PPGSS - Mestrado em Serviço Social
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Navegando PPGSS - Mestrado em Serviço Social por Autor "Álvaro, Mirla Cisne"
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Dissertação Barreiras (in) visíveis: a segregação de gênero em cursos universitários da UFRN(2014-03-10) Melo, Brunilla Thais Queiroz de; Lima, Rita de Lourdes de; ; ; Moreira, Maria Regina de Avila; ; Álvaro, Mirla Cisne;Refletir sobre as desigualdades existentes nas relações sociais entre homens e mulheres, reforçadas e aprofundadas pela sociabilidade capitalista, torna-se essencial para compreender o porquê da permanência da divisão sexual do trabalho, da relação hierárquica entre as atividades “masculinas” e “femininas” e da pouca presença de mulheres em algumas carreiras universitárias, bem com a sua prevalência em outras áreas. Partindo dessa realidade, esta dissertação objetivou analisar as dificuldades e os desafios encontrados pelas mulheres inseridas em cursos predominantemente masculinos no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Inicialmente foi realizada revisão bibliográfica acerca da temática e concomitantemente um levantamento através do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) no qual se constatou que nos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Computação, Engenharia Mecânica e Ciência da Computação, a presença feminina perfaz um percentual de até 10% do alunado. Para a fase da pesquisa de campo, optou-se pela realização em duas etapas. Na primeira, foram aplicados 37 (trinta e sete) questionários, abrangendo 36% das alunas inseridas nos cursos elencados anteriormente; e, na segunda, foram realizadas 12 (doze) entrevistas semi-estruturadas, as quais foram gravadas e transcritas. Em seguida, traçou-se o perfil sócio-econômico-familiar das estudantes; verificou-se os motivos que as levaram a escolha do curso; procedeu-se a identificação e análise dos desafios e dificuldades encontradas para permanência no curso, na relação com professores e colegas de curso; e as estratégias das estudantes para lidarem com as discriminações e preconceitos impostos pelas relações desiguais de gênero.Ao fim desta pesquisa foi possível observar que apesar das estudantes afirmarem que não há diferenças nem preconceitos, estes se reproduzem entre professores e professoras, entre alunos e alunas destes cursos, através de brincadeiras, observações, comportamentos, etc. Além disso, as discentes reconhecem que no mercado de trabalho o preconceito existirá fortemente. A pesquisa atingiu um objetivo bastante positivo que foi levar as alunas a refletirem sobre o seu processo de inserção nesses espaços. Dentro desse contexto, observa-se que as desigualdades nas relações de gênero permanecem arraigadas, estando longe de uma sociedade pautada na igualdade entre homens e mulheres.Dissertação Essa ciranda não é minha só, é de todas nós: um estudo sobre feminismo, autonomia e consciência coletiva(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-06-01) Nascimento, Lissa Crisnara Silva do; Silva, Telma Gurgel da; ; http://lattes.cnpq.br/7956449229838183; ; http://lattes.cnpq.br/5091869617597627; Moreira, Maria Regina de Ávila; ; http://lattes.cnpq.br/6102418371111697; Álvaro, Mirla Cisne; ; http://lattes.cnpq.br/7468001180773462A noção de autonomia no feminismo se coloca como teoria e ação para a construção horizontal e autodesignada das mulheres no projeto de transformação social. Como elemento do movimento feminista – sujeito político das mulheres –, a autonomia, se estabelece de forma dinâmica, avançando e retrocedendo a partir da conjuntura sócio-histórica que se inscreva e, assim, da correlação de forças que se constitui com o grupo das mulheres. Dessa forma, para este trabalho foi necessária à tomada do feminismo em seu atual processo, o qual configura a transição do período de “onguização” das organizações feministas (1980 a 2000), cujo se discute a relativa perda de autonomia diante da aliança como Estado e dependência às agências de fomento, para o período atual, que retoma discursos e práticas autônomas por meio de grupos e suas militantes. Para tanto, esse estudo se fundamenta na investigação do feminismo autônomo das jovens mulheres, as caracterizando como outra proposta radical e de inserção política para esse período. O