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Além do invisível: uma análise da oferta de serviços da atenção primária à saúde às trabalhadoras do sexo
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-10) Silva, Vanessa Amancio da; Brito, Andiara Araújo Cunegundes de; http://lattes.cnpq.br/4617227809089179; http://lattes.cnpq.br/4853123526306578; Rosa, Luiz Paulo Gomes dos Santos; http://lattes.cnpq.br/6140262172105122; Medeiros, Priscilla Brandão de; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502
O convívio em sociedade, estabelecido enquanto um processo multável por fatores históricos e culturais, requisita o estabelecimento de reflexões acerca das construções morais e de valores constituídos socialmente. Um exemplo disso são as preconcepções estigmatizantes atribuídas a determinados públicos, como as trabalhadoras do sexo e seu impacto sobre o acesso dessas mulheres aos seus direitos. Dessa forma, este estudo objetivou analisar a atenção à saúde e as políticas públicas voltadas às trabalhadoras do sexo, no âmbito do acolhimento oferecido pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde do município de Caicó, Rio Grande do Norte. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. A coleta de dados contou com instrumento de entrevistas semiestruturadas realizadas com Agentes Comunitários de Saúde, Enfermeiros/as, Médicos/as e os/as Cirurgiões-Dentistas atuantes nas Unidades Básicas de Saúde que são referência territorial dos prostíbulos existentes no município. Posteriormente, as informações foram trabalhadas por meio da análise de conteúdo de Bardin, que foram agrupadas em três categorias temáticas para a discussão, sendo essas: Construção de vínculos entre profissionais de saúde e trabalhadoras do sexo: quantos passos separam a utopia e a realidade?; A educação como instrumento transformador de realidades; O paradigma da saúde sexual: a atenção primária e suas potencialidades para a ruptura com práticas conservadoras. Os resultados provenientes da coleta e análise dos dados possibilitaram compreender de forma mais ampla o acesso e a oferta de serviços de saúde da atenção primária às trabalhadoras do sexo e como esse público é visto, tratado e acolhido por profissionais da saúde. Foi possível perceber que essas mulheres apresentam baixa adesão aos serviços ofertados na atenção primária, o que pode estar interligado a questões socialmente enraizadas, como as relações patriarcais de gênero, as quais interferem nas relações estabelecidas entre usuárias, profissionais e serviços de saúde. Além disso, também foi ressaltada a importância da educação permanente na continuidade do processo de formação profissional, assim como as potencialidades da atenção primária e sua abrangência territorial para a promoção do cuidado e transformação social.
Assistência ao ciclo gravídico-puerperal e aspectos socioeconômicos: uma relação existente?
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-07) Silva, Jardson; Braga, Liliane Pereira; http://lattes.cnpq.br/7975322428279245; http://lattes.cnpq.br/3248863806624530; Lucena, Eudes Euler de Souza; Medeiros, Priscilla Brandão de
Este trabalho tem como objetivo analisar a relação do perfil socioeconômico com a assistência ao ciclo gravídico-puerperal de puérperas do Seridó Potiguar. Trata-se de uma pesquisa do tipo analítica e transversal, com abordagem quantitativa, desenvolvida a partir da aplicação de um questionário contendo perguntas fechadas com as puérperas que estavam internadas no alojamento conjunto da Clínica Obstétrica do Hospital Regional Dr. Mariano Coelho, localizado no município de Currais Novos/RN, no período de abril e junho de 2022. Observou-se maior prevalência do parto cesáreo em mulheres com ensino médio ou mais, com renda familiar acima de mil reais e nas que não recebem benefícios sociais, bem como nas que não realizaram visita de vinculação com a maternidade durante à gestação e que não participaram de atividades educativas no pré-natal. Neste sentido, compreende-se que durante a gravidez, o parto e o puerpério os aspectos socioeconômicos são relegados para segundo plano, uma vez que este período é marcado pela intensa medicalização e pela negativa da singularidade e autonomia das mulheres, as quais são submetidas a procedimentos e técnicas desnecessárias. Há a necessidade de ampliação e fortalecimento do diálogo acerca da temática com os profissionais de saúde, gestores e parturientes, no intuito de garantir uma assistência humanizada e equânime.
