PPGNUT - Mestrado em Nutrição
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Dissertação Caracterização e avaliação das propriedades físico-químicas e bioativas de óleos de semente e de folhas de Moringa oleifera(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-28) Viana, Emanuela de Lima; Assis, Cristiane Fernandes de; https://orcid.org/0000-0001-7595-5395; http://lattes.cnpq.br/0034694007210837; http://lattes.cnpq.br/8904617267391234; Pedrini, Márcia Regina da Silva; Pagnoncelli, Maria Giovana BinderA Moringa oleifera é uma planta amplamente reconhecida por suas propriedades bioativas e pela possibilidade de extração de óleos vegetais de suas sementes e folhas, os quais possuem potencial aplicação nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica. No entanto, suas características físico-químicas, propriedades bioativas e citotoxicidade são pouco estudadas. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar as características físico-químicas e propriedades bioativas dos óleos da semente e da folha da Moringa oleifera. Foram realizadas análises por Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (¹H RMN), Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), e Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM), além de caracterizações térmicas (TG/DTA) e físico-químicas das amostras. A citotoxicidade dos óleos foi avaliada in vitro utilizando células do ovário de hamster chinês (CHO) e células de hepatocarcinoma humano (HepG2), por meio do ensaio com brometo de 3-(4,5- dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT). Foram usadas diferentes frações dos óleos da semente e folha para determinar os compostos fenólicos totais (CFT) e atividades bioativas. A concentração de Compostos Fenólicos Totais (CFT) foi avaliada pelo método Folin-Ciocalteau. A atividade antioxidante foi determinada pela captura dos radicais DPPH (2,2-difenil-1 picril-hidrazil), ABTS (2,2-azinobis 3- etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) e Atividade Antioxidante Total (CAT). A atividade antifúngica e antibacteriana foi testada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), Concentração Fúngica Mínima (CFM) e Concentração bactericida mínima (CBM). A inibição de enzimas do metabolismo da glicose in vitro foram determinadas para α-amilase, α-glicosidase e amiloglicosidase. Os óleos apresentaram altos níveis de ácidos graxos insaturados (70,9% na semente e 70,6% na folha), com predominância de ácido linoleico. Ambos não apresentaram citotoxicidade, com viabilidade celular superior a 70%. A fração metanólica do óleo da folha apresentou o maior teor de compostos fenólicos totais (173,18 µg EAG·g⁻¹) e superior capacidade antioxidante em comparação às demais frações, nos três ensaios aplicados. De acordo com a metodologia utilizada não houve inibição para as bactérias Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis e Salmonella typhimurium, mas ambos os óleos mostraram atividade antifúngica contra Candida albicans com valores de concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM) de 10 mg/mL. Por fim, as frações metanólicas, integrais e o precipitado insolúvel dos óleos apresentaram atividade de inibição de enzimas in vitro, com destaque para a fração integral. Essa fração demonstrou os maiores percentuais de inibição, atingindo 97,94 % para α-glicosidase e 95,32 % para amiloglucosidase no óleo da semente. Já para o óleo da folha, os valores observados foram 94,79 e 85,96 %, respectivamente. Portanto, os resultados obtidos mostram o potencial de ambos os óleos para aplicações na indústria de alimentos, cosméticos e farmacêutica.Dissertação Avaliação do cumprimento de requisitos sanitários, físico-químicos e de bem-estar animal em frigoríficos de origem de carnes e produtos cárneos fornecidos a Institutos Federais de Educação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-26) Lima, Cleantho Guilherme Galvão de; Seabra, Larissa Mont'Alverne Jucá; Bezerra, Ingrid Wilza Leal; http://lattes.cnpq.br/0148928535788097; https://orcid.org/0000-0002-1878-4283; http://lattes.cnpq.br/1066492425111929; https://orcid.org/0000-0003-1364-3470; http://lattes.cnpq.br/3125064060535239; Rolim, Priscilla Moura; Gomes, Sávio MarcelinoGarantir padrões sustentáveis de consumo e produção é uma meta mundial dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a promoção de compras públicas sustentáveis. No Brasil, a aquisição de alimentos por instituições públicas representa uma parcela significativa das compras governamentais, sendo essencial avaliar os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos que estas compras podem acarretar. Assim, conhecer a origem e o processo produtivo dos alimentos adquiridos por instituições públicas é fundamental para a promoção do consumo e produção responsáveis. O presente estudo tem como objetivo conhecer a origem das Carnes e Produtos Cárneos (CPC) adquiridos por Institutos Federais de Educação do Rio Grande do Norte (IFRN) e avaliar o cumprimento de requisitos higiênico-sanitários, físico-químicos e de bem-estar animal de frigoríficos fornecedores de CPC aos IFRN. Para isso foi realizado um estudo de caso, documental, utilizando dados de compras de CPC realizadas pelos IFRN por processo licitatório durante os anos de 2019 a 2022. As infrações cometidas pelos frigoríficos de origem das CPC fornecidas foram identificadas por meio de banco de dados disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foram obtidos dados de 9 atas de licitações, totalizando 11 tipos diferentes de CPC provenientes de 19 frigoríficos, sendo 11 de grande porte e 8 de médio porte. Não foi observada presença de frigoríficos de pequeno porte nos processos licitatórios avaliados. Dentre as CPC fornecidas, a carne de ave in natura foi a que apresentou maior volume em compras, com aproximadamente 26 toneladas, seguido por peixe enlatado e carne bovina in natura, com 18,6 e 13,3 toneladas respectivamente. Foram identificadas 577 infrações cometidas pelos frigoríficos de origem no período avaliado, sendo 62% de infrações higiênico-sanitárias, 8% físico-químicas e 30% infrações de bem-estar animal. Os dados obtidos no presente estudo mostram que 58% dos frigoríficos de onde se originaram as CPC adquiridas pelos IFRN no período avaliado, apresentaram algum tipo de infração. Conclui-se que as CPC fornecidas aos institutos federais são provenientes principalmente de frigoríficos de grande porte e que as principais infrações cometidas pelos frigoríficos foram infrações higiênico-sanitárias. Porém observou-se também percentual considerável de infrações referentes ao bem-estar animal. Fomentar compras públicas mais justas requer compromisso dos gestores envolvidos, no sentido da determinação de critérios nos editais de licitação que possibilitem maior diversificação de fornecedores e que impossibilitem a participação de empresas que descumpram não apenas requisitos sanitários, mas também requisitos de bem-estar animal.Dissertação Avaliação e previsões de sobrevivência do PROtocol for Nutritional Risk in Oncology (PRONTO)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-24) Silva, Danna Calina Nogueira e; Fayh, Ana Paula Trussardi; https://orcid.org/0000-0002-9130-9630; http://lattes.cnpq.br/0049770583345803; https://orcid.org/0000-0003-2890-0636; http://lattes.cnpq.br/7954301432227005; Verde, Sara Maria Moreira Lima; Lima, Severina Carla Vieira CunhaO câncer é uma doença complexa caracterizada pelo crescimento irregular de células malignas e representa a segunda principal causa de morte no mundo. Provoca alterações metabólicas que frequentemente resultam em déficits nutricionais, incluindo a desnutrição. Aproximadamente 20% dos pacientes com câncer morrem por desnutrição e complicações associadas, não pela doença propriamente dita. Portanto, a identificação precoce do risco nutricional favorece intervenções mais precoces e assertivas, cujo monitoramento contínuo contribui para a redução de riscos. Este estudo teve como objetivo avaliar desempenho discriminatório e de predição para mortalidade do instrumento PROtocol for Nutritional Risk in Oncology (PRONTO) em pacientes ambulatoriais e hospitalizados com câncer. O estudo é uma análise secundária de uma coorte com coleta de dados prospectiva, que avaliou pacientes com câncer em ambiente hospitalar no Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL, de ambos os sexos, com idade superior a 20 anos. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos (peso e altura, para o cálculo do índice de massa corporal - IMC). A avaliação do risco nutricional foi realizada por meio da versão reduzida da Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP), aplicada até 48 horas após a internação, enquanto o PRONTO foi avaliado com dados retrospectivos. Pacientes foram acompanhados para avaliar os desfechos de mortalidade em 6 e 12 meses. Para verificar o desempenho discriminatório do PRONTO para a avaliação de risco nutricional, foram calculadas métricas de acurácia e conduzida análise de regressão de Cox para verificar associação entre os desfechos de mortalidade e a presença de risco nutricional a fim de testar a sua previsão de sobrevivência. Foram avaliados 390 pacientes, sendo idosos (45,6%), do sexo feminino (53,6%), com tumores sólidos (89%) e estágio avançado da doença (42,3%). Quase metade da amostra foi submetida somente ao tratamento com quimioterapia (39,5%). A frequência do risco nutricional foi maior por meio do instrumento PRONTO quando comparado à ASG-PPP (84,4% vs 76,4%, respectivamente). A classificação do risco nutricional de acordo com PRONTO demonstrou acurácia moderada em identificar pacientes em risco nutricional (AUC 0,76, IC 95% 0,68 - 0,79), elevada sensibilidade (95,3%) e valor preditivo positivo (86,3%) obtidos, baixa especificidade (51,1%) e baixo valor preditivo negativo (77,7%). O status de risco identificado pelo PRONTO foi um preditor independente e satisfatório de mortalidade em 6 e 12 meses (HR ajustado 2,96; IC 95% 1,05 a 8,32; HR ajustado 2,88; IC 95% 1,20 a 6,63). O estudo apresenta uma avaliação inicial da aplicabilidade do protocolo PRONTO evidenciando seu potencial como instrumento para identificação rápida de risco nutricional e prognóstico em pacientes com câncer. Em cenários clínicos onde o rastreamento nutricional formal não está disponível, o PRONTO pode representar uma abordagem eficiente e de fácil implementação, facilitando a identificação precoce de pacientes em risco e possibilitando intervenções nutricionais oportunas na prática clínica.Dissertação Efeitos da suplementação de probióticos nos parâmetros antropométricos de pacientes com Diabetes Mellitus 2: uma revisão sistemática e meta-análise(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-28) Ribeiro, Dálete Assíria de Souza; Rezende, Adriana Augusto de; https://orcid.org/0000-0003-2452-4047; http://lattes.cnpq.br/4245215108740331; http://lattes.cnpq.br/5780709971055210; Piuvezam, Grasiela; Generoso, Simone de VasconcelosEstudos indicam que a Microbiota Intestinal (MI) pode influenciar o metabolismo da glicose e o controle do peso em pacientes com DM2, despertando interesse na suplementação com probióticos. Este estudo teve como objetivo revisar sistematicamente as evidências científicas sobre os efeitos da suplementação com probióticos nos parâmetros antropométricos de pacientes com DM2. A revisão foi conduzida seguindo as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) e registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42023480243. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, selecionados por meio de uma busca sistemática nas bases PubMed, ScienceDirect, SCOPUS e Google Acadêmico. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por meio da ferramenta Revised Cochrane Risk of Bias Tool for Randomized Trials (RoB 2). A análise dos dados mostrou que a suplementação com probióticos por mais de oito semanas reduziu significativamente o perímetro da cintura (PC) em comparação ao placebo. Essa redução foi acompanhada por diminuição da Hb1c e diferença estatística na GJ, associada à queda no IMC. A forma de veiculação também influenciou nos resultados: sachês foram mais eficazes na redução do IMC e do peso corporal, enquanto cápsulas mostraram melhor efeito na redução do PC. Apesar da análise das espécies Lactobacillus e Bifidobacterium, não houve associação estatística com mudanças antropométricas. Os dados foram sintetizados por metanálise com modelo de efeitos fixos em casos de baixa heterogeneidade (I² < 25%) e avaliou-se o viés de publicação por meio de gráfico de funil. Conclui-se que a suplementação com probióticos apresenta potencial como estratégia adjuvante no manejo clínico do DM2, contribuindo para redução do PC e melhora do controle glicêmico. Os efeitos variam de acordo com a forma de veiculação, reforçando a necessidade de protocolos padronizados para otimizar os benefícios dessa intervenção.Dissertação Efeito da alimentação proteica e do inibidor de tripsina isolado das sementes de tamarindo nos transtornos de comportamento em peixes-zebra com obesidade(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-25) Silva, Ana Karoliny Xavier de Gois; Morais, Ana Heloneida de Araújo; Luchiari, Ana Carolina; https://orcid.org/0000-0002-6460-911X; http://lattes.cnpq.br/1233944493334651; http://lattes.cnpq.br/7472370372731164; Moreira, Ana Luisa Pires; Machado, Richele Janaina AraújoO consumo excessivo de alimentos, aliado ao sedentarismo e transtornos de comportamento, são fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade, uma condição crônica, inflamatória e multifatorial. Seu tratamento inclui mudança de estilo de vida, abrangendo alimentação, atividade física e uso de medicamentos, compostos bioativos e fitoterápicos. O inibidor de tripsina isolado de sementes de tamarindo (ITT) é conhecido por suas propriedades sacietogênicas e antiinflamatórias, e vem se mostrando como um candidato para ser avaliado no tratamento da obesidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da hiperalimentação e do ITT na ocorrência de transtornos de comportamento em peixe-zebra com obesidade. Dessa forma, inicialmente foi reproduzido o isolamento do ITT e a sua caracterização quanto à massa molecular e à atividade antitríptica. Em seguida, foi avaliado o efeito da alimentação com Artemia sp., ofertada em quantidades diferentes na presença e na ausência de ITT, no desencadeamento do comportamento semelhante à ansiedade (teste do tanque novo), do comportamento social (teste de preferência por cardume) e do estresse agudo (teste de exposição à substância de alarme coespecífica) em peixeszebra com obesidade. Os peixes-zebra (N=60) com obesidade hiperalimentados (OH) (Artemia sp.:120 mg de peso úmido/peixe/dia) e eutróficos normoalimentados (EN) (Artemia sp.:75 mg de peso úmido/peixe/dia) foram comparados quanto aos aspectos de transtorno de comportamento. E ainda, durante os 10 dias de experimento, os peixes com obesidade foram tratados com ITT (25 mg/L) (OH+ITT, n=15), mantendo-se hiperalimentados, e com ITT (25 mg/L), sendo normoalimentados (ON+ITT, n=15). No 11º dia do experimento, foram realizadas as avaliações e todos os comportamentos foram registrados por Webcam HD da Logitech, e os vídeos foram analisados, utilizando o software ANY-maze. Observou-se diferenças significativas no teste do tipo ansiedade, no parâmetro velocidade média em movimento entre os peixes dos grupos OH e OH+ITT (p=0,01), bem como entre os animais ON e OH+ITT (p=0,01), além de diferenças, no parâmetro de tempo no topo, entre os peixes dos grupos EN e OH+ITT (p= 0,03). No teste de estresse agudo gerado por substância de alarme, observou-se diferença significativa, no parâmetro tempo imóvel, entre os peixes dos grupos EN e OH+ITT (p=0,01). No teste de sociabilidade, a diferença foi entre os animais do grupo EN e ON+ITT (p=0,01), no parâmetro de velocidade média. Conclui-se que não foram observadas alterações suficientes que apontassem o desencadeamento do comportamento de ansiedade, sociabilidade e estresse agudo, influenciadas pela hiperalimentação com Artemia sp. ou pelo ITT em peixes-zebra com obesidade, uma vez que as diferenças significativas foram isoladas, ocorrendo em um ou outro parâmetro, dentro de cada teste realizado. Por isso, nas condições testadas, o ITT se apresentou como um forte candidato ao tratamento da obesidade, pois não foram observadas alterações de comportamento, como alguns medicamentos citados para o tratamento da obesidade.Dissertação Inibidor de tripsina isolado de sementes de tamarindo como potencial agente terapêutico sobre a lipase pancreática e obesidade: um estudo in vitro e in vivo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-26) Sousa, Aline Lopes Marques de; Morais, Ana Heloneida de Araújo; Galeno, Denise Morais Lopes; https://orcid.org/0000-0002-6460-911X; http://lattes.cnpq.br/1233944493334651; https://orcid.org/0009-0005-5070-6356; http://lattes.cnpq.br/2430905330856628; Moreira, Ana Luisa Pires; Lima, Mayara Santa RosaInibidor de tripsina isolado de sementes de tamarindo como potencial agente terapêutico sobre a lipase pancreática e obesidade: um estudo in vitro e in vivo. A obesidade é uma doença multifatorial que apresenta inúmeros alvos para intervenção terapêutica. Nesse contexto, diversos peptídeos e proteínas