objetivo, então, esteve em analisar a capacidade organizativa dos coletivos autônomos feminista em Natal/RN, a partir do conhecimento sobre a estrutura e dinâmica de um grupo e a compreensão da consubstancialidade sexo, “raça”/etnia, classe para o processo de organização. Contou com a participação do Coletivo Autônomo Feminista Leila Diniz. Este se encontrava em transição organizativa, encerrando suas atividades como ONG e partindo para militância autônoma. A fim de atingir a objetivação então proposta, foi realizada revisão bibliográfica das categorias, feminismo, autonomia, patriarcado, consciência militante feminista e coletivo total; pesquisa documental referente ao Coletivo; observações participantes no interior de suas reuniões; e uma oficina temática com algumas militantes do Coletivo Autônomo, onde se produziu imagens e discursos. A materialização desses instrumentais proporcionou à pesquisa uma análise quanto aos elementos que constituem as jovens feministas e as organizações autônomas contemporâneas, tendo em vista as experiências múltiplas e a diversidade de mulheres que configura o sujeito [a sujeita] feminista como coletivo total. Assim como, a tomada de uma consciência militante feminista pelo grupo pesquisado expressou a necessária apropriação de si, em combate à feminilidade patriarcal, às naturalizações hierárquicas que marcam o sexo das mulheres e o reconhecimento como classe de sexo para organização autônoma feminista pela libertação das mulheres.Dissertação Famílias (in)visíveis?: a realidade de famílias homoafetivas com filhos/as adotivos/as na cidade do Natal/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-10-29) Barreto, Marta Simone Vital; Santos, Silvana Mara de Morais dos; ; http://lattes.cnpq.br/2706150547032239; ; http://lattes.cnpq.br/0073559934533239; Souza, Ilka de Lima; ; http://lattes.cnpq.br/4908287844452252; Álvaro, Mirla Cisne; ; http://lattes.cnpq.br/7468001180773462A presente dissertação tem como objeto de análise o exercício da homoparentalidade por via da adoção, na cidade do Natal/RN, considerando para fins de recorte histórico os anos de 2009 a 2012. Objetivamos apreender e analisar a vivência do exercício da homoparentalidade por via da adoção na referida cidade e identificar as possíveis dificuldades enfrentadas no processo de adoção e no cotidiano das famílias pesquisadas, buscando, também analisar o processo de visibilidade social, inserção e convivência familiar e comunitária da família homoafetiva com filhos/as adotivos/as, especialmente no âmbito da família, trabalho e educação formal dos/as filhos/as. Seguindo uma abordagem qualitativa, utilizamos como estratégia de obtenção e construção de dados a realização de entrevistas com 04 famílias homoafetivas que concretizaram a adoção na cidade do Natal/RN, no período de tempo demarcado. As entrevistas realizadas foram balizadas por um roteiro de questões que buscaram contemplar o processo de adoção, as dificuldades/preconceitos no processo de adoção, a experiência como pais/mães gays/lésbicas e os direitos da população LGBT no Brasil. A escolha pela entrevista se deu em função da possibilidade de aproximação com o cotidiano dessas famílias, na tentativa de identificar dificuldades e possibilidades no exercício homoparental. A problematização destes temas nas entrevistas e as respostas sistematizadas e analisadas revelam as tendências de: afirmação que a escolha pela adoção como forma de constituição de família se deu devido à existência de um desejo prévio de ser pai e mãe; total apoio dos/as familiares, tanto em relação à adoção, quanto em relação à orientação sexual; a afirmação da ausência de qualquer tipo de dificuldade e/ou preconceito durante os processos de adoção e nas atividades cotidianas, tanto no trabalho, quanto na família e na escola dos/as filhos/as, embora, contraditoriamente, algumas narrativas tenham sinalizado situações claras de preconceito e discriminação, fosse étnico-racial ou por orientação sexual; não participação e distanciamento dos movimentos sociais e movimentos LGBT.Dissertação Feminismo, gênero e serviço social: avanços, contradições e rebatimentos na formação profissional(2017-08-31) Costa, Micaela Alves Rocha da; Silva, Andrea Lima da; http://lattes.cnpq.br/2628383920215926; http://lattes.cnpq.br/2628383920215926; http://lattes.cnpq.br/2156820038707892; Álvaro, Mirla