Programa de Pós-Graduação em História
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/11965
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em História por Autor "Albuquerque Júnior, Durval Muniz de"
Agora exibindo 1 - 20 de 44
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação O avesso da ruína: invenção e reinvenção de Pasárgada na obra de Manuel Bandeira (1917-1954)(2016-09-14) Cavalcanti, Felipe Alves Paulo; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/6902064913510545; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Coelho, Eduardo dos Santos;No presente trabalho, analisamos a construção histórica de uma imagem já consolidada no imaginário brasileiro: o espaço de Pasárgada. Acreditando que as imagens se constroem por meio dos vários investimentos de desejo que lhe são destinados, que elas são alvo de elaborações e reelaborações, intentamos aqui mostrar o surgimento e as sucessivas reformulações do espaço de Pasárgada na obra de Manuel Bandeira. Assim, dividimos nossa investigação em quatro momentos: primeiramente, tratamos do declínio social da família Souza Bandeira, marcado pela transição entre um regime patriarcal idealizado e um novo tempo de relações urbanas e burguesas no Brasil. Em um segundo momento, traçamos um percurso pelas primeiras duas obras de Bandeira, A Cinza das Horas e Carnaval, compostas após seu adoecimento em 1904, apontando algumas das diretrizes poéticas aí presentes que futuramente seriam implicadas na criação do poema “Vou-me Embora Pra Pasárgada”. No terceiro capítulo, abordamos o desenvolvimento de novos recursos e procedimentos criativos na obra deste autor durante os anos 1920, ocorrido no contato com três frentes de renovação – a boemia intelectual carioca, o modernismo paulista e o regionalismo tradicionalista recifense –, cujas ideias tornaram possível a criação do espaço nomeado de Pasárgada. Por fim, no quarto e último capítulo, discutimos o sentido “biográfico” que Bandeira e outros autores passam a atribuir a este espaço após o lançamento de Libertinagem, em 1930, dando início a uma série de textos biográficos e autobiográficos que culmina na publicação da autobiografia de Manuel Bandeira, o Itinerário de Pasárgada, em 1954.Dissertação Boi de prata: política e cultura na estreia do sertão do seridó no cinema terceiro-mundista brasileiro (1970-1980)(2017-10-10) Assaf, Flávia Celeste Martini; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; ; ; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; Kaminski, Rosane;Este estudo analisa as muitas faces da primeira representação cinematográfica do Seridó e sua relação com a cultura política do cinema brasileiro. Na virada do ano de 1978 para 1979, era filmado na cidade de Caicó – RN o longa metragem intitulado Boi de Prata, que fez parte da primeira leva de filmes realizados através da política de regionalização da produção da recémcriada estatal de cinema Embrafilme. Ao realizar a película sobre e no sertão do Seridó, seu lugar de origem, o diretor e roteirista Carlos Augusto Ribeiro Jr. elaborou a construção discursiva imagética sobre o sertão seridoense e o Brasil como territórios do Terceiro Mundo, colocando-a como a alternativa na disputa entre a produção espacial de matriz conservadora-regionalista e a de matriz progressista-marxista. Vamos mostrar que o diretor atuou dentro da tradição do cinema brasileiro, que é a de contribuir para a formação da identidade regional e nacional, ao fazer uso de tópicos da cultura popular como a religião, as lendas, a música, a dança e a literatura oral.Dissertação O Brasil é Asa Branca: imagens do espaço nacional na telenovela Roque Santeiro de Dias Gomes (1985)(2019-08-29) Pessoa, Leonardo Cruz; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; ; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; ; Lucas, Meize Regina de Lucena;Esta dissertação tem como objeto de pesquisa a telenovela Roque Santeiro, exibida em 1985 pela Rede Globo, considerada um dos maiores fenômenos de audiência da televisão brasileira. Tomando como ponto de partida a trajetória de vida e obra do seu principal autor Dias Gomes, o objetivo é analisar como a telenovela narrou, a partir de sua narrativa, personagens típicos, diálogos e uma série de outros elementos, uma imagem do Brasil como espaço nacional, ressaltando-a como um produto televisivo propício para difusão imagéticodiscursiva de uma ideia de nação, direcionada a uma comunidade imaginada, de acordo com o conceito elaborado por Benedict Anderson. Para isso, será necessário compreender a atmosfera política e cultural na qual estava inserido Dias Gomes, entre as décadas de 1950 e a primeira metade da década de 1960 quando, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, aproximou-se da geração de artistas e intelectuais de esquerda que pensavam suas produções culturais a partir de um viés nacionalista e popular, procurando visibilizar o que seria a “essência nacional” através da arte engajada e revolucionária. Partindo dessa relação entre autor e obra, utilizaremos como fontes peças teatrais escritas por Dias Gomes, a autobiografia do autor, manifestos de movimentos culturais como os Centros Populares de Cultura e o Cinema Novo, impressos de revistas e jornais, a sinopse original de Roque Santeiro e a própria telenovela que foi ao ar em 1985, para entendermos a brasilidade