PPGAS - Doutorado em Antropologia Social
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Tese Águas e movimentos: mulheres indígenas, meio ambiente e organização política no contexto do território indígena Mendonça(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-26) Lewitzki, Taisa; Vieira, José Glebson; https://orcid.org/0000-0002-5546-1846; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; https://orcid.org/0000-0002-5098-6598; http://lattes.cnpq.br/0538615422731487; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; Borba, Carolina dos Anjos de; Vázquez, José Antonio Cortés; Silveira, Pedro Castelo Branco; Neves, Rita de Cassia MariaA tese versa sobre mulheres indígenas, meio ambiente e organização política, no contexto dos povos indígenas do Estado Rio Grande do Norte (RN), no que se refere a formas de percepção, relação, conflitos e demandas pela água, a partir do estudo etnográfico no Território Mendonça na paisagem do semiárido. A partir das narrativas, conhecimentos, práticas, vivências e experiências das mulheres indígenas, ao longo de movimentações entre fontes de águas, lugares, comunidades, territórios e espaços organizativos, o estudo apresenta as relações hidrossociais a partir da perspectiva do movimento cotidiano e do engajamento territorial. Dessa forma, conceitos e categorias como água, escassez, terra, território, paisagem, paisagem hídrica, desigualdade hídrica e injustiça hídrica são instrumentos para apreender as relações movidas pela presença e ausência de águas. Ao longo do texto, destacam-se as relações hidrossociais agenciadas pela água-terra, água-lugares, água-Estado e água-território, sendo a água-mulheres transversal e complementar, porque apresenta engajamentos e formas de resistência das mulheres na manutenção da vida. Por fim, a noção de furo é apontada como possibilidade para compreender as resistências territorializadas, concepções de terra e as temporalidades da paisagem, que implicam autonomia dos indígenas sobre os projetos de futuro para o Território Mendonça.Tese Arte, existências e resistências: produções de Estado, Nação e subjetividades no contexto de espetáculos cênicos no IFRN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-21) Moura, Ana Maria do Nascimento; Neves, Rita de Cassia Maria; http://lattes.cnpq.br/9446999089598991; https://orcid.org/0000-0003-3674-6448; http://lattes.cnpq.br/1014849367515617; Navia, Ângela Mercedes Facundo; https://orcid.org/0000-0001-9552-5763; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Schwade, Elisete; Jesus, Fátima Weiss de; Quadros, Marion Teodosio; Lopes, Paulo Victor Leite; http://lattes.cnpq.br/7595515282110283Esta pesquisa busca compreender como se dá a produção de Estado, Nação e subjetividades por meio de espetáculos cênicos no espaço escolar do IFRN e quais os agenciamentos discentes nesses processos de produção. A investigação partiu da observação de espetáculos produzidos por estudantes do IFRN – Campus Mossoró, que abordavam principalmente temáticas relativas a expressões de gênero e diversidade sexual, mas também à saúde mental, a padrões de beleza, à desigualdade social e ao racismo, inserindo-se em disputas que se tornaram centrais no cenário nacional sobre o papel da escola na sociedade. Tratamos a escola como uma instituição de Estado elementar no projeto de formação de sujeitos do Estado-Nação, sendo este uma abstração, um efeito, que se constrói a partir de práticas burocráticas cotidianas e de performances culturais. Os sujeitos em questão são compreendidos como constituídos nas suas relações, práticas e experiências, que podem ser significadas, transformadas e interpretadas a partir de performances artísticas. Os(as) estudantes são agentes que desenvolvem suas práticas e elaboram subjetividades em meio a disputas de narrativas e projetos de Nação, trazendo ecos de confrontos que se sobressaem na contemporaneidade, articulando suas experiências a partir de vivências familiares, movimentos sociais e outros grupos da comunidade local. Assim, debruçamo-nos sobre o processo de produção e apresentação de espetáculos cênicos no âmbito do IFRN, por meio de observação etnográfica de eventos culturais intercampi, entrevistas semiestruturadas e análise documental, aprofundadas a partir da interação com estudantes do Núcleo de Artes do campus Mossoró. Durante a pesquisa, observamos que, no IFRN, essas produções estão envolvidas nas disputas em torno da concepção de Educação Profissional, que opõem um modelo tecnicista voltado para o mercado de trabalho a uma educação integrada que visa à formação de um cidadão autônomo. Esse conflito aparece na experiência cotidiana, por meio de práticas burocráticas e documentos institucionais, os quais materializam o Estado e constroem centros e margens no processo educativo. As narrativas discentes, contudo, caracterizam as atividades artísticas como espaços significativos de formação, integração, autoconhecimento e alteridade, a partir da qual formatam existências e resistências juvenis.Tese "Bailando Tumba Francesa": embates memoriais e processos de patrimonialização em Cuba(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-06-28) Silva, Danycelle Pereira da; Cavignac, Julie Antoinette; ; ; Navia, Ângela Mercedes Facundo; ; Lima, Antonio Carlos Mota de; ; Vieira, José Glebson; ; Alvarez, Luís Guillermo Meza; ; Lopes, Paulo Victor Leite;O governo Cubano tem investido em políticas fomentadoras da conservação e resgate dos patrimônios materiais e imateriais como as tumbas francesas, expressão cultural que envolve danças e músicas de origem afro-cubana. Estas ações têm possibilitado a valorização das mais diversas expressões, em especial as que são fruto da diáspora africana. Essa pesquisa versa sobre o impacto do processo de patrimonialização e das políticas culturais aplicadas posteriormente a Revolução de 1959, na memória e na construção das identidades dos grupos de Tumba Francesa. A pesquisa é focada nos três grupos de tumbas francesas remanescentes em Cuba, localizados na região oriental da ilha nos estados de Guantánamo (Sociedade de Tumba Francesa Pompadour), Santiago de Cuba (Sociedade de Tumba Francesa La Caridad del Oriente) e Holguín (Tumba Francesa de Bejuco). Tem como objetivo analisar como se deu a declaração dessa expressão como patrimônio imaterial da Humanidade pela Unesco, mas sobretudo, em que medida as memórias dos tumberos se alinham às memórias oficiais construídas a partir deste processo de patrimonialização. A metodologia utilizada tem como base a etnografia, a partir das observações feitas nas diversas atividades desenvolvidas pelos três grupos estudados, assim como através de entrevistas que contemplam as memórias das famílias envolvidas nesta expressão cultural. As análises dos dados apresentados indicam a construção de novas memórias para esta expressão cultural, mostrando que para além das memórias oficiais construídas pelo processo de patrimonialização, há outras vivências a serem consideradas. As memórias dos tumberos revelaram o protagonismo feminino, as relações de parentesco e as solidariedades. Sinalizaram que ainda há silêncios a