Navegando por Autor "Rocha, Matheus Barbosa da"
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Artigo “Batuca lá, que eu batuco cá”: os terreiros de umbanda e suas conjunturas sociais(Psicologia & Sociedade, 2019) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Rocha, Matheus Barbosa da; Silva, Antônio Vladimir Félix; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394As religiões afro-brasileiras surgiram quando milhares de africanos foram trazidos das suas terras natais para o Brasil com o intuito de terem suas forças de trabalho, bem como a si próprios, transformados em mercadorias. Este artigo traz como campo de problematização as tessituras dialógicas das religiões de terreiros com o contexto social, econômico e político nas quais elas estão inseridas. Metodologicamente, nos filiamos ao referencial da Análise Institucional “no Papel”. Os sujeitos foram três líderes de terreiros e os respectivos praticantes/consulentes dos estabelecimentos religiosos que os mesmos conduziam. No cenário urbano, podemos afirmar que situações de violência circundam os sujeitos devotos de tais religiões, os quais têm ocupado zonas historicamente impossibilitadas do acesso à saúde, educação, assistência, segurança, moradia, transporte público de qualidade e infraestrutura urbana. Tais situações operam no nível do instituído, produzindo, muitas vezes, reverberações nos modos de ser e de existir dos adeptos e consulentes dessas crençasTese Os batuques que ecoam e ladrilham pelas ruas de Natal (RN): a Nação Zambêracatu e a experiência do estar-e-do-fazer-em-comum(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-28) Rocha, Matheus Barbosa da; Pereira, Maria Teresa Lisboa Nobre; https://orcid.org/0000-0002-5085-4296; http://lattes.cnpq.br/1234091318043836; https://orcid.org/0000-0003-2483-1100; http://lattes.cnpq.br/6287197340652705; Severo, Ana Kalliny de Sousa; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394; http://lattes.cnpq.br/5170430928839162; Galindo, Dolores Cristina Gomes; Silva, Igor Monteiro; Gomes, Verônica Maria da SilvaA presente tese pretende conhecer a experiência do estar-e-do-fazer-em-comum no cotidiano do primeiro e único Maracatu-Nação de Natal, a Nação Zambêracatu, ambicionando: a) narrar como as tradições culturais e afrorreligiosas do Zambêracatu ajudam a compor a experiência do estar-e-do-fazer-em-comum; b) acompanhar as redes de sociabilidade, as políticas de familiaridade e de amizade e as relações de poder da experiência do estar-e-do-fazer-em comum da Nação; e c) discutir as reverberações do cenário contemporâneo, informacional, midiatizado e pandêmico na experiência do estar-e-do-fazer-em-comum do Zambêracatu, bem como em suas tradições culturais e religiosas. Para isso, utilizou-se da experiência etnográfica através de observações participantes, entrevistas abertas e conversas informais. Entre 2020- 2021, durante a pandemia da SARS-CoV-2, a entrada em campo aconteceu por vias digitais e, em 2022, presencialmente. As tradições da Nação, em virtude do vínculo com os Orixás, da relação com o tempo, da ancestralidade, da importância da comida, do corpo e do matriarcado, possibilitaram perceber o estar-e-o-fazer-em-comum nas cenas de hospitalidade, na ideia de família e na transmissão dos conhecimentos pela oralidade. As suas sociabilidades, políticas de familiaridade/amizade e as relações de poder se apresentam com conflitos, disputas, divergências, polarizações, antagonismos, coalizões, alianças e afetos. Quando batuca nas ruas, entre o terror dos projetos coloniais, racistas e eugenistas que atravessam a urbe, seja pelo seio do Estado, da sociedade civil ou por outras vias, e a alegria e pujança das tradições ancestrais, a Nação transforma a cidade em terreiro, tornando-a casa de Exu. No cenário pandêmico, o corpo e a subjetividade foram submetidos a tecnologias biomoleculares, microprostéticas e digitais. Nessa cena midiatizada, nessa cidade de bits e pixels, imperam dispositivos de visibilidade, vigilância e controle, que incentivam a espetacularização e a exposição de si. Aposta-se, assim, numa Psicologia que se constrói dialogando com práticas culturais e religiosas às margens dos circuitos sociais, bem como revisitando seus referentes e caminhando em direção à construção de outras produções do saber.Artigo “Colocando as miçangas na guia”: o pesquisar em saúde nos terreiros de umbanda(Educação em Perspectiva, 2019) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Rocha, Matheus Barbosa da; Silva, Antônio Vladimir Félix da; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394O campo da saúde historicamente tem possibilitado pouca participação dos povos de terreiros tanto das suas práticas de planejamento, implementação, avaliação e gestão do cuidado em saúde como também das suas atividades de pesquisa. O presente artigo tem como objetivo discutir as estratégias metodológicas, e também os desafios na execução, de uma pesquisa realizada em três terreiros de Umbanda da cidade do interior do Piauí e nas