Monografias de Graduação
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33051
Navegar
Navegando Monografias de Graduação por Autor "000-0001-7129-2213"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
TCC Caracterização da população de homens transgêneros no Rio Grande do Norte e sua relação com o exame de Papanicolaou(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-10) Souza, Breno Figueiredo; Nascimento, Ermeton Duarte do; http://lattes.cnpq.br/5059231323892121; 0009-0005-1237-2922; http://lattes.cnpq.br/8337775217317315; Brandão, Deysiane Oliveira; 0000-0002-9051-1175; http://lattes.cnpq.br/0938468081530870; Vieira, Thyago Marsicano; 000-0001-7129-2213; http://lattes.cnpq.br/4098198009475578Homens transexuais são pessoas designadas como mulheres ao nascer, mas que depois se identificam no espectro de gênero masculino. Aqueles que não passaram pela cirurgia de histerectomia permanecem com útero e vagina e, portanto, assim como as mulheres cisgênero, estão sujeitos às enfermidades associadas a esses órgãos, como o câncer do colo do útero, devendo então realizar o preventivo, conhecido como exame de Papanicolaou. É importante destacar que ainda não há dados sobre o tema, no estado do Rio Grande do Norte, e considerando a escassez desses dados, o presente trabalho tem como objetivo a caracterização socioeconômica e clínico-laboratorial dos homens transexuais atendidos no estado do RN, com foco na realização do exame de Papanicolaou. Metodologicamente, é um estudo de coorte baseado em abordagem quantitativa e qualitativa da análise dos prontuários de homens transexuais, atendidos no RN, de onde foram avaliadas variáveis socioeconômicas e clinico-laboratoriais. Foram analisados ao todo 80 prontuários, do período de fevereiro de 2020 a março de 2024, representando o total de homens transexuais acompanhados pela equipe multiprofissional do Instituto de Medicina Tropical – IMT clínico do RN, mais especificamente no Ambulatório Transexual e Travesti de Natal (conhecido como ambulatório TT e associado ao Hospital Giselda Trigueiro - HGT). A análise dos dados coletados foi realizada por meio do software estatístico IBM SPSS Statistics® 20.0. Os resultados encontrados pelo presente estudo mostraram que apenas 16 homens trans (20%) realizavam regularmente o exame de Papanicolaou, com resultados majoritariamente negativos para lesão intraepitelial ou malignidade e 100% deles eram não histerectomizados. A maioria tinha idade variando entre 20 e 29 anos, era estudante ou desempregado, era solteiro ou estava em relacionamento, predominantemente heterossexual e 73,7% usavam hormônios. Observou-se que 70% dos homens trans que estão na faixa etária prioritária para realização do exame, não realizavam regularmente. Com baixa adesão em todas as ocupações e estados civis. Os dados revelam a marginalização dos homens trans nas políticas públicas de saúde e as barreiras críticas, como a falta de conscientização e a discriminação por parte dos profissionais de saúde. A ausência de programas específicos contribui para a subnotificação do câncer cervical nessa população. Conclui-se que há uma necessidade urgente de diretrizes específicas para homens trans, capacitação de profissionais de saúde e promoção de clínicas inclusivas. O exame de Papanicolaou deve ser preconizado de forma inclusiva para pessoas com colo do útero, independentemente do gênero.