Cartilha de orientação profissional: proteção intersetorial de crianças e adolescentes em situação de violência sexual
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-14) Santos, Maria Emanuele do Rêgo; Medeiros, Priscilla Brandão de; https://orcid.org/0000-0003-2183-6141; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502; https://orcid.org/0000-0003-1488-8656; http://lattes.cnpq.br/9957989129580780; Medeiros, Priscilla Brandão de; https://orcid.org/0000-0003-2183-6141; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502; Lira, Lara Caline Santos; https://orcid.org/0000-0002-8430-6095; http://lattes.cnpq.br/0242383072817122; Silva, Juliana Kelly Dantas da; http://lattes.cnpq.br/9997525385180746
Introdução: a violência sexual perpetrada contra crianças e adolescentes trata-se de um problema de saúde pública multifacetado, complexo e endêmico, com gênese nas relações de desigualdade e poder, dada a cultura de submissão envolta na infância e adolescência. Justificativa: a atuação da autora no setor de urgência pediátrica de um hospital localizado no interior do Rio Grande do Norte revelou lacunas significativas no atendimento a vítimas de violência sexual. Dentre as falhas observadas, destacam-se a dificuldade em identificar sinais de abuso, a ausência de notificações obrigatórias e os encaminhamentos inadequados para a rede de proteção, evidenciando a necessidade de um instrumento educativo que orientasse os/as profissionais sobre o manejo desses casos. Objetivo: apresentar as etapas de elaboração de uma cartilha informativa de identificação, acolhimento, notificação e encaminhamento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes destinada à equipe multiprofissional. Materiais e Métodos: trata-se de um estudo metodológico voltado para a construção de uma cartilha educativa que visa qualificar o atendimento prestado pela equipe multiprofissional da urgência pediátrica e pediatria do hospital. A construção do material seguiu diretrizes metodológicas para a elaboração de materiais educativos na saúde, envolvendo as seguintes etapas: levantamento bibliográfico e documental, organização do conteúdo, elaboração do material informativo, revisão técnica e socialização com a equipe multiprofissional. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio das plataformas Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde e SciELO. Resultados e Discussão: a cartilha informativa desenvolvida apresenta diretrizes práticas para orientar a equipe multiprofissional na abordagem de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Estruturada de forma objetiva, inclui informações sobre sinais de alerta, condutas de acolhimento, importância da notificação e encaminhamentos necessários para a rede de proteção social. Considerações Finais: espera-se que a cartilha contribua para o fortalecimento das práticas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, promovendo o aprimoramento técnico e a sensibilização dos/as profissionais de saúde envolvidos/as no atendimento. Além disso, o material busca fomentar discussões e ações intersetoriais, destacando a importância do compromisso ético e técnico na proteção dos direitos da infância e adolescência.
Como somos acolhidas? Uma análise acerca da percepção das mulheres em situação de parto vaginal
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019) Queiroga, Joane Silva de; Medeiros, Priscilla Brandão de; Silva, Kleylenda Linhares da; Campos, Camila Gourlart de
O trabalho ora apresentado é decorrente das atividades teóricas e práticas realizadas através do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil que se caracteriza como um programa de formação que fortalece e consubstancia a implementação do SUS como política de saúde. A partir disso, a presente pesquisa buscou estudar sobre o acolhimento obstétrico prestado às mulheres que tiveram parto por via vaginal no Hospital Regional Mariano Coelho-HRMC. A metodologia utilizada compreendeu-se em pesquisas bibliográficas, documentais e de campo que tratam do assunto; e, entrevista, guiada por roteiro semi-estruturado, com 15 (quinze) puérperas que tiveram bebê no HRMC. A coleta dos dados foi realizada entre os meses de julho a novembro de 2018, as entrevistas foram gravadas, os dados foram organizados e analisados considerando a técnica da análise de conteúdo discutida por Bardin (2009). O trabalho foi organizado, a partir das reflexões acerca da análise dos dados coletados, em três pontos: o primeiro abordou questões sobre o acolhimento obstétrico; o segundo tratou sobre o direito ao acompanhante e sua relação com as construções sociais basiladas no patriarcado; e o terceiro é constituído pelo direito de escolha sobre os procedimentos de intervenções realizados no parto. Assim, a sistematização da discussão dos dados permitiu-nos concluir, em linhas gerais, que a falta de acolhimento das mulheres se dá num contexto de naturalização da violação de direitos, e os procedimentos clínicos acontecem sem enfatizar a autonomia da mulher sobre o seu corpo.