serem combatidos dentro da sociedade cubana no que tange aos temas relacionados às questões raciais. Rememorar a escravidão e o passado destes grupos através de suas próprias memórias, abre as possibilidades para que as memórias antes silenciadas ganhem visibilidade.Tese Cosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé(2019-10-29) Durazzo, Leandro Marques; Vieira, José Glebson; ; ; Porto, Rozeli Maria; ; Neves, Rita de Cássia Maria; ; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; ; Pereira, Edmundo Marcelo Mendes; ; Carvalho, Maria do Rosário Gonçalves de; ; Batista, Mercia Rejane Rangel;Este trabalho busca investigar algumas dinâmicas políticas e de elaboração indígena de conhecimentos entre os Tuxá de Rodelas, intensificadas a partir de seu engajamento no processo de autodemarcação do território de Dzorobabé, em Rodelas-BA. Para os Tuxá, Dzorobabé é considerado território ancestral, tradicional e historicamente relacionado aos índios rodeleiros da região do Submédio São Francisco, antepassados de quem se compreendem descendentes. Ao mesmo tempo que intensifica dinâmicas de organização social e política, a autodemarcação oportuniza aos Tuxá uma reabitação no território considerado cosmologicamente forte, pela presença desses mesmos antepassados – brabios, gentios, mestres encantados. Esta tese apreende certos dinamismos postos em ação quando da autodemarcação, iniciada em 2017, e reflete sobre formas de trato com a ciência tuxá, isto é, seu complexo de práticas e conhecimentos rituais que compõe base para a concepção indígena de mundo, bem como para as políticas e planejamentos educacionais elaborados pelos professores tuxá no âmbito de sua educação escolar indígena. Etnograficamente, buscamos delinear as correlações entre política indígena no processo de reabitação do território com dimensões de entendimento do complexo ritual da ciência e suas práticas político-rituais. Os arranjos políticos – divisões em grupos político-familiares, troncos que compõem atualmente o Conselho Tuxá – apontam modos específicos de relacionamento com o território, quer em sua ocupação material, quer nos relacionamentos imateriais com a dimensão da ciência no lugar. Também evidenciam a multiplicidade de grupos políticos entre os Tuxá de Rodelas, seja na Aldeia Mãe, seja na área urbana da cidade, e que se reorganizam em torno da autodemarcação a fim de que a ocupação do território possibilite novas afirmações políticas e acesso a recursos – representatividade política, acesso à terra, entre outros. Acompanhando os primeiros seis meses (agosto de 2017 a fevereiro de 2018) de autodemarcação, nossa etnografia busca descrever processos de negociação entre distintos grupos político-rituais, atentando para as dimensões materiais e imateriais que a reabitação em Dzorobabé promove. Observamos como a circulação de diferentes grupos político-rituais no território cosmologicamente forte evidencia distintas formas de se acercar dessa força, e estabelecer tratos possíveis com a ciência e com os conhecimentos que a ela se relacionam. No limite, estudamos dois modos de educação indígena que a relação com a ciência favorece: um, que chamamos de pedagogia da mata, elabora relações cosmopolíticas e rituais com os entes encantados e com os conhecimentos que deles advém; outro, acionado sobretudo por professores indígenas, transita por repertórios pedagógicos (indígenas e não-indígenas) em estreita relação com conteúdos aprendidos por meio da ciência, em contextos não-escolares, aí incluídos os rituais. O reforço dos repertórios e das políticas pedagógicas por meio do recurso à ciência permite-nos compreender como, entre outros projetos, vem ocorrendo entre os Tuxá de Rodelas uma tentativa de revitalização linguística baseada em múltiplos documentos e fontes: a própria comunicação com os brabios e mestres encantados – cuja coetaneidade em Dzorobabé estimula – e também textos do período colonial como o catecismo bilíngue em português e Dzubukuá, idioma da família cariri, tronco macro-jê, historicamente falado por povos da região. Ao território ancestral, assim, soma-se a noção de uma língua ancestral que nos permite traçar múltiplos acionamentos de uma territorialidade tuxá que permeia terra (pela autodemarcação), conhecimentos (pelas práticas rituais e pela ciência) e educação escolar (pelo horizonte de fortalecimento étnico e revitalização linguística que o projeto do Dzubukuá assume atualmente).Tese "É uma educação diferente": sentidos e significados de experiências educacionais a partir de um curso pré-vestibular LGBT(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-09-14) Braga, José Ricardo Marques; Schwade, Elisete; http://lattes.cnpq.br/7195821721383755; http://lattes.cnpq.br/4373044480769300; Galan, José Ignácio Pichardo; Paiva, Irene Alves de; http://lattes.cnpq.br/7842254018559167; Lopes, Paulo Victor Leite; http://lattes.cnpq.br/7595515282110283; Porto, Rozeli Maria; Nascimento, Silvana de SouzaEsta investigação social tem por objetivo a compreensão das experiências tecidas por indivíduos, em sua grande maioria LGBT, no contexto de um curso pré-vestibular LGBT - ofertado no interior de um coletivo - da cidade de Fortaleza. Tal empreendimento, que é também um programa de extensão na Universidade Estadual do Ceará, fundado entre os anos de 2015 e 2016, possui como finalidade o combate à transfobia e demais preconceitos, sobretudo nos espaços escolares, mas em toda a estrutura social. Entendendo que a educação é tomada como pilar fundamental na atuação deste coletivo, como forma de luta contra a transfobia e demais preconceitos, ofertando cursinho preparatório para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), formação profissionalizante, cursos de idiomas, cursos de extensão e outras capacitações educacionais, visando possibilitar o acesso a espaços como as universidades para segmentos historicamente alijados desses ambientes (como travestis e pessoas trans), busco analisar os significados das experiências pedagógicas (e não propriamente pedagógicas) que se engendram nas atividades deste coletivo, especificamente no curso pré-vestibular. Metodologicamente, parto de um viés etnográfico, elegendo a observação participante como cerne, utilizando ainda de entrevistas, de conversas informais e observação participante no ciberespaço, tendo em vista o contexto da pandemia do novo coronavírus que atravessa esta pesquisa e a direciona aos ambientes virtuais. Observa-se, inicialmente, que a compreensão do que significa “viver o/no curso pré-vestibular”, assim como os sentidos de traçar um itinerário educativo nas formações propiciadas, remete-nos às memórias das experiências escolares pregressas, tomadas, via de regra, pelo sofrimento e pelo “bullying”, em contraste relativo com a vivência pedagógica presente, classificada como uma “educação diferente”, já que pensada, construída e vivida entre e por LGBT’s (em sua imensa maioria), demarcando, em certo grau, diferenciações entre vivências escolares deste curso pré-vestibular e outras experiências educacionais pregressas. Ainda que possamos afirmar uma relativa similaridade entre os