Programa de Pós-Graduação em História
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Navegando Programa de Pós-Graduação em História por Autor "Alveal, Carmen Margarida Oliveira"
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Dissertação “Acontecem no Japão coisas notáveis”: percepções de alteridade e territorialidade na ilha de Kyûshû (1603-1639)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-29) Bezerra, Renata Nobre; Vainfas, Ronaldo; https://orcid.org/0000-0002-0578-2043; http://lattes.cnpq.br/2064688486807133; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-1202-0231; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Dias, Thiago Alves; Boscariol, Mariana AmabileNo âmbito do comércio marítimo no Índico e no Pacífico no final do século XVI e início do século XVII, o Japão está no período da sua história conhecido como reunificação. Após o período de guerras internas, ou Sengoku Jidai, em 1603, a casa Tokugawa assumiu o título Shôgunal iniciando uma administração que duraria duzentos anos. No início do governo Tokugawa, os portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses estavam ativamente fazendo comércio com os japoneses. Como mediadores entre os portugueses, os espanhóis e os japoneses estavam os membros da Companhia de Jesus, ordem que nasceu com o propósito de disseminar o cristianismo pelo mundo. Enquanto os mediadores entre os habitantes do arquipélago e os ingleses e os holandeses eram comerciantes que tinham chegado às ilhas antes da formação principal do comércio entre esses povos.O século XVI, para o Japão, foi um momento de transição de um período de conflitos intensos para uma época de relativa paz. Entretanto os primeiros anos da administração Tokugawa foram marcados por várias medidas que visavam, entre outros fins, evitar que os senhores de terras, ou Daimyô, tivessem a oportunidade de se rebelar de novo contra o governo central. Nesse cenário de mudanças está Kyûshû, uma das quatro maiores ilhas do arquipélago, que está localizada ao sul do arquipélago. Kyûshû, por sua posição geográfica privilegiada foi palco da maior interação entre os japoneses e os diversos povos estrangeiros, que estiveram presentes em solo nipônico. Este trabalho se propõe a analisar alguns dos principais espaços de contato entre os japoneses e os diferentes grupos de estrangeiros, dando enfoque aos europeus, que estavam presentes no arquipélago no início do período Tokugawa, 1603, até a publicação do édito que decretou o fechamento dos portos do Japão em 1639.Entendendo o conceito de Espaço como lugar praticado (CERTAU, 2014), e pensando este conceito aliado ao de territorialidade compreendido como um híbrido, nunca indiferenciado, de concreto e simbólico (HAESBAERT, 2004), e de alteridade (TODOROV, 2003), para analisar as mudanças territoriais e os diversos contatos que aconteceram na terra do sol nascente, dando enfoque à ilha de Kyûshû, que por sua especificidade que nos proporciona uma melhor compreensão do contexto analisado.Dissertação O amigo do dinheiro: a visita do Cônego Garcia Velho Amaral aos Sertões do Norte de Baixo (1762-1766)(2018-10-16) Silva Filho, José Rodrigues da; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; ; Vainfas, Ronaldo; ; Muniz, Pollyanna Gouveia Mendonça;O presente trabalho tem como temática as visitas pastorais nos Sertões do Norte de Baixo do Bispado de Pernambuco, a partir do caso da visita do Cônego Garcia Velho do Amaral. Os Sertões do Norte de Baixo são analisados como uma espacialidade integrada ao bispado de Pernambuco a partir das visitas, bem como analisar a circulação dos padres visitadores nessa Repartição e sua influência nas freguesias visitadas. As Visitas Pastorais eram um instrumento dos prelados para tentar estabelecer nas freguesias da América Portuguesa, setecentista, as diretrizes do Concílio de Trento e obter informações acerca da conduta moral de clérigos e leigos. O objetivo das vistas era antes intimidar, manter a possibilidade de uma punição, que punir. As visitas, como a própria justiça eclesiástica como um todo, combatiam os pecados transmutados em crime, sobre o argumento que alguns pecados eram causa de escândalo. Era o bispo, segundo as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, de 1707, apoiadas no concílio tridentino, que deveria percorrer sua diocese em visita. Todavia, devido a vastidão territorial dos bispados, os bispos na América Portuguesa, muito comumente, enviavam padres em seu nome, escolhidos entre os mais proeminentes clérigos do bispado. A visita do Cônego Manuel Garcia Velho do Amaral às freguesias dos Sertões do Norte de Baixo, em nome do bispo, Dom Francisco Xavier Aranha, ocorreu entre os anos de 1762 e 1766. O procedimento do visitador motivou queixas ao prelado que, em resposta, emitiu uma portaria mandando que fosse elaborado um sumário de testemunhas acerca das ações do Cônego Garcia do Amaral, durante sua visita. Foram ouvidas 96 testemunhas, a partir desses relatos foi possível perceber as queixas que tornaram a visita alvo de um processo. Os depoimentos contidos no sumário possibilitaram também a análise da sociedade de fieis dessa espacialidade e como as visitas impactavam essa população.Dissertação Bartolomé de Las Casas: uma brevíssima narrativa da natureza, dos sujeitos e dos espaços do Novo Mundo(2019-11-05) Salustino, Felipe Henrique Cadó; Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreira; ; ; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; Bonciani, Rodrigo