Programa de Pós-Graduação em História
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Dissertação A coleção mossoroense e a construção dos mitos: Dix-Sept Rosado, o herói imolado(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-03-26) Nóbrega, Alessandro Teixeira; Oliveira, Margarida Maria Dias de; ; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; ; http://lattes.cnpq.br/0785180073694550; Fraga, Maria da Conceição; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761546P6; Silveira, Rosa Maria Godoy; ; http://lattes.cnpq.br/6110897091327776Essa pesquisa compreende um estudo sobre os valores e ideais atribuídos a Dix-sept Rosado pela Coleção Mossoroense. Pesquisadores locais demonstram como a Coleção Mossoroense constrói uma imagem de Mossoró, formando nos membros da cidade uma identidade com o lugar, uma coesão social ou criando uma forma de ver e dizer da cidade de Mossoró. A Coleção Mossoroense, através de Vingt-un Rosado juntamente com sua família, só conseguiu estabelecer uma forma da população mossoroense de se ver e de se identificar com a cidade porque associou e foi, ao mesmo tempo, um movimento social (festas cívicas por exemplo), político (a dominação da família) e cultural (os livros e as peças teatrais sobre a cidade). A conjunção da Coleção Mossoroense como e com um movimento social, político e cultural foi capaz de estabelecer uma identidade social, um constituinte subjetivo . Com esse conhecimento básico, pôde-se partir para o estudo da imagem que a Coleção Mossoroense atribui a Dix-sept Rosado, realizando-se uma análise do discurso das obras de e sobre Dix-sept Rosado na Coleção Mossoroense fundamentado em Bakhtin (1989) e Bourdieu (2000). A imagem de Dix-Sept Rosado foi construída pela Coleção Mossoroense depois de sua morte e seu responsável foi Vingt-un Rosado, que ficou na direção da Coleção Mossoroense até 2006, ano de seu falecimento. A Coleção Mossoroense construiu uma imagem de Dix-sept Rosado enquanto um homem empreendedor, progressista e inovador, de grande capacidade de liderança e oratória (um condutor de multidões ), popular e carismático, um político honesto e dinâmico. Essa imagem construída pela Coleção Mossoroense, apesar de ao realçar em demasia as qualidades de Dix-sept Rosado tem como objetivo transmitir uma imagem de um personagem heróico, tem alguma relação com a realidade. Dix-sept Rosado foi um homem identificado com a sua localidade. Isso pode ensejar um nacionalismo regional, um certo bairrismo. As atitudes de Dix-sept Rosado devem ser compreendidas dentro do contexto social mais amplo, de uma época marcada pela política populista. Qualidades inclusive, apreciadas e desenvolvidas dentro de um contexto histórico especifico e determinado nacional e localmente. A Coleção Mossoroense realça as qualidades de Dix-sept Rosado para que os políticos atuais da família Rosado possam estabelecer um elo de continuidade em suas práticas políticas contemporâneasDissertação O Partido Comunista (1922-1962): lugar de memória, espaço de disputa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-03-27) Souza, Vital Nogueira de; Fraga, Maria da Conceição; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761546P6; ; http://lattes.cnpq.br/7007669198125494; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723382T8; Domingos Neto, Manuel; ; http://lattes.cnpq.br/0574664171968622Este trabalho estuda a disputa pela memória do Partido Comunista no Brasil durante e depois da cisão que resultou no aparecimento de duas agremiações intituladas comunistas, no cenário político brasileiro, no final da década de 1950 e início dos anos de 1960: o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ao longo de seus três capítulos, o autor tenta responder questões como: quais os elementos que constituíram a memória do Partido Comunista, no período de 1922 a 1956? Em que momento essa memória passou a ser disputada, por quem e quais documentos revelam isso? Como aconteceu essa disputa pela memória? A abordagem do tema considera que a produção da memória pelo Partido Comunista e a disputa por sua apropriação pelos comunistas do PCB e do PCdoB aconteceram no âmbito da realidade nacional e partidária, noções espaciais compreensíveis a partir do conceito de memória desenvolvido por autores como Halbwachs, Le Goff, Pollack, e Pierre Nora. Para dar conta dos objetivos da pesquisa histórica foi utilizado como metodologia o exame e a interpretação de fontes documentais e bibliográficas, com prioridade para os documentos partidários que representavam uma interpretação coletiva sobre os acontecimentos considerados mais relevantes. Os sites do Partido Comunista do Brasil (www.pcdob.org.br ou vermelho.org.br) e do Partido Popular Socialista (www.pps.org.br) também foram consultadosDissertação Ser(Tão) Seridó em suas cartografias espaciais(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-03-29) Medeiros Neta, Olívia Morais de; Oliveira, Iranilson Buriti