sujeitos participantes, é preciso destacar que os significados produzidos nas experiências escolares são plurais e heterogêneos, bem como são os sentidos que motivam o engajamento e a participação em tal coletivo. É a compreensão desses agenciamentos, processos de significação e reelaborações de si e de seus itinerários educativos que busquei analisar, observando a heterogeneidade que recobre as experiências estudadas, mesmo no contexto pandêmico onde os processos pedagógicos se deram no ciberespaço e onde se observam especificidades próprias do fazer educativo.Tese “Estamos vivos e produzindo”: narrativas, práticas e visualidades do fazer quadrinhos em Natal (RN)e João Pessoa (PB)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-09-13) Brandão, Deyse de Fátima do Amarante; Coradini, Lisabete; http://lattes.cnpq.br/3559843462349247; http://lattes.cnpq.br/9546162245443087; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; Lopes, Paulo Victor Leite; http://lattes.cnpq.br/7595515282110283; Azevedo, Aina Guimarães; http://lattes.cnpq.br/7254533350574955; Barbosa Júnior, José Duarte; http://lattes.cnpq.br/6542228199752323; Amorim, Lara Santos de; http://lattes.cnpq.br/2644643105827732Este estudo busca compreender as dinâmicas e práticas do fazer quadrinhos na contemporaneidade, tendo como lócus privilegiado as cenas independentes de produção de quadrinhos em Natal (RN) e em João Pessoa (PB). Sendo as histórias em quadrinhos fruto do desenvolvimento da reprodutibilidade técnica e da imprensa, mencionamos a sua importância como um fenômeno cultural e artístico, para além de um objeto de consumo para as massas. Como resultado de um Ocidente industrializado, os quadrinhos tornaram-se populares em várias sociedades. No Brasil, a sua valorização foi contemplada por certos agentes sociais, como os jovens estudantes universitários que produziam publicações alternativas. Em contextos locais, como Natal e em João Pessoa, as atuações de determinados interlocutores foram de tamanha importância para a construção e manutenção de uma memória e afirmação de uma história local dos quadrinhos. Suas narrativas, colhidas por meio de entrevistas, são situadas em um devir histórico e social, trazendo lembranças e esquecimentos, assim como levantando questões a respeito do trabalhar com desenho, das construções de visualidades, das condições de produção/consumo de quadrinhos e de possíveis arranjos entre experiências e táticas colaborativas. Estas narrativas em um sentido geral demonstram habilidades em contextos locais, negociando projetos individuais com outros campos. Nossa análise seguiu etnografando alguns espaços de circulação de quadrinistas a partir de eventos em que se promove uma cultura dos quadrinhos. Dentre estes espaços, estão quatro eventos etnografados e uma oficina voltada para crianças sobre produção de histórias em quadrinhos, no qual foi possível refletir sobre a experiência perceptiva da linguagem dos quadrinhos em sua ritualização. Por serem produtos da imaginação criadora humana, os quadrinhos também desfrutam de uma poeticidade na construção de mundos ficcionais. Desta maneira, ao reivindicar um caráter antropológico dos quadrinhos, destaco como estes podem ser foco de preocupações antropológicas ao conceberem mundos socioculturais e sistemas de pensamentos. Para tal, aproximo-me da criação artística de dois interlocutores, no qual a categoria medo torna-se central no desenvolvimento de sua narrativa gráfica. Debruçando-me sob as contribuições da Antropologia Visual e da Antropologia das Emoções analiso o enredo de uma história em quadrinho autoral e independente. Por fim, ao realizar um exercício de olhar antropológico em diferentes contextos no qual se situam os interlocutores desta pesquisa, compreende-se que a prática do fazer quadrinhos é uma forma viva de potencializar suas existências nos mundos da arte, ao explorar as interdependências com as lógicas de mercado e com as lógicas institucionais.Tese Família, emoções e biosocialidade: a mobilização de pessoas com uma doença rara no Rio Grande do Norte - a síndrome de Berardinelli(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-12-18) Nóbrega, Jociara Alves; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; http://lattes.cnpq.br/0588425389135557; Navia, Ângela Mercedes Facundo; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Fonseca, Claudia Lee Williams; http://lattes.cnpq.br/8620249965221608; Cavignac, Julie Antoinette; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Porto, Rozeli Maria; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; Aureliano, Waleska de Araújo; http://lattes.cnpq.br/6921083969355653Esta tese aborda a mobilização social na região do Sertão do Seridó do Rio Grande do Norte, bem como as relações de “biosocialidade” em espaços diversos, incluindo os ambientes virtuais da internet, de pessoas vivendo com uma doença muito rara e estigmatizante, a síndrome de Berardinelli. Responsável por prolongar e melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas pela enfermidade, a mobilização emergiu através do ativismo das mães de crianças que nasceram com a doença genética (conhecida regionalmente como doença dos magros) e das parcerias que foram estabelecidas entre elas e geneticistas. Com a fundação de uma ONG - a ASPOSBERN-, o associativismo entre as famílias produziu contextos de “biosocialidade” estruturados por diferentes níveis de proximidade e diálogo dos sujeitos com o conhecimento científico especializado, mas também por emoções e moralidades. Este trabalho tem como objetivo central analisar antropologicamente as formas de organização social e política em torno dessa doença rara no Rio Grande do Norte – mas que envolve também pessoas de outros estados - em prol de tratamentos, reconhecimento biossocial, direitos e cidadania, considerando o ativismo das mães e outros agentes e setores sociais. A pesquisa de campo que possibilitou a sua produção baseou-se no método etnográfico e sistematizou-se por observação participante dos momentos coletivos da associação, conversas informais e entrevistas abertas e semiestruturadas, feitas com pessoas com síndrome de Berardinelli, suas famílias, pesquisadores médicos e agentes públicos. Além disso, foram analisadas as dinâmicas estabelecidas em um grupo e em uma página voltados à síndrome na rede social Facebook.Tese Famílias em transição: uma etnografia sobre relacionalidade, gênero e identidade nas vidas trans(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-12-16) Novo, Arthur Leonardo Costa; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; https://orcid.org/ 0000-0003-4952-4000; http://lattes.cnpq.br/3340838098485319; Navia, Ângela Mercedes Facundo; https://orcid.org/0000-0001-9552-5763; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Melo, Juliana Gonçalves; https://orcid.org/ 0000-0002-8969-2474; http://lattes.cnpq.br/4328813707663376; Porto, Rozeli Maria; Oliveira, Leandro de; Oliveira, Luciana Maria Ribeiro deEsta pesquisa investiga as transformações nas relações em famílias de homens trans e mulheres trans no curso da transição de gênero, analisando processos