Navegando por Autor "Silva, Jaqueline Miranda Barros"
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Dissertação Aconselhamento em HIV/AIDS: ações e reflexões dos profissionais do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-12-13) Silva, Jaqueline Miranda Barros; Enders, Bertha Cruz; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781295D6&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/1708732994716439; Nóbrega, Maria Miriam Lima da; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797014T6&dataRevisao=null; Lira, Ana Luisa Brandao de Carvalho; ; http://lattes.cnpq.br/4545130167501174O aconselhamento em HIV/Aids consiste numa estratégia de prevenção pela qual é possível aumentar o diagnóstico do HIV e iniciar o mais precoce o tratamento. Os pilares que sustentam a estratégia são o apoio emocional e educativo, e a avaliação de riscos, que visam à adoção de práticas seguras e responsabilidade do sujeito como agente da sua saúde. Para o alcance dos resultados, torna-se necessário que os profissionais de saúde compreendam o aconselhamento como um momento educativo ímpar, por estimular a reflexão crítica do usuário no tocante ao seu papel como sujeito ativo nesse processo. Este estudo teve como objetivo analisar o aconselhamento em HIV/Aids realizado pelos profissionais do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na perspectiva educacional de Paulo Freire. Realizou-se um estudo descritivo com abordagem qualitativa e delineamento de investigação crítico-reflexiva, com base nos princípios da Ciência-Ação. Participaram desta pesquisa todos os profissionais, totalizando oito, que atuam no aconselhamento no CTA de João Pessoa/PB. Os dados foram coletados no mês de março de 2011, por meio da observação não participativa e entrevista semiestruturada, com enfoque crítico-reflexivo, e analisados segundo os aportes da metodologia crítico-reflexiva e discutidos à luz da pedagogia de Paulo Freire e autores pertinentes. Observou-se que a maioria dos profissionais compreende a filosofia de trabalho do CTA como sendo o diagnóstico e a prevenção associada à utilização e demonstração do preservativo. Contudo, ao observar as suas ações durante os aconselhamentos, essas ideias se concretizam parcialmente. Temas educativos não foram abordados e o preservativo não foi oferecido em nenhum dos atendimentos. As ações centraram-se no acolhimento de informações e no preenchimento dos formulários necessários ao atendimento, com diálogo breve e com pouca abertura para o usuário expor, ou completar, os seus pensamentos e necessidades. Os profissionais citaram as condições facilitadoras para o aconselhamento, a interação da equipe e estrutura física. Focalizaram as dificuldades do baixo grau de cognição dos usuários, a demanda de atendimentos e outros aspectos da organização de serviço, e o descompromisso dos aconselhadores quanto às faltas e atrasos. Ao refletir sobre as ações observadas nos aconselhamentos, a maioria dos profissionais reconheceu que precisa modificar algumas ações do atendimento para incorporação dos princípios educativos na realização de uma prevenção mais ampla, e se mostraram dispostos a trabalhar nessa perspectiva. Conclui-se que, embora os profissionais expressem ideias condizentes com os propósitos do CTA, estas são limitadas como apropriação do significado de prevenção em HIV/Aids. Na medida em que expressam uma compreensão e agem de forma diferente na realização das ações durante o aconselhamento, demonstram a desarticulação entre as teorias em uso e as teorias propostas, conforme os aportes da teoria da ciência-ação. O aconselhamento como prática educativa se concretiza parcialmente nos atendimentos e a orientação para uma reflexão é pouco oportunizada no atendimento. Esses achados sugerem a necessidade de inserir o processo de reflexão na realização das ações de aconselhamento, de forma que estas sejam pautadas na prática reflexiva, objetivando a transformação do seu modo de pensar e agir para uma perspectiva educacional com vistas a uma assistência mais democrática e integral.