Degradação da saúde mental da classe trabalhadora em tempos de acirramento da contrarreforma burguesa: vazios assistenciais e crise sanitária no contexto da pandemia de Covid-19

dc.contributor.advisorCosta, Maria Dalva Horácio da
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/1927931527903510pt_BR
dc.contributor.authorCampos, Maiara Reis
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/0445815415926116pt_BR
dc.contributor.referees1Oliveira, Carla Montefusco de
dc.contributor.referees1Latteshttp://lattes.cnpq.br/8840103320001811pt_BR
dc.contributor.referees2Guerra, Eliana Costa
dc.contributor.referees3Cavalcante, Elisângela Franco de Oliveira
dc.contributor.referees4Silva, Alessandra Ximenes da
dc.contributor.referees5Batista, Maxmiria Holanda
dc.date.accessioned2024-04-23T00:15:23Z
dc.date.available2024-04-23T00:15:23Z
dc.date.issued2023-12-13
dc.description.abstractThis study addresses the issue of mental suffering among the working class within the context of a capitalist society and its contemporary expressions, which intensified during the COVID-19 pandemic. The study aimed to analyze the mental health deterioration of male and female workers as an expression of a contemporary social issue and the possible solutions to face it, using the reality of the state of Ceará as reference. We hypothesis that workers’ mental health deterioration represents a contemporary social problem and that there is a lack of support that violates the right to universal, full and timely access, jeopardizing the users’ health, a phenomenon that requires comprehensive understanding and assessment. For that reason, this paper adopts a social determination of health perspective based on critical social theory. Methodologically, we analyzed the exacerbation processes of exploitation and alienation, which are more complex and vicious in the new management methods of the post-Fordist industry, making the working class more susceptible to mental health issues amid evolving work dynamics in the flexible era. Thus, the study identifies the aggravation within the labor counter reform context combined with the nefarious effects of the pandemic, which leads to the exacerbation of work corrosion with even more harmful effects to the life quality of the working class, directly affecting the increase in mental health conditions related to work and the lack thereof. Our hypothesis is that the pandemic has enabled new precariousness and weakening strategies for work relationships, exacerbated by a general context of structural unemployment as an expression of the capital accumulation crisis. Thus, the pandemic has been viciously exploited by the capital as an opportunity to accelerate its offensive, justifying and deepening unemployment, insecurity, precariousness and flexibility, while framing exposure to risk as a solution to an economic crisis reduced to a health crisis. In order to meet the proposed objectives, we combined documentary and empirical research of a quantitative-qualitative nature, focusing on the Health Department of the State of Ceará. Documentary research and a focus group with the CEREST/CE technical team were conducted. Quantitative research was also part of the methodological procedures given the need to analyze epidemiological and statistical data that characterize the current scenario of the world of work in order to unravel the interconnections of the mental health and work dichotomy. We conclude that, in face of the impossibility of overcoming the mental health deterioration of the working class within the capitalist order, precisely due to the fact that it characterizes the contemporary expression of the social issue permeated by the inherent contradiction between capital and work, the protection of work results in the correlation of social fight and forces, requiring strong governmental intervention in order to guarantee the implementation of public policies capable of responding to this public health and social demand, especially in the aim of overcoming the challenge of the insipient assistance work and underreporting. We found that the setbacks in workers’ physical and mental health under the Bolsonaro government, especially during the pandemic, hindered initiatives by state and municipal governments to implement the National Worker Health Policy, as per Ordinance 1.823/2012. Despite this challenging context, we identified that Ceará has made strides in formalizing public policies for workers with mental health disorders related to work, albeit in an embryonic stage, indicating recognition of this social issue but not yet constituting state policy.pt_BR