apresentada por Roque Santeiro e o porquê de tamanha identificação do imaginário nacional com a telenovela.Dissertação A caminho do Horto: a poética do espaço na obra de Auta de Souza (1893-1901)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-10-15) Dantas, Jussier; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; https://orcid.org/0000-0002-0483-8244; http://lattes.cnpq.br/6992946471077711; Oliveira, Margarida Maria Dias de; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; Queiroz, Teresinha de Jesus Mesquita deO objetivo deste trabalho é estudar os espaços presentes na vida e na obra da poetisa potiguar Auta de Souza, mais precisamente a construção poética desses espaços. Organizamos esses espaços em duas categorias: espaços interiores e exteriores. Para isso, tomamos como base o conceito de espaço apresentado pelo historiador Michel de Certeau, construindo um diálogo com as reflexões do filósofo Gaston Bachelard. Assim, por meio da concepção de um espaço interior, buscamos pensar a obra de Auta de Souza enquanto uma escrita de si, na qual a poetisa narra a sua vida, suas relações com familiares e amigos, seus sentimentos, suas dores e saudades. Por outro lado, a partir da noção de espaço exterior, procuramos pesquisar os deslocamentos realizados por Auta de Souza em razão de sua enfermidade - a tuberculose -, assim como os locais e as histórias de outras pessoas registrados pela poetisa em seus versos. Por fim, buscamos pensar Auta de Souza enquanto uma intelectual negra do século XIX do Rio Grande do Norte a partir da discussão em torno dos espaços conquistados pela poetisa em meio a um universo intelectual dominado por homens brancos. Utilizamos como fonte privilegiada o seu único livro de poemas, Horto, assim como alguns outros trabalhos biográficos e acadêmicos que apresentam a poetisa enquanto objeto de estudo.Dissertação A caminho do planetário: uma história de paisagens sonoras, poéticas e existenciais das psicodelias nordestinas (Recife 1972 - 1976)(2017-05-02) Lopes, Henrique Masera; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/8954980171953573; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Branco, Edwar de Alencar Castelo; ; http://lattes.cnpq.br/7810700788181646Este trabalho se ocupa em pesquisar a relação entre história, música e a invenção de espaços de experimentação coletivos. Seu objetivo principal é compreender as condições históricas de possibilidade das paisagens sonoras, poéticas e existenciais cartografadas pelas psicodelias nordestinas que foram expressas musicalmente entre 1972 e 1976 na cidade de Recife. O ponto de partida é a movimentação musical e existencial ligada à contracultura que emergiu na década de 70 na capital pernambucana. Através desse momento iremos compreender certos deslocamentos que se deram no período e que estão presentes na discografia de jovens compositores que lançavam seus primeiros discos à época, como Zé Ramalho, Lula Côrtes, Alceu Valença, Marconi Notaro, Flaviola e a banda Ave Sangria. A dissertação se divide em três capítulos: o primeiro deles propõe uma espécie de cartografia de experiências contraculturais na cidade de Recife. Aqui o objetivo será compreender - a partir destas movimentações musicais – os territórios existenciais e as estratégias de vida que ganharam corpo neste momento, no país, marcado pela repressão política com a ditadura civil e militar. O segundo capítulo consiste numa análise que parte da experiência coletiva que envolveu a produção do álbum Paêbiru: Caminho da Montanha do Sol - lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho em 1975 – para entender certos tensionamentos espaço-temporais que ganharam consistência na década de 70 através dos eventos da Era Espacial e de que maneira essas transformações reverberam na desterritorialização do Nordeste. Por fim, o capítulo final, procura traçar um histórico sobre a construção de um arquivo sonoro nordestino ao longo do século XX e como a discografia destes jovens músicos da década de 70 remanejam, atualizam e transgridem os comandos vindos desse arquivo, inventando paisagens sonoras, poéticas e existenciais em suas obras que expressam uma ruptura, uma fissura, uma quebra no regime de audibilidade que definia certas fronteiras para a música do Nordeste até o período em questão.Dissertação Cartografias do sentir: a Cidade Alta na literatura memorialística (1950-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-03) Paiva, Álvaro Luís Lins de; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; http://lattes.cnpq.br/5519982150842205; Souza, Fabiula Sevilha de; https://orcid.org/0000-0002-9854-2013; http://lattes.cnpq.br/0014755537333505; Rezende, Antônio Paulo de MoraisO bairro de Cidade Alta, o mais antigo de Natal, foi um centro político, social e cultural desde Colônia até a República. Sede dos poderes e residência das elites no período colonial, passou por reformas republicanas, incluindo a Praça dos Três Poderes. Entre 1950 e 1980, tornou-se o principal polo comercial da capital, com uma vida boêmia vibrante, atraindo intelectuais, artistas e políticos. A partir do final dos anos 1970, surgiram crônicas e obras memorialísticas refletindo a preocupação em preservar sua memória. A literatura memorialística surge como resistência às mudanças urbanísticas e à afirmação de Natal como polo turístico do Nordeste. Esta