de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728002Z6; ; http://lattes.cnpq.br/7542482401254815; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723382T8; Nascimento, Regina Coelli Gomes; ; http://lattes.cnpq.br/2463263387435653O objetivo deste trabalho é analisar as configurações espaciais do Seridó potiguar situado na porção centro-meridional do Estado do Rio Grande do Norte a partir das seguintes obras: Homens de Outrora (1941), de Manuel Dantas; Seridó (1954), de José Augusto Bezerra de Medeiros; Velhos Costumes do Meu Sertão (1965), de Juvenal Lamartine de Faria e Sertões do Seridó (1980), de Oswaldo Lamartine de Faria, O discurso historiográfico será indagado quanto às representações de espaço e às configurações que o (de)marcam. Destacamos o espaço do eu (de)marcado pelas subjetividades e significações de cada autor, considerando a relação entre autor, escrita e corpo, seja o da historiografia ou dos sujeitos que dão forma ao Seridó em seus escritos. E os espaços do Sertão e de Luta. O Seridó no discurso historiográfico é configurado como espaço do sertão, onde a seca se constitui como representação recorrente e como espaço de luta em que, homem e natureza estariam em um constante combate, um desafiando o outro. As configurações espaciais para o Seridó se dão entre o eu e as noções de sertão e luta com a naturezaDissertação Ocidentalização, territórios e populações indígenas no sertão da Capitania do Rio Grande(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-06-21) Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; Lopes, Fátima Martins; ; http://lattes.cnpq.br/6539287109414078; ; http://lattes.cnpq.br/8883637703704518; Medeiros, Ricardo Pinto de; ; http://lattes.cnpq.br/1283820124078505; Porto, Maria Emília Monteiro; ; http://lattes.cnpq.br/2241777188205457; Possamai, Paulo César; ; http://lattes.cnpq.br/5322464180861877O objetivo deste trabalho é o de compreender algumas das modificações causadas pelo fenômeno da ocidentalização no sertão da Capitania do Rio Grande e na vida das populações indígenas que aí habitavam durante o Período Colonial. Partimos da discussão de Serge Gruzinski acerca da ocidentalização, entendida enquanto fenômeno imerso no contexto da expansão do capitalismo comercial e que, pela imposição da cultura ocidental às alteridades do Novo Mundo, emprende a conquista dos seus territórios, corpos e almas. O recorte espacial cobre o sertão da Capitania do Rio Grande, especificamente o território colonial da Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó. O limite cronológico escolhido para a pesquisa corresponde ao Período Colonial e parte do Imperial. Entretanto, a ênfase recai sobre o período que inicia em 1670, ano da mais antiga concessão de sesmaria conhecida até o momento no sertão do Rio Grande, estendendo-se até a década de 1840. Fontes de natureza manuscrita, impressa e cartográfica compõem o rol de documentos utilizados: correspondência e legislação oficiais, requerimentos de sesmaria, inventários post-mortem, justificações de dívida, registros de paróquia, mapas, ações cíveis, notas de cartório, demarcações de terra. Tomamos o método indiciário, problematizado por Carlo Ginzburg, para cruzar essas fontes entre si e detectar as suas particularidades e idéias subentendidas nas entrelinhas, mas, atribuindo a elas o status de um discurso colonial, fruto da burocracia de onde foi originado e do lugar social de quem o produziu. Procuramos demonstrar, ao longo do trabalho, que o fenômeno da ocidentalização desestruturou as sociedades indígenas e seu habitat, construindo, por cima dos seus escombros, um território colonial que encontrou na cartografia da Freguesia de Santa Ana um eficiente instrumento de controle do espaço e da população. Por outro lado, se a imposição da cultura ocidental exterminou grande parte da população nativa que habitava o sertão do Rio Grande, os remanescentes desses índios e os mestiços deles descendentes sobreviveram de diversas maneiras na Freguesia de Santa Ana: na condição de cativos de guerra ou em regime de trabalho servil, como moradores ou assistentes nas fazendas, povoações e vila; perambulando sem rumo nos campos e nas manchas populacionais; como agentes mediadores entre o mundo ocidental e o nativo, exercendo cargos militares ou civisDissertação Vicus Judæorum: os judeus e o espaço urbano no Recife neerlandês (1630-1654)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-06-22) Breda, Daniel Oliveira; Monteiro, Denise Mattos; ; http://lattes.cnpq.br/2779557142013896; ; http://lattes.cnpq.br/1621861917855442; Possamai, Paulo César; ; http://lattes.cnpq.br/5322464180861877; Kaufman, Tânia Neuman;Este trabalho aborda a participação da comunidade judaica na expansão urbana do Recife, durante o período neerlandês (1630-1654). Com a chegada dos flamengos, a vila de Olinda, antiga capital de Pernambuco, foi arrasada e o Recife recebeu o estatuto jurídico de cidade, tornando-se capital do Brasil Neerlandês, ou Nova Holanda. O Recife tornou-se o