e práticas de relacionalidades envolvendo relações de gênero e família. Os interlocutores foram mães de filhos trans, homens trans e mulheres trans com quem realizei 14 meses de pesquisa de campo etnográfica em João Pessoa, na Paraíba, entre 2018 e 2019. Realizei observação participante e entrevistas em profundidade, acompanhando os interlocutores em suas atividades relacionadas à transição de gênero no dia a dia de um ambulatório do Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde e em agências e instituições dos governos estadual e municipal voltadas à promoção de cidadania e direitos para travestis e transexuais. Também segui as atividades de uma associação nacional de famílias de gays, lésbicas, travestis e transexuais, as Mães pela Diversidade, e acompanhei as participantes em atividades de ativismo e em grupos de ajuda mútua em João Pessoa e na cidade do Recife. Analiso como as famílias se relacionam com os diferentes discursos, saberes, espaços, agentes e especialistas das ciências médico-psi e como se tornam agentes que participam do processo de transição de seus filhos. Considerei as particularidades de quando estes são crianças e adolescentes e de quando são jovens adultos. Os efeitos da transição de gênero transbordam a experiência individual de quem “transiciona”, movendo novos arranjos de relações, formas de interação e sentidos entre as pessoas da família. Provocam processos de disrupção e transformação em identidades, memórias e vínculos familiares.Tese “Idoso tá renovando, por isso não existe idoso”: gênero, sociabilidades e velhices nos forrós, em Natal/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-09-18) Silva, Amanda Raquel da; Navia, Ângela Mercedes Facundo; https://orcid.org/0000-0001-9552-5763; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; http://lattes.cnpq.br/8172401889868958; Freitas, Eliane Tânia Martins de; Hernandez, Franklin Gerly Gil; Palomo, Lina Rosa Berrio; Coradini, Lisabete; Lopes, Paulo Victor Leite; http://lattes.cnpq.br/7595515282110283; Neves, Rita de Cássia MariaEste trabalho é fruto de uma pesquisa que objetiva compreender diferentes dimensões da vivência da sexualidade na velhice. A proposta é entender os efeitos das práticas discursivas sobre corpo, sexualidade, envelhecimento e desejo na vida de homens e mulheres na fronteira etária dos 60 anos de idade. Tais sujeitos são moradores da cidade de Natal e algumas cidades vizinhas, no estado do Rio Grande do Norte, localizado no Nordeste do Brasil. No desenvolvimento da pesquisa, e com a retomada de atividades de socialização depois do período de isolamento social derivado da pandemia de Covid-19, o universo dos forrós voltados para pessoas “mais velhas” se abriu. Os forrós foram mostrando circuitos de paqueras, sociabilidades, danças, festas, namoros e também reflexões sobre sexo atreladas à participação das pessoas nesses espaços. Apesar de se inserir num conjunto mais amplo de festas populares, o trabalho se delimita ao estudo dos bailes e forrós da “melhor idade”, que são direcionados a pessoas chamadas nesses locais de “coroas”, “mais velhas”, “maduras”, “na terceira idade” etc. Para as e os interlocutores, dançar, conversar, flertar etc., significa sentir alegria e as festas são vistas como formas de promoção à saúde. Nesses encontros, os namoros e a diversão podem ser entendidos como uma oposição ao envelhecimento estigmatizado, como uma fase de ausência, falta e deterioração. Mas, simultaneamente, são locais em que se estabelecem e se renovam códigos e avaliações morais sobre o dever ser dos comportamentos erótico-afetivos “na velhice”, atualizando também códigos de gênero. A pesquisa, então, constrói um estudo etnográfico de quatro eventos voltados para pessoas “mais velhas”, prestando especial atenção às definições nativas do que seja envelhecimento, às associações feitas pelas pessoas entre diversão e saúde e aos discursos especializados disponíveis para elas sobre o dever ser da sexualidade e do erotismo depois dos 60 anos.Tese "Isso é com o juiz natural": análise de audiências de custódia nas centrais de flagrantes da cidade de Natal/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-03-11) Moura, Jairo de Souza; Melo, Juliana Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/4328813707663376; Boskovik, Aleksandar; Vieira, José Glebson; https://orcid.org/0000-0002-5546-1846; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; Cavignac, Julie Antoinette; https://orcid.org/0000-0003-0192-1103; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Krahn, Natasha Maria Wangen; Fachinetto, Rochele FelliniO presente trabalho tem como objetivo observar e interpretar as audiências de custódia realizadas em duas centrais de flagrantes da cidade de Natal/RN. Entre dezembro de 2021 e março de 2022, 66 audiências foram observadas por meio de plataformas virtuais usadas pelo Rio Grande do Norte para realizar os ritos. O texto traz um panorama histórico sobre a implantação das audiências de custódia, antes e depois da edição da Resolução nº 215/2015 do Conselho Nacional de Justiça, bem como comenta algumas das repercussões que elas trouxeram na atividade de parlamentares posicionados a favor e contra as audiências. Partindo dos dois principais objetivos das audiências, a saber, decidir sobre a legalidade da prisão em flagrante, e ouvir o flagranteado sobre possíveis violações de direitos pelas autoridades policiais durante a prisão, a pesquisa tenta entender como esses relatos dos flagranteados são tratados e encaminhados pelos responsáveis por ouvi-los. Além disso, a partir da análise e da interpretação das audiências, a pesquisa pretende delinear características do sistema estatal de repressão criminal, tais como a estrutura desse sistema e a interação entre as autoridades participantes da audiência; assim como o papel do flagranteado previsto na Resolução nº 213/2015 do Conselho Nacional de Justiça e aspectos da sua efetiva participação na prática das audiências; e o recorte socioeconômico dos crimes mais frequente e dos flagranteados. A partir dos dados, é possível perceber um direcionamento da atividade policial para alguns tipos de crimes mais frequentes, principalmente aqueles relacionados à violência doméstica e familiar (Lei Maria da Penha), aos crimes contra o patrimônio, aos crimes relativos a armas de fogo, e aos crimes de tráfico de drogas. Nesse recorte, também é possível perceber que os flagranteados, em sua maioria, se encontram em uma camada menos favorecida da população, a partir dos dados recolhidos nos autos sobre seus empregos e suas fontes de renda, seus locais de moradia, e sua inserção marginal em atividades reguladas pelo Estado. Sobre a execução e a efetividade das audiências, pode-se concluir que o modelo que separa as autoridades da audiência de custódia daquelas que julgarão efetivamente os casos durante um processo penal tende a causar prejuízos aos flagranteados, seja por limitar a sua possibilidade de defesa, seja por adiar a decisão sobre fatos que poderiam diminuir o tempo de custódia estatal dos flagranteados, principalmente pela decretação de prisão preventiva.Tese Mãe