pesquisa analisa as transformações e a cidade construída pela obra memorialística, destacando a importância do bairro. Utilizamos a metodologia de Análise do Discurso de Eni Orlandi, as categorias conceituais de memória de Aleida Assman e as categorias de espaço e lugar de Yi-Fu Tuan e Edward Relph, aliadas à ideia de espaço de saudade de Durval Muniz Albuquerque Júnior.Dissertação A cidade jurídica da República da Bruzundanga: a burocracia e o espaço em Lima Barreto (1900-1922)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-18) Costa, Thiago Venícius de Sousa; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/3120096076562584; Sales Neto, Francisco Firmino; ; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952; Sousa, Ana Cristina Meneses de; ; http://lattes.cnpq.br/8467477383770313Esta pesquisa propõe-se a discutir as criações ficcionais do país da Bruzundanga na obra de Lima Barreto, que refletem os acontecimentos históricos da cidade do Rio de Janeiro, nos quadros do Brasil da Primeira República. São tratados, sobretudo, a dimensão jurídica e as espacialidades deste país, as dificuldades que, segundo o escritor, foram enfrentadas para dar carnalidade aos sonhos da cidade ordenada e republicana. A partir daí mostram-se os empecilhos vivenciados pelos homens de Estado que fizeram pouco ou quase nada para tirar do papel os sonhos republicanos de um país e de uma cidade ideal. O objeto desta pesquisa são as referências constantes que Barreto fez acerca do Direito, que permitem que sejam criadas visibilidades e dizibilidades sobre sobre a história do corpo e das sensibilidades norteiam as discussões teóricas deste trabalho, e ao longo da pesquisa constroem-se pontos de diálogo com David Le Breton, Georges Vigarello, Erving Goffman, Jean Jacques Courtine e Claudine Haroche. As fontes mobilizadas para desenvolver a discussão são os artigos, as crônicas, os contos, os romances, as correspondências (ativa e passiva), e os diários de Barreto. O método cartográfico é utilizado para a leitura e estudo das fontes, em particular o debate desenvolvido por Suely Rolnick em sua Cartografia sentimental. O recorte temporal desta pesquisa inicia-se em 1900, com base no tempo de escrita das primeiras notas de Lima Barreto em seu Diário íntimo, e encerramos a nossa investigação em 1922, ano que marca a morte do escritor.Dissertação Contando o passado, tecendo a saudade: a construção simbólica do engenho açucareiro em Jose Lins do Rego (1919-1943)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-02-24) Freire, Diego José Fernandes; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/7824839450030326; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Nicolazzi, Fernando Felizardo; ; NICOLAZZI, Fernando FelizardoInvestigamos neste trabalho a construção simbólica de uma determinada espacialidade. Partimos do pressuposto teórico que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em dados momentos e por determinados fatores. Nesse sentido, examinamos a fabricação simbólica do engenho açucareiro a partir de algumas produções literárias do romancista paraibano José Lins do Rego. Almejamos inquirir acerca da dimensão simbólica significados, valores e imagens mobilizada por esse literato para constituir a propriedade canavieira. Concedendo uma atenção especial às obras do chamado ciclo da cana de açúcar , questionamos-nos sobre os sentidos e significados agenciados pelo discurso literário de José Lins para ficcionar o engenho, forjando essa espacialidade de uma dada maneira. Situando-nos no campo da história cultural, trabalhamos com uma variedade de fontes: romances literários, prefácios de livros, escritos memorialísticos e jornalísticos, cartas trocadas entres intelectuais e livros de história. Nosso recorte temporal vai de 1919 início da atividade intelectual de José Lins - a 1943 publicação de Fogo Morto, último romance por nós analisado. Em termos simbólicos, o que seria o engenho, essa espacialidade que marcou soberanamente a vida e a obra literária de José Lins do Rego? Foi o questionamento estrutural que moveu a corrente pesquisaDissertação Corpos que falam: mulheres perseguidas, mas não silenciadas pela Ditadura Militar em Pernambuco (1968-1974)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-25) Cavalcanti, Luíza Vieira; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; https://orcid.org/0000-0003-0047-2481; http://lattes.cnpq.br/9609455791933620; Rosa, Susel Oliveira da; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952Este trabalho objetiva discutir sobre o processo de resistência das mulheres diante da Ditadura Militar e quais os principais mecanismos utilizados pelo estado para reprimir os corpos femininos, tanto política como culturalmente, no estado de Pernambuco entre os anos de 1968 e 1974. Dessa maneira, consideramos o corpo como um espaço onde se fundem carnes, físicas, com o subjetivo, impalpável, resultando em seres humanos que são simultaneamente mente e materialidade. Neste espaço se operam relações de poder, gênero e linguagem, e são essas relações que buscamos estudar ao longo da pesquisa. Através dos documentos oficiais, nos concentramos em definir uma amostragem para a realização da pesquisa e a partir dela realizar um panorama de quem eram as mulheres que estavam sob a mira da repressão e de que forma o sistema se empenhou para