Faustinoni;Este trabalho se propõe analisar a biografia e narrativas de Bartolomé de Las Casas, concentrando em perceber aspectos da formulação de seu discurso, sua estrutura e como sua propagação tem o resultado de produzir uma imagem acerca do Novo Mundo no século XVI. O argumento a ser defendido sustenta-se, fundamentalmente, na análise da fonte: Brevísima relación de la destruición de las Indias. Neste recorte, analisamos a representação da alteridade, os mecanismos da escrita sobre o Outro e a propagação desses discursos no período. Las Casas, em seu texto, apresenta um processo de decodificação, desvio sistemático e mecanismo de tradução para que a Europa compreenda a representação sobre as Índias Ocidentais. Neste aspecto, tornou-se possível produzir um estudo que analise a constituição do Novo Mundo narrado pelo dominicano a partir dos reflexos de sua visão eurocêntrica sobre o dado território. Sendo esta uma visão produzida a partir do real, o contato proporcionado pela colonização espanhola produziu um encobrimento do Outro, pois, Las Casas produz em seus escritos um espaço diferenciado ao caracterizar a descoberta por Colombo com caracteres essencialmente europeias.Dissertação A Câmara de Natal e os homens de conhecida nobreza: governança local na Capitania do Rio Grande (1720-1759)(2017-10-17) Barbosa, Kleyson Bruno Chaves; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; ; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; ; Souza, Juliana Teixeira; ; Jesus, Nauk Maria de;Esta dissertação analisa a governança local da capitania do Rio Grande, por meio da Câmara da cidade do Natal, entre os anos de 1720-1759. O recorte temporal explica-se pelo contexto da capitania do Rio Grande. O ano de 1720 caracteriza-se por ser um marco, pois a partir desta data a chamada Guerra dos Bárbaros é entendida como finalizada, e o processo de territorialização nos sertões a oeste da capitania teriam sido efetivados de forma mínima. A partir de 1759, a capitania do Rio Grande sofreu uma mudança em sua dinâmica interna, com a criação das novas vilas, implementadas pelo Marquês de Pombal. Assim, Natal deixava de ser a única localidade a possuir uma Câmara na capitania. Portanto, esta dissertação volta-se para o período anterior a este, em que as políticas camarárias de Natal ressoavam por toda a capitania. Para isto, foram percebidos os homens bons desta Câmara do Rio Grande, traçando-se um perfil da conhecida nobreza, afazendada e integrante das melhores famílias da terra. Em seguida, foram analisadas as políticas de administração e organização espacial da cidade do Natal, e o reflexo destas na própria capitania do Rio Grande. Desta forma, além dos aspectos de interferência sobre o espaço urbano de Natal, como abastecimento alimentar, ofícios mecânicos, festividades, entre outros; buscou-se pensar o papel de centralidade exercido por esta cidade sobre a capitania do Rio Grande, em um diálogo constante com as categorias de centro-periferia, tanto no interior da própria capitania, como no diálogo da Câmara do Natal com outras instâncias administrativas do império ultramarino português.Dissertação Capitães-mores das Capitanias do Norte: perfis, trajetórias e hierarquias espaciais no Rio Grande e Ceará (1656-1755)(2018-02-19) Oliveira, Leonardo Paiva de; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; ; Silva, Augusto da; ; Santos, Fabiano Vilaça dos; ; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de;Este estudo teve como objetivo analisar o perfil e a trajetória dos capitães-mores do Rio Grande e do Ceará entre os anos de 1656 e 1755, bem como daqueles que tentaram ocupar esse posto, mas não conseguiram. O recorte temporal explica-se pela necessidade de comparação entre as duas sobreditas capitanias em estatutos políticos distintos ao longo desse período, estando o Ceará na condição de capitania anexa a Pernambuco desde 1656, enquanto o Rio Grande apenas em 1701 adquiriu tal estatuto. Portanto, pretendeu-se comparar o perfil e a trajetória dos governantes dessas capitanias quando uma era anexa e outra não e depois quando ambas eram anexas. A partir desse estudo comparativo foi possível compreender melhor a distribuição dos agentes régios de acordo com uma lógica de hierarquização espacial adotada pela Coroa Portuguesa.Dissertação Colônia agrícola Sinimbú: entre a regularidade do espaço projetado e os violentos confrontos do espaço vivido (Rio Grande do Norte, 1850-1880)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-10-05) Brito, João Fernando Barreto de; Souza, Juliana Teixeira; Lopes, Fátima Martins; ; http://lattes.cnpq.br/6539287109414078; ; http://lattes.cnpq.br/7893663154086378; ; http://lattes.cnpq.br/2836123850254834; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Terra, Paulo Cruz; ; http://lattes.cnpq.br/3005228142189797No ano de 1878, na província do Rio Grande do Norte, entre Ceará-Mirim e Extremoz, foi fundada a Colônia Agrícola de Sinimbú. Neste lugar chegaram a reunir-se cerca de 6.600 homens e mulheres pobres livres, fugindo da terrível seca de 1877, mas também motivados pela promessa de acesso aos gêneros de primeira necessidade, moradia e cuidados médicos, mediante trabalho, como defendiam os representantes do poder local e central. No entanto, não foi isso que os retirantes efetivamente encontraram, já que as condições dentro do estabelecimento agrícola chamavam atenção pela penúria e violência, conforme denúncia apresentada nos relatórios presidenciais daquela