PPGDEM - Doutorado em Demografia
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Navegando PPGDEM - Doutorado em Demografia por Assunto "Arranjos domiciliares"
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Tese Pobreza multidimensional no Semiárido Nordestino (2000 e 2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-06) Brandão, Guilherme Sousa; Queiroz, Silvana Nunes de; http://lattes.cnpq.br/0720771993359907; Myrrha, Luana Junqueira Dias; https://orcid.org/0000-0001-6767-6775; http://lattes.cnpq.br/9464473185586596; Aguirre, Moisés Alberto Calle; Oliveira, Kléber Fernandes de; Cordeiro, Rosemary de MatosEsta tese tem como objetivo central a pobreza no semiárido nordestino sob a ótica multidimensional, articulando três escalas de análise: indivíduos, arranjos domiciliares e municípios. O estudo parte da constatação de que a pobreza, especialmente no semiárido, não pode ser plenamente compreendida por indicadores unicamente monetários, sendo necessário adotar uma abordagem mais abrangente, que considere as múltiplas privações enfrentadas pela população. A metodologia empregada utilizou microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, aplicando a metodologia Alkire-Foster para o cálculo do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). As dimensões de análise contemplam Trabalho e Renda, Educação, Capacidades Funcionais, Infraestrutura e Padrão de Vida. A análise se desdobrou em capítulos específicos para cada escala, investigando perfis demográficos, socioeconômicos, características dos domicílios e a distribuição espacial da pobreza. Os principais resultados revelam redução geral da pobreza multidimensional na região entre 2000 e 2010, impulsionada por fatores como crescimento econômico, valorização do salário mínimo e expansão de políticas sociais, como o Bolsa Família. No entanto, a análise detalhada destacou a persistência de profundas desigualdades. Na perspectiva individual, pretos e pardos, assim como indivíduos com menor escolaridade, apresentaram os piores indicadores de pobreza, apesar dos avanços. As mulheres tiveram melhora significativa, superando a vulnerabilidade em um ritmo superior ao dos homens em alguns aspectos. A análise por arranjos domiciliares mostrou que estruturas familiares mais amplas (estendidas e compostas) demonstram maior resiliência à pobreza, enquanto domicílios unipessoais e chefiados por homens solo com crianças se mantiveram mais vulneráveis. A ocupação e a renda foram determinantes centrais para a superação da pobreza em todos os arranjos. Na escala municipal, a pobreza extrema se concentrou persistentemente nos municípios de menor porte, evidenciando desigualdades territoriais e a influência do tamanho populacional no acesso a políticas e infraestrutura. As privações em educação se tornaram relativamente mais relevantes em 2010, apesar dos avanços em outras dimensões como infraestrutura. Mapas de autocorrelação espacial confirmaram a existência de clusters de alta privação em regiões específicas do interior do semiárido nordestino. A originalidade da tese reside na integração entre a análise demográfica e territorial, oferecendo uma compreensão ampla da pobreza, ancorada em múltiplas escalas e recortes. Ao propor um diagnóstico detalhado das privações no semiárido nordestino, a pesquisa fornece subsídios relevantes para o planejamento de políticas públicas mais eficazes, visando superar as múltiplas formas de exclusão que ainda marcam a região.