penalizálas. Apesar disso, apenas o estudo com a documentação não seria suficiente para que pudéssemos alcançar nossos objetivos com o trabalho de pesquisa. Isso porque apenas a partir de relatos seria possível analisar a perspectiva de quem estava do outro lado do documento: as mulheres. Realizamos, portanto, entrevistas com algumas das sujeitas que foram presas e perseguidas durante o período e acessamos testemunhos dados à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e Comissão Estadual Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC). A História Oral permite um movimento de cruzamento entre dados oficiais documentados por órgãos e instituições com tudo aquilo que não foi escrito; os sentimentos, as violências, os pensamentos, as sensações e dores vivenciadas pelos corpos femininos.Dissertação De tocaia com o meu som: banda Tocaia da Paraíba e a construção de uma paisagem sonora híbrida no Alto Sertão paraibano (1995-2010)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-02) Albuquerque Júnior, Francisco Didier Guedes; Sales Neto, Francisco Firmino; https://orcid.org/0000-0001-9647-4638; http://lattes.cnpq.br/3836760295812952; https://orcid.org/0000-0002-6955-9676; http://lattes.cnpq.br/2284531670321279; Fenerick, José Adriano; Paranhos, Adalberto de Paula; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; https://orcid.org/0000-0003-4153-9240; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412Este trabalho tem como objetivo historicizar a composição de novas paisagens sonoras no Alto Sertão paraibano, particularmente através dos hibridismos musicais empreendidos pela banda Tocaia da Paraíba, entre os anos de 1995 a 2010. Para tanto, compreende-se que o grupo é fruto de uma complexa cena musical alternativa formada na cidade de Cajazeiras (Paraíba), em finais dos anos 1980. Nesse ritmo, como uma ramificação dessa cultura musical local, a banda Tocaia da Paraíba se tornou um dos principais expoentes do circuito musical paraibano durante as décadas de 1990 e 2000, destacando-se, sobretudo, por dois motivos: primeiramente, pela estrutura híbrida de sua sonoridade, que, instaurada em pleno Alto Sertão paraibano, trouxe para suas práticas culturais novas referências musicais do rock às bandas de pífano, do jazz ao coco de roda, do samba ao repente sertanejo, unindo a esfera local ao global e levando o grupo a compor canções autorais que tensionaram as pétreas concepções tradicionalistas da musicalidade nordestina, particularmente a do espaço sonoro do sertão paraibano; em seguida, pela notoriedade conquistada nos eventos musicais dos quais participou, espalhados por praticamente todas as regiões do território nacional, bem como pela aparição em matérias jornalísticas de destacados meios da imprensa nacional. Em vista dessa temática, a presente análise histórica busca compreender o fazer cultural que esse grupo cajazeirense propôs a partir de suas concepções estéticas e da configuração de uma paisagem sonora híbrida, marcada por uma postura de independência artística alternativa ao mainstream musical. Como fontes, utilizam-se do encarte (capa, contracapa) e das canções inseridas nos discos Tocaia (2000) e Botando pra quebrar (2005), além de periódicos que noticiaram o grupo (a exemplo da Folha de S. Paulo, Tribuna da Imprensa e Gazeta do Alto Piranhas), blogs, materiais de divulgação física (panfletos e cartazes dos shows), registros fotográficos, gravações audiovisuais e entrevistas – tanto com os integrantes da banda Tocaia como de outros grupos da cena alternativa local (Gonzalez, 2013). Em relação ao embasamento teórico, realiza-se através da operacionalização dos conceitos de: paisagem sonora, perspectiva espacial edificada por Murray Schafer (2011a; 2011b) e Tim Ingold (2015); sertões, discutido por Janaína Amado (1995) e Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2014); canção popular, instrumentalizado por Marcos Napolitano (2002), José Geraldo Vinci de Moraes (2000), Adalberto Paranhos (2015) e Luiz Tatit (2012); e de hibridismo cultural, trabalhado por Néstor García Canclini (2019) e Peter Burke (2003).Dissertação O desejo, o relato e a prática da cidade: de como são produzidos territórios marginais na cidade do príncipe (1880 - 1900)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-09-09) Santos, Rosenilson da Silva; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/2180186294707456; Macedo, Muirakytan Kennedy de; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493; Bellini, Ligia; ; http://lattes.cnpq.br/2961645329761650O tema deste trabalho é o estudo dos territórios marginais da Cidade do Príncipe, esboço no tempo do que hoje se constitue como a cidade de Caicó/RN, tendo como recorte temporal os anos de 1880 a 1900. Nosso objetivo é investigar a construção desses territórios a partir dos múltiplos discursos dos sujeitos praticantes da cidade. Desta maneira, nos propomos a descobrir as cartografias do desvio na cidade em questão, como eram desenhadas, quem as experimentava e por meio de quais práticas. Investigar a construção desses espaços a partir dos discursos, além de suprir uma lacuna historiográfica, possibilita encontrar histórias cortantes, silenciadas ou ignoradas, abortos e loucuras encarceradas, paixões reprimidas e vingadas. Para o encontro com estes espaços as fontes são diversas, tais como o Jornal O Povo, os Códigos