época. Este trabalho tem o objetivo de analisar os conflitos ocorridos na Colônia Sinimbú, procurando enfatizar as tensões e interesses dos representantes das elites locais e do governo central, relacionados à construção e posterior fechamento desse espaço, num contexto marcado pelos debates acerca do controle do trabalhador pobre livre. Assim, procuraremos demonstrar que, se por um lado, foram criados espaços institucionalizados que visavam submeter o nacional livre a uma lógica de trabalho pautada na disciplina do corpo, no controle do tempo e no ordenamento do espaço, por outro não se pode desconsiderar as diferentes formas de resistência impostas pelos homens e mulheres pobres livres, submetidos ao processo de reordenamento do mundo do trabalho.Dissertação Cristianização espacial e estratégias matrimoniais de escravos na capitania do Rio Grande do Norte: território, escravidão e mestiçagens na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (1727- 1760)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-07-13) Neves, Danielle Bruna Alves; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; ; http://lattes.cnpq.br/8883637703704518; ; http://lattes.cnpq.br/8211153116037481; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Paiva, Eduardo França; ; http://lattes.cnpq.br/9331151583571613; Maia, Ligio Jose de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/3637992585281501Analisa a influência da territorialização da Igreja Católica e da cristianização dos espaços no litoral leste da Capitania do Rio Grande na evangelização e moralização de escravos por meio do sacramento matrimonial, entre 1727 a 1760, com base nos registros de casamento da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, da Cidade do Natal, tratados metodologicamente a partir dos aportes da História Serial, da História Quantitativa e do Método Onomástico. A Freguesia era um espaço jurisdicional do poder eclesiástico nesta localidade, cuja igreja matriz estava situada na Cidade do Natal e suas 9 capelas e 3 aldeamentos indígenas que se estendiam pelas ribeiras dos rios Jundiaí, Ceará-mirim, Mipibú, Potengi e Cajupiranga, nas localidades que, atualmente, são municípios da região metropolitana de Natal (Macaíba, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, São José de Mipibú e Nísia Floresta). O processo de apropriação espacial se deu por meio de construção de prédios sagrados, que mantinham um controle sobre o território e seus moradores por meio da articulação matriz-aldeamentos-capelas anexas. O marco inicial do recorte temporal, 1727, foi selecionado por não ter sido encontrado registros de matrimônio anteriores a esta data e o mais próximo ao período denominado “Guerra dos Bárbaros” (1683-1720), que ocasionou a captura e escravidão e indígenas dos sertões, além do seu extermínio parcial. Uma parcela dos nativos, provavelmente, foi enviada para o litoral da Capitania do Rio Grande para suprir a necessidade de mão de obra escrava. O recorte cronológico escolhido termina no ano de 1760, quando a paróquia sofreu alterações no seu espaço geográfico e a área de assistência da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação foi modificada, com a diminuição de sua abrangência territorial. Este período foi marcado pela estabilização das estruturas eclesiásticas da freguesia, após a dominação holandesa (1633-1654) e a Guerra dos Bárbaros. O trabalho analisou o perfil dos matrimônios de cativos neste território e observou as estratégias dos cativos, principalmente no tocante à escolha dos parceiros com os quais optavam por se unir. Percebeu que os registros apresentavam um número expressivo de casamentos de cativos de origens diferentes, a endogamia de escravos africanos do mesmo grupo de procedência e enlaces que resultaram em uma mudança de status social. Observou que este espaço foi caracterizado por uniões entre indivíduos de diferentes qualidades e condições jurídicas, o que possibilitou as mesclas biológicas e culturais encontradas nos documentos da Igreja.Dissertação Das ribeiras o tesouro, da receita o sustento: a administração da Provedoria da Fazenda Real do Rio Grande (1606-1723)(2017-09-18) Barbosa, Lívia Brenda da Silva; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; Menezes, Mozart Vergetti de; ; ; ; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; ; Souza, Juliana Teixeira; ; Menz, Maximiliano Mac;Este trabalho analisa, dentro da perspectiva da História administrativa e das instituições, o estabelecimento e a consolidação da administração fazendária na capitania do Rio Grande, por meio da ação dos oficiais da Provedoria da Fazenda Real do Rio Grande, entre 1606 e 1723. O recorte temporal abarca a instalação de um elementar aparelho fiscal na capitania do Rio Grande, por volta de 1606, e a redução da área de jurisdição da Provedoria do Rio Grande, em 1723, à ocasião da criação da Provedoria do Siará Grande, antes espaço sob a competência da administração fazendária do Rio Grande. Nesse sentido, a instituição de um burocrático sistema fiscal na capitania do Rio Grande é compreendida como uma forma de a Coroa legitimar a presença de sua ação colonizadora em seus territórios ultramarinos. Da criação de um simples quadro de oficiais, no início do século XVII, à consolidação das zonas fiscais, as ribeiras da capitania, na transição do século XVII para o XVIII, estabeleceu-se em um organizado sistema administrativo. Desse modo, por meio de variados conjuntos documentais, analisou-se a fundação