principal entreposto da Companhia das Índias Ocidentais no Atlântico Sul, servindo de base naval, de escala para embarcações, além de ponto de escoamento da produção açucareira pernambucana, e de importação de mercadorias européias e escravos africanos. Para que fossem executadas funções administrativas, militares e econômicas, o istmo arenoso onde ficava o Recife, e a ilha fluvial de Antônio Vaz, recebeu beneficiamentos de diversas naturezas. A tecnologia hidráulica neerlandesa foi posta em prática, trazendo uma postura de oposição entre civilização e natureza. Entre obras militares e de produção de equipamentos urbanos, aterrou-se margens de rios, construiram-se canais, ergueram-se pontes, levantaram-se centenas de edifícios. A população neerlandesa civil do Recife engajou-se neste processo de produção de espaço físico, que trazia um senso de ação coletiva para formação da comunidade citadina, ou burguesa. Do espaço físico ao social, houve um esforço para o estabelecimento de padrões culturais neerlandeses no ambiente urbano. A comunidade judaica Zur Israel, formada por civis particulares, isto é, não empregados da WIC, engajou-se nestes processos. Produziu espaço físico através de aterros e beneficiamento de áreas pouco salubres e também foi responsável pela construção de boa parte dos edifícios da cidade e de alguns equipamentos urbanos, como lojas, mercados, e senzalas, catalizando sua atuação econômica. Mas seu trânsito na sociedade deu-se através do processo de perfilamento do comportamento de seus membros aos padrões de sociabilidade neerlandeses. Assim, o corpo comunitário fazia-se parte do corpo social. Dispondo de auto-regulamentação interna, produziu espaços imbricados de suas referências culturais cemitério, sinagoga, textos desfrutando de benefícios por parte do governo. A Zur Israel inscreveu-se na história universal dos judeus como a primeira comunidade do continente Americano, que veio a ter um papel fundamental na emancipação dos judeus no âmbito da sociedade ocidentalDissertação Corpo e fronteira: o diário de Samuel Fritz e a conquista do espaço amazônico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-08-15) Silva, Úrsula Andréa de Araújo; Porto, Maria Emília Monteiro; http://lattes.cnpq.br/2241777188205457; http://lattes.cnpq.br/7920722562481342; Wehling, Arno; http://lattes.cnpq.br/7066595152679044; Lopes, Fátima Martins; http://lattes.cnpq.br/6539287109414078Considerando que a tradição jesuítica na qual o padre Samuel Fritz estava integrado tem uma clara dimensão política e institucional que se revela na iniciativa missionária colocada desde o Concílio de Trento, seu Diário é um relato de experiência como missionário na região de Maynás transcorrendo o período de 1686 até 1725. Em sua narrativa observa-se uma série de dados relativos à conquista da Amazônia, disputas entre as Coroas Ibéricas e franceses, holandeses, ingleses, transformação da cultura e do espaço às vésperas do Tratado de Madri. Explorarei aqui a relação entre espaço e o homem, neste caso, o missionário através de suas práticas espaciais, pois uma política efetiva e geométrica de controle das fronteiras foi aplicada somente a partir de 1750 com os governos reformistas e que até então a Amazônia era objeto de iniciativas autônomas não tendo sido até então ação prioritária das políticas estatais concentradas como estavam nas regiões centrais (minas de Prata) e que a ação missionária de Samuel Fritz representou naquele momento o mais importante avanço fronteiriço para a Coroa Espanhola, coincidindo ao fim com os limites acordados posteriormente em Madri e Santo Idelfonso, coloco a questão de como e com quê políticas a experiência de Fritz em Maynás pôde representar um avanço sobre esse espaço amazônico. Assim, abordarei o problema sob três aspectos que correspondem a capítulos: o primeiro capítulo foi dedicado à questão da política atlântica das Coroas Ibéricas e às relações de geopolítica interna que elas criaram como o centro e a periferia fazendo emergir uma nova ordem; no segundo capítulo estudei as transformações espaciais causadas pelo encontro e pelas disputas entre a ordem indígena e européia gerando uma nova organização; no terceiro examinei os limites políticos do Estado e a emergência do corpo do missionário como instituição, tendo como apoio a tradição e a ação missionária, e em que medida contribuíram, ou não, para o desbravamento da fronteira leste da América Espanhola influindo no processo de delimitação da fronteira entre Portugal e EspanhaDissertação O padre, o filósofo e o profeta : a América de Simão de Vasconcelos(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-08-31) Soares, Lenin Campos; Porto, Maria Emília Monteiro; ; http://lattes.cnpq.br/2241777188205457; ; http://lattes.cnpq.br/1286736519377795; Possamai, Paulo César; ; http://lattes.cnpq.br/5322464180861877; Oliveira, Carla Mary da Silva; ; http://lattes.cnpq.br/6118364027975117Para construir uma América, a América Portuguesa, após o