dc.description.resumoEste estudo aborda a questão das determinações do sofrimento mental da classe trabalhadora no contexto da sociedade capitalista e suas expressões contemporâneas que se exacerbaram durante a pandemia de covid-19. A pesquisa em tela teve como objetivo central analisar o adoecimento mental do trabalhador e da trabalhadora enquanto expressão da questão social contemporânea e as possíveis respostas para seu enfrentamento, tomando como referência a realidade do Estado do Ceará. Partimos da hipótese de que o adoecimento mental dos trabalhadores se configura como expressão da questão social contemporânea e de que há um vazio assistencial que desrespeita o direito ao acesso universal, integral e em tempo adequado, colocando em risco a saúde dos(das) usuários(as), fenômeno que requer ser devidamente apreendido e dimensionado em sua totalidade, o que exige uma abordagem na perspectiva da determinação social da saúde, fundamentado na da teoria social critica. Nessa direção social, metodologicamente, analisamos como se expressam os processos de exacerbação da exploração e alienação, os quais são mais complexos e perversos nas novas formas de gerenciamento da indústria pós-fordista que torna a classe trabalhadora cada vez mais vulnerável ao adoecimento mental no curso das mutações no mundo do trabalho acentuadas na era flexível. Nesses termos, constata-se o agravamento no contexto de contrarreforma trabalhista, somados aos efeitos nefastos da pandemia, é nítido a agudização da corrosão do trabalho com impactos ainda mais danosos nas condições de vida da classe trabalhadora, incidindo diretamente no aumento do adoecimento mental no trabalho e na falta deste. A nossa hipótese é de que a pandemia alargou as possibilidades de novas estratégias de precarização e fragilização dos vínculos de trabalho, potencializadas por um quadro geral de desemprego estrutural enquanto expressão da crise de acumulação do capital. Assim, a pandemia foi perversamente utilizada pelo capital como oportunidade para acelerar sua ofensiva, justificando e aprofundando o desemprego, a insegurança, a precarização e a flexibilização, bem como exigindo a exposição ao risco como saída para crise econômica reduzida à crise sanitária. Para atender aos objetivos propostos, combinamos pesquisa documental e empírica de natureza quanti-qualitativa a qual teve como campo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Foi realizada pesquisa documental, e a realização de grupo focal junto à equipe técnica do CEREST/CE. A pesquisa quantitativa também fez parte dos procedimentos metodológicos dada a necessidade de analisar dados epidemiológicos e estatísticos que caracterizam o atual cenário do mundo do trabalho para desvendar as interconexões do binômio adoecimento mental x trabalho. Conclui-se que, ante a impossibilidade de superar o adoecimento mental da classe trabalhadora, na ordem do capital, exatamente pelo fato de se configurar como expressão contemporânea da questão social, permeada pela inerente contradição entre capital e trabalho, a proteção ao trabalho resulta da correlação de forças e das lutas sociais, exigindo forte intervenção do Estado para garantir a implementação de políticas sociais capazes de responder esta demanda social e de saúde pública, sobretudo objetivando superar o desafio da subnotificação e da rede assistencial incipiente. Constatamos que os retrocessos no campo da saúde do trabalhador, bem como da saúde mental que assolou o país no governo Bolsonaro, sobretudo no contexto da Pandemia, dificultaram decisivamente as iniciativas dos governos estaduais e municipais que tentaram implementar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora nos termos da Portaria 1.823/2012. Embora inserido neste contexto desafiador, identificamos que o Ceará vem se destacando na formalização de políticas públicas direcionadas ao cuidado do trabalhador com demanda de transtorno mental relacionado ao trabalho, mesmo de forma embrionária, o que demonstra que esta expressão da questão social é reconhecida, mas ainda não se constitui política de Estado.pt_BR
dc.identifier.citationCAMPOS, Maiara Reis. Degradação da saúde mental da classe trabalhadora em tempos de acirramento da contrarreforma burguesa: vazios assistenciais e crise sanitária no contexto da pandemia de Covid-19. Orientadora: Dra. Maria Dalva Horácio da Costa. 2023. 282f. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58224
dc.languagept_BRpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Nortept_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFRNpt_BR
dc.publisher.programPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIALpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectSaúde mental do trabalhador e da trabalhadorapt_BR
dc.subjectTrabalhopt_BR
dc.subjectQuestão socialpt_BR
dc.subjectDeterminação social da saúdept_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIALpt_BR
dc.titleDegradação da saúde mental da classe trabalhadora em tempos de acirramento da contrarreforma burguesa: vazios assistenciais e crise sanitária no contexto da pandemia de Covid-19pt_BR
dc.typedoctoralThesispt_BR

Arquivos

Pacote Original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
Degradacaosaudemental_Campos_2023.pdf
Tamanho:
2.56 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Nenhuma Miniatura disponível
Baixar