Navegando por Autor "Pereira, Lucas de Oliveira"
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TCC O arco e a flecha do caçador: a dança de oxóssi no candomblé de Kêtu do Ilê Olorum(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-02-11) Pereira, Lucas de Oliveira; Marques, Larissa Kelly de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/2272256149121710; http://lattes.cnpq.br/3806585253691368; Vieira, Marcílio de Souza; http://lattes.cnpq.br/7003467659704271; Silva, Sebastião de Sales; http://lattes.cnpq.br/7250080468263829O presente trabalho busca desenvolver um estudo descritivo-reflexivo acerca do Agueré de Oxóssi, um específico formato de dança que acontece na tradição do candomblé de Kêtu, no terreiro de candomblé da Ialorixá Isa de Nanã – Ilê Olorum (Parnamirim/RN). Para isso, utiliza-se da descrição desse movimento a partir da auto-observação e do reconhecimento da presença de fatores de movimento nessa dança, em uma abordagem dos estudos coreológicos propostos por Rudolf Laban (LABAN, 1978), a partir das seguintes referências: TIBÚRCIO (2010; 2014) e RENGEL (2001; 2006; 2008). No percurso do texto, discute-se a questão da dança de orixás e de povos negros, para isso, utiliza-se os apontamentos de MARTINS (2008); OLIVEIRA (2006; 2014) e SANFILIPPO (2016). Como escopo metodológico, tomamos como referência a descrição coreográfica, com base em observação participante e nas reflexões pessoais, seguindo os preceitos de aprendizados, dessa e de outras danças, no terreiro de candomblé. Objetiva-se com esse estudo a realização de uma leitura do Agueré de modo a destacar dele a presença de um imaginário criativo e ancestral, propulsor de reflexões sobre essa dança e a vida, a partir da tradição. Conhecer o Agueré de Oxóssi é uma atitude significativa em uma Licenciatura em Dança, como reconhecimento da relevância dos estudos das motrizes africanas na nossa cultura, na nossa arte e na nossa vida.Dissertação Xirê Odara: a festa do corpo negro em movimento na dança dos Orixás(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-27) Pereira, Lucas de Oliveira; Vieira, Marcílio de Souza; https://orcid.org/0000-0002-2034-0796; http://lattes.cnpq.br/7003467659704271; http://lattes.cnpq.br/3806585253691368; Machado, Lara Rodrigues; Moreira, Stephanie Campos PaivaO presente trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida na área das Artes Cênicas, com profunda interferência da religiosidade de “motrizes” afrodiaspóricas (Ligiéro, 2011), realizada no terreiro de Candomblé Ilê Olorum – espaço de cultura e religiosidade de afro-indígena – entre 2022 e 2024. A pesquisa estrutura-se a partir da dimensão de pertencimento do pesquisador, como filho dessa casa de Axé, e busca compreender, por meio da técnica da “observação participante” (Minayo, 2001; Demo, 2014; Severino, 2017) os sentidos e percepções emergentes da dança de orixá no contexto ritual e celebrativo do xirê de Candomblé daquele terreiro. A partir dessa análise, buscou-se construir uma experimentação corporal que resultasse em uma composição coreográfica. A proposta poética intitulase “A Trilogia do Caminho” e se inspira na noção de livre criação artística, entretanto, é desenvolvida a partir da pesquisa, seguindo uma ideia de que o “Xirê Odara” é uma metáfora utilizada para a valorização dos corpos negros que se refugiam no Candomblé, em manifestações de rito, dança, aquilombamento, resistência, beleza, arte, cultura, pedagogia e política. O culto ao xirê de Candomblé, enquanto potência ancestral do povo negro, tornou-se, assim, a primeira conquista desta pesquisa, que, ao propor uma produção artística em dança precisou “reconhecer” e “celebrar” os corpos negros (Sodré, 1999; 2019), e também precisou “reescrever” (ressignificar) narrativas e mitos (Medeiros, 2021), assim como, “reconstruir” sentidos espetaculares e imagéticos da africanidade (Moreira, 2022) e “afirmar” o corpo como potência (Silva, 2022). O que se construiu nessa jornada foi poder. Um corpo negro, quando se encontra e se reconhece aquilombado, não é outra coisa senão poder. Assim, descrever a dança no xirê, recriá-la na composição poética e fazê-la significar a afirmação de uma ancestralidade africana implica ir além da noção de herança de povos escravizados que lutaram por libertação; trata-se de assumir a luta contra a colonização, do passado ao presente. Com esta pesquisa (e sua derivação poética), propomos discutir os significados que podem emergir de uma composição coreográfica contemporânea baseada nas motrizes da dança dos orixás de Candomblé ou, antes, reencontrar nossa afirmação social por meio da construção de pertencimento e representatividade dos corpos negros em movimento. Para tanto, foi necessária uma reflexão profunda sobre o que somos e sobre como a sociedade brasileira construiu, em seu imaginário e em suas instituições, a imagem dos afrodescendentes por meio de racismos: colonialista, religioso e estrutural. Para o pesquisador implicado neste trabalho, criar uma composição coreográfica a partir da observação das danças dos orixás, em um terreiro de Candomblé, significou assumir-se negro, acolher as heranças simbólicas ancestrais e celebrar o aquilombamento dos corpos negros no Xirê Odara, que brota da dança dos orixás e em seus próprios corpos “negros”, que insistem em continuar vivos, dignos e felizes.