Navegando por Autor "Silva, Leandro Roque da"
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Tese Entre conversas, andarilhagens e camaradagens cotidianas: uma etnografia das invenções e resistências no campo das drogas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-17) Silva, Leandro Roque da; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; https://orcid.org/0000-0001-8804-9551; http://lattes.cnpq.br/7424258648733223; Pereira, Maria Teresa Lisboa Nobre; https://orcid.org/0000-0002-5085-4296; http://lattes.cnpq.br/1234091318043836; Fonseca, Lázaro Batista da; Moraes, Maristela de Melo; Mello, Ricardo Pimentel deO campo das drogas se constitui a partir de um conjunto extenso de práticas, discursos, leis e normas que, alinhadas a uma pressão moralista, servem de substrato para elaboração de diretrizes legais compostas por preconceitos étnicos e ideológicos. Diante deste panorama, a tese trata de uma pesquisa que buscou acompanhar, a partir das vidas singulares, formas de resistência que se opõem cotidianamente às políticas colonial-proibicionistas no contexto do nordeste brasileiro. Utilizando o método etnográfico, foram construídos três tempos como recurso na imersão em campo, que nomeamos de andarilhagens etnográficas, conversas de pé de muro e conversas de pé de chinelo. A partir das narrativas escutadas ao longo da pesquisa, construímos as análises diante de três elementos que surgiram nestes encontros: I) relações entre os consumos de drogas e as situações traumáticas experienciadas e narradas pelos participantes; II) problematização de como testemunhar e creditar tais narrativas diante destes corpos e desejos tomados como “desviantes” em uma sociedade proibicionista; e III) saídas possíveis como resistências diante das práticas cotidianas nas relações com os territórios acessados. Nos primeiros tempos da pesquisa, no cenário dos arredores de um CAPS AD III em uma cidade na Paraíba, foi possível compor um conjunto de imagens e formas de leituras próprias e singulares das situações vividas no território, destacando as relações intersubjetivas, socioinstitucionais e espaciais. As análises trouxeram a importância da aproximação da vida cotidiana para promoção do cuidado e do diálogo em torno do trauma, na perspectiva social e política, junto à reflexão do desmentido proposta por Sándor Ferenczi, para constatar que tais expressões subjetivas que foram narradas se tornam invisibilizadas, inaudíveis e intocadas diante do contexto de proibição. No entanto, como alternativa a esse descrédito, foi proposta, a partir de Deleuze e Guattari, a discussão do conceito de máquinas de guerra, possibilitando a construção de lugares de resistência às universalizações impostas por uma sociedade colonialista e proibicionista através da criação de linhas de fuga inventivas. E, por fim, trouxemos a análise sobre os territórios junto aos seus elementos constituintes da subjetividade, tal como propõem Deleuze e Guattari, para com Michel de Certeau destacar a importância do cotidiano na construção de táticas frente às situações de opressão. Dessa forma, as análises aqui tecidas nos propõem um campo de microrrevoluções que, à revelia da colonialidade e do proibicionismo na vida social e da ausência de um aparato do Estado que proteja e afirme as vidas, destacaram estes parceiros como singulares fazedores de suas possibilidades de viver em seus arranjos inventivos e coletivos.