Cisne; http://lattes.cnpq.br/7468001180773462; Lima, Rita de Lourdes de; http://lattes.cnpq.br/4393150155693864; Santos, Silvana Mara de Morais dos; http://lattes.cnpq.br/2706150547032239A efetivação das políticas neoliberais pelo Estado brasileiro, desde a década de 1990, imprimiu uma agenda de destruição dos direitos da classe trabalhadora com alógica do "estado mínimo" e corte no financiamento das políticas públicas. A educação superior, em especial, foi duramente impactada por uma lógica mercantil, de viés empresarial, que provocou o aligeiramento dos cursos, o sucateamento da universidade pública e a intensa privatização do ensino, através das recomendações de organismos internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. O pensamento conservador, fortalecido pela ideologia neoliberal adentrou em todas as esferas da vida social e fortalece nas relações sociais, o individualismo, a fragmentação, a intolerância, o machismo, o racismo, a homofobia e o ódio entre as classes sociais. Estas mudanças impactaram, também, e, diretamente a formação profissional em Serviço Social, exigindo da profissão, um rigoroso trato teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo diante da ofensiva conservadora em curso, do desmonte do ensino superior e uma maior ação das entidades profissionais na defesa da educação pública e de qualidade. A partir do entendimento do feminismo como um elemento estratégico para o fortalecimento da formação e do exercício profissional, de uma categoria composta majoritariamente por mulheres e que tem como demanda expressiva, as mulheres da classe trabalhadora, este trabalho objetivou analisar os avanços, contradições e rebatimentos da discussão de gênero e feminismo na formação profissional em Serviço Social. O lócus da pesquisa foram quatro instituições de ensino superior do estado do Rio Grande do Norte, a saber: Universidade Federal Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Universidade Potiguar (UNP) e Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN). Realizamos entrevistas semiestruturadas com oito discentes e oito docentes das instituições de ensino superior, totalizando dezesseis pessoas entrevistadas. A investigação é embasada pelo método materialista histórico dialético a partir da técnica de abordagem quanti-qualitativa e pesquisa bibliográfica. Além disso, utilizamos análise documental com base nos projetos pedagógicos e nas grades curriculares dos cursos. Como resultado da pesquisa, consideramos que a discussão de gênero e feminismo é imprescindível para o Serviço Social e contribui de forma significativa para a qualidade da formação profissional. A articulação política com o movimento feminista e com os movimentos sociais, favorecem e qualificam esta discussão. Contudo, o aligeiramento e o desmantelamento do ensino superior podem interferir de forma direta no processo formativo, principalmente nas instituições privadas, prejudicando a contribuição do gênero e do feminismo no processo formativo. Por fim, considera-se que a luta por uma educação de qualidade, laica, socialmente referenciada, e feminista é um desafio para o Serviço Social em tempos de avanço do pensamento conservador.Dissertação "Meu corpo, um campo de batalha": a inserção precária das Travestis no mundo do trabalho em tempos de crise capital(2016-08-22) Oliveira, Tibério Lima; Silva, Andrea Lima da; ; http://lattes.cnpq.br/2628383920215926; ; http://lattes.cnpq.br/9455349090568465; Inácio, Miriam de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/5669569900331826; Álvaro, Mirla Cisne; ; http://lattes.cnpq.br/7468001180773462; Santos, Silvana Mara de Morais dos; ; http://lattes.cnpq.br/2706150547032239O presente estudo teve por objetivo analisar o cotidiano de trabalho das travestis e a sua inserção no mercado de trabalho em Natal, Rio Grande do Norte. É sabido que as violações dos direitos das travestis são históricas e cotidianas, sendo estas, desde cedo, hostilizadas muitas vezes pela própria família e expulsas de casa, da escola e do trabalho, além de sofrerem discriminação e preconceito por grande parte da sociedade. Nesse sentindo, mediante as transformações do mundo do trabalho que se complexificam a partir da crise estrutural do capital iniciada nos anos 1970, tem-se diversos limites e desafios organizativos para a