seu descobrimento em 1500. os europeus seu utilizaram, além da colonização física e política de uma dominação ideológica do espaço através de textos escritos, crônicas, e a partir delas imaginaram uma América que era mais européia do que americana. Uma destas crônicas foi a Crônica da Companhia de Jesus escrita pelo padre jesuíta Simão de Vasconcelos. Nosso objetivo é reconhecer nesta crônica os modos que este padre imaginou a América nos atendo, principalmente, a como o jesuíta utiliza as referências à Antigüidade Clássica (nos concentramos aqui em Aristóteles e os Livros de Samuel) porque como tal ação se dá durante o Renascimento (século XVII) a produção intelectual certamente acaba por envolver os topoi renascentistas. Para realizar isto nos basearemos nos autores ligados à História Intelectual/ Cultural como Burckhardt e Ginzburg e também autores ligados à Análise de Discurso, com Certeau e Foucault, para enfim poder entender como Simão de Vasconcelos criou o seu BrasilDissertação Abrindo espaços: os "paulistas" na formação da capitania do Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-09-03) Jesus, Mirian Silva de; Possamai, Paulo César; ; http://lattes.cnpq.br/5322464180861877; ; http://lattes.cnpq.br/1859158613902794; Lopes, Fátima Martins; ; http://lattes.cnpq.br/6539287109414078; Silva, Kalina Vanderlei Paiva da; ; http://lattes.cnpq.br/0551212219219114; Porto, Maria Emília Monteiro; ; http://lattes.cnpq.br/2241777188205457Os paulistas , ou seja, os bandeirantes da vila de São Paulo de Piratininga, foram contratados pela Coroa Portuguesa como instrumento de repressão e controle social entre os séculos XVII e XVIII, envolvidos nos conflitos das Capitanias do Norte do Estado do Brasil após a expulsão da Companhia das Índias Ocidentais (WIC). Esse momento corresponde ao início da conquista do sertão, e das conseqüentes resistências oferecidas pelos índios do interior do continente que barraram o projeto colonial português. O sertão colonial estava compreendido como toda área fora da jurisdição portuguesa, em condição contrária à zona açucareira. Em tais acontecimentos, foi empregada a mão-de-obra dos paulistas pelas atribuições às suas habilidades em percorrer os matos. Com isso, buscamos destacar a participação dos paulistas durante e após a chamada Guerra dos bárbaros na capitania do Rio Grande, bem como a produção desse espaço a partir do estabelecimento dos grupos mobilizados para o conflitoDissertação A participação feminina no movimento estudantil secundarista como espaço de luta política (anos de 1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-09-06) Patrício, Adriana Cristina da Silva; Fraga, Maria da Conceição; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761546P6; ; http://lattes.cnpq.br/7417163507539901; Mota, Maria Dolores de Brito; ; http://lattes.cnpq.br/9262063602399799; Bueno, Almir de Carvalho; ; http://lattes.cnpq.br/1171515924256159; Oliveira, Margarida Maria Dias de; ; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497A história das mulheres tem sido uma importante temática no campo da historiografia nos últimos tempos. Vários historiadores se debruçam a discutir temáticas relacionadas aos gêneros, mostrando suas relações e conflitos. Essas novas temáticas são frutos também de uma série de mudanças na história que trazem novos problemas, objetos, e abordagens. Nosso objetivo neste trabalho é analisar experiência das militantes estudantis inseridas no movimento estudantil (ME) secundarista no Rio Grande do Norte nos anos de 1980. Discutindo os conceitos de História e Espaços, tentamos analisar o espaço político do ME através das esferas públicas e privadas que compõem a vida da militante estudantil, mostrando os conflitos enfrentados durante sua permanência no movimento. Para um melhor entendimento do panorama político do ME, organizamos um resumo mostrando a reconstrução das entidades estudantis reorganizadas após os governos militares, bem como montamos um quadro dessa inserção das mulheres na história. Utilizamos a fonte oral como principal recurso metodológico para a construção do nosso trabalhoDissertação Música dos espaços: paisagem sonora do Nordeste no movimento armorial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-09-13) Ventura, Leonardo Carneiro; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Branco, Edwar de Alencar Castelo; ; http://lattes.cnpq.br/7810700788181646Este trabalho examina a presença da música na constituição imaginária dos espaços, tomando-se como objeto de estudo parte da produção musical do Movimento Armorial, lançado oficialmente em 1970 na cidade do Recife, Pernambuco. A partir daquilo que, segundo o discurso armorial, seria a essência da arte popular nordestina brasileira , os armorialistas pretenderam compor uma arte que expressasse uma idéia de nordestinidade e de brasilidade. Tenta-se aqui demonstrar de que maneira a música exerceu um papel fundamental de condensação e divulgação da estética armorial, delimitando