Neide Oyá D'Oxum e a influência no turismo gastronômico e afrorreligioso na Serra da Barriga, Alagoas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-04-20) Barbosa, Isabela Maria Pereira; Cavignac, Julie Antoinette; https://orcid.org/0000-0003-0192-1103; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; http://lattes.cnpq.br/8759685607910256; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; Neves, Rita de Cássia Maria; Ferreira, Flávio Rodrigo Freire; Fontes, Larissa Yelena Carvalho; Hertzman, Marc AdamA comida tem um papel fundamental para o turismo na Serra da Barriga, AL: as ações sociais e gastronômicas da ialorixá Mãe Neide Oyá D’Oxum, através do restaurante Baobá,se tornaram meio de divulgação dos passeios ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Criado em meados de 2012, quando as práticas de visitação se intensificaram na Serra da Barriga, as atividades do restaurante contribuíram para a exaltação do turismo afro em Alagoas. O projeto foi pensado a partir da propagação da comida afrorreligiosa nos ambientes gastronômicos do estado, desde instituições de ensino superior a eventos turísticos, como característica da alimentação proveniente da cultura afro-alagoana, e participação da ialorixá em espaços de poder, evidenciando a identidade umbandista e a comida de santo. Será apresentada uma abordagem da construção do discurso étnico por meio da gastronomia difundida pelo restaurante e a presença da ialorixá Neide Oyá D’Oxum como elementos de divulgação e potencialização do turismo na Serra da Barriga, AL, além de uma abordagem da construção do discurso étnico em torno da figura de Zumbi dos Palmares e como esse discurso é responsável pela propaganda do lugar. Por fim, será verificado se as ações de Mãe Neide Oyá D’Oxum enquanto Chef do restaurante Baobá são influência para a difusão de uma alimentação afro-indígena como identidade gastronômica alagoana.Tese “Minha vida por um fio”: mobilização social e os itinerários das mulheres ribeirinhas vítimas de escalpelamento na Amazônia(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-08-20) Pinheiro, Diego Alano de Jesus Pereira; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; http://lattes.cnpq.br/7703276073702762; Navia, Ângela Mercedes Facundo; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Schwade, Elisete; http://lattes.cnpq.br/7195821721383755; Porto, Rozeli Maria; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; Beltrão, Jane Felipe; http://lattes.cnpq.br/6647582671406048; Lacerda, Paula Mendes; http://lattes.cnpq.br/9659432479720418; Margulies, SusanaPara produzir esta etnografia, objetivou-se compreender narrativas e itinerários terapêuticos em contexto de dor e sofrimento de mulheres pescadoras e ribeirinhas vítimas de escalpelamento nas regiões de rios da Amazônia. O Escalpelamento é um termo do campo biomédico que se refere ao arrancamento do couro cabeludo, no contexto em que investigo, o “acidente” ocorre através do enrolamento dos cabelos das mulheres no eixo dos motores de pequenas embarcações confeccionadas por mestres carpinteiros. O presente texto trata-se do trabalho de campo realizado dentre os meses de agosto de 2018 a agosto de 2019 em Belém, no Estado do Pará, realizado em particular, na ONG dos Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor – ORVAM, com cerca de 150 integrantes cadastradas que visa acompanha-las no pós-acidente. As mulheres vitimadas por esse “acidente”, que em suma, ocorre quando são crianças ou adolescentes, tem suas vidas alteradas drasticamente, desde a privação do meio social, abandono dos estudos, abandono de conjugues, algumas sofrem até com o abandono da família, a vida laboral com a pesca torna-se impraticável, devido as dores de cabeça e às altas temperaturas da região Norte. Logo suas trajetórias são tomadas por itinerários terapêuticos, com cirurgias plásticas, enxertos, inserção de próteses como orelhas (também por vezes mutiladas) e usam-se de perucas, uma vez que o escalpelamento impossibilita o crescimento de cabelos outra vez, nesse sentido, buscam através desses meios, reconstruírem seus corpos e tornarem-se o que chamam de “mulheres de verdade”. O Estado, por sua vez, atua elaborando políticas num discurso de combate e prevenção ao “acidente”. Questões como Deficiência, Trabalho Infantil e Acidente de Trabalho também integram o complexo debate que envolve o contexto desse “acidente” cruel e por vezes irreparáveis. Neste sentido, sob a luz da Antropologia, busco refletir essas questões na interseção do Corpo, Saúde e Emoções.Tese Mulheres na estrada: encontros etnográficos nas rotas da América do Sul(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-16) Corrêa, Ester Paixão; Schwade, Elisete; http://lattes.cnpq.br/7195821721383755; https://orcid.org/0000-0002-4428-2391; http://lattes.cnpq.br/8369474609218146; Navia, Ângela Mercedes Facundo; https://orcid.org/0000-0001-9552-5763; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Lopes, Paulo Victor Leite; Porto, Rozeli Maria; Godoy, Renata de; Rostagnol, SusanaAs diversas formas que as mulheres pegam a estrada na América do Sul são marcadas pela maneira de organizar, executar e perceber uma viagem de mochila na região. Há vários contornos possíveis nessas produções culturais, que narram outras perspectivas de uma prática historicamente masculinizada e associada ao risco e ao perigo. Busco por meio desta etnografia multissituada, estabelecer um diálogo entre antropologia feminista, geografia feminista e as viagens de mochila, com o objetivo de analisar as experiências das mulheres que viajam de mochila pelas rotas da América do Sul. Motivada por transformar uma experiência social em tema de pesquisa, e incentivada por certa experiência pessoal enquanto viajante, realizei pesquisa de campo etnográfica multissituada entre os anos de 2019 e 2022. Chamei essa empreitada de mochilão etnográfico. Este consistiu em experimentar o trânsito para encontrar outras viajantes na estrada. O itinerário foi construído entre diferentes países: Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Brasil. Os encontros etnográficos ocorreram no decorrer do trajeto da pesquisa, tanto em espaços físicos quanto digitais. Utilizar o encontro como estratégia metodológica possibilitou estabelecer 10 interlocuções com mulheres viajantes latinoamericanas de diferentes nacionalidades, perfis sociais e estilo de viagem. Por meio da experiência compartilhada foi possível a reconstrução dos trajetos, caminhos e percursos; a contextualização de lugares, espaços, eventos, trajetórias; a contrastação das experiências e, também, a explicitação de categorias e formas de ser, se deslocar e permanecer, comum aos diferentes grupos. Dessa forma, os achados de pesquisa dão conta que as categorias de viajantes são construídas mediante as formas de trabalho desenvolvidas durante o trajeto e a escolha dos meios de deslocamento e hospedagem utilizados. Os encontros na estrada e os desembarques se constroem como parte igualmente importante da experiência. Foi possível perceber, ainda, que essas viagens são experiências culturais multifacetadas, que desafiam