Discursos culturais experienciados por mulheres no ciclo gravídico-puerperal: uma análise no seridó potiguar
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-23) Cunha, Paolla Jéssica da; Albuquerque, Suzana Cinthia Silva Oliveira de; http://lattes.cnpq.br/1369672632344448; https://orcid.org/0000-0003-2765-2597; http://lattes.cnpq.br/2008030986646042; Mata, Ádala Nayana de Sousa; https://orcid.org/0000-0003-3929-2082; http://lattes.cnpq.br/8921465279478859; Medeiros, Priscilla Brandão de; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502
A transmissão cultural sobre o ciclo gravídico-puerperal ocorre através de imagens, palavras, objetos, olhares e territórios que formulam discursos sobre esses acontecimentos nas vidas de mulheres mães, que são atravessadas por eles em sua subjetividade, podendo provocar sofrimento psíquico materno. São narrativas perpetuadas historicamente que produzem efeitos tanto na constituição subjetiva das mulheres, quanto nos meios nos quais elas estão inseridas, estendendo-se para o âmbito da saúde, da cultura e da política. A partir da atuação psicológica junto às mulheres mães em um hospital do seridó potiguar, notou-se as preocupações relacionadas aos discursos culturais. Surgiu, assim, a indagação sobre a influência dos discursos culturais sobre o sofrimento psíquico materno em uma região permeada por narrativas culturais, cuja transmissão de conhecimentos tradicionais sobre “o que é ser mulher” é passada entre as mulheres dos territórios. Objetivou-se analisar os efeitos dos discursos oriundos da cultura experienciados por mulheres no ciclo gravídico-puerperal no seridó potiguar, identificar os discursos sobre maternidade e gestação apreendidos por mulheres primíparas, compreender seus impactos psicológicos e quais os significados dados a eles pelas mulheres em sua maternidade. Foi realizado um estudo explicativo com abordagem qualitativa com cinco mulheres cisgêneros primíparas, através de instrumentos como ficha de caracterização e entrevista semiestruturada. Os dados coletados foram analisados por meio da análise de conteúdo e permitiram gerar cinco categorias: 1) comparação entre vias de parto; 2) corpos que gestam; 3) gestação como acontecimento limite da vida da mulher; 4) maternidade enquanto dualidade satisfação-sofrimento; 5) efeitos de ordem psicológica. A primeira categoria indica que, durante o ciclo gravídico-puerperal, as mulheres primíparas são atravessadas por discursos com idealização das vias de parto e a relação com a dor, que é mais associada à via de parto normal e influencia a escolha por uma cirurgia cesariana. Enquanto na segunda categoria, os discursos permeiam os corpos de mulheres gestantes, envoltos por olhares de outros que aprisionam as mudanças corporais em uma imagem formada por padrões estéticos, além de padrões para um tipo de parto idealizado, cuja consequência é questionar a capacidade de gestar e parir um filho. A terceira categoria envolve discursos que apontam a gestação como linha tênue entre o questionamento acerca do tempo adequado para ser mãe e as limitações que isso implica nas vidas das mulheres mães. Na quarta categoria, os discursos relatados pelas entrevistadas indicam a presença dual do ideal de instinto materno com amor eterno e do incômodo que o cuidado com o filho pode gerar. A quinta categoria permitiu verificar efeitos psicológicos dos discursos experienciados, como insegurança, medo, frustração e tristeza. Constatou-se que as mulheres estão mais vulneráveis aos efeitos dos discursos no início da gestação, mas de acordo com o desenvolvimento da gestação, ocorre um processo de elaboração e estratégias singulares são criadas por elas.