têm sido objeto de pesquisa devido à sua capacidade de influenciar a regulação do peso corporal. Sendo assim, este estudo objetivou investigar o efeito do inibidor de tripsina isolado de sementes de tamarindo (ITT) sobre a atividade da lipase in vitro, e in vivo em modelo animal de peixe-zebra (Danio rerio). Para isso, inicialmente, foi obtido o ITT por meio de cromatografia de afinidade com tripsina-Sepharose 4B. Em seguida, foi caracterizado quanto à sua atividade antitríptica, quantificação proteica e massa molecular. Posteriormente, realizou-se o teste de inibição in vitro contra a lipase pancreática suína e foi determinada a concentração inibitória média (IC50) e a constante de inibição (Ki) do ITT contra a lipase. O estudo pré-clínico foi realizado em peixes-zebra com obesidade induzida por dieta. Os peixes foram divididos em cinco grupos, sendo eles: animais eutróficos e normoalimentados, sem tratamento; animais com obesidade e hiperalimentados, sem tratamento; animais com obesidade e hiperalimentados, tratados com Orlistate (50mg/kg); animais com obesidade e hiperalimentados, tratados com ITT (25 mg/L); e animais com obesidade e normoalimentados, tratados com ITT (25 mg/L). Após 10 dias de experimento, os grupos foram avaliados quanto à atividade de lipase, peso corporal e perfil lipídico. O ITT (0,06mg/mL) atingiu 83% de inibição da lipase. Além disso, estimou-se a IC50 de 1,59 x 10⁻⁹ mol.L⁻¹ e a Ki de 2,38 x 10⁻⁸ mol.L⁻¹. Dessa forma, foi constatado que se trata de um inibidor reversível não competitivo. No experimento in vivo, os resultados apontaram que Orlistate e o ITT não inibiram a atividade lipásica, nas condições testadas. Entretanto, os animais tratados com ITT hiperalimentados e também os normoalimentados apresentaram uma redução significativa no peso comparados ao grupos controle. E embora não tenha sido observada diferença significativa nas concentrações plasmáticas de colesterol total, VLDL e LDL e triglicerídeos entre os grupos em tratamento com ITT ou Orlistate, as concentrações plasmáticas de HDL foram significativamente maiores nos grupos tratados com ITT, comparado a todos os outros grupos testados. Assim, conclui-se que o ITT se mostrou neste estudo como uma estratégia promissora no tratamento da obesidade e na prevenção de dislipidemias e doenças cardiovasculares.Dissertação Associação entre o status de vitamina D e os componentes da síndrome metabólica: estudo Brazuca Natal e estudo Brazuca Natal pós-Covid-19(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-24) Silva, Jhennifer Vitória Gomes; Lima, Severina Carla Vieira Cunha; Arruda, Adélia da Costa Pereira de; https://orcid.org/0000-0001-8268-1986; http://lattes.cnpq.br/8818927353248941; https://orcid.org/0009-0007-8499-2017; http://lattes.cnpq.br/6803117705032319; Steluti, Josiane; Lopes, Márcia Marilia Gomes DantasObesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica (HAS), alteração na glicemia e dislipidemias, caracterizadas pelo aumento dos triglicerídeos (TG) e a redução da lipoproteína de alta densidade (HDL), são critérios que compõem a síndrome metabólica (SM). Dentre os fatores ambientais associados aos componentes dessa síndrome, destaca-se o consumo alimentar de micronutrientes, cuja inadequação pode comprometer processos metabólicos e agravar deficiências nutricionais, incluindo a deficiência de vitamina D. Ademais, pandemia de COVID-19 agravou esse cenário ao impactar negativamente os hábitos alimentares e reduzir a exposição à luz solar, com possíveis efeitos prolongados. Diante disso, este estudo tem como objetivo verificar a associação entre o status de vitamina D e os componentes da SM no Estudo Brazuca Natal e Estudo Brazuca Natal pós-COVID-19. Ambos os estudos possuem delineamento transversal de base populacional. A coleta do Estudo Brazuca Natal ocorreu de junho de 2019 a março de 2020, interrompido pela pandemia da COVID-19. Já o Estudo Brazuca Natal pós-COVID-19 iniciou em março de 2023 e finalizou em março de 2024, envolvendo adultos e idosos de ambos os sexos residentes em Natal/RN. A amostra dos Estudo Brazuca Natal foi composta por 411 participantes e a subamostra por 111 participantes (coleta do material biológico), enquanto a amostra do Estudo Brazuca Natal pós-COVID-19 foi composta por 138 participantes e a subamostra por 107 participantes. Os dados foram coletados em três etapas: Etapa 1: Foi realizada uma entrevista presencial para a coleta dos dados sociodemográficos (idade e sexo), socioeconômicos (renda per capita) e de estilo de vida (exposição a luz solar), realizados por meio de questionário eletrônico (Epicollect5). Foram coletadas medidas antropométricas (peso, altura e circunferencia da cintura (CC)) e aferida a pressão arterial. O consumo alimentar foi coletado a partir do R24h, por meio da versão brasileira do software Globodiet. Etapa 2: Foi realizada a coleta de sangue para análise dos biomarcadores, alguns, relacionados a SM (glicemia, colesterol total, HDL, LDL, triglicerideos, PCR) e ao status de vitamina D. Etapa 3: Foi realizada a reavaliação do consumo alimentar via R24h por ligação telefônica. A análise estatística foi realizada pelo software stata, versão 15, foram considerados significativos os valores de p < 0,05. Inicialmente avaliamos a prevalência de inadequação do consumo alimentar de micronutrientes do Estudo Brazuca Natal, estratificado por faixa etaria e renda, a fim de observar como estava consumo alimentar especificamente da vitamina D na população do estudo, em seguida avaliamos o status da vitamina D associado aos componentes da SM e exposição a luz solar em ambos os estudos. Os resultados indicaram prevalências elevadas de inadequação (>50%) no consumo alimentar de cálcio, vitaminas B6, D e E em adultos e idosos de ambos os sexos, além de magnésio em homens idosos e selênio e Vitamina B1 em mulheres adultas e idosas no Estudo Brazuca Natal. As maiores prevalências de inadequação (>80%) foram observadas para as vitaminas D e E em todos os grupos, com inadequações de vitamina D superiores a 95% independentemente do sexo e faixa etária. Observamos que a prevalência de inadequação variou de acordo com o nível de renda, dependendo do micronutriente específico. Após os resultados revelarem altas prevalencias de inadequação no consumo alimentar de micronutrientes, especificamente da vitamina D, os resultados seguintes revelaram uma associação significativa entre o perfil lipidico (colesterol total, HDL e LDL) e a deficiência da vitamina D no Estudo Brazuca Natal (p<0, 05), entretanto no Estudo Brazuca Natal pós-COVID-19 apenas o colesterol apresentou uma associação estatisticamente significativa com a deficiência de vitamina D. A glicemia de jejum apresentou associação com deficiência de vitamina D apenas no Estudo Brazuca Natal pós-COVID-19 (p<0,05). Enquanto a exposição a luz solar apresentou uma associação marginalmente significativa com a deficiência de vitamina D apenas no estudo Brazuca Natal (p=0,53). Não registramos associação significativa entre os triglicerideos, pressão arterial elevada, circunferencia da cintura e PCR com a deficiência de Vitamina D. Concluimos que a população avaliada apresenta elevadas prevalências de inadequação de micronutrientes, com destaque para a vitamina D, além de associações entre sua deficiência e alterações nos componentes da SM, variando entre os estudos Brazuca Natal e Brazuca Natal pós-COVID-19.Dissertação Elaboração e caracterização de maionese contendo óleo pigmentado com astaxantina oriunda da farinha de resíduo de camarão (Penaeus vannamei)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-18) Morais, Emidia Joyce Fernandes de; Damasceno, Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves; Assis, Cristiane Fernandes de; https://orcid.org/0000-0001-7595-5395; http://lattes.cnpq.br/0034694007210837; https://orcid.org/0000-0001-6884-1023; http://lattes.cnpq.br/0325141188932441; http://lattes.cnpq.br/9173616839484508; Rolim, Priscilla Moura; Queiroz, Jaluza Luana Carvalho deA astaxantina, um pigmento carotenoide, é comumente encontrada em algas, leveduras e camarões. Os resíduos de camarão é uma fonte valiosa desse composto, e a partir da farinha desses resíduos é possível extrair a astaxantina utilizando óleo vegetal com potencial para diversas aplicações em alimentos. Nesse contexto, a maionese surge como uma opção promissora para agregar valor aos resíduos e criar um novo produto sem aditivos químicos. O objetivo deste trabalho foi elaborar e caracterizar uma maionese contendo óleo pigmentado com astaxantina oriunda da farinha de resíduos de camarão (Penaeus vannamei). A extração da astaxantina foi realizada utilizando