da Provedoria da Fazenda Real do Rio Grande, a organização do seu quadro de oficiais a partir da segunda metade do século XVII, o processo de arrecadação realizado pela Provedoria do Rio Grande, bem como as suas circunscrições jurisdicionais. Por fim, será possível entender como, ao longo desse processo, consolidaram-se na capitania as zonas fiscais de arrecadação de tributos, construídas ao longo de décadas de atuação dos homens da Fazenda d’El rei no século XVII.Dissertação De capitania donatária à capitania régia: o senhorio de João de Barros na "Terra dos Potiguara": século XVI(2018-09-10) Pereira, Elenize Trindade; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; ; Santos, José Manuel; ; Vainfas, Ronaldo;O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de conversão do senhorio de João de Barros localizado na “Terra dos Potiguara” de capitania donatária para capitania régia, futura capitania do Rio Grande. O recorte cronológico escolhido, segunda metade do século XVI, abrange a data da concessão da capitania donatária realizada pelo rei D. João III (1521-1557) ao oficial do alto escalão da administração ultramarina portuguesa, João de Barros, em 1535, e o longo período em que se manteve como senhorio de Barros, e, posteriormente, do seu herdeiro Jerônimo de Barros. O problema norteador desta investigação perpassou pela questão de o porquê da longeva condição de capitania donatária mesmo com o fato de o capitão donatário não ter tomado a posse efetiva da terra, não tê-la conquistado. Para tratar deste assunto, buscou-se analisar a situação de João de Barros na corte como um súdito a serviço das questões do império português dada sua carreira como feitor da Casa da Índia e historiador da expansão portuguesa no Oriente; examinou-se as demandas pleiteadas por Barros junto à Coroa em defesa de seus direitos sobre a capitania na “Terra dos Potiguara” e investigou-se a mudança da condição de capitania donatária para capitania régia.Dissertação Desventuras de Hypolita: luta contra a escravidão ilegal no sertão (Crato e Exu, século XIX)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-08-30) Pedroza, Antonia Márcia Nogueira; Macedo, Muirakytan Kennedy de; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493; ; http://lattes.cnpq.br/0970898610409210; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Grinberg, Keila; ; http://lattes.cnpq.br/9043294734454422Este trabalho analisa a história de Hypolita Maria das Dores, mulata que nasceu livre, foi escravizada e, por meio de uma ação de liberdade, recorreu à justiça para provar a ilegitimidade de seu cativeiro e recuperar a sua liberdade e de seus filhos. Os cenários principais dessa luta social e jurídica são Crato (Ceará) e Exu (Pernambuco), lugares em que ela viveu, no século XIX. O principal objetivo deste trabalho consiste em compreender como se estabeleceram as tensões e alianças que envolveram a luta pela liberdade dentro e fora da instância jurídica, em espaços provinciais diferenciados. Numa abordagem que se insere no campo da história social da escravidão, priorizaremos a narrativa de vida. Nela, Hypolita é tomada como sujeito de sua história, pois enfrenta valores senhoriais e patriarcalistas de uma sociedade escravocrata. O corpus documental que permite tal verticalização investigativa é formado por documentos paroquiais em que examinamos os registros de batismos, casamentos e óbitos; documentos cartoriais em que analisamos inventários post mortem, petições e ofícios; relatórios dos presidentes de província e, finalmente, as informações jornalísticas d O Araripe e d O Cearense. A investigação do caso permitiu a compreensão de como, em espaço e tempo específicos, a liberdade foi entendida, usurpada e reivindicada por vários sujeitos sociais nas tramas dos costumes e da justiça institucionalizadaDissertação Entre veados, carneiros e formigas: conflito pela posse de terra na ribeira do Ceará-Mirim, e concepções de mentalidade possessória, 1725-1761(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-08-08) Morais, Ana Lunara da Silva; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; ; http://lattes.cnpq.br/6721344993907020; Motta, Márcia Maria Manendes; ; Macedo, Muirakytan Kennedy de; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493A construção do espaço luso-brasileiro na América portuguesa ocorreu por meio de constantes conflitos travados entre diferentes indivíduos e instituições. No que se refere à posse de terras, tais conflitos agravavam-se dependendo dos sujeitos envolvidos e de seu contexto. Na capitania do Rio Grande, destaca-se o conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul e seus envolvidos: padres da Companhia de Jesus missionários do aldeamento de Guajiru; índios da missão de Guajiru; e membros da família Carneiro da Cunha. Em 1725, o padre jesuíta da missão de Guajiru solicitou uma légua de terra no lugar chamado Cidade dos Veados para os índios de sua missão alegando que a terra que a missão possuía não era suficiente para a subsistência da mesma. Em 1727, o padre solicitou outra légua de terra no lugar Olho d’Água Azul, afirmando que a missão possuía mais de 192 casais. Ambas as terras foram devidamente requeridas para a missão de Guajiru. Em 1760, entretanto, com as mudanças impostas pelo Diretório dos Índios, o ouvidor responsável pela averiguação das posses indígenas percebeu que os índios não ocupavam as duas terras solicitadas na década de 1720, devido ao fato de João Carneiro da Cunha ter