auditivamente o território Nordeste e, ao mesmo tempo, procurando impor-lhe uma sonoridade. Este trabalho analisa ainda a elaboração do que seria uma paisagem sonora própria do Nordeste e como essa elaboração passa pelo desejo de cristalização de um espaço idealizado, eterno, linha de fuga da experiência modernizante e pós-modernizante característica do século XX, fruto, por sua vez, da ânsia pela conservação do Nordeste enquanto refúgio das tradições que ficou evidenciada pela construção, além de uma visibilidade, também de uma audibilidade para o dito universo nordestino. Analisa, também, a forma como se dá o confronto da idéia de paisagem sonora considerada nordestina - conjunto de eventos sonoros tidos como típicos do meio rural - com uma série de arquivos sonoros gestados a partir de 1920 junto com o discurso regionalista, mostrando como foi elaborada uma música armorial que pretendeu representar o espaço Nordeste. Constata como, para a elaboração da música armorial, foram agenciados, ainda, elementos da cultura musical européia considerada erudita. Argumenta que a utilização, para a manufatura do pensamento e da estética armorial, de um capital mimético europeu, assim definido por Stephen Greenblat, deveu-se à liderança intelectual do Movimento, centrada no escritor Ariano Suassuna. Discute que Suassuna, seguido pelos músicos e artistas do Movimento, buscou autenticar uma ligação genética entre o que ele considerou a verdadeira arte popular brasileira e a cultura ibérico-medieval. Para tanto, a música foi tomada como elemento de formação do imaginário social e direcionada no sentido de verificar uma relação entre o Nordeste idealizado pelo Armorial e a música produzida pelo Movimento. Este trabalho buscou, portanto, através da música armorial, estudar as possíveis confluências entre a música e o espaço em que ela foi produzida para, partindo dessa relação, pensar a cumplicidade entre música e históriaDissertação Caicó: uma cidade entre a recusa e a sedução(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-09-28) Andrade, Juciene Batista Félix; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; ; http://lattes.cnpq.br/9746207094429740; Oliveira, Iranilson Buriti de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728002Z6; Rezende, Antonio Paulo de Morais; ; http://lattes.cnpq.br/9715360993005450; Bueno, Almir de Carvalho; ; http://lattes.cnpq.br/1171515924256159Esta pesquisa tem como objeto de estudo a cidade de Caicó, situada no interior do Rio Grande do Norte, entre meados da década de 1920 e início de 1930. Nela se busca perceber os diferentes projetos pensados para a cidade, bem como os desafios com os quais ela se defronta em virtude das novas idéias de modernidade em circulação no mundo. Consiste, assim, num importante exercício histórico sobre a relação entre história e espaço, na medida em que faz vir à tona uma cidade lida por diversos ângulos, cujas perspectivas podem ser visualizadas nos fragmentos de memória , tais como jornais, processos-crime, relatórios, memórias, livros, etc., que mostram a tensão entre o velho e o novo. Desta forma, pensa-se em transformar o espaço, dando-lhe novos referenciais, inspirados no que ocorre nas grandes cidades do Brasil e do mundo, através do uso das técnicas, da eletricidade, do cinema, da imprensa, do automóvel, etc., ao mesmo tempo em que se precisa lidar com as permanências, a exemplo dos velhos costumes e das secas e dos flagelados . Foi nessa fase conflituosa que as elites tentaram legitimar a cidade de Caicó enquanto a Capital do Seridó , no limiar entre a recusa e a seduçãoDissertação A História entre tempos e contratempos: Fontes Ibiapina e a obscura invenção do Piauí(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-03-24) Rabelo, Elson de Assis; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/4219188445942971; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075Neste trabalho, problematizamos o Piauí enquanto espacialidade nordestina, rastreando os instantes de sua inserção política e discursiva na identidade regional, que se deu entre o final dos anos 1950 e início dos anos 1970. Para isto, propomos uma análise de discursos identitários piauienses como a literatura e o folclore produzidos naquele momento, procurando relacionar tais enunciados com as práticas e interesses políticos que concorreram para a nordestinização do Piauí. Dentre estes discursos e em diálogo com eles, tomamos centralmente a obra do juiz, literato e folclorista João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, emissor de signos que surge neste momento. Nosso objetivo é discutir as imagens elaboradas sobre o Piauí e a sua inclusão nos estereótipos cristalizados do Nordeste, como a pobreza e a necessidade, a vida rural sertaneja e a predominância de uma cultura popular regional. Num período de importantes mutações na sociedade brasileira, na produção cultural, nos embates regionalistas nordestinos e nas formas de pensar e praticar os