de Postura, os Relatórios dos Presidentes de Província e Chefes de Polícia e processos-crime. No que concerne aos aspectos metodológicos da pesquisa, optamos pela análise do discurso, discurso aqui concebido não somente como o que se diz sobre alguém ou alguma coisa, mas como um conjunto de enunciados que circulam em determinado momento na sociedade, articulando falas, intenções, gestos e pensamento. A cidade é então pensada a partir de seus territórios, imaginada como sendo um espaço configurado na/pelas relações de poder que a disputam, mas, também, como espaço de experiências múltiplas, de sentimentos diversos, do lugar e do não-lugar, da disciplina e da burla, do poder e da resistência.Dissertação Discursos e representações do corpo durante a ditadura militar no Brasil (1968-1979)(2016-09-01) Soares, Anderson da Silva; Pereira, Henrique Alonso de Albuquerque Rodrigues; ; http://lattes.cnpq.br/9609541796507055; ; http://lattes.cnpq.br/6040942783398533; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; Oliveira, Iranilson Buriti de; ; http://lattes.cnpq.br/6085569185105786O objetivo deste trabalho é discutir as representações e discursos sobre o corpo produzidos durante a ditadura militar no Brasil (1968-1979). Para historicizá-los, pretendemos analisar documentos originários dos órgãos de censura e repressão (principalmente os originários do DCDP: Divisão de Censura de Diversões Públicas), cartas de cidadãos comuns endereçadas ao governo, registros de memórias, matérias de revistas e ainda produção bibliográfica sobre o período pesquisado. Além da análise documental, observamos particularidades e contradições que faziam parte do contexto histórico. Ainda a relação da ‘moral revolucionária’ das esquerdas deste contexto com o corpo. Por meio deste exame, percebemos o corpo como um locus privilegiado para abordar e compreender a sociedade daquele momento, seus elementos simbólicos e a produção de subjetividades. Buscamos na historicização do corpo, dar visibilidade as forças de poder e formas de saber que substanciavam os discursos e representações que sustentavam a censura e defesa da “moral e dos bons costumes” (ditame que foi recrudescido a partir do AI-5 em 1968) tão fomentada pelo regime ditatorial e pela parcela conservadora e autoritária da sociedade que os apoiava. Localizamos discursos de controle, estigma, normatização e categorização dos corpos que eram considerados desviantes, imorais ou anormais. Inclui-se a discussão da dimensão política da prática da tortura, como o exercício de tentativa de controle e máximo poder punitivo aos corpos rebelados.Dissertação Entre corpos e espaços: uma história da criminalidade nas matas de araucárias (Mallet-PR, 1931-1950)(2018-08-17) Pochapski, Gabriel José; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; ; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; Sant'anna, Denise Bernuzzi de; ; Sochodolak, Hélio;Este trabalho tem como objetivo principal produzir um estudo da criminalidade a partir dos corpos e dos espaços no município de Mallet, localizado nas matas de araucárias do Estado do Paraná. Buscamos concentrar esta pesquisa entre os anos de 1931 a 1950, período em que o registro da criminalidade se intensificou, tendo os corpos como as superfícies atingidas nos conflitos conduzidos até o Poder Judiciário. Desde o final do século XIX e na primeira metade do século XX, o território onde se desenvolveu Mallet foi marcado pelo contato da população cabocla com milhares de imigrantes eslavos, principalmente de origem ucraniana e polonesa, que ali se estabeleceram em decorrência das estratégias de colonização do sul do Brasil. As relações desenvolvidas entre os diferentes habitantes dessas áreas predominantemente rurais implicaram na formação e delimitação de espaços marcados por tensões, desavenças e violências que inscreveram seus sinais nos corpos e que ganharam visibilidade governamental nas décadas de 1930 e 1940. Tendo os processos criminais da Comarca de Mallet como o principal suporte documental e a história serial como a base metodológica, pretendemos investigar como os registros da criminalidade ganharam impulso a partir da década de 1931; quais relações os corpos estabeleceram com os espaços nessas ocasiões de conflitos; de que modo as desavenças estiveram ligadas às singularidades temporais, étnicas e culturais dos moradores e das autoridades judiciárias e policiais; e quais foram os padrões recorrentes, as descontinuidades e as rupturas perceptíveis nos crimes que atingiram os corpos entre os anos de 1931 a 1950. Por fim, tendo a cartografia como o conceito a ser instrumentalizado nesse estudo sobre a criminalidade, este trabalho pretende compreender os espaços relacionados com os crimes nos seus diferentes fluxos, devires e movimentos, bem como, busca colocar a presença do corpo como um aspecto fundamental e indissociável da narrativa historiográfica.Dissertação Entre mulheres e fronteiras, um escritor: lugares do feminino na obra de Lima Barreto (1902-1922)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-08-25) Gama, Maria Sandra da; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/2064457638150805; Morga, Antonio Emilio; ; http://lattes.cnpq.br/3544570035986414; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; ; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284O período entre os