se apossado das mesmas. Em decorrência disto, os impasses pela posse da terra são reascendidos. Deste conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul, pretende-se destacar, sobretudo, as motivações e as mentalidades possessórias acerca da propriedade de cada uma das partes envolvidas. Busca-se compreender como as motivações de cada grupo envolvido possibilitou o uso de estratégias específicas e estabelecidas para tentar tomar posse das terras Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul.Dissertação Escravos em ação na Comarca do Príncipe - Província do Rio Grande do Norte (1870-1888)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-08-14) Pereira, Ariane de Medeiros; Macedo, Muirakytan Kennedy de; Souza, Juliana Teixeira; ; http://lattes.cnpq.br/7893663154086378; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493; ; http://lattes.cnpq.br/9605340405648462; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Freitas, Antônio de Pádua Santiago de; ; http://lattes.cnpq.br/0095105446612058Esta pesquisa tem como finalidade estudar as ações escravas na Comarca do Príncipe, Província do Rio Grande do Norte, (1870/1888). Tomando o espaço como uma categoria significativa na relação servil, investiga-se como ocorreram as negociações sobre as condições do cativeiro e liberdade na jurisdição da Comarca do Príncipe. Os escravos são entendidos como sujeitos que lutaram por melhores condições de vida no cativeiro e para alcançarem a liberdade, por vezes recorrendo a atos considerados criminosos. Para apreender suas ações nesse meio sócio-econômico-ambiental da Comarca do Príncipe, recorreu-se a variados tipos de fontes: processos cíveis e criminais, relatórios do presidente da província do Rio Grande do Norte, o censo de 1872, jornal O Assuense, Livro do Fundo de Emancipação do Município do Príncipe (1873-1886) e Leis Imperiais. Para o tratamento e análise das fontes realizamos a catalogação, a leitura, a transcrição paleográfica, a classificação das temáticas encontradas na documentação, a análise e o cotejamento das fontes e a quantificação estatística, submentendo os dados empíricos a uma discussão construída de acordo com os atuais debates historiográficos sobre o temaDissertação Espaços criados, espaços conquistados: relações de domínio da Espanha imperial sobre os territórios das Indias Occidentales no século XVI(2019-03-15) Rodrigues, Erick Matheus Bezerra Mendonça; Vargas Netto, Sebastião Leal Ferreira; ; ; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; Bonciani, Rodrigo Faustinoni;Baseados no conceito de dominium, amplamente debatido por letrados, intelectuais e teólogos ibéricos no século XVI, balizamos a nossa análise sobre o uso dos espaços pelo império espanhol nas Indias Occidentales. O estudo é centrado entre fins do século XV e a oitava década do XVI. Ne período, o Novo Mundo emerge como território de conquista de um poder quase que sempre virtual, El Rei. Daí surgem pontos fulcrais desse estudo: a função da coroa, o papel da legitimação teológica, os objetivos da Igreja, o trato com o espaço e sua população humana e a importância dos novos e antigos saberes. Saber e dominium se interligam numa relação frequentemente cooperativa. O espaço surge como escopo principal. Sentenciado a uma relação de forças entre diferentes vetores da epopeia colonial, transforma-se em unidade administrativa, o território. Fazendo um levantamento histórico, buscamos entender como o domínio espanhol foi implementado sobre espaços outros, e como o saber esclareceu, legitimou ou auxiliou nesse processo.Dissertação Guerra Justa e desterritorialização: os índios e as novas configurações espaciais na Capitania do Rio Grande (c. 1680-1720)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-05-21) Silva, Victor André Costa da; Maia, Lígio José de Oliveira; ; ; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; Medeiros, Ricardo Pinto de;This research work proposes to analise the trajectory of use of legal apparatus of Just War while a way that increased the process of deterritorialization of Capitancy of Rio Grande, especially the area of Açu, in the late seventeenth century. When starting with the legal and theological debates since the fifteenth century, it is intended to observe the developments of these discussions in the pratical reality of colonizers when faced with several indigenous groups, to whom it proposes a denaturalization’s process. The aim of this work is reflect historically in the specific way about the discussions that deal of just wars in the Açu, paying attetion to this part of Guerra dos Bárbaros so that it privileges a perspective turning to indiginous protagonism, although of restriction represented by the bureaucratic character of the sources. Thereby, it can perceive a instrumentalization of this legal apparatus, just not in the indigenous legislation, as also in the actions of authorities and residentes who supported by the argument of just war, they could intesify the spread of institutional frontiers and new territorializations in the Portuguese America. Through of the discourse analysis produced by the colonial institutions and authorities, as Junta das Missões de Pernambuco, and the crossing of sources it could perceive the proportions of justice’s incidence about the wars against the indians, between 1680 and 1720, in the hinterland of Açu, period that comprised the Guerra dos Bárbaros. So, the indians that espaciality, had to reorganize while a group, in a new