classe trabalhadora, inclusive o combate à opressão e exploração daqueles que sofrem os rebatimentos das expressões da questão social de modo mais intenso, a saber: crianças e adolescentes, mulheres, negros, imigrantes, populações em situação de rua e a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros LGBT. Dessa forma, como objetivos específicos, a pesquisa teve por norte mapear e analisar os campos de trabalho formal/informal onde as travestis estão inseridas na cidade do Natal; construir um perfil socioeconômico das trabalhadoras travestis na referida localidade; identificar e analisar as principais violações de direitos vivenciadas pelas travestis no trabalho; e analisar a agenda política do movimento Trans* sobre a inserção no mercado de trabalho no Brasil e em relação ao enfrentamento da violação de direitos no trabalho. O método utilizado foi a análise do materialismo histórico dialético, com base na técnica de abordagem quanti/qualitativa, bem como a análise bibliográfica e documental. Fez-se entrevistas semiestruturadas com oito travestis trabalhadoras (amostra não probabilística intencional pela dificuldade do acesso) inseridas no trabalho formal/informal, além de uma entrevista com a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), contabilizando nove sujeitas entrevistadas. Como resultados dos relatos obtidos, tem-se que as travestis vivenciam cotidianamente diversas precarizações para se inserirem no mercado de trabalho, sofrem violações de direitos, assédios moral e sexual, além da transfobia institucionalizada. Além disso, analisou-se às políticas públicas de renda e trabalho para travestis no Brasil. E ainda, observou-se o orçamento público destinado para a efetivação dessas políticas, seus limites e suas contrações. Destarte o Estado, de fato, é o campo mediador dos direitos da população Trans* no Brasil, sendo ainda, ínfimas as políticas públicas destinadas para esse segmento. É nessa arena de conflitos sociais que a referida população resiste na defesa por direitos. Concluiu-se que diante de tantos desafios que as travestis sofrem no mundo do trabalho, somente por via da organização coletiva que articule a luta anti-patriarcal, anti-capitalista, anti-racista e anti-cissexistas que essas trabalhadoras podem transformar essa realidade de múltiplas desigualdades sociais.Dissertação Relações sociais de gênero e precarização do trabalho: um estudo sobre as contradições de gênero no processo de expansão dos espaços sócio - ocupacionais das/os assistentes sociais na política de Assistência Social(2014-10-29) Tiburtino, Lidiane Cavalcante; Moreira, Maria Regina de Avila; ; ; Lima, Rita De Lourdes De; ; Álvaro, Mirla Cisne;O fio condutor que deu origem a esse trabalho fundamenta-se na necessidade de trabalhar a transversalidade da categoria gênero com as demais categorias históricas que explicam as relações sociais, em que se desenvolvem os processos de trabalho onde se inserem as/os assistentes sociais, como a classe social, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social no município de João Pessoa - PB. Desse modo,o processo de realização da pesquisa compreende agregar esforços intelectuais, priorizando a análise de como as contradições das relações sociais de gênero que permeiam o processo de expansão e precarização do trabalho das/dos assistentes sociais no SUAS em João Pessoa - PB, são determinadas e determinantes ao referido processo.Para tanto, os procedimentos metodológicos constituíram-se no aprofundamento em torno de temas como a divisão sexual do trabalho, patriarcado e hierarquia de gênero até a análise sobre o processo de constituição da profissão e o levantamento documental da realidade da assistência social no lócus da pesquisa - município de João Pessoa/PB. Realizou-se a coleta empírica por meio de entrevistas com amostra das/os assistentes sociais inseridos na atuação da política de assistência social do município, fundamentando-se no método crítico dialético para a análise da realidade social. Considerou-seque sujeito e objeto são duas dimensões de um mesmo processo, ou seja, não existem independentemente da atividade, da práxis, e se constroem de tal modo na e pela relação social, o que demonstra o caráter não estático do sujeito e, por conseguinte da construção do objeto de estudo, considerando que o sujeito integra e