Cosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé

dc.contributor.advisorVieira, José Glebson
dc.contributor.advisorIDpt_BR
dc.contributor.authorDurazzo, Leandro Marques
dc.contributor.authorIDpt_BR
dc.contributor.referees1Porto, Rozeli Maria
dc.contributor.referees1IDpt_BR
dc.contributor.referees2Neves, Rita de Cássia Maria
dc.contributor.referees2IDpt_BR
dc.contributor.referees3Valle, Carlos Guilherme Octaviano do
dc.contributor.referees3IDpt_BR
dc.contributor.referees4Pereira, Edmundo Marcelo Mendes
dc.contributor.referees4IDpt_BR
dc.contributor.referees5Carvalho, Maria do Rosário Gonçalves de
dc.contributor.referees5IDpt_BR
dc.contributor.referees6Batista, Mercia Rejane Rangel
dc.contributor.referees6IDpt_BR
dc.date.accessioned2020-03-20T23:05:47Z
dc.date.available2020-03-20T23:05:47Z
dc.date.issued2019-10-29
dc.description.abstractThe aim of this thesis is to understand some political processes and Indigenous ways of knowledge among Tuxá people, improved by their involvement with a territorial autodemarcação (autodemarcation) of Dzorobabé land. Accordingly to them, Dzorobabé is their ancestral territory, traditionally and historically related to their ancestors in the region of Submédio São Francisco river. At once auto-demarcation highlights both sociopolitical organization and the dwelling process of living in a strong cosmological place, where the ancestors – brabios, gentios, mestres encantados – are present. This re-dwelling offers different ways to engage with Tuxá’s ciência (science), i.e., their complex of ritual practices and knowledges that structures their worldview, besides their political and educational planning within Indigenous school education. By the means of an ethnography, the thesis aims to comprehend the correlation between different Tuxá political-ritual groups and their ways to engage with ciência in the context of Dzorobabé autodemarcation during its first six months (August 2017 to February 2018). Political arrangements – division of political groups of families which constitute the current Conselho Tuxá (Tuxá Council) – point to specifics ways of relating with territory, both in its tangible and intangible dimensions. They also highlight the multiplicity of political groups among Tuxá in Rodelas, which reorganize themselves around the project of auto-demarcation to occupy the territory and reach future access to resources – political representativity, access to the land etc. Furthermore, we describe a twofold process of re-dwelling Dzorobabé. First, the political negotiations aiming to divide particular areas of the autodemarcation site to different groups, as well as sharing the responsability for the common spaces. Second, the different ways of engaging with the cosmological force of Dzorobabé that varies accordingly to different political-ritual groups dwelling the territory – and handling with its ciência. Given these points, we also study two ways of Indigenous education benefited by their contact with ciência: on the one hand there is what we call a wilderness pedagogy, cosmopolitically and ritually related to enchanted beings and the knowledge that comes from them; on the other hand there is a circulation through pedagogic repertoires (both Indigenous and non-Indigenous), a movement done especially by Indigenous teachers in close relation to the knowledge coming from the ciência besides school context. Focusing on the strengthening of educational and political repertoires by resorting to the ciência, we are able to understand how a number of projects come to be outlined, as for example the current revitalization of an Indigenous idiom. This revitalization is based upon different sources, both the direct communication with brabios and mestres encantados – which is enhanced by their coevalness in Dzorobabé – and the resort to colonial period documents, for instance the bilingual Portuguese-Dzubukuá catechism. The latter is a Karirian language of MacroJê stock which was spoken by native peoples around the region. Besides the ancestral territory, then, we can find the notion of an ancestral language that allows us to follow a multiple path of Tuxá territoriality, involving land (for the auto-demarcation), knowledge (for the ritual practices and the ciência) and school education (for the perspectives of ethnic strengthening and language revitalization promoted by the current Dzubukuá project).pt_BR
