BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
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Navegando BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações por Assunto "(Auto)biographical research"
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Tese O memorial autobiográfico: uma tradição acadêmica do ensino superior no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-03-30) Câmara, Sandra Cristinne Xavier da; Passeggi, Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798436D6; ; http://lattes.cnpq.br/4591217164987633; Olinda, Ercília Maria Braga de; ; Souza, Elizeu Clementino de; ; http://lattes.cnpq.br/3968241717391173; Barbosa, Tatyana Mabel Nobre; ; http://lattes.cnpq.br/6982452047842223; Araújo, Marta Maria de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794930E6A tese tem como objeto de estudo os memoriais autobiográficos. O objetivo geral é descrever o percurso histórico do memorial como uma tradição acadêmica do ensino superior no Brasil. Considerados um gênero híbrido, os memoriais trazem a peculiaridade de focalizar cientificamente trajetórias de vida. A investigação situa-se em três vertentes que se articulam: História da Educação, práticas educativas e usos da Linguagem, as quais nos permitem dialogar com múltiplas referências teórico-metodológicas na sustentação de nossas análises. O corpus utilizado para a análise constituiu-se por 40 memoriais autobiográficos, assim distribuídos: 16 memoriais acadêmicos, datados de 1935 a 1970; 07 memoriais acadêmicos, datados de 1980 a 2007; e 17 memoriais de formação, datados de 1995 a 2000. Nesse corpus reunimos, ainda, documentos oficiais, que dizem respeito à legislação disposta em editais, resoluções, portarias, regimentos, com os quais tivemos como propósitos: 1) conhecer e compreender o contexto maior de regulamentação do ensino superior no Brasil e seus aspectos concernentes à carreira do magistério superior; 2) investigar a escrita dos memoriais à luz do discurso injuntivo característico dos editais e resoluções nos quais se pautavam. A análise do memorial respaldada na legislação que o regulamenta permitiu reconstituir a imagem do professor ao longo de 80 anos na universidade pública brasileira. Para tanto, o trabalho foi desenvolvido no marco teórico-metodológico da pesquisa (auto)biográfica em Educação e dos estudos sociolinguísticos sobre os gêneros do discurso e as tradições discursivas. As investigações revelam o memorial como um gênero acadêmico no qual se entrelaça a história acadêmico-profissional do professor com a história da carreira do magistério superior no Brasil. Ancorados na perspectiva bakhtiniana sobre os gêneros do discurso, segundo a qual os gêneros evoluem e se complexificam à medida que seus contextos de uso também evoluem e se tornam mais complexos, os resultados de nossas análises permitiram correlacionar, nas décadas estudadas, as alterações dos memoriais ao contexto sociohistórico e ao seu uso como uma prática educativa no âmbito da universidade. Desse modo, as análises evidenciaram que essas escritas de si: passam da subjetividade latente para a pura objetividade entre as décadas de 1930 e 1960; apresentam total apagamento do sujeito entre as décadas de 1960 a 1970; ressurgem na década de 1980, tendo como marco o memorial da professora Magda Soares; expandem-se e diversificam-se a partir dos anos 1990, tornando-se também um dispositivo de formação e de projeção profissional. No que concerne aos usos da linguagem, investigamos a relação do sujeito com a linguagem, especificamente a manifestação da alteridade no tecido discursivo dos memoriais. Nessa vertente, as análises apontaram a influência do discurso de autoridade na formação do professor; dos discursos de injunção no processo de inserção profissional e de reinvenção de si no processo de autoria. Nesse sentido, o memorial autobiográfico revela-se como expressão específica da esfera cultural da academia brasileira e nos permite confirmar a hipótese de que cada memorial trata de uma situação singular-plural, ao apresentar uma articulação dialética entre o privado e o público, segundo as estruturas institucionais, nas quais e com as quais o professor|a se formou e com as quais dialoga