historical and expansionist context in the new spaces, in view of the apropriations that had with their territories and denaturalization attempts.Dissertação Um instante no tempo, gênesis de mundos: a construção de um Rio Grande do Norte na perspectiva de Newton Navarro (1928-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-05-18) Lucena, Henrique Alexandre Medeiros de; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/6826680454689383; Essus, Ana Maria Mauad de Sousa Andrade; ; http://lattes.cnpq.br/5456423540789233; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757O presente trabalho analisa a importância da obra do artista e intelectual Newton Navarro Bilro (1928-2002) para a formação de uma identidade para a cidade do Natal e para o estado do Rio Grande do Norte, partindo de uma dualidade espacial dicotomizada entre o sertão e o mar e a personagens ligados a esses espaços. O trabalho buscou analisar a construção de sua arte, que ao mesmo tempo foi uma representação de experiências biográficas, como também de um arquivo de imagens extraídas de suas leituras e de suas experiências estéticas. Ele elaborou uma serie de indivíduos psicossociais definidos por suas atividades profissionais como: vaqueiros, pescadores, marinheiros e jangadeiros que se constituíram em personagens ligados à cidade do Natal, bem como ao Rio Grande do Norte. Navarro estabelece uma figuralidade cartografando imagetica e socialmente esses espaços. O texto procura evidenciar que a produção artística atua como um documento histórico e ferramenta identitaria, que no caso da arte navarrena foi apropriada pelos governos municipal e estadual, entre os anos de 1960 a 1980. A análise das obras pictóricas navarreanas foi feita a partir de dois pressupostos: a compreensão de Navarro como sujeito psicossocial e, ao mesmo tempo, as transformações que Natal e o Rio Grande do Norte passaram, indo da modernização do sertão algodoeiro e pecuarista, passando pela Segunda Guerra Mundial e seus reflexos nas políticas de modernização dos governos municipais e estaduais, como o de Sylvio Pedrosa, Djalma Maranhão e Aluisio Alves. O primeiro capítulo consiste na análise de uma imagética navarreana ligada ao imaginário do sertão, articulando o elemento terra, a dimensão masculina, a relação com a figura paterna, em obras que buscam a representação do poder telúrico. O segundo capítulo se se volta para a constituição de um mundo matriarcal, representado por sua mãe e avó, que foi reestruturado pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Nesse capítulo analiso a construção navarreana de um mundo natalense ligado ao líquido, ao onirismo erótico masculino que cartografa uma Natal litorânea e um espaço híbrido entre o rio e o mar. O terceiro capítulo, a partir da trajetória da vida adulta de Navarro, busca analisar a gramática visual navarreana, apoiada na hibridação de imagens do sertão e do mar, atravessada por uma profunda religiosidade e o conflito entre o sagrado e o profano, o desejo e a censura, o dionisíaco e o apolínio, a gramática visual de um homem dilacerado subjetivamente por conflitos e por performances sociais contraditórias.Tese La tierra de guerra: conquistas, resistências e formação de espaços nos conflitos hispano-mapuches (Reino do Chile, 1541-1626)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-05-29) Rodrigues, Erick Matheus Bezerra Mendonça; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; Márquez, Jaime Valenzuela; https://orcid.org/0000-0002-1202-0231; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; https://orcid.org/0000-0001-6678-2250; http://lattes.cnpq.br/6168920883929890; Maia, Ligio José de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-9683-1965; http://lattes.cnpq.br/3637992585281501; Dias, Thiago Alves; Cruces, Hugo Francisco Contreras; Puerta, Mauricio ArangoTierra de Guerra foi um termo usualmente utilizado nos escritos hispânicos referentes ao Chile colonial. Ele descrevia um espaço de beligerância, onde a guerra funcionava como um constante mecanismo de produção de territórios, entre outros aspectos. A guerra, nesse cenário, moldou uma forma indissiocrática de relação entre os grupos de conquistadores e povoadores espanhóis e os povos indígenas que habitavam o atual território chileno. Destacar-se-iam pela sua resistência os promaucaes, como os chamaram os incas, mas que ficaram mais conhecidos como araucanos ou mapuches, como foram identificados em tempos posteriores. Disso emergem certas problemáticas: em que consistia a Tierra de Guerra? Como era pensada? Como pacificá-la? Qual a importância da persistente resistência indígena na sua manutenção? Que relações político-espaciais engendrava? Entender os conflitos coloniais hispano-mapuches é parte fundamental para ensaiar respostas para essas dúvidas. Começamos, portanto, na gênese desse conflito: as conquistas da América. Foram as ideias ibéricas de expansionismo, religião, direito, guerra e relação com o outro que permitiram que alguns fidalgos chegassem tão longe quanto Pedro de Valdivia à Nueva Extremadura. A partir daí, passamos a buscar a compreensão dos fatores gerais que levaram à conquista, fixação e formação hispânica de um novo território, o mais austral do seu espraiado império americano: o Reino do Chile, cuja fundação política, em 1541, começou bastante imbricada com a guerra movida contra os grupos indígenas que cercavam à capital Santiago. Sequelado por décadas de constantes conflitos contra uma população indígena