dc.description.resumoEste trabalho busca investigar algumas dinâmicas políticas e de elaboração indígena de conhecimentos entre os Tuxá de Rodelas, intensificadas a partir de seu engajamento no processo de autodemarcação do território de Dzorobabé, em Rodelas-BA. Para os Tuxá, Dzorobabé é considerado território ancestral, tradicional e historicamente relacionado aos índios rodeleiros da região do Submédio São Francisco, antepassados de quem se compreendem descendentes. Ao mesmo tempo que intensifica dinâmicas de organização social e política, a autodemarcação oportuniza aos Tuxá uma reabitação no território considerado cosmologicamente forte, pela presença desses mesmos antepassados – brabios, gentios, mestres encantados. Esta tese apreende certos dinamismos postos em ação quando da autodemarcação, iniciada em 2017, e reflete sobre formas de trato com a ciência tuxá, isto é, seu complexo de práticas e conhecimentos rituais que compõe base para a concepção indígena de mundo, bem como para as políticas e planejamentos educacionais elaborados pelos professores tuxá no âmbito de sua educação escolar indígena. Etnograficamente, buscamos delinear as correlações entre política indígena no processo de reabitação do território com dimensões de entendimento do complexo ritual da ciência e suas práticas político-rituais. Os arranjos políticos – divisões em grupos político-familiares, troncos que compõem atualmente o Conselho Tuxá – apontam modos específicos de relacionamento com o território, quer em sua ocupação material, quer nos relacionamentos imateriais com a dimensão da ciência no lugar. Também evidenciam a multiplicidade de grupos políticos entre os Tuxá de Rodelas, seja na Aldeia Mãe, seja na área urbana da cidade, e que se reorganizam em torno da autodemarcação a fim de que a ocupação do território possibilite novas afirmações políticas e acesso a recursos – representatividade política, acesso à terra, entre outros. Acompanhando os primeiros seis meses (agosto de 2017 a fevereiro de 2018) de autodemarcação, nossa etnografia busca descrever processos de negociação entre distintos grupos político-rituais, atentando para as dimensões materiais e imateriais que a reabitação em Dzorobabé promove. Observamos como a circulação de diferentes grupos político-rituais no território cosmologicamente forte evidencia distintas formas de se acercar dessa força, e estabelecer tratos possíveis com a ciência e com os conhecimentos que a ela se relacionam. No limite, estudamos dois modos de educação indígena que a relação com a ciência favorece: um, que chamamos de pedagogia da mata, elabora relações cosmopolíticas e rituais com os entes encantados e com os conhecimentos que deles advém; outro, acionado sobretudo por professores indígenas, transita por repertórios pedagógicos (indígenas e não-indígenas) em estreita relação com conteúdos aprendidos por meio da ciência, em contextos não-escolares, aí incluídos os rituais. O reforço dos repertórios e das políticas pedagógicas por meio do recurso à ciência permite-nos compreender como, entre outros projetos, vem ocorrendo entre os Tuxá de Rodelas uma tentativa de revitalização linguística baseada em múltiplos documentos e fontes: a própria comunicação com os brabios e mestres encantados – cuja coetaneidade em Dzorobabé estimula – e também textos do período colonial como o catecismo bilíngue em português e Dzubukuá, idioma da família cariri, tronco macro-jê, historicamente falado por povos da região. Ao território ancestral, assim, soma-se a noção de uma língua ancestral que nos permite traçar múltiplos acionamentos de uma territorialidade tuxá que permeia terra (pela autodemarcação), conhecimentos (pelas práticas rituais e pela ciência) e educação escolar (pelo horizonte de fortalecimento étnico e revitalização linguística que o projeto do Dzubukuá assume atualmente).pt_BR
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESpt_BR
dc.identifier.citationDURAZZO, Leandro Marques. Cosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé. 2019. 383f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28628
dc.languagept_BRpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIALpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectTerritorialidadept_BR
dc.subjectPolítica indígenapt_BR
dc.subjectRitualpt_BR
dc.subjectConhecimentopt_BR
dc.subjectEducaçãopt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIApt_BR
dc.titleCosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabépt_BR
dc.typedoctoralThesispt_BR

Arquivos

Pacote Original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
CosmopoliticasTuxaconhecimentos_Durazzo_2019.pdf
Tamanho:
12.46 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Carregando...
Imagem de Miniatura
Baixar