construções culturais estabelecidas, como a ideia do perigo, e expandem os processos de formação de si. Ademais, são sustentadas por meio das práticas de trabalho, das estratégias de deslocamento físico e subjetivo, e também pela transposição de fronteiras.Tese "Pedras perigosas e pedras preciosas": antropologia da radioatividade em Lajes Pintadas-RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-08-30) Brito, Eduardo Neves Rocha de; Cavignac, Julie Antoinette; Cardoso, Gabriel Pugliese; 30232674809; http://lattes.cnpq.br/7315156500216491; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; http://lattes.cnpq.br/7739950842447119; Porto, Rozeli Maria; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; Neves, Rita de Cassia Maria; http://lattes.cnpq.br/9446999089598991; Gaspar Neto, Verlan Valle; http://lattes.cnpq.br/6942981742975049Os estudos antropológicos dos efeitos da radioatividade têm como objeto os acidentes ambientais e as catástrofes ligadas à atividade de mineração e ao beneficiamento dos produtos químicos, com destaque para os problemas de saúde decorrentes, sem levar em conta os conhecimentos dos atingidos sobre os minerais. Este trabalho propõe destacar as representações sobre o mundo natural e os usos locais dos minerais preciosos e que são perigosos para a saúde humana. Propõe uma discussão das implicações da radioatividade na vida dos residentes da cidade de Lajes Pintadas-RN sob uma perspectiva antropológica. Irei analisar as relações entre os saberes locais e os conhecimentos científicos e mostrar como os garimpeiros, os pesquisadores e os jornalistas produzem discursos contrastivos acerca dos minerais em particular em relação à sua periculosidade. A parte procedimental está dividida em duas frentes metodológicas, a análise de documentos e a etnografia. Os relatórios técnicos, os discursos midiáticos, os laudos, as leis, os projetos de pesquisas, as publicações em periódicos e os textos científicos são avaliados e confrontados aos resultados da observação. A etnografia, as entrevistas e os relatos biográficos apresentam as percepções dos garimpeiros, das lideranças comunitárias, dos profissionais das áreas da educação, da saúde e de outros residentes sobre os efeitos radioativos dos minerais e mostram que houve um redimensionamento das percepções das pedras perigosas e as pedras preciosas. Desta forma, as atividades científicas realizadas na cidade modificaram a classificação nativa das doenças e provocaram uma mobilização dos moradores que se questionaram sobre os riscos da mineração. Por fim, apresento a diversidade local dos usos das pedras, dos agentes, dos conhecimentos e aprendizados, e também os cuidados e manejos dos minérios no cotidiano, ambiente associativo e profissional. A apreensão conjunta dos saberes locais e dos conhecimentos científicos mostra que há discordâncias em relação aos efeitos dos minérios para a saúde dos moradores. Em síntese, se no mundo natural as pedras perigosas e as pedras preciosas estão presentes nos mesmos locais, nos discursos dos moradores, elas são evocadas conjuntamente; essa percepção contrasta com os resultados das pesquisas científicas sobre e os minerais radioativos. Esta pesquisa também sinaliza a importância de criar políticas públicas de saúde que reconheçam a percepção dos moradores e tratem os adoecimentos da população como um problema de radioatividade natural.Tese Perícia e moral: um estudo sobre tecnologia cultural a partir de coletivos de pesca artesanal e industrial do RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-12-18) Almeida Filho, Paulo Gomes de; Miller, Francisca de Souza; http://lattes.cnpq.br/6834637163914977; http://lattes.cnpq.br/8286972492150577; Dias Neto, José Colaço; http://lattes.cnpq.br/0373843405860090; Ramalho, Cristiano Wellington Noberto; http://lattes.cnpq.br/1887328149361171; Vieira, José Glebson; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; Coradini, Lisabete; http://lattes.cnpq.br/3559843462349247; Neves, Rita de Cássia MariaO mar é o palco de uma das relações mais complexas da experiência humana; o encontro possível através da pesca entre homens e seres marinhos. Diferentemente da oposição estabelecida entre sociedade e natureza pelos saberes instituídos em nossa tradição intelectual, o mar é um espaço onde homens, artefatos técnicos e animais formam um coletivo. A partir da experiência empírica junto aos coletivos de pesca artesanal, percebeu-se a existência da metáfora nativa jogo, cujo conteúdo expressa um sistema de relações que compreende a tríade humano-técnica-animal, operacionalizada através do domínio de um conjunto de técnicas de pesca e do respeito à regra para a predação (o uso de técnicas que não eliminem totalmente as possibilidades de “vitória” do ser marinho). Dessa forma, Jogar com o peixe expressa o reconhecimento da capacidade de agência e percepção dos animais marinhos, representando uma ruptura com a oposição entre sujeito-objeto. Saber jogar para os pescadores artesanais estudados significa operacionalizar, concomitante ao que chamei etnograficamente de perícia-técnica e moral-técnica, algo que confere ao pescador prestígio social em seu agrupamento. Contudo, a vivência compartilhada com os interlocutores e a análise dessa experiência mostraram que os processos técnicos suscitam e engendram relações específicas com o meio e os outros seres; por exemplo, a crença dos pescadores artesanais de Caiçara do Norte (munícipio localizado no litoral norte do Rio Grande do Norte) de que e os pescadores industriais não jogam com peixe, confirmam a validade desse argumento. Nesse sentido, também empreendeu-se um estudo etnográfico sobre o coletivo de pesca industrial de Natal – RN, com atenção especial aos seus processos laborais, com a finalidade de entender a maneira como a perícia e a moral são acionadas também nesse segmento social. Pelo exposto, o objetivo deste estudo foi descrever e analisar, a partir de uma perspectiva antropológica, os processos técnicos empregados nas duas modalidades de pesca com a finalidade de compreender os aspectos mais gerais da relação entre humanos, coisas e animais no segmento. Para cumprir o objetivo, investiu-se no engajamento nos processos técnicos de ambos os segmentos como método de pesquisa, e em uma abordagem etnográfica que leva em consideração a convivência e a cooperação entre animais humanos e não humanos. Concluiu-se neste estudo que as formas de associação ecológica entre humanos e seres marinhos são mediadas e transformadas pelas escolhas técnicas em cada uma das pescas, gerando configurações perceptivas sobre o ambiente específicas em cada caso.Tese "O remédio vem de uma planta que eu não posso plantar": mobilização e articulação pelo uso terapêutico da maconha na Paraíba(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-12-18) Campos, Natália de; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; ; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; ; Porto, Rozeli Maria; ; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; Navia, Ângela Mercedes Facundo; ; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Neves, Rita