óleo de soja, resultando em um óleo pigmentado com astaxantina. Para caracterizar o óleo pigmentado, foram feitas análises de quantificação de astaxantina por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, perfil de ácidos graxos por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrômetro de Massas e caracterização físico-química. Quatro formulações de maionese foram produzidas: FMP (controle, 100% óleo de soja), FM1 (25% de óleo pigmentado), FM2 (56% de óleo pigmentado) e FM3 (87% de óleo pigmentado). Foram realizadas análises de quantificação de astaxantina, perfil de ácidos graxos, composição centesimal, vida de prateleira (físico-química e microbiológica) frente ao armazenamento a 4 ± 1°C por um período de 9 dias, e avaliação sensorial. O óleo pigmentado apresentou concentração média de 20,87 ± 1,91 μg/g de astaxantina. O óleo de soja e o óleo pigmentado mostraram predominância de ácidos graxos insaturados, índices de acidez de 0,65 e 1,31 mg KOH/g e índices de peróxido de 0,67 e 0,50 meq/kg. As maioneses apresentaram diferentes concentrações de astaxantina: 1,76 μg/g (FM1); 3,81 μg/g (FM2) e 4,64 μg/g (FM3). Em todas as formulações de maionese houve predominância de ácidos graxos insaturados. As formulações mostraram semelhança na umidade, lipídios, carboidratos e alto teor calórico. Observou-se diferenças significativas entre as formulações, quanto ao índice de acidez, apenas no dia 0. Durante o período de armazenamento, constatou-se que o índice de peróxido foi significativamente maior nas formulações com menor concentração de óleo pigmentado: FMP, FM1 e FM2. Os valores de pH nas quatro formulações de maionese foram significativamente diferentes no dia 0, com uma diminuição significativa até o dia 3. Não foi detectada a presença de Salmonella, coliformes a 45°C e Escherichia coli durante o armazenamento. As Enterobacteriaceae foram detectadas desde o dia 0, porém dentro dos limites permitidos em todas as formulações. No entanto, as formulações FMP e FM1 excederam esses limites no final do período de armazenamento. Na avaliação sensorial, todas as amostras foram bem aceitas, destacando-se a formulação FM3 com um índice de aceitação de 79,7%. A aceitação de FM3 foi influenciada positivamente pelos parâmetros de textura, cor e cheiro. Além disso, as formulações com maiores teores de óleo pigmentado apresentaram resultados positivos na intenção de compra. Esses resultados indicam que o óleo pigmentado tem potencial para ser utilizado como corante, saborizante e conservante natural na produção de maionese, agregando valor ao produto e atendendo às demandas por ingredientes mais naturais.Dissertação Impacto do aleitamento materno no crescimento de crianças com microcefalia associada à sindrome congênita pelo vírus zika: uma coorte do nascimento aos 60 meses(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-24) Silva, Deysiane Santiago da; Lopes, Márcia Marilia Gomes Dantas; https://orcid.org/0000-0002-0011-576X; http://lattes.cnpq.br/0512077912732473; https://orcid.org/0000-0002-2251-5967; http://lattes.cnpq.br/5658288179573297; http://lattes.cnpq.br/0266282300794269; Lais, Lucia Leite; Barreto, Anna Christina do Nascimento GranjeiroA Síndrome Congênita pelo Vírus Zika (SCZ) engloba uma série de malformações nas crianças expostas ao vírus na fase intrauterina, a exemplo da microcefalia, que afeta o desenvolvimento físico e cognitivo e desencadeia em complicações no processo de alimentação e crescimento. Apesar de recomendado como primeira fonte de nutrição, não se sabe se o aleitamento materno tem efeito protetor no crescimento dessas crianças, diante das intercorrências impostas pela doença. Desta forma, esta pesquisa objetivou analisar a associação entre o aleitamento materno e o crescimento das crianças com microcefalia associada à SCZ. Para tanto, foi realizada uma investigação prospectiva do tipo coorte com crianças com microcefalia pela SCZ residentes no estado do Rio Grande do Norte. Para analisar as práticas de aleitamento foram utilizadas as respostas positivas aos seguintes indicadores: Consumo de colostro nos dois primeiros dias de vida, aleitamento materno exclusivo (AME) nos 6 primeiros meses, aleitamento continuado no segundo ano de vida e aleitamento materno exclusivo de longa duração (AMELD). O resultado de crescimento foi avaliado pelos escores z dos índices peso/idade, estatura/idade e peso/estatura, e pela presença falha de crescimento entre o nascimento e os 6 meses e entre os 6 e 24 meses. As associações foram exploradas por meio de equações de regressão logística ajustadas por covariáveis. Das 73 crianças acompanhadas, a média de peso ao nascer foi de 2621,8 g (± 573,4), mediana de 45,8 cm (43,9-47,3) de comprimento, e mediana de AME de 3 meses (1- 6). Mais da metade das crianças receberam AMELD, e 21,9% foram amamentadas durante o segundo ano de vida. De forma geral, as crianças apresentaram um padrão de crescimento abaixo do esperado para a idade e sexo (escore z < -2), com aumento progressivo das inadequações ao longo do tempo. Aquelas que estiveram em AMELD apresentaram maiores valores de escores z de peso/idade ao longo do tempo, e esse indicador de aleitamento reduziu a chance do desenvolvimento de baixo peso e baixo comprimento, simultaneamente, aos 24 meses (RR = 0,163; IC 95% = 0,03-0,996; p=0,049). Quando amamentadas até o segundo ano de vida apresentaram menor chance de falha de crescimento entre 6 e 24 meses (RR = 0,034; IC 95% = 0,0-0,52; p=0,015). Desse modo, o incentivo ao AME por pelo menos 3 meses e continuado até no segundo ano de vida pode reduzir significativamente a chance de desvios de crescimento em crianças com microcefalia pela SCZ.Dissertação Avaliação da toxicidade e do potencial antioxidante de nanopartículas contendo extrato de compostos fenólicos de melão Cantaloupe (Cucumis melo L.) em peixe-zebra (Danio rerio)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-30) Trajano, Aslan Costa; Passos, Thais Souza; Morais, Ana Heloneida de Araújo; https://orcid.org/0000-0002-6460-911X; http://lattes.cnpq.br/1233944493334651; https://orcid.org/0000-0003-2054-1544; http://lattes.cnpq.br/9685790797554876; http://lattes.cnpq.br/9083206608135366; Rosemberg, Denis Broock; Sousa Júnior, Francisco Canindé deOs compostos fenólicos (CF) apresentam efeito antioxidante, contudo são sensíveis às condições ambientais, comprometendo a funcionalidade. A nanoencapsulação visa o aumento da estabilidade e potencialização bioativa desses compostos. A investigação toxicológica de extratos vegetais e novos materiais é crucial, devendo preceder a avaliação das propriedades funcionais para minimizar efeitos nocivos. Este estudo objetivou avaliar a toxicidade e o potencial antioxidante do extrato bruto de compostos fenólicos do melão Cantaloupe (livre - EB e nanoencapsulado - EFPC) em peixes-zebra. A encapsulação foi realizada por nanoprecipitação em anti-solvente (acetona), utilizando proteína do soro do leite concentrada (1 extrato bruto: 4 agente encapsulante p/p) e Tween 80. O rastreio toxicológico agudo foi realizado na fase embrionária e adulta de peixes-zebra expostos por 96h a concentrações (25 – 400 mg/L) do EB e do EFPC. Também foi realizada a avaliação do potencial antioxidante no cérebro dos animais adultos. EB e EFPC apresentaram atividade inibitória de 50% (IC50) do radical ABTS+ em 1,64 (0,14) e 1,10 (0,02) mg/mL, respectivamente, sugerindo a potencialização da atividade antioxidante no EFPC (7 vezes). Para embriões, a concentração letal média (CL50) de EB e EFPC estimada foi de 231,2 (35,9) mg/L e 233,8 (25,4) mg/L, respectivamente. Para peixes adultos, não foi possível estimar a CL50, contudo sinais subletais foram evidenciados em concentrações ≥ 100 mg/L. A avaliação neurocomportamental mostrou que o comportamento semelhante à ansiedade pode ter sido modulado bidirecionalmente, onde as concentrações mais baixa e mais alta podem ser indicativas de um efeito ansiogênico ou mesmo anulam o efeito ansiolítico promovido por concentrações medianas. A avaliação de espécies reativas de oxigênio (EROs) nos cérebros dos animais indicou redução significativa de radicais livres no grupo EFPC comparado ao controle (p < 0,05). Os resultados sugerem aplicação segura do EB e EFPC em concentrações < 100 mg/L, com modulação redox adicional observada para EFPC. O potencial antioxidante de EFPC merece investigação adicional em relação aos mecanismos subjacentes e impactos a longo prazo.Dissertação Composição centesimal de carnes silvestres presentes em sistemas alimentares tradicionais da Amazônia brasileira(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-04) Silva, Thales Daniel Oliveira de Lima e; Maia, Juliana Kelly da Silva; Jacob, Michelle Cristine Medeiros; https://orcid.org/0000-0002-4881-7285; http://lattes.cnpq.br/1788932483645882; https://orcid.org/0000-0002-7970-534X; http://lattes.cnpq.br/9575492220366110; https://orcid.org/0000-0003-1888-7458; http://lattes.cnpq.br/6696226875879968; Rolim, Priscilla Moura; Gomes, Savio MarcelinoA região amazônica, reconhecida por sua rica biodiversidade, abriga populações ribeirinhas que possuem uma relação intrínseca com a floresta, desempenhando um papel crucial no equilíbrio ecológico local. A dieta destes povos tradicionais, baseada em peixes e carnes de caça, é essencial para sua segurança alimentar, fornecendo proteínas e outros nutrientes fundamentais. No entanto, a composição nutricional dessas carnes ainda é pouco estudada, o que limita o desenvolvimento de estratégias e intervenções nutricionais adequadas. Resultando em níveis persistentes de insegurança alimentar e desnutrição na região. A utilização do food matching é uma estratégia para estimar as quantidades de nutrientes em alimentos que a sua composição nutricional é desconhecida. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil nutricional de carnes de mamíferos, aves e répteis de caça consumidos no contexto de um sistema alimentar tradicional na Amazônia brasileira. Foram coletadas 93 amostras, de diferentes espécies, distribuídas em 52 de mamíferos, 19 de aves e 9 de répteis, nas reservas Flona de Tefé, Amanã e Mamirauá, atendidas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Os tecidos musculares das amostras foram analisados de acordo com os métodos oficiais da Associação de Colaboração Analítica Oficial. Os dados faltantes de umidade foram imputados através do aprendizado de máquina para imputar dados faltantes. As diferenças entre as classes foram avaliadas pelo teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de Dunn com ajuste de Bonferroni (P < 0,05). Os resultados indicaram que as aves possuem maiores níveis de cinzas em relação aos répteis (p.adj: 0,0395), enquanto os demais macronutrientes não apresentaram diferenças significativas entre as classes: lipídeos (p = 0,121) e proteínas (p = 0,1106). Os teores médios de proteínas foram de 22,34 (2,52), 23,51 (2,46) e 22,02 (1,86) g/100 g de carne para mamíferos, aves e répteis, respectivamente. Os teores médios de cinzas foram de 1,17 (0,26), 1,26 (0,13) e 1,10 (0,12) g/100 g de carne, enquanto os teores de lipídeos foram de 5,64 (2,71), 5,48 (2,01) e 4,01 (1,66) g/100 g de carne para os mesmos grupos. Ao comparar as carnes de mamíferos, aves e répteis com aquelas tradicionalmente consumidas, observa-se uma similaridade nutricional, destacando as como fontes importantes de nutrientes, especialmente proteínas, para mulheres e crianças. Os dados obtidos fornecem subsídios para novas pesquisas e servirão como base para estratégias que promovam a segurança alimentar e nutricional, contribuindo para o combate à desnutrição materno-infantil em comunidades do bioma amazônico. Além disso, a quantificação inédita da composição centesimal de carnes de caça reforça seu papel como recurso estratégico na promoção da saúde nessas populações.Dissertação Porte do varejista e características da carne comercializada em economias em desenvolvimento: insights a partir do caso do Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-30) Lima, Djackson Garcia de; Jacob, Michelle Cristine Medeiros; Ermgassen, Erasmus Zu; https://orcid.org/0000-0002-4881-7285; http://lattes.cnpq.br/1788932483645882; http://lattes.cnpq.br/4269267584071355; Lima, Severina Carla Vieira Cunha; https://orcid.org/0000-0001-8268-1986; http://lattes.cnpq.br/8818927353248941; Marchioni, Dirce Maria LoboEste estudo investiga como o porte do varejista influencia as características da carne disponível para os consumidores, utilizando o Nordeste brasileiro como um caso de estudo estratégico. Com 80% da produção voltada ao mercado interno, o Brasil possui uma complexa rede de distribuição que reflete os desafios e oportunidades enfrentados em escala global. Além disso, a região Nordeste reflete uma tendência global em economias emergentes, em que o aumento da renda impulsiona o consumo de carne. Analisamos a relação entre o porte do varejista e três aspectos da carne comercializada: distância percorrida do frigorífico fornecedor até o ponto de venda, tipo de processamento e qualidade sanitária. Utilizando uma abordagem de métodos mistos, combinamos dados quantitativos do aplicativo "Do Pasto ao Prato" com entrevistas qualitativas com profissionais do setor em um dos estados da região. As análises estatísticas incluíram Modelos Lineares Generalizados e Regressão Logística Multinomial. Os dados textuais foram transcritos utilizando uma combinação de técnicas de inteligência artificial, como o processamento de linguagem natural, e análise humana. Posteriormente, essas informações foram analisadas por meio de uma técnica de mapeamento de processos, que organizou os dados em fluxogramas de atores e processos. Os resultados indicaram que cerca de 85% da carne vendida na rede varejista é proveniente de outras regiões do Brasil, percorrendo longas distâncias (2386,18, ±731,58 km) até chegar ao mercado local. Varejistas maiores, como hipermercados e supermercados, obtêm carnes de distâncias menores (p = 0,034). No que tange ao tipo de processamento, observou-se uma tendência de varejistas menores, como lojas de conveniência, vendendo mais carnes ultraprocessadas, ainda que o poder explicativo não tenha relevância estatística (pseudo R² = 7,37 e-11). Por fim, quanto à qualidade sanitária, varejistas, independentemente do seu porte (p > 0,05), tiveram avaliação classificada como “Boa”. Esses resultados refletem características típicas das cadeias de suprimento de carne em países emergentes, em que a concentração de frigoríficos de grandes corporações é comum, e em que as redes de varejo, contam com uma presença significativa de lojas de conveniência e pequenos mercados que frequentemente oferecem produtos ultraprocessados. Ao analisar a cadeia de suprimentos de carne em um contexto de demanda crescente, o estudo auxilia na busca por soluções para aprimorar a segurança alimentar, reduzir o impacto ambiental e promover práticas comerciais mais éticas no setor, especialmente em regiões com rápido crescimento econômico e mudanças nos padrões de consumo.Dissertação Variação da composição nutricional nas partes anatômicas e em relação à classe taxonômica de animais silvestres: uma revisão sistemática com uso de imputação de dados com inteligência artificial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-25) Medeiros, Ana Luisa dos Santos; Jacob, Michelle Cristine Medeiros; Maia, Juliana Kelly da Silva; https://orcid.org/0000-0002-7970-534X; http://lattes.cnpq.br/9575492220366110; https://orcid.org/0000-0002-4881-7285; http://lattes.cnpq.br/1788932483645882; http://lattes.cnpq.br/9905007000961262; Damasceno, Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves; Antunes, André PinassiA carne derivada da caça de animais silvestres é fundamental para a segurança alimentar de povos indígenas e comunidades tradicionais. No entanto, ainda são escassas as informações sobre o perfil nutricional desses alimentos. Este estudo desenvolveu uma revisão sistemática para examinar a influência da parte anatômica e da classe taxonômica do animal (mamíferos, aves, répteis) na composição nutricional da carne. Utilizamos o protocolo PRISMA para selecionar artigos das bases de dados da Web of Science, Scopus e Medline/PubMed, aplicando como critérios de elegibilidade: (i) artigos originais, publicados em qualquer idioma, sem restrição de data e que (ii) apresentassem dados de composição de carne de animais silvestres consumidos por populações humanas; excluímos: (i) estudos que apresentassem dados secundários e (ii) não detalhasse a metodologia utilizada. Um questionário de qualidade e uma análise de concordância (Kappa de Fleiss = 1,00) para assegurar a robustez dos estudos incluídos. Empregamos técnicas de inteligência artificial (SMAPE - Erro Médio Absoluto Percentual Simétrico) para estimar valores nutricionais não reportados em 21 artigos, abrangendo 26 espécies de animais e 10 nutrientes (macronutrientes e micronutrientes). Considerando a natureza dos dados, realizamos testes paramétricos ou não paramétricos, adotando um valor-p de 0.05 para determinar a significância estatística dos resultados e, em situações de diferenças significativas, procedemos com testes post hoc. Nossos resultados revelam variações significativas na composição nutricional entre as partes anatômicas e as classes dos animais. As