interage de maneira permanente na realidade objetiva na qual está inserido. Destaca-se que para entender o processo de expansão da política de Assistência Social e a precarização do trabalho a que as/os assistentes sociais estão submetidos, na referida política, faz-se necessário a discussão das contradições em torno da constituição das relações de gênero, como um ponto fundamental na configuração dos processos de trabalho onde estão inseridos/as os/as assistentes sociais. Uma das aproximações conclusivas evidencia a divisão sexual do trabalho, como uma questão preeminente no âmbito do cotidiano profissional, correlacionando os dados da pesquisa com a problemática da precarização do trabalho nos espaços socioocupacionais, no âmbito dos processos de trabalho.Dissertação Sobreviventes! Violência contra LGBT no Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-11-17) Dantas, Michael Hudson; Santos, Silvana Mara de Morais dos; ; ; http://lattes.cnpq.br/5022568558397777; Silva, Andrea Lima da; ; Álvaro, Mirla Cisne; ; Lima, Rita de Lourdes de;A conjuntura que vivemos está permeada pelo recrudescimento do conservadorismo, regressão de direitos, contrarreformas do estado, aumento da violência e intensificação da exploração/opressão a que está submetida a classe trabalhadora em toda a sua diversidade, especialmente em se tratando das mulheres, de negros(as) e da população de Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O período histórico de crise estrutural do capital já impõe, por si só, imensos desafios à vida desses sujeitos. No entanto, o momento é também de avanço de uma extrema-direita ultraconservadora e ultraneoliberal, com fortes traços fascistas e violentos, tendo como um dos exemplos a eleição de Jair Messias Bolsonaro (sem partido) a presidente do Brasil em 2018 e de Donald Trump, no Estados Unidos da América em 2016. O golpe jurídico, midiático e parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016 acentua as disputas de classe e demonstra que essa realidade mundial chega ao país com bastante intensidade. Nesse mesmo contexto, os dados indicam que o Brasil é campeão mundial de mortes violentas de LGBT, à frente, inclusive, de países em que as homossexualidades e identidades de gênero são oficialmente proibidas e punidas com pena de morte. Além disso, registram um significativo aumento dessa violência nos últimos anos. Se considerarmos sua distribuição regional, durante décadas, o Nordeste liderou esse macabro ranking brasileiro. A formação social e histórica dessa região, indica algumas particularidades sob o ponto de vista de sua inserção no circuito do desenvolvimento desigual brasileiro e da cultura muito arraigada no machismo, que cria a figura do dito “macho nordestino” – com a valentia como traço definidor e a legitimação da violência, desde que para defesa da honra. Nessas terras, teoricamente não se teria LGBT, haja vista que rompem com o padrão heteropatriarcal, ou do “macho” tão reivindicado. Assim, nosso objetivo neste trabalho foi analisar quais as principais expressões da violência contra a população LGBT no nordeste brasileiro. Em termos metodológicos, realizamos a pesquisa: 1 – sob a análise baseada no método materialista-histórico-dialético proposto por Marx; 2 – de caráter qualitativo; 3 – tendo como fonte de dados a pesquisa bibliográfica e documental, por meio da contribuição de autores e autoras do campo do marxismo, fundamentalmente, assim como dos dados produzidos pelo Grupo Gay da Bahia sobre mortes de LGBT no país, pelo Disque 100 no que diz respeito aos relatórios sobre denúncias em relação à violência contra LGBT no Brasil, e do levantamento do Mapa da Cidadania desenvolvido pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT); 4 – tendo como recorte temporal os anos do golpe, de 2016 a 2019. Como resultados, apontamos que as principais violências contra LGBT na região têm como algozes a família e o Estado, e como suas expressões predominantes a morte violenta, seja por meio dos homicídios ou suicídios, a discriminação, violência física e psicológica, e a violação de direitos através da ação ou omissão do Estado. Como síntese, apreende-se que são tempos de ataque ultraconservador e violento à humanidade dessa população, individual e coletivamente, assim como às mulheres e a negros (as). “Estamos sob ataque”, é hora de reagir!