dita “rebelada” ou “de guerra”, os espanhóis, distendidos do Copiapó a Chiloé em rincões isolados e cidades sitiadas, tiveram que lidar com um levante indígena de proporções descomunais (1598-1604). A queda e abandono das cidades e fortes ao sul do rio Biobío devido à bem sucedida rebelião araucana foi o marco disruptivo do fracasso espanhol na conquista e pacificação da terra de guerra. Disso desenvolveu-se, no decorrer do século XVII, uma situação fronteiriça muito debatida. A Fronteira seria uma marca indelével dessa realidade colonial, consubstanciada em uma grande variedade de fronteiras de guerra ou de paz: nascia, portanto, um prolongado complexo fronteiriço, marcado pela alteridade, pelos conflitos e pela noção de limite subjacente. Por fim, advém perguntar como os sujeitos históricos pensavam, deliberavam e planejavam alterar, manter ou obliterar a Tierra de Guerra. Perpassamos obrigatoriamente pela ideação e efetivação da guerra defensiva do padre jesuíta Luís de Valdivia, contraposta pela proposta de guerra ofensiva, a fuego y sangre, levada a cabo por vários comandantes e governadores, entre os quais destacou-se Alonso de Ribera. Capitães, jesuítas, vice-reis e líderes indígenas conviviam e digladiavam-se em torno de diferentes projetos políticos para esse espaço. Palco de conflitos históricos centenários, a Tierra de Guerra é parte fundamental das renhidas relações entre espanhóis e indígenas. Altíssona, emite vultosos ecos que são ouvidos até os dias de hoje.Dissertação Liberdades possíveis em espaços periféricos: escravidão e alforria no termo da vila de Arez (séculos xviii e xix)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-06-04) Souza, Aldinízia de Medeiros; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; ; http://lattes.cnpq.br/6586965865986036; Macedo, Muirakytan Kennedy de; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493; Soares, Marcio de Sousa; ; http://lattes.cnpq.br/3636655535571404Este trabalho aborda aspectos da escravidão e as alforrias no termo da vila de Arez, entre o último quartel do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Procura-se identificar o perfil dos escravos e as possibilidades de alforrias em uma região periférica da América portuguesa e de poucas atividades comerciais, tendo em vista que as abordagens sobre a manumissão consideram as vilas e cidades, onde a dinâmica econômica era mais acentuada, como lugares de maiores possibilidades dos escravos trabalharem em diversas atividades que permitissem acumular um pecúlio e, desse modo, comprar a alforria. Para tanto foi necessário levantar aspectos da escravidão na localidade estudada, o que foi realizado com base em inventários do século XVIII e primeiras décadas do século XIX e alguns mapas de população e mapas de ofícios referentes ao início do século XIX, enquanto as informações sobre as alforrias foram analisadas com base nas cartas de liberdade, registradas no tabelionato da vila de Arez entre 1774 e 1827, em face da ausência de outros documentos sobre manumissão. Os livros de notas de Arez incluem documentos de todo o termo. Assim, pode-se observar as alforrias nas localidades rurais, na vila, sede do termo e, na povoação de Goianinha. Com base nas informações dos documentos pode-se abordar alguns aspectos da escravidão como o tamanho das escravarias, as possíveis atividades nas quais os escravos estavam inseridos, além do perfil dos escravos alforriados, as modalidades da alforria e, com isso, discutir as possíveis relações entre o espaço e as alforrias e entre senhores e escravosDissertação "Mandingas dos pretos": diáspora africana e religiosidades na Bahia (Século XVIII)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-25) Ferreira, Jhon Lenon de Jesus; Vainfas, Ronaldo; ; http://lattes.cnpq.br/2893624319383287; ; http://lattes.cnpq.br/8210802906388258; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Maia, Ligio José de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/3637992585281501; Calainho, Daniela Buono; ; http://lattes.cnpq.br/2666311687962975Entre os casos documentados pelo Santo Ofício no momento de seu exercício no Mundo Atlântico português, as bolsas de mandinga aparecem como a religiosidade mais recorrente entre as praticadas pelos africanos e seus descendentes. Encaradas como dotadas de poder, elas foram utilizadas por vários grupos étnicos, negros e não-negros, que buscavam solucionar os inumeráveis problemas decorrentes do colonialismo. Entre as fontes arroladas para esta pesquisa, no âmbito inquisitorial, notamos que a maior parte dos envolvidos com esses materiais foram, em grande medida, os africanos e seus descendentes. Partindo desse pressuposto, objetivamos entender as cosmovisões trazidas por esses sujeitos para a capitania da Bahia do século XVIII e como eles se utilizaram dos diálogos socioculturais estabelecidos pela diáspora africana para realizar a manutenção de suas etnicidades em um espaço desfavorável para isso por causa da perseguição religiosa. Por meio dessa análise, percebemos que as interações atlânticas possibilitaram a homens e mulheres negras o acesso a protagonismos, a partir de uma visão de mundo aberta ao novo, mas sem ignorar o antigo.Dissertação Matriz, capelas e desobrigas: um olhar sobre a cristianização do espaço da Freguesia do Seridó (1788-1838)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-07-13) Medeiros, Isac Alisson Viana de; Macedo, Helder Alexandre Medeiros