"Sempre os outros ditaram o que eu sou, eu sempre estive refém": implicações da ofensiva conservadora para a saúde mental da população LGBTI+ no Brasil

dc.contributor.advisorSantos, Silvana Mara de Morais dos
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/2706150547032239pt_BR
dc.contributor.authorSilva, Jardson
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/0000-0002-2565-1526pt_BR
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/3248863806624530pt_BR
dc.contributor.referees1Silva, Andrea Lima da
dc.contributor.referees2Uchôa, Roberta Salazar
dc.date.accessioned2025-04-07T19:18:06Z
dc.date.available2025-04-07T19:18:06Z
dc.date.issued2025-02-19
dc.description.abstractThe conservative offensive consolidated through the 2016 parliamentary coup in Brazil, the rise of Bolsonaro (PL) to the presidency in 2018, and the construction of Bolsonarism, has impacted the various dimensions of social life. Its repercussions can be identified in the various retractions of rights that the working class has experienced in recent years, as well as through the resurgence of expressions of violence that materialize the processes of exploitation/oppression in different forms, such as through the increase in the genocide of the black population, femicide and hate crimes against the LGBTI+ population. For people who direct their affective-sexual life outside of cisheterosexuality, sociocultural and historical elements, based on the structure of capitalist, racist and cisheteropatriarchal society, deepen the scenario of violence and violation of rights, which, associated with the advancement of the neoliberal-conservative project, accentuate the processes of psychological suffering of these individuals, since there is a reality of prejudice, discrimination, death, fear, dehumanization and oppression. In this sense, we aim with this dissertation to analyze the implications of the conservative offensive and the reproduction of violence, in the context of Brazilian capitalist, racist and cisheteropatriarchal society, for the mental health of the LGBTI+ population. As specific objectives, we seek to understand the process of conservative offensive orchestrated by the rise of Bolsonarism in Brazil and its consequences for the LGBTI+ population; to identify the expressions of violence against LGBTI+ people, the main violating agents and their relationship with the processes of psychological suffering; to investigate the relationship between the living and existence conditions of the LGBTI+ population and the production of psychological suffering; and to analyze the impacts of LGBTIphobic violence on the mental health of these individuals. To this end, anchored in historical-dialectical materialism, we present a quantitative-qualitative study, in which we resorted to bibliographic and documentary research and semi-structured interviews, which were conducted with users of the Municipal LGBT Citizenship Center of Natal/RN. Regarding the documentary analysis, we used data from the Reports on Violent Deaths of LGBTI+ and the Dossier on Deaths and Violence against LGBTI+, produced, respectively, by the Gay Group of Bahia and the Observatory of Deaths and Violence against LGBTI+ in Brazil, with the time frame from 2018 to 2023. In view of this, we learned that the conservative offensive, by propagating hate speech, violence and revitalizing a political agenda of setbacks, delegitimizes sexual and gender diversity, aspects that, based on the material bases of this sociability, impact not only the reproduction of LGBTIphobic violence, but also the subjectivity of these individuals, since these are dimensions that are conditioned by the objective conditions that shape social relations. It is noted, therefore, that this scenario produces suffering forged in the constant violations of rights, requiring that the fight for mental health be not dissociated from the horizon of overcoming this sociability.pt_BR
dc.description.resumoA ofensiva conservadora consolidada mediante o golpe parlamentar de 2016 no Brasil, a ascensão à presidência de Bolsonaro (PL) em 2018, e a construção do bolsonarismo, tem impactado as diversas dimensões da vida social. Suas repercussões podem ser identificadas nas variadas retrações de direitos que o conjunto da classe trabalhadora tem vivenciado nos últimos anos, assim como por meio do recrudescimento das expressões da violência que materializam os processos de exploração/opressão de diferentes formas, como mediante o aumento do genocídio da população negra, do feminicídio e dos crimes de ódio contra a população LGBTI+. Para as pessoas que orientam suas vidas afetivo-sexuais fora da cisheterossexualidade, elementos socioculturais e históricos, fundados na estrutura da sociedade capitalista, racista e cisheteropatriarcal, aprofundam o cenário de violência e de violação de direitos, que, associados ao avanço do projeto neoliberal-conservador, acentuam os processos de sofrimento psíquico desses indivíduos, posto que se tem uma realidade de preconceito, discriminação, morte, medo, desumanização e opressão. Nesta direção, objetivamos com esta dissertação analisar as implicações da ofensiva conservadora e da reprodução da violência, no contexto da sociedade capitalista, racista e cisheteropatriarcal brasileira, para a saúde mental da população LGBTI+. Como objetivos específicos, buscamos apreender o processo de ofensiva conservadora orquestrado com a ascensão do bolsonarismo no Brasil e suas consequências para a população LGBTI+; identificar as expressões da violência contra as pessoas LGBTI+, os principais agentes violadores e sua relação com os processos de sofrimento psíquico; investigar a relação entre as condições de vida e existência da população LGBTI+ e a produção do sofrimento psíquico; e, analisar os impactos da violência LGBTIfóbica na saúde mental desses indivíduos. Para tanto, ancorado no materialismo histórico-dialético, apresentamos um estudo do tipo quanti-qualitativo, em que recorremos às pesquisas bibliográfica e documental e à entrevista semi-estruturada, a qual foi realizada com usuários/as do Centro Municipal de Cidadania LGBT de Natal/RN. No que se refere à análise documental, utilizamos os dados dos Relatórios de Mortes Violentas de LGBTI+ e do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+, produzidos, respectivamente, pelo Grupo Gay da Bahia e pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, tendo como recorte temporal o período de 2018 a 2023. Diante disso, apreendemos que a ofensiva conservadora, ao propagar discursos de ódio, violência e revitalizar uma agenda política de retrocessos, deslegitima a diversidade sexual e de gênero, aspectos que, calcados nas bases materiais desta sociabilidade, impactam não apenas na reprodução da violência LGBTIfóbica, mas também na subjetividade desses indivíduos, posto que são dimensões que estão condicionadas às condições objetivas que conformam as relações sociais. Nota-se, portanto, que esse cenário produz um sofrimento forjado nas constantes violações de direitos, requisitando que a luta por saúde mental não esteja dissociada do horizonte de superação desta sociabilidade.pt_BR
dc.identifier.citationSILVA, Jardson. "Sempre os outros ditaram o que eu sou, eu sempre estive refém": implicações da ofensiva conservadora para a saúde mental da população LGBTI+ no Brasil. Orientadora: Dra. Silvana Mara de Morais dos Santos. 2025. 152f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2025.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/63390
dc.languagept_BRpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Nortept_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectServiço Socialpt_BR
dc.subjectConservadorismopt_BR
dc.subjectViolênciapt_BR
dc.subjectPopulação LGBTI+pt_BR
dc.subjectSofrimento psíquicopt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIALpt_BR
dc.title"Sempre os outros ditaram o que eu sou, eu sempre estive refém": implicações da ofensiva conservadora para a saúde mental da população LGBTI+ no Brasilpt_BR
dc.typemasterThesispt_BR

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