vísceras de répteis, apresentam mais que o dobro do teor de lipídios e o triplo de ferro quando comparadas aos músculos. No caso dos mamíferos, as vísceras contêm cinco vezes mais ômega 6 e selênio, quatro vezes mais ferro e manganês, respectivamente e quase o dobro de zinco em comparação com os músculos. Observamos diferenças entre as classes, destacando-se o teor de lipídios nas aves, superior em mais de 90% aos encontrados nos músculos dos mamíferos e 20% aos dos répteis; o zinco em mamíferos, com valores mais de 100% superiores aos das aves; e o selênio nos répteis, ultrapassando em mais de 400% as aves. Contudo, não identificamos diferença significativa no conteúdo de ferro entre mamíferos e aves, o que pode ser atribuído ao método de abate das aves e não aos aspectos fisiológicos. Concluímos que a carne de caça, no contexto das populações que consomem esse alimento, deve ser tratada como um recurso relevante tanto pela dimensão do acesso, no que diz respeito à segurança alimentar, como pela dimensão da utilização, pela sua qualidade nutricional. Este estudo não apenas preenche uma lacuna de um perfil nutricional abrangente da carne de caça, mas introduz, pela primeira vez no contexto da análise desse recurso, uma metodologia para o tratamento de dados ausentes, oferecendo uma solução analítica para enfrentar a escassez de dados, considerando os dilemas éticos e legais na análise da vida silvestre. As conclusões deste trabalho podem nortear aspectos nutricionais em políticas de segurança alimentar, bem como decisões de manejo da vida silvestre em políticas de conservação, buscando um equilíbrio entre conservação e subsistência.Dissertação Omissão do café da manhã e alterações metabólicas em adolescentes com excesso de peso(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-19) Silva, Hémyllen Taisa Diniz da; Lima, Severina Carla Vieira Cunha; Vale, Diogo; https://orcid.org/0000-0001-8268-1986; http://lattes.cnpq.br/8818927353248941; http://lattes.cnpq.br/5711594297356147; Lyra, Clelia de Oliveira; Gorgulho, BartiraO café da manhã é uma refeição crucial para o desenvolvimento dos adolescentes, pois fornece nutrientes essenciais para o funcionamento do corpo. No entanto, as mudanças típicas dessa fase podem levar à omissão dessa refeição, o que pode resultar em problemas de saúde, como obesidade e dislipidemias. A obesidade, em particular, é uma doença crônica grave e um importante problema de saúde pública, especialmente entre crianças e adolescentes, devido às suas consequências a longo prazo. Desta forma, o objetivo deste estudo é verificar a associação entre a omissão do café da manhã com as alterações metabólicas e fatores sociobiodemográficos em adolescentes com excesso de peso. Este estudo é do tipo transversal realizado com 154 adolescentes com idade entre 10 a 19 anos, de ambos os sexos e diagnosticado com sobrepeso ou obesidade. A coleta de dados foi realizada em três momentos distintos, com intervalo de 30-45 dias entre cada etapa. A 1ª etapa foi realizada a coleta de dados sociodemográficos, econômicos, avaliação clínica e dietética por meio de um questionário semiestruturado e um Recordatório de 24h (R24) seguida da avaliação antropométrica. A 2ª etapa consistiu na coleta de sangue para análise bioquímica e a realização do 1R24h. Na 3ª etapa foram entregues os resultados dos exames bioquímicos e realizada a orientação nutricional de acordo com o grau de excesso de peso e alterações bioquímicas. Para analisar a omissão do café da manhã, os participantes foram divididos em 2 grupos, sendo os adolescentes que realizam café da manhã e aqueles que omitiam essa refeição, realizado o teste de Poisson para verificar associação entres esses grupos. Observamos que dos 154 participantes, 43 adolescentes que omitiram o café da manhã a maioria eram do sexo feminino (31%), com 13 anos ou mais (42,9%) e com renda familiar superior a um salário mínimo (32,9%). Em relação ao consumo do café da manhã sem alimentos ultraprocessados os maiores percentuais foram do sexo feminino (39,4%), com 10 a 12 anos de idade (35,4%), com sobrepeso (43,2%) e colesterol normal (35,5%), mas sem significência estatística. Verificamos uma possível associação dos tipos de café da manhã com IMC-idade (p=0,087) e idade (p=0,062), entretanto sem significância estatística de acordo com as análises de Poisson bivariada e multivariadas (p >0,05). Identificamos um modelo significativo ao testar as variavéis de agrupamentos a partir da Análise de correspondência das variáveis sociodemográficas e metabólicas na população de adolescentes com excesso de peso (p=0,019). As características de cada grupo estratificado na Análise de Correspondência do café da manhã, tinham semelhanças em comum: omissão do café da manhã com tercil 1 de energia e sobrepeso; café da manhã com ultraprocessados associado com segundo tercil de renda; e consumo de café da manhã sem ultraprocessados associado a maior tercil de renda familiar. Conclui-se que os adolescentes que omitiram o café da manhã, a sua maioria eram meninas e que possuíam um melhor poder aquisitivo familiar, sendo a maior frequência também do sexo feminino que consumiam alimentos ultraprocessados ao realizar o café da manhã.Dissertação Evolução dos fatores de risco cardiovascular e aplicação de índices aterogênicos em adultos e idosos de uma coorte brasileira: estudo BRAZUCA/natal- RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-26) Santos, Ikson Rauan dos; Reis, Bruna Zavarize; Vale, Sancha Helena de Lima; https://orcid.org/0000-0001-8726-8699; http://lattes.cnpq.br/0683344477426879; http://lattes.cnpq.br/0489390163869457; Maciel, Bruna Leal Lima; Vieira, Diva Aliete dos SantosAs doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. A estratificação do risco cardiovascular e controle dos fatores de risco modificáveis na população são intervenções cruciais e eficazes para a prevenção e controle dessas enfermidades. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a evolução dos fatores de risco cardiovascular em uma população de adultos e idosos na coorte do estudo BRAZUCA - Natal, bem como a aplicabilidade de diferentes índices na avaliação do risco cardiovascular. Esses dados foram organizados em dois estudos, os quais seguiram desenhos metodológicos distintos, sendo o primeiro uma coorte e o segundo um desenho transversal aninhado à coorte. Em ambos os estudos foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos e bioquímicos. No estudo de coorte foram acompanhados 50 indivíduos e comparou-se a evolução desses dados ao longo de seis anos (2019 a 2024). Para o estudo transversal foram incluídos dados de todos os participantes da segunda etapa da coorte (2023/ 2024), totalizando 107 indivíduos. No estudo de coorte, houve um aumento na frequência de indivíduos classificados como alto risco para DCV (p=0,031) e no Índice de Adiposidade Visceral (VAI) (+2,22, p<0,001). No estudo transversal, o Índice Aterogênico no Plasma (IAP) teve um melhor comportamento na área sob a curva ROC, e correlacionou-se positivamente com colesterol total e triglicerídeos. Desta forma, este trabalho permite concluir que houve aumento significativo do risco cardiovascular entre os anos de 2019 e 2024 na população avaliada e destaca que o acompanhamento do perfil lipídico, parâmetros antropométricos e a utilização do IAP podem ser coadjuvantes na estratificação do risco cardiovascular nessa população.Dissertação Associação do zinco no plasma com perfil de microRNA circulantes em mulheres com excesso de peso e resistência à insulina(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-19) Dias, Danielle Caroline da Silva; Reis, Bruna Zavarize; Duarte, Graziela Biude Silva; https://orcid.org/0000-0001-8726-8699; http://lattes.cnpq.br/0683344477426879; https://orcid.org/0009-0000-1699-9400; http://lattes.cnpq.br/5629027286298086; Evangelista, Karine Cavalcanti Mauricio de Sena; Corrêa, Telma Angelina FaraldoA insulina, um hormônio secretado pelas células β pancreáticas em resposta à disponibilidade de glicose e ácidos graxos circulantes no sangue é crucial para regulação metabólica. A resistência à insulina (RI) é considerada a causa primária para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, e alterações na via de sinalização deste hormônio pode estar associada com a deficiência de zinco, pois este mineral exerce papel essencial no metabolismo da insulina. Os microRNAs (miRs) atuam na regulação de vias de sinalização da insulina, do metabolismo da glicose e na resposta inflamatória. O excesso ou deficiência de nutrientes podem modular a expressão de miRs e influenciar o risco para o desenvolvimento de doenças. No entanto, a associação de miRs relacionados aos mecanismos de RI com o status de zinco no organismo não é clara. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a associação do zinco no plasma com a expressão do miR-191-5p, miR-188-5p, miR-145-5p e miR-143-3p em mulheres com excesso de peso e RI. Este estudo transversal foi realizado em 50 mulheres com idade entre 18 e 60 anos, com sobrepeso ou obesidade, atendidas no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A classificação de RI foi realizada segundo os critérios de Stern. Foram realizadas as avaliações da expressão de miRs circulantes, da concentração de zinco no plasma, do perfil bioquímico, dos parâmetros inflamatórios e antropométricos. Das participantes, 6% apresentaram concentrações de zinco no plasma abaixo do valor de referência (<70µg/dL). Ao categorizar os valores do zinco no plasma pela sua mediana (≤90 µg/dL e >90µg/dL), observou-se diferença significativa na concentração do fibrinogênio (p=0,016). Verificou-se uma correlação inversa significativa entre o zinco no plasma com o miR-145-5p (r=-0,384; p=0,006), miR-143-3p (r=-0,357; p=0,011), miR-191-5p (r= -0,428; p=0,002) e a concentração sérica de fibrinogênio (r=- 0,295; p=0,038). O miR-191-5p (r=-0,374; p=0,007), miR-188-5p (r=-0,326; p=0,029), miR-145-5p (r=-0,342; p=0,015) e o miR-143-3p (r=-0,452; p=0,001) se correlacionaram de maneira significativa inversa com a insulina. O miR-191-5p (r=-0,296; p=0,037) e o miR-143-3p (r=-0,327; p=0,021) apresentaram correlação inversa significativa com o HOMA-IR. Nos parâmetros inflamatórios o miR-145-5p apresentou correlação negativa com a IL-1β (r=-0,380; p=0,006), IL6 (r=-0,400; p=0,004) e IFN-γ (r=-0,328; p=0,020), e o miR-143-3p com a IL-6 (rho=-0,334; p=0,018). No modelo ajustado da regressão logística, a alta expressão do miR-191-5p (OR=0,06; p=0,012) foi inversamente associada à concentração plasmática de zinco. Na análise de enriquecimento funcional realizada com a lista dos genes alvo, seis termos da ontologia gênica foram enriquecidos significativamente. Diante disso, o presente estudo identificou três miRs significativamente expressos nas concentrações de zinco no plasma acima de 90 μg/dL: miR-143-3p, miR-145-5p e miR-191-5p, e todos os miRs avaliados apresentaram correlação inversa com a insulina. Esses dados sugerem que o status de zinco pode influenciar a expressão desses miRs, potencialmente impactando os processos biológicos envolvidos na RI.Dissertação Complementaridade de diferentes ferramentas de triagem de risco nutricional aos critérios GLIM para diagnóstico de desnutrição em pacientes com câncer(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-27) Miranda, Bruna Luisa Gomes de; Fayh, Ana Paula Trussardi; Silva, Flávia Moraes; https://orcid.org/0000-0002-9130-9630; http://lattes.cnpq.br/0049770583345803; https://orcid.org/0000-0002-8219-7235; http://lattes.cnpq.br/9755054763329683; Lima, Severina Carla Vieira Cunha; Gonzalez, Maria CristinaIntrodução: O câncer é a segunda causa de morte mundial e o curso da doença aumenta o risco de desnutrição. Aproximadamente 20% dos pacientes morre por desnutrição e complicações associadas, não pela doença propriamente dita. Portanto, a correta identificação da desnutrição favorece intervenção precoce naqueles que necessitam. Ferramentas de triagem de risco nutricional (TRN) e diagnóstico nutricional se tornam indispensáveis nesse processo. Objetivos: Avaliar a complementaridade de diferentes ferramentas de TRN aos critérios GLIM para diagnóstico de desnutrição em pacientes com câncer. Métodos: O estudo representa uma análise secundária de uma coorte prospectiva, que avaliou pacientes com câncer em ambiente hospitalar. A TRN foi feita por meio das ferramentas Protocol for Nutritional Risk in Oncology (PRONTO), Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP), Nutritional Risk Screening (NRS-2002), Malnutrition Screening Tool (MST), Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) e Nutriscore. A avaliação do estado nutricional foi feita pelo critério proposto pelo GLIM, considerando critérios fenotípicos de perda ponderal, Índice de Massa Corporal reduzido e baixa massa muscular (via circunferência da panturrilha e índice de massa livre de gordura avaliado pela impedância bioelétrica), combinados com critério etiológico de redução da ingestão alimentar e inflamação, considerado presente em todos os pacientes devido ao diagnóstico de câncer. Pacientes foram avaliados até 12 meses após alta hospitalar para avaliar o desfecho de interesse (óbito). Para verificar a complementaridade das ferramentas de TRN aos critérios GLIM para diagnóstico de desnutrição, foram calculadas métricas de acurácia e conduzida análise de regressão de Cox para verificar associação entre mortalidade e presença de risco nutricional combinado com diagnóstico de desnutrição, considerando-se as diferentes ferramentas de TRN. Resultados: Foram avaliados 290 pacientes, sendo a maioria idosos (60,3%), do sexo feminino (53,1%) e com tumores sólidos (89,7%). Do total, 118 (40,7%) indivíduos morreram. A ferramenta PRONTO identificou mais indivíduos (n = 240, 82,8%) em risco nutricional. Entretanto, como as demais, apresentou complementaridade aos critérios GLIM reduzida, levando em conta a especificidade (68,6%) e valor preditivo negativo (48,0%) obtidos. Sobre risco de mortalidade, após ajuste para variáveis de confusão, a presença de desnutrição pelo GLIM, sem aplicação prévia de triagem, foi associada à mortalidade (HR: 5,15; IC95% 1,62 – 16,36; p < 0,001). O risco nutricional também foi preditor de óbito, independente da ferramenta de TRN empregada (HR entre 1,70 e 10,07). Ainda, a presença de risco nutricional e desnutrição, independentemente da ferramenta de TRN empregada, aumentou o risco de morte entre 1,90 e 7,70 vezes. Conclusão: A prevalência de desnutrição de acordo com os critérios GLIM é dependente da ferramenta aplicada para TRN previamente à avaliação da presença dos critérios etiológicos e fenotípicos, e foi mais elevada quando aplicada a ASG-PPP. Nenhuma ferramenta de TRN apresentou valores satisfatórios de especificidade e valor preditivo negativo. Risco nutricional e desnutrição, isolados ou combinados, independente da ferramenta aplicada, foram preditores de óbito em pacientes com câncer. Tais resultados sugerem que, independentemente da ferramenta de TRN empregada e do resultado, o diagnóstico de desnutrição pelos critérios GLIM deve ser realizado em todos os pacientes com câncer.Dissertação Avaliação dos efeitos da obesidade induzida por dieta em peixes-zebra (Danio rerio): um estudo comparativo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-26) Silva, Maria Gabriela Ferreira Rocha; Galeno, Denise Morais Lopes; https://orcid.org/0000-0002-6460-911X; http://lattes.cnpq.br/1233944493334651; Santos, Pedro Paulo de Andrade; Luz, Anna Beatriz SantanaA obesidade é um problema de saúde pública que, para o entendimento dos mecanismos envolvidos requer modelos experimentais que possuam equivalência genética com humanos. Esta pesquisa objetivou fazer um estudo comparativo de modelos de indução de obesidade por dieta em peixes-zebra avaliando as complicações. Foram utilizados 200 animais, adultos de ambos os sexos, divididos em 4 grupos (n=50). Grupo controle 1: alimentado com Artemia salina (15-30 mg/dia/peixe); Grupo controle 2: alimentado com ração comercial para peixes (3,5% da média de peso); Grupo obesidade 1: hiperalimentado com gema de ovo em pó pasteurizada misturada com óleo de soja (5% da média de peso); Grupo obesidade 2: hiperalimentado com Artemia salina (60-120 mg/dia/peixe), todos os grupos foram alimentados por oito semanas. Os animais foram avaliados quanto ao consumo dietético, ingestão e eficiência calórica, índice de massa corporal (IMC), parâmetros bioquímicos, inflamatórios e comportamento (do tipo ansioso). Além disso, os fígados e intestinos foram avaliados por meio de estudos histopatológicos, e gordura visceral avaliada por análises histopatológicas, estereológicos e quanto à expressão de genes relacionados à obesidade. O grupo obesidade 2, hiperalimentado com Artemia salina, teve maior consumo, ingestão e eficiência calórica. O ganho de peso foi maior nos dois grupos de obesidade induzida por dieta (DIO) quando comparados aos grupos controles, destacando-se o grupo obesidade 2 = 167mg(143,5-193,5; p < 0,0001). A glicemia foi maior para os machos do grupo obesidade 2 (48,33 mg/dL ± 4,14; p < 0,003). A concentração de insulina foi maior nos grupos obesidade 1 e 2 (ambos os sexos). A concentração de triglicerídeos foi maior no grupo obesidade 1 (52,67mg/dL±1,2) em ambos os sexos e o