anos de 1902 a 1922 correspondem à trajetória de Lima Barreto, seja no universo das letras brasileiras, na repartição da Secretaria da Guerra ou ainda em tantos outros espaços onde ele circulou e pôde observar as diversas transformações em curso na cidade do Rio de Janeiro, como as práticas e ações discursivas que instituíam a distribuição de lugares sociais masculinos e femininos, baseada nas convenções de gênero. Nesse contexto se demarcavam, como espaços de atuação para a mulher, os ambientes privados da casa. Enquanto, para os homens, se destinavam os espaços públicos, como as repartições públicas, o parlamento, entre outros. Durante esse período, o escritor produziu crônicas, contos, romances, nos quais apresenta uma variedade de imagens e enunciados em torno do que seria ser mulher. Nessa perspectiva, a investigação proposta no trabalho busca analisar os lugares do “feminino” presente nos escritos do autor. A mulher barretiana é apresentada, nos espaços público e doméstico, como figura submissa, de capacidade intelectual limitada. E, ao mesmo tempo e de forma contraditória, ela é inscrita, quando se apresenta nos espaços públicos, como figura transgressora dos limites dos lugares sociais impostos e capaz de empreender mecanismos de subversão da ordem da dominação masculina sobre ela. Dessa maneira, tais elaborações sobre as mulheres foram examinadas em conexão com a historicidade da vida e da obra do escritor, buscando, assim, acolher também à interpretação dessas cartografiasfemininas e entender as ambiguidades barretianas, nas quais, residia a coexistência de um Lima Barreto delator das mazelas vividas pelas mulheres e, ao mesmo tempo, avesso ao alvorecente movimento feminista, um crítico das certezas uniformizadoras da diversidade das pessoas e, no entanto, muitas vezes, complacente com os discursos científicos e costumes regrados masculinos que desqualificavam a mulher. As fontes estudadas foram correspondências, anotações pessoais, artigos e crônicas e, especialmente, os romances Clara dos Anjos, Numa e a Ninfa, Triste Fim de Policarpo Quaresma e Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá. Para efetivação da pesquisa, as abordagens teóricas se ancoraram nas contribuições de Michel Foucault, Félix Guattari e Suely Rolnik, com as acepções de heterotopia e subjetividade respectivamente, além do aporte teórico-metodológico de Judith Butler, a partir de sua acepção de gênero. Suportes que autorizaram a interpretação da historicidade dos agenciamentos “do feminino”, operados pelo autor, como registros discursivos das experiências vividas por ele ao longo de seu trajeto.Dissertação A escrita do tempo e a poética do espaço:história e espaço no livro Geografia do Brasil Holandês de Luís da Câmara Cascudo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-08-31) Oliveira, Felipe Souza Leao de; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/9862193188910546; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Cézar, Temistocles Américo Corrêa; ; http://lattes.cnpq.br/8099340759948179Em 1956, Luís da Câmara Cascudo publicou seu livro Geografia do Brasil Holandês. Neste livro, ele estudou e descreveu um espaço o Brasil Holandês de uma perspectiva histórica e geográfica. Para fazer isso, ele articulou ambas as perspectivas do ponto de vista de sua própria leitura da História do Nordeste, estabelecendo um diálogo com a tradição historiográfica de estudo do Brasil Holandês em Pernambuco. Ao retratar a presença holandesa no Nordeste , Cascudo articulou um drama em que os holandeses teriam sua história descrita como um enredo tipicamente trágico, retratados como se eles já estivessem condenados ao fracasso de antemão. A essa tragédia ele opôs um enredo português predominantemente cômico, como se a vitória portuguesa sobre os holandeses tivesse sido tão desejável quanto inevitável para o espaço do Nordeste . Ao narrar o embate entre holandeses e portugueses pelo espaço do Nordeste , porém, Cascudo terminou por delinear seu próprio lugar de fala, enquanto porta-voz da identidade do espaço potiguar em oposição ao espaço pernambucano descrito por Freyre e Gonsalves de Mello. Desse modo, o espaço norte-riograndense teria uma identidade própria, construída a partir da ausência holandesa e constituído a partir do legado português, contrariamente ao espaço de Pernambuco, narrado a partir de uma articulação e conciliação do legado flamengo e lusitano, mesmo que destacando este último. Enquanto os holandeses teriam sido uma presença constante na história pernambucana, para Freyre e Gonsalves de Mello, eles não teriam passado de lenda no espaço do Rio Grande do Norte, retirados de sua geografia e apagados de sua história. Ao descrever a geografia do espaço potiguar, portanto, Cascudo articula a inexistência da História de um tempo dominado por flamengos com a busca de um espaço português, através da narração de suas origens e constituição, bem como pelo registro das características de seu legadoDissertação Os espaços da modernidade: alteridades espaciais na literatura de José Lins do Rêgo (1932 - 1936)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-01-12) Silva Filho, Juscelino Barros da; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; http://lattes.cnpq.br/3613888768524346; Santos, Magno Francisco de Jesus; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; Martinello, André