Programa de Pós-Graduação em Nutrição

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Efeitos dos polifenóis na saúde intestinal de modelos pré-clínicos com obesidade induzida por dieta: revisão sistemática
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-11-22) Dias, Lêda Karla Monteiro; Maia, Juliana Kelly da Silva; Medeiros, Gidyenne Christine Bandeira Silva de; https://orcid.org/0000-0001-5225-385X; http://lattes.cnpq.br/7128174927654982; https://orcid.org/0000-0002-7970-534X; http://lattes.cnpq.br/9575492220366110; http://lattes.cnpq.br/1134095986257237; Piuvezam, Grasiela; Batista, Ângela Giovana
Os polifenóis podem compor importantes ferramentas para o tratamento da obesidade por meio das ações antioxidantes, anti-inflamatórias e de modulação da microbiota, com efeitos que atingem amplamente o organismo, incluindo o intestino. Desta forma, a sistematização dos dados científicos a respeito dos efeitos e mecanismos de ação dos polifenóis sobre a saúde intestinal é fundamental para direcionar estratégias de enfrentamento da obesidade. O objetivo deste estudo foi reunir evidências sobre o impacto de compostos polifenólicos na saúde intestinal em modelos experimentais de obesidade induzida por dieta. O desenvolvimento da revisão sistemática foi delineado pelo Preferred Reporting Items for Systematic Review and Metanalysis (PRISMA). Cada etapa da revisão foi realizada por dois pesquisadores de maneira independente. Foram incluídos estudos experimentais em ratos e camundongos com obesidade induzida por dieta e tratados com polifenóis isolados, recuperados através da formulação de estratégias de buscas aplicadas nas seguintes bases de dados de estudos científicos: PubMed, Science Direct, Scopus, Web of Science e EMBASE. A qualidade metodológica de cada estudo selecionado foi avaliada por meio da ferramenta Systematic Review Center for Laboratory Animal Experimentation (SYRCLE) por dois avaliadores independentes. Houve alto grau de concordância entre os avaliadores (coeficiente Kappa > 0,85). Não foi possível a realização da metanálise devido a heterogeneidade dos estudos quanto a metodologia, a apresentação dos resultados e ausência de dados estatísticos. Foram recuperadas inicialmente 1415 publicações, após aplicar os critérios de elegibilidade, foram inseridos 20 artigos na revisão sistemática. Foram extraídos os dados referentes à saúde intestinal (modulação da microbiota, e outros parâmetros, como produção de ácidos graxos de cadeia curta, análise das tight junctions da barreira intestinal, endotoxemia, morfologia e histologia e expressão das citotoxinas do tecido intestinal). A avaliação SYRCLE apontou notas entre 4,5 - 7,0 (máximo 10). A análise dos dados demonstrou nítidas mudanças na microbiota intestinal, como aumento das diversidades alfa e beta (46,7% e 68,8% dos estudos que realizaram a análise, respectivamente), redução da razão Firmicutes/Bacteroidetes (F:B) (80 % dos estudos que realizaram a análise), e alterações populacionais a níveis de filo, famílias e gêneros, mediante ao tratamento com os diferentes compostos fenólicos. Houve, também, aumento da produção total de AGCC, maior expressão de tight junctions, melhora da morfologia e histologia do tecido intestinal, redução do LPS (endotoxemia) e de citocinas inflamatórias. Ao todo foram 18 diferentes polifenóis avaliados nos estudos. Os compostos fenólicos que apresentaram efeitos positivos foram: curcumina, quercetina, ácido clorogênico, rutina, puerarina, epigalotequina-3- galato, ácido sinápico, vanilina, trilobatina, hidroxitirosol, florizina e hidroxisaflor amarelo A. Portanto, conclui-se que a administração de alguns polifenóis pode auxiliar no tratamento da obesidade por meio da modulação da microbiota e melhora de outros parâmetros relacionados à saúde intestinal. Não é possível extrapolar a conclusão para compostos fenólicos de maneira geral, pois o número de compostos investigados foi limitado, bem como as evidências apontam que a estrutura, dose, tempo de tratamento e outros fatores afetam o resultado. PROSPERO CRD42021262445.
Indução de processo inflamatório com dieta de alto índice glicêmico e carga glicêmica em adipócitos e epitélio intestinal de ratos Wistar
(2018-05-14) Luz, Anna Beatriz Santana; Morais, Ana Heloneida de Araújo; Bortolin, Raul Hernandes; ; ; ; Serquiz, Alexandre Coelho; ; Fayh, Ana Paula Trussardi;
Dietas experimentais semelhantes ao padrão alimentar da sociedade moderna têm sido utilizadas em pesquisas para induzir alterações metabólicas e corporais em animais. Este estudo investigou o efeito inflamatório de uma dieta sólida de alto índice glicêmico e carga glicêmica (HGLI) sobre a organização histológica de adipócitos, epitélio intestinal e gordura em tecidos hepático e pancreático de ratos Wistar. Dois grupos de animais adultos (n=5, cada) receberam durante 17 semanas: (1) Dieta HGLI ou (2) Dieta padrão (Labina®). Foi realizada análise microscópica, com leitura diagnóstica das lâminas e ênfase na organização histológica do tecido adiposo visceral e do jejuno, além da investigação de presença de adipócitos no fígado e pâncreas. Adicionalmente, foi realizada investigação da densidade do volume, volume total e área seccional média de adipócitos presentes no tecido adiposo visceral. E o cálculo do índice de adiposidade foi obtido considerando como gordura visceral total a soma dos compartimentos de tecido adiposo perirenal, retroperitoneal e epididimal. Para a expressão gênica, o RT-qPCR foi realizado nos seguintes genes: TNF-α (LOC103694, Rn01525859_g1) e GAPDH (Rn01775763_g1). A imunohistoquímica foi executada utilizando-se o anticorpo primário policlonal de coelho: anti-TNF-α (diluição 1:100). A intensidade de TNF-α foi medida de forma semi-quantitativa e automática. Às imagens foram atribuídas pontuações de acordo com uma nota, em que consistia na seguinte variação: negativa (0), fracamente positiva (+1), positiva (+2) e altamente positiva (+3). O soro foi utilizado para dosagem de TNF-α. A dieta HGLI provocou hipertrofia de adipócitos com densidade do volume de adipócitos igual a 97%, área seccional média equivalente a 1387 µm² e volume total de 6,97 cm³, representando um aumento de 8%, 25% e 58%, respectivamente. Além disso, a dieta HGLI aumentou a deposição de gordura em fígado e pâncreas, provocou desorganização das vilosidades intestinais e aumentou a expressão gênica de TNF-α (p=0,014) com imunomarcação positiva (+2) no tecido adiposo visceral e dosagem de TNF-α elevada quando comparada à dieta padrão. A dieta HGLI induziu inflamação em adipócitos e epitélio intestinal de ratos Wistar, disfunções comumente provocadas por dietas sólidas com alto teor de gorduras ou bebidas ricas em frutose.

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