Navegando por Autor "Monteiro, Ana Carolina Grillo"
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Tese Competição bentônica em ecossistemas recifais: resultados, mecanismos e efeitos de estressores ambientais(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-27) Monteiro, Ana Carolina Grillo; Longo, Guilherme Ortigara; https://orcid.org/0000-0001-8838-5811; http://lattes.cnpq.br/5917417675747912; Cruz, Igor Cristino Silva; Ramos, Bárbara Segal; Cordeiro, Ralf Tarciso Silva; Faria, Samuel Coelho deA competição entre organismos é uma das interações ecológicas mais fortes que estruturam as comunidades. Nos ecossistemas recifais, organismos sésseis competem pelo limitado substrato consolidado para assentarem e crescerem, e utilizam uma variedade de mecanismos para manter seu espaço e competir com organismos vizinhos. Corais calcificadores (corais duros escleractínios e hidrocorais) são um dos principais construtores de recifes, no entanto, mudanças climáticas e distúrbios locais estão reduzindo sua abundância. Isso promove a dominância do bentos recifal por organismos não calcificadores, como macroalgas, zoantídeos e corais moles, que competem com os corais pelo substrato. Contudo, os resultados da competição podem variar com os fatores ambientais que influenciam a habilidade competitiva dos organismos. Esta tese teve como objetivo investigar os resultados da competição entre corais calcificadores e macroalgas, corais moles e zoantídeos de recifes do Atlântico Sudoeste e do Indo-Pacífico, os mecanismos de competição e como estressores ambientais, presentes e futuros, afetam essas interações, por meio de experimentos laboratoriais. Nos dois primeiros capítulos, investiguei os mecanismos e resultados da competição em corais calcificadores do Atlântico Sudoeste (Siderastrea sp. e Millepora alcicornis) e do Indo-Pacífico (Porites sp. ramificado e Acropora cf. kenti), competindo com organismos comuns nesses recifes: uma macroalga (Dictyopteris delicatula) e um zoantídeo (Palythoa caribaeorum) no Atlântico Sudoeste, e um coral mole (Clavularia sp.) no Indo-Pacífico. No Capítulo 1, os competidores prejudicaram os corais apenas quando em contato físico, sendo o zoantídeo um competidor mais forte do que a macroalga. No Capítulo 2, o coral mole afetou negativamente o coral duro mais fraco (Porites sp.) por meio de dano físico, mas seus aleloquímicos não impactaram nenhum coral duro. Ambos os capítulos demonstraram que a suscetibilidade aos danos da competição em corais calcificadores depende da espécie: Mi. alcicornis sofreu mais danos do que Siderastrea sp. ao competir com a macroalga, mas ambos foram altamente afetados pelo zoantídeo. Já, A. cf. kenti não sofreu dano pelo coral mole, enquanto Porites sp. foi negativamente afetado. No Capítulo 3, avaliei os efeitos do enriquecimento por ferro na competição física entre três espécies de corais (Siderastrea sp., Mi. alcicornis e Mussismilia harttii) e uma macroalga (Lobophora variegata) e um zoantídeo (P. caribaeorum), considerando o potencial efeito dos desastres de mineração ocorridos na costa brasileira. A competição por contato direto foi prejudicial para todos os corais calcificadores, independentemente do ferro, mas altas concentrações agravaram os impactos negativos da competição no coral mais vulnerável, Mu. harttii. Por fim, no Capítulo 4, investiguei os efeitos do enriquecimento por nitrato e da acidificação oceânica na competição entre corais duros e moles(Stylophora pistillata e Xenia spp., respectivamente) do IndoPacífico. Enquanto a competição afetou negativamente o coral duro, a combinação de acidificação e aumento de nitrato mitigou os efeitos negativos nas respostas seus endossimbiontes, mas a acidificação reduziu as taxas de calcificação do coral duro. As respostas dos endossimbiontes do coral mole foram favorecidas pelo aumento de nitrato, e a acidificação não causou impactos no coral mole. Em geral, os corais calcificadores sofreram efeitos negativos em contato físico com os competidores, enquanto a maioria dos organismos que interagiram com os corais calcificadores não apresentou danos detectáveis da competição. Esta tese demonstra que: a severidade dos efeitos da competição em corais calcificadores e os mecanismos utilizados pelos competidores dependem das espécies envolvidas e das condições ambientais. Especificamente, os estressores ambientais relacionados à poluição apresentam maiores riscos para os corais calcificadores quando estão competindo com outros organismos, e cenários de aumento de estressores antropogênicos, relacionados ao clima (escala global) ou à poluição (escala local), tendem a ter menor impacto nos competidores nãocalcificadores. Esses resultados aumentam nossa compreensão sobre as especificidades das interações competitivas nos ecossistemas recifais bentônicos e possibilitam previsões mais precisas sobre as consequências do aumento de estressores antropogênicos nos ecossistemas recifais.TCC Identificando espécies de corais adequadas para a restauração da Área de Proteção Ambiental Recifes de Corais - RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-15) Paiva, Esther Silva Queiroz; Longo, Guilherme Ortigara; Bleuel, Jessica; https://orcid.org/0000-0002-2943-9899; http://lattes.cnpq.br/5746646593027545; http://orcid.org/0000-0003-2033-7439; http://lattes.cnpq.br/3947302863354812; http://lattes.cnpq.br/6842168449374332; Monteiro, Ana Carolina Grillo; https://orcid.org/0000-0001-8838-5811; http://lattes.cnpq.br/5917417675747912; Fogliarini, Carine de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-9238-8767; http://lattes.cnpq.br/6528768111430682Abordagens históricas são fundamentais na compreensão das mudanças nos ecossistemas, proporcionando um referencial para comparações e avaliações futuras. Essa perspectiva histórica se torna uma ferramenta essencial em estratégias de conservação e restauração, onde abordagens que incluem múltiplas espécies têm mais chances de preservar as funções ecossistêmicas. O objetivo do estudo foi investigar possíveis declínios na abundância e riqueza das espécies de corais na Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC) ao longo de 6 décadas, afim de direcionar esforços de restauração de múltiplas espécies de corais baseados em ecologia. Por meio de uma revisão sistemática registramos 13 espécies de corais e hidrocorais na região, cujas abundâncias atuais foram comparadas ao registro mais antigo da área de estudo, feito por Laborel em 1970. Uma matriz de distância funcional foi construída com base em variáveis mistas de atributos para escolher conjuntos mínimos de espécies que suportem ao máximo as funções ecossistêmicas considerando “persistência ecológica”, “persistência ecológica e atributos” e “persistência ecológica, atributos e restauração”. Identificamos reduções na abundância de Millepora alcicornis e Mussismilia harttii desde a década de 70, porém não houve mudança na dominância de Siderastrea stellata. Nos três conjuntos propostos para restauração, com quatro, cinco e seis espécies, S. stellata, Mi. alcicornis, Favia gravida e Porites astreoides foram selecionadas em todos os critérios. Além dessas quatro espécies, o conjunto com cinco espécies variou entre a adição de Agaricia humilis (persistência ecológica), ou Mussismilia hispida (persistência ecológica, atributos e restauração). Com seis espécies variou entre a adição de A. humilis e Agaricia fragilis (persistência ecológica) ou Mu. hispida e Montastraea cavernosa (persistência ecológica, atributos e restauração). Os conjuntos de persistência ecológica com cinco e seis espécies foram as melhores opções, pois abrigam três tipos de corais construtores (construtor, cimentador e preenchedor), mesmo que com um menor volume funcional, pois mantém o padrão histórico dos recifes, recupera a abundância perdida por algumas espécies e conserva grande parte das funções ecossistêmicas.