consequentes Equipes de Saúde da Família que fazem cobertura dos referidos estabelecimentos sagrados. Pretende-se, com esse estudo, que a partir do compartilhamento de uma experiência investigativa contrária às perspectivas que sustentam a ideia do “pesquisador-perito”, sejam estabelecidos diretrizes a futuros acadêmicos e pesquisadores do campo da saúde que se proponham em realizar estudos em terreiros de UmbandaArtigo O Cuidado em saúde promovido pelas religiões afro-brasileiras(Psicologia Ciência e Profissão, 2023) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Rocha, Matheus Barbosa da; Silva, Antônio Vladimir Félix; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394No decorrer da história, sempre foram infindáveis os casos em que os sujeitos recorriam a centros espíritas ou terreiros de religiões de matrizes africanas em decorrência de problemas como doenças, desempregos ou amores mal resolvidos, com o objetivo de saná-los. Por conta disso, este artigo visa apresentar os resultados da pesquisa relacionados ao objetivo de mapear os processos de cuidado em saúde ofertados em três terreiros de umbanda de uma cidade do litoral piauiense. Para isso, utilizamos o referencial da Análise Institucional “no papel”. Os participantes foram três líderes de terreiros e os respectivos praticantes/consulentes dos seus estabelecimentos religiosos. Identificamos perspectivas de cuidado que se contrapunham às racionalidades biomédicas, positivistas e cartesianas, e faziam referência ao uso de plantas medicinais, ao recebimento de rezas e passes e à consulta oracular. A partir desses resultados, podemos perceber ser cada vez mais necessário, portanto, que os povos de terreiros protagonizem a construção, implementação e avaliação das políticas públicas que lhe sejam específicasArtigo Nos batuques dos quintais: as compreensões dos povos de Umbanda sobre saúde, adoecimento e cuidado(Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2019) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Rocha, Matheus Barbosa da; Silva, Antônio Vladimir Félix; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394Durante o processo de escravização africana no Brasil, os negros trouxeram consigo uma imensa bagagem simbólico-cultural, tais como danças, comidas, festividades e cerimônias religiosas. Na esfera religiosa, o processo de intercâmbio das doutrinas africanas com os elementos culturais já existentes em terras brasileiras deu surgimento à religião umbandista. O presente artigo teve como objetivo conhecer as concepções dos praticantes e consulentes de três terreiros de Umbanda sobre saúde, adoecimento e cuidado. Como matriz metodológica, utilizou-se o referencial da Análise Institucional “no papel”. Os participantes foram três sacerdotes umbandistas e os respectivos praticantes e consulentes dos terreiros que os mesmos conduziam. Como resultados, identificamos alguns elementos que explicariam, de acordo com as cosmologias umbandistas, os processos de saúde/doença: desequilíbrios energéticos; pensamentos e condutas negativas diante da vida; nervosismo; obsessores; mediunidade não resolvida ou alguma questão de ordem médica ou psicológica. Pôde-se perceber, portanto, que os conhecimentos dos povos umbandistas sobre saúde em muito destoam daqueles em que se sustentam os saberes hegemonicamente instituídos que direcionam os profissionais da saúdeArtigo Psicologia da diferença, relações raciais e formação da(o) psicóloga(o)(Psicologia: Ciência e Profissão, 2022) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Silva, Antonio Vladimir Félix; Santos, Joice Silva dos; Duque, Jéssica Pereira; Rocha, Matheus Barbosa da; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394Neste estudo, apresentamos um relato de pesquisa acerca de uma psicologia da diferença nas relações raciais, a fim de cartografar processos de subjetivação das relações raciais na formação da(o) psicóloga(o) e sua interface com a atuação profissional. Como métodos de pesquisa, utilizamos a cartografia, a participação observante, um círculo de cultura e duas rodas de conversa para produzir narrativas, relato e escrita de si em diário cartográfico. Para discussão e análise, realizamos um exercício ético-estético-poético e político, operando com ferramentas-conceitos da esquizoanálise e da epistemologia da decolonização. Como política dessa invenção, considera-se que: a) o pesquisador devém analisador/testemunha do lugar de fala das mulheres negras que compõem a cartografia a partir de sua representatividade; b) a presença de um número reduzido de negras(os) nos cursos da área da saúde é efeito da colonização da academia; c) a implicação ético-política da(o) psicóloga(o) emerge como dispositivo de enfrentamento ao racismo institucional; e que d) um movimento estudantil menor, ao devir comum minoritário, rompe com o instituído e instaura, de modo criativo, discussões que suscitam o debate em torno da psicologia nas relações raciais e de situações-problema que emergem do dispositivo interseccionalidade