mesmo apresentou comportamento de perfil ansioso no teste de tanque novo (0,003< p <0,005). Foi verificada uma maior concentração de interleucina-6 (IL-6) plasmática no grupo de peixe-zebra machos do grupo obesidade 2 (4,24 pg/mL ± 0,18; p < 0,0015), e o fator de necrose tumoral (TNFα) foi maior nos dois grupos de indução de obesidade (16,33; 16,39 pg/mL ± 0,79; p < 0,0003), tais resultados também foram confirmados na análise de expressão gênica. Nos estudos morfológicos foram verificadas extensas áreas de depósitos lipídicos, esteatose hepática, áreas de necrose e células inflamatórias nos fígados dos grupos controle 2, obesidade 1 e 2. Os intestinos apresentaram infiltrados inflamatórios no grupo Obesidade 1. A estereologia demonstrou densidade do volume (43,6%± 4,40; p = 0,0002) e área seccional média de adipócitos maior no grupo obesidade 1 (67,8µm2 ± 18,1; p = 0,0004). Os resultados obtidos nesse estudo são de grande contribuição para o meio científico, pois norteiam com mais especificidade os caminhos a serem seguidos na investigação da obesidade em peixes-zebra.Dissertação Elaboração e validação de instrumento de avaliação de práticas sustentáveis de saúde e bem-estar em serviços de alimentação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-30) Carvalho, Herbenny Hellen Medeiros de Brito; Rolim, Priscilla Moura; Seabra, Larissa Mont'Alverne Juca; https://orcid.org/0000-0002-3847-5744; http://lattes.cnpq.br/9630151999290632; http://lattes.cnpq.br/7213334894558493; Maciel, Bruna Leal Lima; Colares, Lucileia Granhen TavaresA adoção de práticas sustentáveis por nutricionistas contribui para o alcance da meta 3.4 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a qual visa reduzir a mortalidade por doenças não transmissíveis, promover a saúde mental e o bem-estar, e a saúde do trabalhador até 2030. Objetivou-se elaborar e validar um instrumento para avaliação de práticas de sustentabilidade relacionadas à dimensão de saúde e bem-estar desenvolvidas por nutricionistas da alimentação coletiva. A pesquisa ocorreu em quatro etapas: 1) revisão de escopo conforme recomendações do PRISMA-ScR; 2) elaboração do instrumento de avaliação da promoção da saúde e bem-estar na alimentação coletiva (IAPSSNut) estruturado em quatro construtos (conhecimentos sobre os ODS; dimensão de saúde e qualidade da alimentação; saúde e bem estar do trabalhador de unidades de alimentação e nutrição e comportamentos de risco para saúde e bem-estar), totalizando 34 perguntas para verificação da frequência de adoção das práticas por meio da escala Likert de 5 pontos; 3) validação de conteúdo e clareza com painel de especialistas pelo método Delphi e aplicação do índice de validade de conteúdo acima de 80% de consenso; 4) teste-piloto com nutricionistas para avaliação da estrutura do instrumento quanto à sua confiabilidade utilizando as técnicas estatísticas de Alfa de Cronbach e Coeficiente Ômega de Mcdonald, e a sua validade através da análise fatorial confirmatória. Na etapa 1, para a revisão de escopo foram incluídos 34 estudos, sendo 88% destes realizados no Brasil, com destaque para avaliação da qualidade nutricional dos cardápios e política pública de alimentação do trabalhador. Foram elencadas atividades dos nutricionistas de alimentação coletiva relacionadas ao alcance meta 3.4 do ODS: planejamento de cardápios saudáveis e sustentáveis, promoção de ações de vigilância da saúde do trabalhador, avaliação periódica do estado nutricional dos trabalhadores e fomento da liderança participativa. Nas etapas 2 e 3, a validação por painel de especialistas em três rodadas (avaliação e feedback) culminou no instrumento contendo 37 itens, mantendo-se os quatro construtos de análise. Na etapa 4, o instrumento foi aplicado com 105 nutricionistas, revelando que 76% reconhecem a importância dos ODS. Ressalta-se que 70% dos nutricionistas ofertam com frequência elevada carne vermelha nos cardápios, e somente 13% relataram utilizar produtos cárneos ultraprocessados. Quanto à saúde do trabalhador, observou-se que apenas 29% realizam com frequência a avaliação antropométrica dos seus trabalhadores e os principais fatores de risco observados nos trabalhadores de unidades de alimentação foram sedentarismo (53%), baixo consumo de frutas e vegetais (39%) e estresse (67%). A análise fatorial confirmatória indicou a presença de 8 fatores, obtendo-se um alfa de Cronbach (0,766) e ômega (ω) de Mcdonald (0,882) indicando que o instrumento possui boa consistência interna. A confiabilidade dos fatores foi adequada (acima de 0,70) para quase todos os fatores exceto para o uso de ultraprocessados nos cardápios (α=0.645; ω= 0.661). Conclui-se que o instrumento compilou variáveis capazes de identificar práticas dos nutricionistas na alimentação coletiva alinhadas ao alcance da meta 3.4. do ODS 3, sendo estatisticamente válido e confiável.Dissertação Impacto da pandemia da Covid-19 na ocorrência de insegurança alimentar e na percepção de qualidade de vida de pessoas idosas: estudo Brazuca Natal pós-Covid(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-21) Batista, Fernanda Keila Valente; Lyra, Clelia de Oliveira; Pequeno, Nila Patrícia Freire; https://orcid.org/0000-0002-1474-3812; http://lattes.cnpq.br/4264395963141865; https://orcid.org/0000-0002-5348-1309; http://lattes.cnpq.br/8343877144428810; Bezerra, Ingrid Wilza Leal; Rocha, Maria CecíliaA pandemia da COVID-19 levou ao aumento da prevalência de insegurança alimentar (IA) em todo o mundo, sendo essa definida como a falta de acesso a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada. Nas pessoas idosas, a IA é associada a piores desfechos na saúde, contribuindo para uma pior percepção da qualidade de vida (QV). Trata-se de um estudo com dois delineamentos: transversal, que tem como objetivo, analisar condições socioeconômicas e de insegurança alimentar que impactam na percepção da qualidade de vida de pessoas idosas do município de Natal-RN, e coorte, que tem como objetivo, analisar o impacto da pandemia COVID-19 na ocorrência de insegurança alimentar e na percepção de qualidade de vida de pessoas idosas do Estudo Brazuca Natal. Nos dois estudos a IA foi verificada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e para a QV foram aplicados os questionários WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old. Analisamos ainda informações socioeconômicas e demográficas. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário eletrônico (Epicollect5). No estudo de coorte, além das variáveis já citadas, foi coletado o autorrelato de COVID-19. A análise estatística do estudo transversal incluiu frequências absolutas e percentuais, com intervalos de confiança de 95% e regressão de Poisson com variância robusta. No estudo de coorte, para verificar se houve diferença estatística no período pré e pós-pandemia entre os escores dos questionários da QV e de IA, foi realizado o de Teste de Wilcoxon para as variáveis contínuas e o Teste de McNemar para as variáveis categóricas. Foram considerados significativos os valores de p < 0,05. Os resultados do estudo transversal evidenciaram que a IA foi associada com uma pior percepção da QV pelos idosos. No questionário WHOQOL-bref verificou-se que estar em IA aumentou a probabilidade de ter uma pior percepção da QV nos domínios psicológico (RP=1,47; IC%: 1,10-1,66), meio ambiente (RP=1,70; IC%: 1,21-2,41) e também no percentual global da QV (RP:1,57: IC95% 1,15-2,16). No questionário WHOQoL-old a IA também foi associada a uma pior percepção da QV nos domínios funcionamento dos sentidos (RP:1,46: IC95% 1,06-2,00), autonomia (RP:1,57: IC95% 1,13-2,18), atividades passadas, presentes e futuras (RP:1,75: IC95% 1,23-2,49), participação social (RP:1,34: IC95% 1,01-1,79) morte, morrer (RP:1,90: IC95% 1,34-2,68) e também no escore total (RP:2,28: IC95% 1,62-3,20). Os achados pós-pandemia não evidenciaram um aumento significativo da IA na população (p=1,000). Com relação a percepção da QV no pós-pandemia, percebeu-se uma redução significativa nos escores dos domínios, “funcionamento dos sentidos” (p<0,0001), “participação social” (p=0,018), “morte e morrer” (p<0,0001) e “escore total” (p<0,0001) do questionário WHOQoL-old. Nossos principais achados do estudo transversal evidenciaram que não ter companheiro (a), ser do sexo feminino e a condição de insegurança alimentar no domicílio, podem impactar negativamente na percepção da QV de pessoas idosas. Com relação aos achados pós-pandemia, conclui-se que a pandemia da COVID-19 impactou negativamente a percepção da QV pelos idosos. Esses resultados ressaltam que esse público necessita de maior atenção em intervenções públicas de saúde.