espaços, os intelectuais piauienses que estudamos tentaram recobrir de palavras e de significados a obscuridade e o incômodo silêncio a respeito do Piauí em âmbito nacional, enquanto o Estado se integrava, por meio da Região, ao Brasil urbano e industrializadoDissertação Natal também civiliza-se: sociabilidade, lazer e esporte na Belle Époque Natalense (1900-1930)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-06-27) Marinho, Marcia Maria Fonseca; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; ; http://lattes.cnpq.br/8125582655592214; Couceiro, Sylvia Costa; ; http://lattes.cnpq.br/3827120491284908; Viana, Helder do Nascimento; ; http://lattes.cnpq.br/7276445057059197As iniciativas do governo no sentido de uma reorganização da estrutura urbana da cidade no início do século XX refletem o desejo vivido pelos membros da elite local de enquadrar Natal nos moldes dos grandes centros urbanos do início do mesmo período. Desejava-se transformar Natal numa cidade moderna. Nesse sentido, o governo empenhou-se na reformulação de alguns espaços físicos da cidade. No entanto, era preciso também que, além das transformações urbanas, a cidade passasse por reformas sociais. Desta forma, esses grupos criaram novas instituições e espaços de sociabilidade que afirmariam a capital do Estado como uma cidade moderna. As instituições formais tinham um papel importante na construção dessa nova cidade almejada pela elite local. Pois, através dessas, difundiam-se novas práticas sociais que seriam refletidas nos espaços urbanos. Em lugares como cafés, clubes e associações esportivas, a elite se distinguia do popular. Nesses lugares, suas práticas eram legitimadas, em contraponto com as práticas populares. Eram nos clubes e nas atividades praticadas pelos seus membros que os ideais da elite circulavam. Era lá que a elite se formava e se transformava. Dessa forma, as aspirações de um grupo social se refletiam na organização social dos espaços da cidadeDissertação História, filosofia e espaços: a idéia de ocidente em Oswald Spengler(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-18) Silva, Leandro Assunção da; Oliveira, Margarida Maria Dias de; ; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; ; http://lattes.cnpq.br/9092484602596927; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; Oliveira, Itamar Freitas de; ; http://lattes.cnpq.br/5606084251637102Esta dissertação trata de estabelecer uma discussão epistemológica, do ponto de vista de uma história da ciência histórica, num momento de sua história onde se definiam seu estatuto, seus métodos, abordagens e condições de possibilidade e, acima de tudo, num momento de crise da história que se vê ameaçada na sua privilegiada posição , tanto nas instituições universitárias quanto no imaginário social coletivo dos europeus como saber por excelência da cultura. Nosso foco é o conceito de espaço, questão forte para o recorte temporal em questão, tendo em vista a renúncia da filosofia e também da história em relação a esse conceito, e detrimento da questão do tempo centra até então (e até hoje) em ambos os discursos. Nesta perspectiva, buscamos elucidar as visões de história e espaços de Oswald Spengler, atentando para a idéia de Ocidente produzida pelo autor a partir das duas categorias acima citadas, captando a dinâmica de tal construção simbólico-discursiva e sua dialógica relação com a realidade politico-cultural do Ocidente no período que vai de fins do século XIX, até as vésperas da Segunda Grande Guerra. Tendo como referência, para tanto, sempre, a obra de Spengler, como este definiu os conceitos de história, ciência, arte, espaço; civilização, cultura, cidade, campo e, principalmente, discutindo a relação spengleriana com o mundo sóciopolítico que o cercava e constituía, com o qual o mesmo interagia, bem como com as tradições de pensamento as quais se filia e rejeita, e finamente: seu projeto de revolução científica que Spengler apresentou como um desafio ao paradigma reinante na ciência da história.Dissertação As praças de cultura no governo Djalma Maranhão(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-22) Ribeiro, Isa Paula Zacarias; Pedreira, Flávia de Sá; ; http://lattes.cnpq.br/2108647057839709; ; http://lattes.cnpq.br/3152297365100343; Montenegro, Antonio Torres; ; http://lattes.cnpq.br/2193041856804070; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723382T8Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação do espaço pelo poder público Entre os anos 1956 e 1964, a cidade de Natal foi administrada pelo prefeito Djalma Maranhão, liderança política marcada pelas bandeiras nacionalistas do período que eram a luta contra o imperialismo e a emancipação do povo através do que se denominou cultura popular. O termo ganhou uma conotação política ao mesmo tempo em que era entendido como a mais pura manifestação do povo brasileiro. O momento político significou também um novo olhar sobre a cidade, na medida em que o anseio de progresso, de