SouzaAnalisamos neste trabalho a produção discursiva do internato, da cidade e da usina, como espaços de alteridade em relação ao espaço do engenho banguê, na literatura do romancista e memorialista José Lins do Rêgo. Pretendemos problematizar a dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizada por esse literato para constituir estas espacialidades, ou seja, como se dá em sua obra a construção figurativa desses espaços literários. Partimos do pressuposto de que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em um dado momento e por determinados sujeitos. A nossa pesquisa teve como fontes principais as obras do chamado ‘’ciclo da cana-de-açúcar’’, notadamente os romances Doidinho (1933), Moleque Ricardo (1935) e Usina (1936), mas por nos situar no campo da história cultural, trabalhamos com uma diversidade de fontes: escritos memorialísticos, jornais e cartas trocadas. Nosso recorte temporal é baseado no período de publicação das obras analisadas: ele começa em 1933 – data de publicação do primeiro romance Doidinho–e vai até 1936 – data de publicação do último, Usina.Dissertação "Fagueira esperança de melhores dias": o Centro Social Morrinhense e a invenção da cidade emancipada (1952-1959)(2018-08-17) Silveira, Cid Morais; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; ; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; Melo, Francisco Denis;Esta pesquisa se dedica à compreensão da emergência de uma espacialidade, a cidade de Morrinhos emancipada, por meio da atuação dos intelectuais do Centro Social Morrinhense. Importa-nos analisar as relações historicamente construídas entre essa instituição e a então vila de Morrinhos, que começava a ter sonhos de ser cidade no início dos anos cinquenta. Entendendo a realidade e as construções espaciais como fabricações humanas, almejamos pensar como essa instituição criou uma forma singular de ver e dizer a cidade, através de práticas intelectuais, políticas e identitárias, permeadas pelo desejo e o sonho da cidade moderna, progressista e civilizada. Formas de ver e dizer a cidade que foram posteriormente utilizadas para legitimar e acelerar seu processo de emancipação político-religiosa. Sendo assim, esta pesquisa faz parte do campo da chamada história intelectual, notadamente aquela de “sabor francês”, atentando para as questões das sociabilidades dos membros do CSM, para a análise de seus discursos, de seus itinerários pessoais e intelectuais, bem como a abordagem da organização, modos de filiação e do funcionamento dessa instituição. Esta pesquisa também pode ser inscrita no interior da chamada história urbana, notadamente uma história cultural do urbano, das práticas urbanas, problematizando as aproximações e tensões entre os projetos da cidade ideal, da cidade desejada, urdidos pelo CSM; e suas relações com a cidade real, a cidade vivida. As fontes mobilizadas na pesquisa são jornais, discursos e pronunciamentos parlamentares, atas de reuniões, documentos legislativos, estatutos, registros paroquiais, imagens, etc. O recorte temporal foi escolhido para uma melhor explicação dos objetivos do trabalho: 1952, ano em que o Centro Social Morrinhense é fundado em Fortaleza, até 1959, ano de consolidação do processo de emancipação política de Morrinhos com a chegada de seus novos governantes. Verificamos também, durante esse período, uma intensa mobilização de atividades do CSM. Por fim, esta pesquisa torna-se importante não apenas para uma melhor compreensão do processo de emancipação de Morrinhos, sob o olhar do CSM, tornando-a uma cidade institucional, mas também entender como o Centro Social Morrinhense, um lugar hoje do ausente, da ruína, fracassou na preservação de sua memória, sofrendo posteriormente uma invisibilização dentro da história do município.Dissertação A História entre tempos e contratempos: Fontes Ibiapina e a obscura invenção do Piauí(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-03-24) Rabelo, Elson de Assis; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; ; http://lattes.cnpq.br/4219188445942971; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075Neste trabalho, problematizamos o Piauí enquanto espacialidade nordestina, rastreando os instantes de sua inserção política e discursiva na identidade regional, que se deu entre o final dos anos 1950 e início dos anos 1970. Para isto, propomos uma análise de discursos identitários piauienses como a literatura e o folclore produzidos naquele momento, procurando relacionar tais enunciados com as práticas e interesses políticos que concorreram para a nordestinização do Piauí. Dentre estes discursos e em diálogo com eles, tomamos centralmente a obra do juiz, literato e folclorista João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, emissor de signos que surge neste momento. Nosso objetivo é discutir as imagens elaboradas sobre o Piauí e a sua inclusão nos estereótipos cristalizados do Nordeste, como a pobreza e a necessidade, a vida rural sertaneja e a predominância de uma cultura popular regional. Num período de importantes mutações na sociedade brasileira, na produção cultural, nos embates regionalistas nordestinos e nas formas de pensar e praticar os espaços, os intelectuais piauienses que estudamos tentaram recobrir de palavras e de significados a obscuridade e o incômodo silêncio a respeito do Piauí em âmbito