Navegando por Autor "Othon, Renata Alves de Albuquerque"
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Tese Infância, consumo e mídia: um mapa das múltiplas mediações de crianças visibilizadas nas redes sociais on-line(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-06-23) Othon, Renata Alves de Albuquerque; Coelho, Maria das Graças Galvão Pinto; ; ; Ponte, Maria Cristina Mendes da; ; Marôpo, Lidia Soraya Barreto; ; Souza, Daniel Rodrigo Meirinho de; ; Gomes, Marcelo Bolshaw;A mídia tem sido apontada, principalmente desde o consumo de televisão, como a protagonista no processo de desaparecimento da infância. Em continuidade, as tecnologias de informação e comunicação e o acesso ubíquo a conteúdos publicizados em rede potencializaram os embates no campo discursivo da infância moderna para a contemporânea. Vistas ora como sujeitos vulneráveis e frágeis, que estão perdendo sua essência em face dessa nova categoria de consumo, ora como indivíduos empoderados, as crianças são constantemente colocadas em narrativas que debatem o que é apropriado para elas, e o que não condiz com sua condição. Em face dessa conjuntura, esta tese relaciona os processos comunicacionais das crianças nas redes sociais on-line à emergência da infância na contemporaneidade. Questiona-se que estruturas, sentidos e práticas relativos ao consumo de sites de redes sociais limitam a forma com que as crianças podem agir, e possibilitam as suas práticas na construção social da infância. Com base nesta problemática, defende-se que infância contemporânea é constituída por um processo de reconfiguração mediado pelas lógicas de consumo material e simbólico, iniciadas na globalização cultural do século XX, e pelas mediações comunicativas da cultura, nas figuras da tecnicidade e da midiatização. Ambas povoam os processos de socialização das crianças e organizam práticas e sentidos que definem identidades, culturas de pares, culturas globalizadas e formas desiguais de vivenciar a infância, amparadas por contextos socioeconômicos e políticos. Além disso, aponta-se outros circuitos de ação e mediação que dão continuidade às definições modernas de infância e/ou também são determinantes para o seu entendimento na contemporaneidade. Dentre eles, a ludicidade; a cultura de pares; a cultura visual; as relações intergeracionais; as dinâmicas de vigilância; e os parâmetros de sociabilidade do ponto de vista do capital social, econômico e cultural (BOURDIEU, 1980, 1986; RECUERO, 2009). O aporte teórico-metodológico é fundamentado na Teoria da Estruturação (GIDDENS, 2003), nos Estudos da Infância (BUCKINGHAM, 2007; CORSARO, 2011; PROUT; JAMES, 1997; SARMENTO, 2008, 2013; SARMENTO; PINTO, 1997; QVORTRUP, 2010) e na Teoria das Mediações (MARTÍN-BARBERO, 2002, 2009a, 2009b, 2014). Os resultados são verificados após a aplicação da Análise de Conteúdo Temática (BARDIN, 2011) à transcrição dos diálogos de seis grupos focais (N=28) realizados em duas escolas da cidade de Natal, entre crianças de 10 a 12 anos, estudantes do sistema público e privado de ensino. A etapa qualitativa é complementada pela interpretação de dados quantitativos produzidos e disponibilizados pelo Cetic.br a respeito do panorama de consumo de tecnologias de informação e comunicação no Brasil. Propõe-se, com base nas experiências das crianças participantes, o conceito de infância nostálgica para demarcar a existência de continuidades e descontinuidades relativas ao ideal moderno de infância. Tal conceito é apresentado como uma noção operatória em vias de exploração e como um processo em andamento, o qual deve ser entendido e problematizado em consonância com as transformações, emergências e tensões de um tempo contínuo.Dissertação A influência do self reality show online na apropriação de práticas de saudabilidade no Instagram(2017-03-16) Othon, Renata Alves de Albuquerque; Coelho, Maria das Graças Pinto; ; http://lattes.cnpq.br/8288579916239009; ; http://lattes.cnpq.br/5825371847434065; Freire Filho, João Batista de Macedo; ; http://lattes.cnpq.br/6936704860361247; Gomes, Marcelo Bolshaw; ; http://lattes.cnpq.br/4277715352803619Este estudo tem como objetivo discutir o papel do self reality show online - conceito desenvolvido na pesquisa que trata da autoexposição de microcelebridades na internet - na apropriação de práticas de consumo alimentar saudável entre usuários do Instagram. Nesse ponto, analisa-se o papel e o trabalho de influenciadores digitais, um novo modelo de negócio que vem ditando tendências e articulando mentes, a partir da observação da expansão do constructo de saudabilidade, da gastronomização e do estudo das tendências alimentares contemporâneas. Para tanto, adota-se conceitos centrais que fazem a ponte entre sociedade, mídia e saúde: midiatização, à luz dos estudos de Hjarvard (2012), Muniz Sodré (2012), Fausto Neto (2006, 2008) e Verón (2014); sociabilidade em rede, embasada nas pesquisas de Castells (2003, 2010) e Recuero (2009); visibilidade e exibicionismo, sob a ótica de Debord (1964), Rocha e Castro (2009), Rocha (2006), Goffman (2002) e Sibilia (2007, 2008); consumo contemporâneo e tendências da alimentação, baseados em Lipovetsky (2007), Barbosa (2009), Espírito Santo Neto (2009) e Jacob (2013). Metodologicamente, por meio da da Teoria Fundamentada, comentários gerados em publicações relacionadas à alimentação saudável, pertencentes aos perfis @carolbuffara e @mimisfranzoni, são analisados de acordo com o processo de codificação da TF e sistematizados em categorias e memos, intitulados codificação aberta, axial e seletiva. Entrevistas via questionário Google Docs com seguidores dos perfis analisados também são consideradas como suporte para a interpretação dos dados. O estudo teórico e a análise apontam para a transformação da opinião de microcelebridades em critério de legitimidade, fenômeno ancorado pela representatividade e visibilidade presentes nas redes sociais na internet, que as transformam em uma referência e espécie de manual de estilo de vida sintonizado com a saudabilidade e a gastronomização, tendências ainda pautadas pela mídia e pelas indústrias alimentícia e da beleza. Interpreta-se os resultados como reflexos de uma sociedade que tem como forte tendência de comportamento o culto ao corpo e de uma cultura hedonista imaginativa que institucionaliza a busca de sensações, experiências e emoções por intermédio do consumo, sob a ótica do consumo de imagens.