industrialização e de reformas sociais propagado pela política em âmbito nacional, refletiu diretamente nas transformações no seu espaço físico. Dentro dessa orientação nacionalista, a prefeitura empreendeu ações sistematizadas frente às novas necessidades urbanas que surgiam ao mesmo tempo em que transformou algumas praças da cidade em espaços culturais, denominados praças de cultura. Esses espaços eram destinados à promoção da cultura popular ao mesmo tempo em que era um espaço estratégico de produção e recepção dos valores defendidos por Djalma Maranhão. Nesse sentido, procuramos responder qual foi o posicionamento do prefeito frente às demandas urbanas que surgiam e como as praças de cultura foram sendo incorporadas ao cotidiano da cidade, atribuindo novos sentidos à praça pública. Para a construção deste trabalho recorremos às fontes orais e aos periódicos, os jornais A República e Folha da Tarde, como principais recursos metodológicosDissertação Em nome da ordem: a Prefeitura Municipal de Natal como espaço da sub- versão(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-22) Leite, José Evangilmárison Lopes; Bueno, Almir de Carvalho; ; http://lattes.cnpq.br/1171515924256159; ; http://lattes.cnpq.br/2434511907733368; Montenegro, Antonio Torres; ; http://lattes.cnpq.br/2193041856804070; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723382T8O presente trabalho tem como objetivo analisar a maneira pela qual a Prefeitura Municipal de Natal foi construída como espaço da subversão, por aqueles que denominamos de defensores da ordem, no período imediatamente posterior à deflagração do golpe militar de 1964. Para tal utilizamos como principal fonte o Relatório Subversão no Rio Grande do Norte , documento produzido a partir das investigações realizadas na Prefeitura Municipal de Natal como resultado do trabalho da comissão de inquérito instituída pelo governador Aluízio Alves para apurar a subversão na sociedade norte-rio-grandense. Embasado no discurso anti-comunista, o referido documento apresenta outra imagem da Prefeitura, na qual as atividades desenvolvidas na segunda administração do prefeito Djalma Maranhão (1961-1964), sobretudo aquelas desenvolvidas na área da educação, como a Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler , foram designadas como subversivas , comunistas , perigosas , atentatórias à ordem , designações que serviram de respaldo colocar a Prefeitura Municipal no quadro geral da subversão existente no Rio Grande do Norte, de acordo com o discurso da repressão, nesse período inicial de implantação do regime militarDissertação A construção da natureza saudável: Natal 1900-1930(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-22) Vieira, Enoque Gonçalves; Viana, Helder do Nascimento; ; http://lattes.cnpq.br/7276445057059197; ; http://lattes.cnpq.br/7987245905000109; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757A cidade do Natal, construída entre rio, mar e dunas, constitui-se como uma paisagem peculiar, única. Uma paisagem fruto da junção do que podemos chamar de duas naturezas, aquela que se convenciona tratar como "nativa" e uma outra que reconhecemos como sendo antrópica. Uma paisagem que, ao longo do tempo, foi sendo estruturada, organizada e construída pela operosidade humana, que, unindo natureza e técnica, estabeleceu para a cidade, a partir de princípios de salubridade e higiene, sob a direção de uma classe médica influente, de técnicos atuantes e de governantes comprometidos com o progresso, desde os primeiros anos do século XX, a construção de uma natureza que providenciasse, para as pessoas que vivem na cidade, uma vida mais salutar, um viver saudável em meio a uma natureza que, domada, livre de agentes patogênicos, possibilitasse ao natalense viver bem.Dissertação Habitação e modernização: Cidade Nova e maneiras de viver em Natal no início do século XX(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-22) Costa, Ricardo José Vilar da; Viana, Helder do Nascimento; ; http://lattes.cnpq.br/7276445057059197; ; http://lattes.cnpq.br/8643401277884778Analisa a presença de novos padrões de moradia em Natal, detectados na construção da região da Cidade Nova, nos primeiros anos do século XX. Associa a presença desses novos padrões habitacionais ao momento histórico vivido pela capital, marcado pela modernização urbana e pela mudança nos modos de vida. Mapeia as vozes que, consolidadas nos grupos republicanos desde 1889, pronunciavam a superação da cidade antiga do século XIX e afirmavam um novo modelo de cidade. Utiliza como fontes principais crônicas urbanas produzidas por intelectuais locais e por periódicos, destacadamente A República. Trabalha com crônicas que incluem desde enunciados sobre o passado colonial até as preocupações sobre a atuação do Estado na ordenação do espaço publico. Identifica nas crônicas as motivações políticas e os elementos inerentes ao próprio capitalismo que favoreceram para as mudanças ocorridas no espaço urbano. Demonstra