de; ; http://lattes.cnpq.br/8883637703704518; ; http://lattes.cnpq.br/5756222533110118; Chaves, Elisgardênia de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/4798051040050933; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309Propõe um estudo acerca do território da Freguesia da Gloriosa Senhora de Santa Ana do Seridó (1788 a 1838), a partir dos templos religiosos – matriz e capelas – construídos no recorte em questão. Segundo Marcelo Lopes Souza, o território compreende um espaço definido e delimitado a partir de relações de poder. Nesse sentido, aborda a territorialização da freguesia entendendo a Igreja Católica como agente modelador do espaço. Considera-se que a doutrina cristã se estabelece como um conjunto de práticas que tem como função o controle do território e das pessoas sobre as suas próprias diretrizes e interesses, a partir de estratégias que visam manter a existência e legitimar a fé, assim como a sua reprodução ao longo da história. A construção de templos religiosos tratava-se de uma dessas estratégias que agiam com o intuito de modelar o espaço conquistado com características cristãs que ajudassem a manter o controle e posse das terras sob o poder da Coroa Portuguesa em parceria com a Igreja Católica. Desse modo, também agiam as desobrigas – processo pelo qual os padres se locomoviam pelo território realizando ritos cristãos –, a partir da assistência religiosa dada à população mais afastada dos centros da freguesia, os padres exerciam ao mesmo tempo certo controle e organização do território, evitando que seu “rebanho” se desviasse das normas cristãs. Já o conceito de Cristianização espacial apropriado de Cláudia Damasceno Fonseca, é essencial para discutir a espacialidade dos prédios religiosos dispostos na Freguesia do Seridó, assim como a contribuição destes para o controle e manutenção do poder da religião católica no território. Assim, o estudo parte do pressuposto de que uma porção da conquista da Igreja passava pela cristianização do espaço a ser dominado, dando a ele características próprias da sua religião, com o intuito de marcar o seu domínio e estabelecer um sistema de manutenção de sua fé entre a população que ali residia. Metodologicamente, parte de revisão historiográfica, seleção, coleta e análise quantitativa e qualitativa das fontes paroquiais – livros de batizado, casamento e óbito, que vão de 1788 a 1838 e que juntos somam um total de 4.024 registros – para estabelecimento de perfil das cerimônias ocorridas nos templos religiosos da freguesia, assim como para a produção da trajetória do processo histórico de seus surgimentos e contribuição para a produção do território. Concluiu-se que a Freguesia do Seridó se constituiu como um território cristão, tendo na figura dos templos religiosos um elemento de grande relevância para esse processo, já que estes atuaram como centros difusores da religião católica – símbolo do sucesso da conquista portuguesa nos sertões – se entendermos que sua construção estava diretamente vinculada ao processo de povoamento das terras do Sertão da Seridó, tendo o estabelecimento das povoações e sede da Freguesia estreitamente vinculado à construção desses edifícios na área a ser povoada.Dissertação O mundo criado pelas imagens: paisagens e espaços coloniais na obra do holandês Frans Post(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-08-30) Oliveira, Francisco Isaac Dantas de; Santiago Junior, Francisco das Chagas Fernandes; ; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; ; http://lattes.cnpq.br/8219464387604183; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Vieira, Daniel de Souza Leão; ; http://lattes.cnpq.br/9871989139201546O objetivo desta dissertação é estudar a constituição do olhar holandês a partir da visualização da paisagem colonial nas telas do pintor Frans Post. O tema deste trabalho é perceber a constituição de um mundo colonial por meio das telas de paisagens de Frans Post, buscando entender este mundo pelos conceitos naturais e humanos representados nas pinturas do artista. Ele foi o primeiro pintor a retratar as paisagens sul-americanas quando veio embarcado, para o Pernambuco, com a comitiva do governador holandês da colônia, o príncipe João Maurício de Nassau, quando tinha 24 anos, ficando responsável por representar as vistas da colônia para os holandeses. O texto reflete sobre a construção visual dos aspectos naturais e humanos na paisagem do artista holandês e como este passou a compor um imaginário do colonizador sobre o estranho mundo americano. O olhar europeu (holandês) sobre as possessões conquistadas no Novo Mundo era carregado de exotismo e imaginação. Para compreender tal visão é de suma importância estudar as imagens imaginárias que foram erigidas por Frans Post no seu regresso à Holanda e as noções de paisagens e da natureza exótica, selvagem e virgem que os neerlandeses tinham quando pensavam sobre a colônia holandesa na América. Vamos utilizar primordialmente como fonte (visual) de pesquisa seis telas: Vista da Sé de Olinda (1662), Vista das ruínas de Olinda (sem data), Engenho (sem data), Engenho (1660), Vista da cidade Maurícia e do Recife (1653), e Paisagem com rio e tamanduá (1649). Todas estas imagens foram produzidas quando Frans Post regressou à Europa. Buscaremos trabalhar com uma metodologia que privilegie a leitura de fontes primárias visuais e textuais, pois estas representações textuais e pictóricas refletem o olhar colonizador seiscentista dos temas da história colonial da América que vamos chamar aqui de holandesa