nacional, enquanto o Estado se integrava, por meio da Região, ao Brasil urbano e industrializadoDissertação História, filosofia e espaços: a idéia de ocidente em Oswald Spengler(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-18) Silva, Leandro Assunção da; Oliveira, Margarida Maria Dias de; ; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; ; http://lattes.cnpq.br/9092484602596927; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787535A2; Oliveira, Itamar Freitas de; ; http://lattes.cnpq.br/5606084251637102Esta dissertação trata de estabelecer uma discussão epistemológica, do ponto de vista de uma história da ciência histórica, num momento de sua história onde se definiam seu estatuto, seus métodos, abordagens e condições de possibilidade e, acima de tudo, num momento de crise da história que se vê ameaçada na sua privilegiada posição , tanto nas instituições universitárias quanto no imaginário social coletivo dos europeus como saber por excelência da cultura. Nosso foco é o conceito de espaço, questão forte para o recorte temporal em questão, tendo em vista a renúncia da filosofia e também da história em relação a esse conceito, e detrimento da questão do tempo centra até então (e até hoje) em ambos os discursos. Nesta perspectiva, buscamos elucidar as visões de história e espaços de Oswald Spengler, atentando para a idéia de Ocidente produzida pelo autor a partir das duas categorias acima citadas, captando a dinâmica de tal construção simbólico-discursiva e sua dialógica relação com a realidade politico-cultural do Ocidente no período que vai de fins do século XIX, até as vésperas da Segunda Grande Guerra. Tendo como referência, para tanto, sempre, a obra de Spengler, como este definiu os conceitos de história, ciência, arte, espaço; civilização, cultura, cidade, campo e, principalmente, discutindo a relação spengleriana com o mundo sóciopolítico que o cercava e constituía, com o qual o mesmo interagia, bem como com as tradições de pensamento as quais se filia e rejeita, e finamente: seu projeto de revolução científica que Spengler apresentou como um desafio ao paradigma reinante na ciência da história.Dissertação Um instante no tempo, gênesis de mundos: a construção de um Rio Grande do Norte na perspectiva de Newton Navarro (1928-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-05-18) Lucena, Henrique Alexandre Medeiros de; Albuquerque Júnior, Durval Muniz de; ; http://lattes.cnpq.br/7585947992338412; ; http://lattes.cnpq.br/6826680454689383; Essus, Ana Maria Mauad de Sousa Andrade; ; http://lattes.cnpq.br/5456423540789233; Alveal, Carmen Margarida Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/1118391491224309; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757O presente trabalho analisa a importância da obra do artista e intelectual Newton Navarro Bilro (1928-2002) para a formação de uma identidade para a cidade do Natal e para o estado do Rio Grande do Norte, partindo de uma dualidade espacial dicotomizada entre o sertão e o mar e a personagens ligados a esses espaços. O trabalho buscou analisar a construção de sua arte, que ao mesmo tempo foi uma representação de experiências biográficas, como também de um arquivo de imagens extraídas de suas leituras e de suas experiências estéticas. Ele elaborou uma serie de indivíduos psicossociais definidos por suas atividades profissionais como: vaqueiros, pescadores, marinheiros e jangadeiros que se constituíram em personagens ligados à cidade do Natal, bem como ao Rio Grande do Norte. Navarro estabelece uma figuralidade cartografando imagetica e socialmente esses espaços. O texto procura evidenciar que a produção artística atua como um documento histórico e ferramenta identitaria, que no caso da arte navarrena foi apropriada pelos governos municipal e estadual, entre os anos de 1960 a 1980. A análise das obras pictóricas navarreanas foi feita a partir de dois pressupostos: a compreensão de Navarro como sujeito psicossocial e, ao mesmo tempo, as transformações que Natal e o Rio Grande do Norte passaram, indo da modernização do sertão algodoeiro e pecuarista, passando pela Segunda Guerra Mundial e seus reflexos nas políticas de modernização dos governos municipais e estaduais, como o de Sylvio Pedrosa, Djalma Maranhão e Aluisio Alves. O primeiro capítulo consiste na análise de uma imagética navarreana ligada ao imaginário do sertão, articulando o elemento terra, a dimensão masculina, a relação com a figura paterna, em obras que buscam a representação do poder telúrico. O segundo capítulo se se volta para a constituição de um mundo matriarcal, representado por sua mãe e avó, que foi reestruturado pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Nesse capítulo analiso a construção navarreana de um mundo natalense ligado ao líquido, ao onirismo erótico masculino que cartografa uma Natal litorânea e um espaço híbrido entre o rio e o mar. O terceiro capítulo, a partir da trajetória da vida adulta de Navarro, busca analisar a gramática visual navarreana, apoiada na hibridação de imagens do sertão e do mar, atravessada por uma profunda religiosidade e o conflito entre o sagrado e o profano, o desejo e a censura, o dionisíaco e o apolínio, a gramática visual de um homem dilacerado subjetivamente por conflitos e por performances sociais contraditórias.
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »