação reduziram sua participação percentual no mercado de trabalho formal e informal, no Brasil e no Nordeste, ao longo do período analisado, à medida que os trabalhadores qualificados aumentaram sua representatividade, ganhando até 1 SM. Um achado importante foi o aumento percentual de 6% (mercado formal) e 4% (mercado informal), entre 2012 e 2022, no número de trabalhadores com ensino superior ganhando até 1 SM no Brasil e no Nordeste. Isso nos permite inferir que, como observado no aspecto educação nesta tese, embora os trabalhadores estejam se qualificando, sua renda por meio do trabalho principal está caminhando na direção oposta ao esperado, ou seja, tendendo à precariedade. Em relação à distribuição espacial nos estados do Nordeste, os homens são maioria tanto no mercado formal quanto no informal, com destaque para Bahia e Pernambuco, tanto em 2012 quanto em 2022, com um ligeiro aumento na proporção de homens em relação às mulheres no setor informal. Houve pequenas diferenças entre os estados do Nordeste, o que demonstra homogeneidade na distribuição percentual de homens e mulheres com rendimento de até 1 SM, seja no mercado formal ou informal. Os brancos são minoria entre os indivíduos ocupados com rendimento de até 1 SM, tanto no mercado formal quanto informal, em 2012 e 2022. Ainda assim, houve um ligeiro aumento desse percentual no setor formal em relação aos não brancos, refletindo a vulnerabilidade racial em que os indivíduos ocupados não brancos do Nordeste tendem a ter baixa renda e maior informalidade.Tese Pobreza multidimensional no Semiárido Nordestino (2000 e 2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-06) Brandão, Guilherme Sousa; Queiroz, Silvana Nunes de; http://lattes.cnpq.br/0720771993359907; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Oliveira, Kléber Fernandes de; Cordeiro, Rosemary de MatosEsta tese tem como objetivo central a pobreza no semiárido nordestino sob a ótica multidimensional, articulando três escalas de análise: indivíduos, arranjos domiciliares e municípios. O estudo parte da constatação de que a pobreza, especialmente no semiárido, não pode ser plenamente compreendida por indicadores unicamente monetários, sendo necessário adotar uma abordagem mais abrangente, que considere as múltiplas privações enfrentadas pela população. A metodologia empregada utilizou microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, aplicando a metodologia Alkire-Foster para o cálculo do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). As dimensões de análise contemplam Trabalho e Renda, Educação, Capacidades Funcionais, Infraestrutura e Padrão de Vida. A análise se desdobrou em capítulos específicos para cada escala, investigando perfis demográficos, socioeconômicos, características dos domicílios e a distribuição espacial da pobreza. Os principais resultados revelam redução geral da pobreza multidimensional na região entre 2000 e 2010, impulsionada por fatores como crescimento econômico, valorização do salário mínimo e expansão de políticas sociais, como o Bolsa Família. No entanto, a análise detalhada destacou a persistência de profundas desigualdades. Na perspectiva individual, pretos e pardos, assim como indivíduos com menor escolaridade, apresentaram os piores indicadores de pobreza, apesar dos avanços. As mulheres tiveram melhora significativa, superando a vulnerabilidade em um ritmo superior ao dos homens em alguns aspectos. A análise por arranjos domiciliares mostrou que estruturas familiares mais amplas (estendidas e compostas) demonstram maior resiliência à pobreza, enquanto domicílios unipessoais e chefiados por homens solo com crianças se mantiveram mais vulneráveis. A ocupação e a renda foram determinantes centrais para a superação da pobreza em todos os arranjos. Na escala municipal, a pobreza extrema se concentrou persistentemente nos municípios de menor porte, evidenciando desigualdades territoriais e a influência do tamanho populacional no acesso a políticas e infraestrutura. As privações em educação se tornaram relativamente mais relevantes em 2010, apesar dos avanços em outras dimensões como infraestrutura. Mapas de autocorrelação espacial confirmaram a existência de clusters de alta privação em regiões específicas do interior do semiárido nordestino. A originalidade da tese reside na integração entre a análise demográfica e territorial, oferecendo uma compreensão ampla da pobreza, ancorada em múltiplas