PPGE - Doutorado em Ecologia
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Navegando PPGE - Doutorado em Ecologia por Assunto "Ambientes estressantes"
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Tese Uso de atributos funcionais para elucidar causas e consequências da estrutura da comunidade vegetal e do funcionamento do ecossistema Restinga(2018-07-09) Silva, José Luiz Alves; Souza, Alexandre Fadigas de; Lichston, Juliana Espada; ; ; ; Silva, Adriano Caliman Ferreira da; ; Vieira Filho, Edson Aparecido; ; Flores, Bernardo Monteiro; ; Gomes, Mariana Bender;A forma e o funcionamento das plantas dependem de estímulos internos (genética e plasticidade fenotípica) e externos (ambiente) que atuam na folha, lenho e raiz. A escassez de água e nutrientes em solos arenosos da região costeira são citados como os principais estímulos externos às plantas do ecossistema Restinga. Tem sido proposto que a coordenação entre os órgãos das plantas tende a aumentar com a severidade ambiental, devido a redução do espaço de nicho viável e ao aumento dos custos associados à adoção de estratégias ecológicas fora deste espaço de nicho. O primeiro capítulo da tese teve como objetivo testar esta hipótese para a Restinga. Correlações bivariadas entre 21 atributos funcionais de 21 espécies revelaram que o lenho possui maior coordenação interna do que a folha. Além disto, uma análise multivariada revelou uma alta independência entre lenho e folhas, sugerindo que ambientes estressantes não necessariamente possuem plantas com alta coordenação entre os órgãos. Estes resultados foram publicados na Ecology and Evolution. A coordenação funcional está diretamente ligada ao sucesso de ocorrência das plantas e deve interferir na organização da comunidade. Ainda não está claro se os efeitos neutros fracos podem influenciar a distribuição de atributos funcionais, mesmo que a comunidade mostre padrões aleatórios de estrutura composicional e filogenética. Tratamos esta questão no segundo capítulo da tese. A variação funcional na comunidade resultou de respostas fenotípicas de todas as espécies e indivíduos ao invés de conjuntos particulares de espécies ou indivíduos, indicando respostas ambientais, mas não de padrões fortes na distribuição espacial dos atributos. Nesse sentido, aceitamos que a Restinga do nordeste da América do Sul é influenciada por efeitos neutros fracos. Concluiu-se que análises de ocorrência e filogenia podem ser insuficientes para uma compreensão completa da comunidade e devem ser complementadas com análises de atributos. Uma fraca resposta ambiental pode resultar da baixa relevância do particionamento de nicho entre as espécies, que tem sido descrito como o principal mecanismo subjacente às relações entre a biodiversidade e os processos ecossistêmicos. O terceiro capítulo propôs avaliar em que medida facetas da biodiversidade da vegetação e características do meio ambiente influenciam a produção anual de serapilheira e o estoque de biomassa lenhosa, bem como o papel da diversidade de espécies raras versus diversidade de comuns sobre estes componentes de produtividade primária. Encontramos que estes respondem principalmente a aspectos ambientais abióticos e apenas, secundariamente, à riqueza de espécies e a poucos atributos funcionais, mas não a outras facetas da biodiversidade. Também encontramos que a diversidade de espécies raras teve menor influência sobre a produção de serapilheira do que a diversidade de espécies comuns, mas a mesma influência sobre o estoque de biomassa. Em resumo, conclui-se que as diferenças de nicho entre espécies promovem efeitos apenas modestos na estrutura das comunidade e efeitos ainda menores no funcionamento da Restinga. Estes padrões se afastam do esperado na literatura para sistemas estressantes, o que evidencia a relevância de sua biodiversidade.