PPGDEM - Doutorado em Demografia
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Navegando PPGDEM - Doutorado em Demografia por Autor "Costa, José Vilton"
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Tese Projeção da população de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalar no Brasil: contribuição do envelhecimento populacional e do pacto intergeracional para a espiral crescente da seleção adversa de beneficiários na saúde suplementar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-26) Sá, Marcelo Coelho de; Gonzaga, Marcos Roberto; https://orcid.org/0000-0002-6088-3453; http://lattes.cnpq.br/3332143224735260; http://lattes.cnpq.br/6020383884016036; Costa, José Vilton; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Maia, Ana Carolina; Turra, Cássio MaldonadoO fenômeno do envelhecimento no Brasil encontra-se em um ritmo acelerado, provocando, em um curto espaço de tempo, efeitos maiores do que os observados em outros países. O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, está cedendo lugar a uma pirâmide populacional característica de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento. A saúde suplementar do Brasil está inserida neste contexto, ao apresentar nos últimos 20 anos um expressivo envelhecimento da carteira de beneficiários. Adicionalmente ao envelhecimento populacional, é importante considerar três particularidades que agravam os desafios da saúde suplementar: a seleção adversa, o pacto intergeracional e a variação do custo médico hospitalar, especificidades que atuam de maneira concomitante e cíclica. Diante disso, o objetivo desta pesquisa é projetar a cobertura dos planos de saúde médico-hospitalares do Brasil até o ano de 2050, aferindo neste período a velocidade, a magnitude e o momento de inflexão desta transformação, assim como a relevância de cada especificidade neste processo, em especial, o envelhecimento populacional. A hipótese desta pesquisa é de que o envelhecimento da população brasileira será o principal catalizador de uma espiral crescente da seleção adversa, a qual provocará, por conseguinte, o envelhecimento dos beneficiários da saúde suplementar e a redução da cobertura. Para atingir o objetivo proposto, foram estudadas as principais variáveis que influenciam a cobertura dos planos, conhecimento este que possibilitou o estabelecimento de premissas e a modelagem de equação de regressão preditora da cobertura, elementos estes que reunidos viabilizaram a construção de um sistema automatizado de projeção da cobertura dos planos de saúde, o qual, além de estimativas de longo prazo, permitiu a realização de testes sob os mais diversos cenários. Os resultados apontam uma perspectiva negativa, sendo estimada que atual cobertura dos planos de aproximadamente 25% diminuirá para menos de 10% até a década de 2050. Esta predição negativa tem como força motriz a tendência de que o preço do plano é reajustado em um ritmo mais acelerado do que a renda domiciliar, acontecimento este cujo principal responsável é a VCMH, tendo o envelhecimento populacional se revelado coadjuvante neste processo, fenômeno este explicado pela surpreendente descoberta de que o pacto intergeracional instituído em 2003, no geral, nunca atuou e nunca atuará como mecanismo de seleção de adversa, visto que a regulamentação da ANS surtiu efeito contrário ao pretendido, uma vez que ampliou a solidariedade intrageracional entre os idosos ―jovens‖ e os mais longevos, ao passo que minguou o pacto intergeracional. Por outro lado, é importante registrar que os experimentos realizados nesta pesquisa demonstram que se o pacto intergeracional realmente estivesse acontecendo, os efeitos deste mecanismo têm o potencial de levar à saúde suplementar do Brasil à bancarrota. O cenário projetado nesta pesquisa impõe aos gestores públicos que conduzem as políticas e as regras da saúde suplementar do Brasil a responsabilidade de tomada de decisões tempestivas, visto que o eventual apocalipse da saúde suplementar não afetará somente a população brasileira sob sua proteção, mas também trará desdobramentos negativos ao sistema público de saúde, o qual terá que absorver a demanda de milhões de brasileiros órfãos dos planos de saúde, gente em sua maioria concentrada nos menores níveis de renda.Tese Seletividade marital por idade entre casais heterossexuais no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-04) Pimentel, Denise Evelyn Mendonça; Costa, José Vilton; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/3674221324598831; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Ojima, Ricardo; Tomás, Maria Carolina; Marcondes, Glaucia dos SantosO diferencial de idade entre cônjuges tem implicações importantes em uma série de contextos – nos padrões de uniões conjugais, nas relações de gênero, estabilidade dos casamentos e nas conformações das famílias. Nesse contexto, este trabalho investiga os fatores socioeconômicos e demográficos associados aos diferenciais de idade entre os casais heterossexuais no Brasil. Para isso, utilizou-se dados do registro civil referente ao período de 1990 a 2019 e os Censos Demográficos de 1991 a 2010. A partir das diferenças de idade entre os cônjuges, os casais foram classificados em homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos em termos etários. Considera-se como casais homogâmicos aqueles que possuem a mesma idade e hipergâmicos quando o homem é mais que a parceira e hipogâmicos quando a mulher é mais velha que o parceiro. As chances de homens e mulheres estarem em um relacionamento heterogâmico (hipogâmico/hipergâmico) em comparação a um homogâmico foram analisadas considerando os seguintes fatores: idade, condição de migração, escolaridade, situação do domicílio, tipo de união, raça/cor, PIB per capita e taxa de urbanização das microrregiões. Entre os principais resultados destaca-se a redução na proporção de casais nos quais os homens são os mais velhos, acompanhado de um aumento de casais cujas mulheres são mais velhas que seus cônjuges, independente do estado civil. Houve também um crescimento na participação da homogamia e hipogamia nos casamentos em que ambos os cônjuges são solteiros. A postergação dos casamentos foi identificada como um dos fatores que contribui para mudanças nos padrões de diferenças de idade. A hipogamia foi mais comum nas uniões consensuais. Ao analisar a variação de casais homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos entre microrregiões, observou-se uma associação positiva entre o aumento na idade média ao casamento das mulheres e uma alta proporção da população feminina acima dos 25 anos com ensino superior para predominância de casais hipogâmicos. Outros resultados associados à indicadores de autonomia feminina e aspectos socioeconômicos indicam que a formação de casais hipogâmicos não está necessariamente relacionada a regiões desenvolvidas economicamente. A formação de casais homogâmicos foi negativamente associada a um alto percentual de homens e migrantes na população, enquanto o PIB per capita apresentou uma correlação positiva nessa formação. Casais hipergâmicos apresentaram uma associação positiva com a predominância de homens na população e alto percentual de migrantes. Em relação aos aspectos econômicos, observou-se uma relação negativa para o PIB per capita e taxa de urbanização. Considerando as características sociodemográficas dos cônjuges, os resultados indicam que homens e mulheres com ensino superior completo têm menos probabilidade de serem hipogâmicos e hipergâmicos em comparação aos casais homogâmicos. Mulheres migrantes têm maior probabilidade de se relacionarem com um homem mais jovem, enquanto homens migrantes são mais propensos a se relacionarem tanto com mulheres mais velhas quanto com as mais jovens, em comparação aos da mesma idade. Em conclusão, este estudo enfatiza a importância de compreender os fatores que influenciam os padrões de diferença de idade entre os casais no Brasil. Além de contribuir nos estudos sobre os padrões de uniões conjugais em relação à idade e suas implicações sociais e demográficas.