escalas e recortes. Ao propor um diagnóstico detalhado das privações no semiárido nordestino, a pesquisa fornece subsídios relevantes para o planejamento de políticas públicas mais eficazes, visando superar as múltiplas formas de exclusão que ainda marcam a região.Tese Por que escolhi ter menos filhos? Processos de difusão de fecundidade no Rio Grande do Norte, 1980 a 2010(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-20) Silva, Wendella Sara Costa da; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Morales, Fidel Ernesto Castro; http://lattes.cnpq.br/8552159154343151; http://lattes.cnpq.br/0743856406326460; http://lattes.cnpq.br/2429643882466356; Ribeiro, Adriana de Miranda; Queiroz, Silvana Nunes de; Soares, WeberO fenômeno global da queda da fecundidade encontra respaldo nas mais diversas explicações, como as questões relacionadas aos argumentos economicistas acerca dos trade-off, sobre os custos-benefícios de se ter filhos, a racionalidade surgida a partir dessa lógica, às questões de industrialização, urbanização, empoderamento feminino via aumento da escolaridade e inserção no mercado de trabalho, acesso a meios contraceptivos, entre outras justificativas. Porém, existe um conjunto de explicações consideradas alternativas e dentro desse conjunto de explicações se situam as teorias da difusão. Nesse trabalho de tese, a difusão é considerada o guarda-chuva que abrange todas as demais explicações já tecidas para entender a queda da fecundidade, pois se entende que os processos de mudanças estruturais e socioeconômicas pelos quais passam as sociedades promovem novas regras dentro do contrato social, que são aprendidas e internalizadas através de divulgação via mídias de massas e interação entre pessoas. Diante disso, o objetivo geral é analisar o efeito da difusão (via televisão, rádio, telefone, energia elétrica) na transição da fecundidade nos municípios do Rio Grande do Norte, de 1980 a 2010. A metodologia utilizada consiste em uma classe de modelos implementados pelo pacote R CARBayesST, que é usado para modelar dados espaço-temporais de um conjunto de unidades de área não sobrepostas que são observadas em vários períodos. Os dados usados no modelo são os dos Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010. Mais especificamente, trata-se do ST.CARanova, e demonstra um padrão espaço-temporal de uma resposta média com uma decomposição de estilo ANOVA dentro de um modelo bayesiano. Como principal resultado encontrado tem-se a significância do aparelho de televisão na queda das taxas de fecundidade totais nos municípios do Rio Grande do Norte. O resultado encontrado fomentou uma discussão a respeito do relevante papel das telenovelas no processo da queda da fecundidade no Brasil.Tese Projeção da população de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalar no Brasil: contribuição do envelhecimento populacional e do pacto intergeracional para a espiral crescente da seleção adversa de beneficiários na saúde suplementar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-26) Sá, Marcelo Coelho de; Gonzaga, Marcos Roberto; https://orcid.org/0000-0002-6088-3453; http://lattes.cnpq.br/3332143224735260; http://lattes.cnpq.br/6020383884016036; Costa, José Vilton; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Maia, Ana Carolina; Turra, Cássio MaldonadoO fenômeno do envelhecimento no Brasil encontra-se em um ritmo acelerado, provocando, em um curto espaço de tempo, efeitos maiores do que os observados em outros países. O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, está cedendo lugar a uma pirâmide populacional característica de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento. A saúde suplementar do Brasil está inserida neste contexto, ao apresentar nos últimos 20 anos um expressivo envelhecimento da carteira de beneficiários. Adicionalmente ao envelhecimento populacional, é importante considerar três particularidades que agravam os desafios da saúde suplementar: a seleção adversa, o pacto intergeracional e a variação do custo médico hospitalar, especificidades que atuam de maneira concomitante e cíclica. Diante disso, o objetivo desta pesquisa é projetar a cobertura dos planos de saúde médico-hospitalares do Brasil até o ano de 2050, aferindo neste período a velocidade, a magnitude e o momento de inflexão desta transformação, assim como a relevância de cada especificidade neste processo, em especial, o envelhecimento populacional. A hipótese desta pesquisa é de que o envelhecimento da população brasileira será o principal catalizador de uma espiral crescente da seleção adversa, a qual provocará, por conseguinte, o envelhecimento dos beneficiários da saúde suplementar e a redução da cobertura. Para atingir o objetivo proposto, foram estudadas as principais variáveis que influenciam a cobertura dos planos, conhecimento este que possibilitou o estabelecimento de premissas e a modelagem de equação de regressão preditora da cobertura, elementos estes que reunidos viabilizaram a construção de um sistema automatizado de projeção da cobertura dos planos de saúde, o qual, além de estimativas de longo prazo, permitiu a realização de testes sob os mais diversos cenários. Os resultados apontam uma perspectiva negativa, sendo estimada que atual cobertura dos planos de aproximadamente 25% diminuirá para menos de 10% até a década de 2050. Esta predição negativa tem como força motriz a tendência de que o preço do plano é reajustado em um ritmo mais acelerado do que a renda domiciliar, acontecimento este cujo principal responsável é a VCMH, tendo o envelhecimento populacional se revelado coadjuvante neste processo, fenômeno este explicado pela surpreendente descoberta de que o pacto intergeracional instituído em 2003, no geral, nunca atuou e nunca atuará como mecanismo de seleção de adversa, visto que a regulamentação da ANS surtiu efeito contrário ao pretendido, uma vez que ampliou a solidariedade intrageracional entre os idosos ―jovens‖ e os mais longevos, ao passo que minguou o pacto intergeracional. Por outro lado, é importante registrar que os experimentos realizados nesta pesquisa demonstram que se o pacto intergeracional realmente estivesse acontecendo, os efeitos deste mecanismo têm o potencial de levar à saúde suplementar do Brasil à bancarrota. O cenário projetado nesta pesquisa impõe aos gestores públicos que conduzem as políticas e as regras da saúde suplementar do Brasil a responsabilidade de tomada de decisões tempestivas, visto que o eventual apocalipse da saúde suplementar não afetará somente a população brasileira sob sua proteção, mas também trará desdobramentos negativos ao sistema público de saúde, o qual terá que absorver a demanda de milhões de brasileiros órfãos dos planos de saúde, gente em sua maioria concentrada nos menores níveis de renda.Tese A relação entre orientação sexual das pessoas adultas e o mercado de trabalho no Brasil: uma análise da prevalência de ocupação, fatores associados, diferenciais por renda e interseccionalidade de sexo e raça/cor(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-26) Silva, Priscila de Souza; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Rodrigues, Fábio Lúcio; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; https://orcid.org/0000-0002-1181-3723; http://lattes.cnpq.br/0372637667331983; Marcondes, Gláucia dos Santos; Meira, Karina Cardoso; Gomes, Samuel AraújoApesar dos avanços sociais e institucionais em defesa da diversidade sexual e de gênero no Brasil, nos últimos anos, vivenciamos o fortalecimento de discursos de ódio, a reprodução de “valores” conservadores, práticas discriminatórias e preconceituosas. Nessa conjuntura, observa-se que as desigualdades estruturais que permanecem latentes na nossa sociedade, com a sobreposição de marcadores da diferença, podem gerar múltiplas iniquidades no mercado de trabalho, especialmente quando atreladas à orientação sexual das pessoas. Com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, a presente tese tem como objetivo principal analisar a prevalência de ocupação e os fatores associados em pessoas adultas (com 18 anos ou mais) selecionadas para responder o quesito orientação sexual, considerando também possíveis diferenciais por renda e pela interseccionalidade de sexo e raça/cor. Para obter as estimativas da prevalência de ocupação foram utilizados modelos de Regressão de Poisson com variância robusta. Os resultados evidenciaram que as chances de ocupação no mercado de trabalho brasileiro reduzem para as pessoas que se declararam como homossexuais, bissexuais, com outra orientação, que não sabiam e para as que se recusaram a responder, quando comparadas às pessoas heterossexuais. Nos modelos por renda, as estimativas mostram que as chances de ocupação são menores para as pessoas que não responderam heterossexual, independente da faixa de renda domiciliar per capita. Por sua vez, pela interseccionalidade de sexo e raça/cor foi possível identificar que, enquanto o fato de ser homossexual reduz as chances de ocupação para o homem independentemente da sua raça/cor, para as mulheres homossexuais brancas e não brancas as chances de estarem ocupadas aumentam. No entanto, para as pessoas bissexuais, com outra orientação sexual, que não sabiam e as que se recusaram a responder, os achados evidenciam redução nas chances de ocupação, independente da intersecção de sexo e raça/cor. O mercado de trabalho ainda constitui um ambiente bastante influenciado por normas e “valores” conservadores, provavelmente as menores chances de ocupação para as pessoas com orientações não normativas ocorrem devido ao efeito da discriminação.Tese A reprovação e a evasão no ensino médio do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte: implicações da Pandemia da Covid-19 entre cotistas e não cotistas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-28) Almeida, Alberto Alexandre Lima de; Lima, Luciana Conceição de; https://orcid.org/0000-0003-1385-5908; http://lattes.cnpq.br/5906454269284655; http://lattes.cnpq.br/7098063469108438; Aguirre, Moises Alberto Calle; Gomes, Sandra Cristina; Reis, Dyane Brito; Xavier, Flávia PereiraO objetivo geral desta tese foi analisar as implicações da pandemia de covid-19 na reprovação e na evasão de alunos cotistas e não cotistas de cursos técnicos integrados de ensino médio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Os objetivos específicos consistiram em identificar o nível de reprovação e evasão desses alunos e investigar se essa reprovação e evasão atingiram níveis semelhantes entre os alunos cotistas e não cotistas, bem como, reconhecer os fatores demográficos, institucionais e socioeconômicos relacionados a esses dois fenômenos. A importância dessa pesquisa reside no fato de que a pandemia de covid-19 afetou negativamente a educação básica brasileira, sobretudo no que se refere aos indicadores de rendimento e de permanência. No contexto da transição demográfica no país, as consequências sobre a formação de capital humano dessas gerações de estudantes poderão repercutir na absorção dessa força de trabalho no médio e no longo prazo. A comparação entre alunos cotistas e não cotistas buscou evidenciar se houve diferenças significativas entre esses dois grupos, mediante circunstâncias impostas pela pandemia de covid-19 no contexto educacional. A partir dos registros administrativos do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP), disponibilizado pelo IFRN mediante aprovação no Comitê de Ética da instituição, foi possível acompanhar a trajetória escolar de uma coorte de 3.284 estudantes dos cursos técnicos integrados de 20 campi do Rio Grande do Norte, desde o seu ingresso, em 2019, até o encerramento do ano letivo de 2022. Para o alcance dos objetivos propostos, empregou-se métodos quantitativo e qualitativo. Na parte quantitativa do estudo, foi realizada uma análise descritiva de indicadores educacionais e socioeconômicos dos discentes agregados em 10 eixos tecnológicos. Como estratégia para identificar os sujeitos da pesquisa qualitativa pertencentes à coorte de ingressantes em 2019 e que ainda se encontravam na instituição no ano letivo de 2022, foram produzidas informações primárias a partir da aplicação de um questionário quantitativo em cinco turmas do ensino técnico integrado de nível médio. Neste caso, obtevese um conjunto de 100 respondentes do campus Natal Central (CNat) sobre aspectos institucionais, demográficos e socioeconômicos relacionados ao período de ensino remoto. Entre os discentes da coorte de interesse identificados, seis deles consentiram participar da pesquisa qualitativa, tendo sido realizadas entrevistas semiestruturadas com esses sujeitos para compreender em maior profundidade os fatores institucionais, demográficos e socioeconômicos relacionados à reprovação e à evasão escolar nos anos mais críticos da pandemia. Adicionalmente, para obter uma percepção da gestão sobre o ensino remoto, foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com cinco pedagogas do campus CNat. De um modo geral, do ponto de vista quantitativo, os resultados apontaram que o nível de reprovação dos alunos cotistas foi superior ao dos alunos não cotistas em todo o período pesquisado, enquanto o nível de evasão entre os dois grupos não apresentou disparidades significativas. Do ponto de vista da análise