que a gradual ocupação da Cidade Nova, com um padrão inovador na arquitetura das casas e na organização do espaço público, representou importante mutação na cidade, que passou a dispor de uma área estritamente residencial e destinada a abrigar as famílias de maior poder econômico. Identifica, a partir dos vários discursos, maneiras de viver que se afirmaram na transição do século desde o início do século XX e atingiram seu auge a partir da década de 1920, sendo estas representativas do apego ao refinamento e à ordenação no âmbito da vida privada de suas elites urbanasDissertação A invenção da Terra da Luz: história, literatura e paisagem (1875-1914)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-29) Mendes, André Gustavo Barbosa da Paz; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/9596240831311394; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723382T8Este trabalho é um estudo de caso que analisa a construção literária da paisagem sertaneja cearense entre fins do século XIX e início do século XX. Para tanto, algumas obras ícones da produção literária do Ceará foram selecionadas, como os seguintes textos: O sertanejo (1875), de José Martiniano de Alencar; Os retirantes (1879), de José Carlos do Patrocínio; A fome (1890), de Rodolfo Marcos Teófilo; Luzia-Homem (1903), de Domingos Olímpio Braga Cavalcanti; Terra de sol: natureza e costumes do Norte (1912), de Gustavo Dodt Barroso e, por último, Aves de arribação (1914), de Antônio Sales. Essas obras além de tomarem a natureza como personagem, representam três momentos da produção literária cearense: romântica, realista e naturalista. A invenção da Terra da Luz está relacionada à idéia de uma literatura que dá ênfase na paisagem diurna do sertão do Ceará, elaborada por meio desses homens de letras em seus discursos sublimes, belos e materiais emergidos de suas relações com o mundo natural. Para realizar tal empreendimento, as idéias de Edmund Burke e Gaston Bachelard se constituíram em balizas do estudo. A partir desses autores é possível pensar que a descrição, o devaneio e a imaginação andam lado a lado na fala desses literatos ao construírem um espaço simbólico específico: o sertão cearense. Dessa maneira, certos temas se tornaram cânones na forma de pensar, representar e imaginar o espaço sertanejo do Ceará. Assim, a paisagem é muito mais do que a contemplação, uma vez que ela é ligada também ao devaneio poético, à memória e a imaginação. Daí a invenção da paisagem, pois esses literatos não concebem e nem tem acesso a paisagem puramente natural porque as suas percepções e sensibilidades sobre o mundo sertanejo foram construídas historicamente, isto é, em um dado tempo e espaçoDissertação Palavras da maldição: O Ceará de José Alcides Pinto entre símbolos e alegorias(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-29) Firmino, Francisco Francijési; Oliveira, Iranilson Buriti de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728002Z6; http://lattes.cnpq.br/8208588503255210; Neves, Frederico de Castro; http://lattes.cnpq.br/8367224927568902; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2Esta pesquisa analisa os discursos sobre a crise da identidade cearense, entre as décadas de 1950 e 1970, dando ênfase à produção do literato José Alcides Pinto. Para isto, rastreamos práticas discursivas que desde o final do século XIX construíram a identidade cearense e em meados do século XX produziram a crise dos modos de ver e dizer o espaço ante os enunciados da modernização nacional, especialmente com a emergência das políticas da SUDENE para o Nordeste, das ações progressistas da Igreja Católica para o sertão, da defesa da saudade e da tradição pela literatura regionalista da agremiação cearense Clã. As contradições entre a glorificação e o medo da modernização do Ceará produziram sobre o espaço os discursos de que sua identidade estaria fraturada, de que as antigas simbologias da seca, do cangaço, do misticismo e coronelismo declinavam. Nos romances da Trilogia da Maldição composta por O Dragão, de 1964; Os Verdes Abutres da Colina e João Pinto de Maria: a biografia de um louco da autoria do literato cearense José Alcides Pinto, a enunciação da crise das simbologias sobre o espaço dá vazão a busca de outra estética, a alegoria, que, misturada com a mística e a melancolia, buscava modos para restaurar pela linguagem as antigas temáticas do Ceará, fazendo recair sobre o sertão o mesmo estigma de espaço anti-moderno, onde as imagens do atraso se tornavam ícones de uma identidade fraturada perante aos fluxos modernos, em que a palavra se transformava na dimensão salvadora e precária da tradição, do antigo, do natural, da plenitude dos sentidos. Em José Alcides, o coronel retorna como a origem perdida do espaço; a seca seria a revolta de Deus contra o lugar diabólico; o apocalipse, o fim iminente que ameaça a aldeia; signos fantásticos que, contudo, estão em diálogo com as configurações do espaço e do tempo em que foram produzidos