de Cássia Maria; ; http://lattes.cnpq.br/9446999089598991; Mendonça Filho, Frederico Policarpo de; ; http://lattes.cnpq.br/5092451102102943; Silva, Martinho Braga Batista e; ; http://lattes.cnpq.br/6530523453818209Conduzido a partir daqueles que são diretamente afetados pela condição de ilegalidade da maconha e do seu uso terapêutico, este trabalho busca situar e refletir sobre as articulações coletivas e os caminhos encontrados pelas associações de pacientes e suas famílias que adotaram, inicialmente de modo ilegal, terapias com derivados da maconha e, percebendo seus efeitos, têm mobilizado uma rede de atores sociais, instituições e órgãos públicos e privados a posicionarem-se sobre o tema no estado da Paraíba, para a efetivação do direito de acesso à saúde e visibilidade social para sua reivindicação. Até pouco tempo, sequer este uso terapêutico era permitido no Brasil e os pacientes e seus familiares que buscassem os remédios de forma ilegal no exterior estavam suscetíveis a serem enquadrados como traficantes por praticarem o ato criminoso de transporte de substâncias ilegais. Com base nas pesquisas e comprovações científicas internacionais, a reivindicação pelo uso terapêutico da maconha tem emergido no cenário nacional nos últimos cinco anos como um tema que extrapola questões exclusivamente de saúde, pois efetivamente envolve uma diversidade de atores e instituições, muitas delas articuladas entre si, que atuam nas possibilidades ou não de mudar concepções morais e legais que condenam os usos da planta por considerá-la uma droga. A partir da reivindicação de pacientes e famílias de pacientes, cujos tratamentos com maconha apresentaram resultados positivos, ações judiciais solicitando que fosse permitida a importação desses remédios e sua retirada da lista de substâncias ilícitas classificadas pela ANVISA aumentaram nos últimos anos, pois, criminalizada, a maconha enfrenta uma série de obstáculos que dificultam a realização de estudos sobre a planta no país e sua importação se torna uma operação demorada e de alto custo. O fio condutor desta pesquisa evidencia a visibilidade, as discussões públicas e os avanços sociais que o uso terapêutico da maconha tem alcançado. Para isso, busco (a) contextualizar o tema para indicar porque a demanda pelo uso terapêutico da maconha – seja através de derivados, isolados e manipulados farmacologicamente, seja através de extratos integrais, ou mesmo da planta in natura – ainda é uma questão indefinida, situando questões sócio-políticas, morais e econômicas envolvidas na criminalização e na falta de regulamentação; (b) apresentar as formas de organização e atuação das associações Liga Canábica da Paraíba e ABRACE; (c) pontuar a participação de órgãos governamentais e entidades implicadas no tema; e (d) analisar as articulações mobilizadas pelas associações em busca de uma definição desta demanda por saúde, considerando a complexidade de posicionamentos e interesses envolvidos. As considerações finais vão no sentido de apontar e provocar reflexões a partir da pesquisa, ao invés de propriamente fechar uma conclusão definitiva sobre o tema.Tese Santo de casa não obra milagres: os impactos das políticas de salvaguarda na Festa de Santo Antônio (Barbalha/Ceará)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-22) Silva, Cícera Tayane Soares da; Cavignac, Julie Antoinette; https://orcid.org/0000-0003-0192-1103; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; https://orcid.org/0000-0002-6053-2231; http://lattes.cnpq.br/0951806835065765; Vieira, José Glebson; Alvarez, Luis Guillermo Meza; Ferreira, Flávio Rodrigo Freire; Paz, Renata Marinho; Marques, RobertoDesde os anos 2000, constata-se um crescimento significativo de estudos sobre patrimônios imateriais. No entanto, poucos se dedicam a observar os procedimentos das agências responsáveis por realizar os registros e as repercussões locais. Assim posto, este trabalho surge como proposta de análise dos processos de patrimonialização e de seus impactos na “Festa de Santo Antônio”, em Barbalha/CE. Para tanto, foram observadas as tensões e disputas entre os festeiros, os representantes das instituições de preservação e a igreja. Além disso, dedicou-se atenção à atuação dos profissionais municipais (secretaria de cultura, turismólogos etc.) e à presença dos grupos populares. Com o registro da festa no livro das celebrações do Iphan, em 2015, observa-se uma transformação das performances, como também um aumento da burocratização e das tensões entre instituições municipais e estaduais. A pesquisa foi realizada nos anos de 2018 e 2019, durante a preparação da festa e no momento de sua concretização. Em 2020, foram realizadas entrevistas com os agentes municipais e os integrantes dos grupos populares. Os procedimentos metodológicos adotados foram, sobretudo, a etnografia e entrevistas semiestruturadas. Durante o estudo, constatou-se que a patrimonialização do festejo ocasionou a modificação das tradições populares, tornando o evento algo espetacular para a região do Cariri. A grande repercussão da festa e, consequentemente, o seu registro enquanto patrimônio imaterial está ligados ao papel que os grupos populares desempenham nesse contexto e ao modo como a narrativa sobre o festejo e a cultura popular foram construídas por setores elitizados da cidade, que consolidaram a festa como um evento popular/tradicional. Essa narrativa colaborou para os silenciamentos dos grupos populares sobre a manifestação cultural da “Festa de Santo Antônio”, que resultou na burocratização e na dificuldade dos detentores do bem em ter acesso às políticas culturais. Por consequência, em muitos casos, o patrimônio da festa se torna distante das populações que a criaram, refletindo a falta de diálogo entre os grupos populares e as instituições de preservação.Tese A segurança biológica na transição de gênero: uma etnografia das políticas da vida no campo social da saúde trans(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-08-28) Rêgo, Francisco Cleiton Vieira Silva do; Porto, Rozeli Maria; ; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; ; http://lattes.cnpq.br/4438529628551741; Navia, Ângela Mercedes Facundo; ; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; ; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; Schwade, Elisete; ; http://lattes.cnpq.br/7195821721383755; Vale, Alexandre Fleming Câmara; ; http://lattes.cnpq.br/3358019586928320; Almeida, Guilherme Silva de;Esta tese busca compreender o processo sociopolítico e cultural de legitimação da supervisão biomédica da transição de gênero enquanto matéria de saúde pública. O material empírico no qual esse trabalho se baseia foi construído por meio de etnografia cuja observação participante contou com análise de documentos, entrevistas de longa duração, estudo de acervos historiográficos e da literatura médico-psi especializada. Acompanhou-se a mobilização de homens trans e demais sujeitos transmasculinos, bem como o trabalho de médicos e outros profissionais de saúde e funcionários estatais no contexto institucional e pessoal, sejam em serviços de saúde, em espaços de socialidade, de