PPGE - Doutorado em Ecologia
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Navegando PPGE - Doutorado em Ecologia por Assunto "Ácidos graxos"
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Tese Diversidade taxonômica, funcional e trófica de corais e respostas ao estresse térmico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-23) Bleuel, Jéssica; Longo, Guilherme Ortigara; http://orcid.org/0000-0003-2033-7439; http://lattes.cnpq.br/3947302863354812; Cordeiro, Ralf Tarciso Silva; Pinheiro, Bárbara Ramos; Longhini, Cybelle Menolli; Soares, Marcelo de OliveiraCorais desempenham funções únicas e são criticamente importantes nos recifes, porém estão ameaçados pelo aumento da temperatura do oceano causando eventos de branqueamento que podem resultar em perda de cobertura e diversidade coralínea, reduzindo a complexidade recifal. Considerando que abordagens baseadas em atributos funcionais podem informar sobre as respostas dos organismos a distúrbios ambientais, entender padrões de diversidade dos corais, seus atributos e respostas às mudanças climáticas é fundamental. No capítulo 1 descrevemos a diversidade taxonômica e funcional dos corais no Brasil, avaliando a composição de espécies e do espaço funcional ocupado entre regiões. Observamos um agrupamento de oito regiões, onde a Bahia concentra a maior riqueza de espécies e proporção de espaço funcional ocupado, ambos diminuindo com a distância dessa região. A composição de espécies e regiões foram influenciados por barreiras e filtros ambientais, relacionando-se aos atributos dos corais. No capítulo 2 investigamos a variação na concentração e composição de ácidos graxos em corais zooxantelados de águas rasas ao longo de 21°de latitude no Sudoeste do Atlântico (SWA) para indicar seu modo trófico predominante e avaliar possíveis variações geográficas. A identidade da espécie e a localização explicaram a maior parte da variação na composição de ácidos graxos dos corais no SWA, e foram associadas à radiação disponível para fotossíntese (PAR), temperatura da superfície do mar (SST) e carbono orgânico particulado (POC). A composição de ácidos graxos de Favia gravida, Siderastrea stellata, Mussismilia harttii e Mussismilia hispida variou entre as localidades, enquanto Madracis decactis, Montastraea cavernosa e Porites astreoides apresentaram um padrão consistente em todas as localidades. Além disso. com base na concentração do marcador heterotrófico (CGA), P. astreoides foi a espécie mais autotrófica e Mu. hispida foi o coral mais heterotrófico. No capítulo 3, avaliamos experimentalmente a contribuição relativa de modos alimentares baseados em autotrofia e heterotrofia no crescimento dos corais Millepora alcicornis e Mo. cavernosa e como estes respondem ao estresse térmico. Observamos uma maior taxa de crescimento para Mi. alcicornis do que Mo. cavernosa. O tratamento alimentar de matéria orgânica dissolvida (DOM) teve uma influência positiva no crescimento dos corais inicialmente para Mo. cavernosa, o qual não se sustentou com o tempo, e mais tardio para Mi. alcicornis. O estresse térmico teve pouco impacto no crescimento e no modo trófico predominante das duas espécies. Entretanto, teve um impacto negativo na eficiência fotoquímica máxima (Fv/Fm) e coloração de Mi. alcicornis que se mostrou mais sensível à temperatura. Corais submetidos ao tratamento DOM foram mais resistentes e obtiveram maior recuperação após o estresse térmico. A saúde do coral Mo. cavernosa não foi afetada pelo estresse térmico. Os resultados encontrados demonstram como espécies e variáveis ambientais estão relacionadas e resultam em uma heterogeneidade taxonômica, funcional e trófica ao longo da costa brasileira. O aumento da temperatura em cenários de mudanças climáticas resulta em diferentes respostas dos corais ao branqueamento, principalmente moduladas pela alimentação heterotrófica, que podem ocasionar alterações na distribuição das espécies e nos padrões atuas encontrados.