qualitativa, ficou evidenciado que as dificuldades de adaptação ao ensino remoto emergencial atingiram, os dois grupos de alunos, motivadas, principalmente, pela dificuldade de concentração nas aulas, e que as condições familiares de alunos cotistas contribuíram para a intensificação dessa adversidade. Este estudo poderá trazer subsídios para ratificar a necessidade de manutenção e implementação de políticas públicas que possibilitem a igualdade de oportunidades na esfera educacional. Estudos vindouros podem avaliar implicações da covid-19 para cursos técnicos específicos, o que não consistiu objeto do escopo dessa pesquisa.Tese Seletividade marital por idade entre casais heterossexuais no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-04) Pimentel, Denise Evelyn Mendonça; Costa, José Vilton; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/3674221324598831; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Ojima, Ricardo; Tomás, Maria Carolina; Marcondes, Glaucia dos SantosO diferencial de idade entre cônjuges tem implicações importantes em uma série de contextos – nos padrões de uniões conjugais, nas relações de gênero, estabilidade dos casamentos e nas conformações das famílias. Nesse contexto, este trabalho investiga os fatores socioeconômicos e demográficos associados aos diferenciais de idade entre os casais heterossexuais no Brasil. Para isso, utilizou-se dados do registro civil referente ao período de 1990 a 2019 e os Censos Demográficos de 1991 a 2010. A partir das diferenças de idade entre os cônjuges, os casais foram classificados em homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos em termos etários. Considera-se como casais homogâmicos aqueles que possuem a mesma idade e hipergâmicos quando o homem é mais que a parceira e hipogâmicos quando a mulher é mais velha que o parceiro. As chances de homens e mulheres estarem em um relacionamento heterogâmico (hipogâmico/hipergâmico) em comparação a um homogâmico foram analisadas considerando os seguintes fatores: idade, condição de migração, escolaridade, situação do domicílio, tipo de união, raça/cor, PIB per capita e taxa de urbanização das microrregiões. Entre os principais resultados destaca-se a redução na proporção de casais nos quais os homens são os mais velhos, acompanhado de um aumento de casais cujas mulheres são mais velhas que seus cônjuges, independente do estado civil. Houve também um crescimento na participação da homogamia e hipogamia nos casamentos em que ambos os cônjuges são solteiros. A postergação dos casamentos foi identificada como um dos fatores que contribui para mudanças nos padrões de diferenças de idade. A hipogamia foi mais comum nas uniões consensuais. Ao analisar a variação de casais homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos entre microrregiões, observou-se uma associação positiva entre o aumento na idade média ao casamento das mulheres e uma alta proporção da população feminina acima dos 25 anos com ensino superior para predominância de casais hipogâmicos. Outros resultados associados à indicadores de autonomia feminina e aspectos socioeconômicos indicam que a formação de casais hipogâmicos não está necessariamente relacionada a regiões desenvolvidas economicamente. A formação de casais homogâmicos foi negativamente associada a um alto percentual de homens e migrantes na população, enquanto o PIB per capita apresentou uma correlação positiva nessa formação. Casais hipergâmicos apresentaram uma associação positiva com a predominância de homens na população e alto percentual de migrantes. Em relação aos aspectos econômicos, observou-se uma relação negativa para o PIB per capita e taxa de urbanização. Considerando as características sociodemográficas dos cônjuges, os resultados indicam que homens e mulheres com ensino superior completo têm menos probabilidade de serem hipogâmicos e hipergâmicos em comparação aos casais homogâmicos. Mulheres migrantes têm maior probabilidade de se relacionarem com um homem mais jovem, enquanto homens migrantes são mais propensos a se relacionarem tanto com mulheres mais velhas quanto com as mais jovens, em comparação aos da mesma idade. Em conclusão, este estudo enfatiza a importância de compreender os fatores que influenciam os padrões de diferença de idade entre os casais no Brasil. Além de contribuir nos estudos sobre os padrões de uniões conjugais em relação à idade e suas implicações sociais e demográficas.