ativismo ou de governo para entender suas atuações e experiências. Ao partir da região metropolitana correspondente a cidade de Fortaleza, no Ceará, procurouse gerar um quadro da heterogeneidade dos agentes implicados na conformação da atenção à saúde trans como um instrumento básico à cidadania e como espaço de atividade científica benéfica à vida. Assim, privilegia-se a descrição de interpretações locais de grupos sociais distintos, mas que entram em relação para estabelecer a pertinência de uma transição biologicamente segura. O presente texto se concentra em dar relevo aos fluxos de saberes das ciências bioquímicas, e não apenas das psi, ao lado das transformações da abordagem médica diante das transexualidades. Com isso, descreve-se as estratégias políticas que permitem a sujeitos trans reclamar a necessidade de cobertura pública da assistência médica e da sua apropriação em diversos termos. Ao se preocupar com esse cenário, evidenciam-se as formas que as políticas da vida assumem na contemporaneidade e como estão aí incluídos processos trans de medicalização e de produção da ciência que permitem a existência e o aperfeiçoamento do eu diante de intervenções clínicas e cirúrgicas, bem como as produções de conflitos e contradições. Nesse sentido, a produção de reinterpretações do conhecimento biomédico, atrelada a mobilização social por serviços de saúde estruturados pelo Estado constituiu um ativismo biossocial que politiza as modificações corporais também em níveis moleculares. Essas interações orgânicas devem ser controladas pela assistência biomédica para que adoecimentos decorrentes sejam prevenidos. Assim, assiste-se a novas feições da medicina trans que se coloca de uma maneira diferenciada em relação às primeiras abordagens patologizantes, as quais formam uma cena multifacetada de visões divergentes. Isso tudo possibilita a formação de um campo social específico à saúde trans como matéria de política e de ciência. Esse é um recorte da vida social observada, e, nesse sentido, investiu-se na exposição de experiências etnográficas que demarquem práticas corporais, agências, subjetivação, movimentos por direitos em saúde, trajetórias biográficas, cuidado, itinerários terapêuticos, processos de adoecimentos, dinâmicas profissionais, produção científica de conhecimentos, intervenções biomédicas e a formação do Estado brasileiro através da circunscrição sociológica do Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde.Tese Teatro de João Redondo do Rio Grande do Norte: transmissão, negociação e circulação da prática e do saber(2019-12-02) Macêdo, Zildalte Ramos de; Assunção, Luiz Carvalho de; ; ; Carriço, André; ; Freitas, Eliane Tânia Martins de; ; Coradini, Lisabete; ; Freire, Maria José Alfaro; ; Neves, Rita de Cássia Maria; ; Andrade, Suély Gleide Pereira de Souza; ; Júnior, Tito Matias Ferreira;O teatro de bonecos popular do nordeste, que no Rio Grande do Norte é mais conhecido como teatro de João Redondo, objeto desta pesquisa, é uma manifestação da cultura popular, com maior concentração no nordeste brasileiro, que, ao longo dos tempos e percorrendo diferentes espaços, foi construindo a sua identidade e uma dinâmica própria, em que os seus códigos e valores simbólicos se ajustam aos contextos sociais, imprimindo a si mesmo reelaborações de elementos ditos da tradição em diálogo com as inovações. Neste tipo de teatro, são utilizados bonecos, que são o duplo do brincante, o qual segue uma estrutura durante a brincadeira com improvisação das falas, loas, linguajar nordestino, música de forró, dança, passagens muitas vezes rápidas, cenários imaginados e personagens-tipo. Assim como acontece com outras manifestações da cultura popular, o teatro de João Redondo do RN está em processo de transformação de sua prática e saber como forma de resistência, de adaptação a modernidade e a novos e diferentes contextos sociais. A pesquisa objetivou compreender a dinâmica da prática e do saber através da observação de três fatores presentes no processo de construção e de reelaboração do teatro de João Redondo do RN: a transmissão, a negociação e a circulação do teatro pelos seus mestres. A suposição inicial é de que o teatro de João Redondo do RN está inserido num processo de espetacularização, segundo conceito de José Jorge Carvalho (2010), em que uma manifestação da cultura popular se torna um espetáculo a ser consumido por um grupo desvinculado da sua comunidade de origem, sem conhecimento de seus códigos e não familiarizados com os seus sentidos e valores simbólicos. Foi utilizada a observação participante, tendo cinco mestres como interlocutores âncoras da pesquisa. O trabalho de campo consistiu também em observar os Encontros de Bonecos e Bonequeiros do RN e seus mestres, meios virtuais pelos quais a prática e o saber circulam, plateias e contratantes, a fim de compreender o sistema complexo em que os cinco mestres selecionados para a pesquisa estão inseridos. A pesquisa se justifica pela observação de que os três fatores podem estar agindo na forma como cada mestre constrói e reelabora o seu teatro. Concluiu-se com a pesquisa que dentro do processo de espetacularização existe um outro que podemos chamar de pasteurização, onde há uma eliminação de elementos considerados ofensivos à plateia consumidora e inserção de novos elementos de fácil digestão. Espera-se com esta pesquisa promover uma maior compreensão do processo de transformação de uma manifestação da cultura popular que resiste em suas tradições, mas que se espetacularizar, podendo vir a se tornar um outro produto.Tese Trajetórias, grafias e arte de rua na cidade do Natal/RN - Brasil(2019-05-31) Barbosa Júnior, José Duarte; Coradini, Lisabete; ; ; Navia, Ângela Mercedes Facundo; ; Diógenes, Glória Maria dos Santos; ; Assunção, Luiz Carvalho de; ; Lopes, Paulo Victor Leite; ; Silva, Roselene Cássia de Alencar;Este trabalho analisa a produção das imagens na cidade do Natal/RN – Brasil através do trabalho de artistas locais em seus protagonismos na arte de rua, graffiti e pixo, estendendo a reflexão também para além das fronteiras nacionais. A realização dessa etnografia foi baseada em procedimentos metodológicos como a caminhada em regiões centrais da cidade, no registro e coleção fotográfica, na interlocução com artistas, na participação em eventos, na pesquisa documental e na reflexão antropológica, urbana e visual. Os resultados da pesquisa sugerem que há uma relação de reciprocidade nesse processo que envolve a arte de rua e a cidade, onde o percurso dos artistas, além de figurar uma ação gráfica e plástica, implica também numa ação biográfica. Ao caminhar pelas ruas, trajetos e pedaços da cidade, intervindo em sua estrutura física, vive-se essa experiência exprimindo-a através dessas formas, ressaltando os conflitos e as contradições urbanas, mas também sua poética. Na cidade do Natal, como em outras cidades, resguardadas suas especificidades, o exercício da arte realizado ao longo dos caminhos, cria um conhecimento sócio espacial. Esse conhecimento é compartilhado na esfera visual urbana em imagens ofertadas a qualquer um que pare para ver e pensar sobre elas.