Educação em saúde baseada em simulação para uma experiência positiva de parturição
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-28) Moura, Francyely dos Santos; Rolim, Ana Carine Arruda; https://orcid.org/0000-0002-0447-9683; http://lattes.cnpq.br/9471678445935347; http://lattes.cnpq.br/2316688530165684; Lopes, Ana Cristina Martins Uchoa; Bonfada, Diego; Medeiros, Priscilla Brandão de; Costa, Raphael Raniere de Oliveira
A assistência ao parto tem passado por diversas transformações, com vistas à adoção de boas práticas de humanização nas instituições de saúde. Nesse sentido, o uso de tecnologias no contexto do trabalho de parto, como a simulação enquanto método, constitui-se como um importante recurso que favorece a aproximação da prática obstétrica e pode fortalecer a autonomia e o protagonismo das parturientes no processo de trabalho de parto e parto, possibilitando a minimização dos efeitos negativos da parturição, bem como a diminuição das inseguranças e medos relacionados ao parto normal. O objetivo principal deste estudo foi desenvolver uma proposta de atividade de educação em saúde sobre estratégias não farmacológicas para o alívio da dor no trabalho de parto, direcionada a gestantes, baseando-se na simulação como método de apoio. Trata-se de uma pesquisa participativa, do tipo pesquisa-ação, analisada qualitativamente por meio da técnica de análise de conteúdo. A coleta de dados foi realizada na Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN), localizada no município de Caicó-RN. A experiência clínica simulada foi desenvolvida no laboratório de simulação e habilidades da EMCM/UFRN, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. A população de estudo foi composta por um grupo de sete pessoas, sendo cinco gestantes e duas acompanhantes que atenderam aos critérios estabelecidos no estudo. As gestantes que participaram da experiência clínica simulada mostraram-se colaborativas e engajadas, além de demonstrarem interesse em participar de outras experiências com o uso da simulação, sugerindo ainda temas a serem abordados em futuras atividades. Conclui-se que esta pesquisa proporcionou às gestantes a oportunidade de visitar a EMCM e conhecer, na prática, o uso de métodos não farmacológicos de alívio da dor que podem ser utilizados durante o trabalho de parto e que estarão disponíveis na maternidade de referência. Assim, espera-se que este estudo subsidie a realização de outras experiências baseadas em simulação para gestantes, incentivando o parto normal e promovendo uma maior integração entre ensino, serviço e comunidade.
Entre muros: reflexões sobre o cuidado em saúde no cárcere
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-18) Medeiros, Diego Henrique Brilhante de; Oliveira, Ana Luiza de Oliveira e; https://orcid.org/0009-0004-7376-9498; Bastos, Raquel Littério de; Medeiros, Priscilla Brandão de
O Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo, somando 644.794 mil pessoas. Destas, 10.477 vivem nas instituições penitenciárias do Rio Grande do Norte. O cenário das instituições é marcado por violência, má qualidade de saúde e higiene e presença de facções criminosas. Sendo a saúde prisional no país parte do Sistema Único de Saúde (SUS), torna-se fundamental garantir o cuidado para as pessoas privadas de liberdade. Institucionalizado pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), o acesso integral à saúde para esta população se dá pelo trabalho das Equipes de Atenção Básica Prisional (eABP) constituídas a partir do trabalho interprofissional. Este trabalho objetiva relatar a experiência de um médico residente em Medicina de Família e Comunidade como parte da equipe de saúde de uma prisional no Rio Grande do Norte. Esta é uma pesquisa qualitativa, descritiva e com inspiração etnográfica. Os dados foram registrados em caderno de campo de março de 2023 e dezembro de 2024. Para a análise, dados foram êmicamente organizados em três categorias, a saber: i) Saúde como troféu, ii) Gênero e controle, iii) Fármacos e as dinâmicas de poder no cárcere e, iv) O trabalho interprofissional no cuidado em saúde. Os resultados revelam desafios desde limitações estruturais, superlotação e ausência de políticas públicas até a não efetivação do acesso ao cuidado integral. Constatou-se que a saúde atua como uma moeda de troca dentro da instituição. As questões de gênero, marcadas por estigmas sociais, permeiam as dinâmicas do ambiente prisional. Além disso, os psicofármacos são frequentemente utilizados como instrumentos de controle e sobrevivência, ultrapassando sua função biológica. Nesse contexto, o trabalho interprofissional surge como uma estratégia fundamental para garantir o acesso à saúde dessa população. Conclui-se que a atuação de equipes multiprofissionais aliada à presença da Medicina de Família e Comunidade como especialidade generalista contribui para a promoção de reflexões sobre o cuidado em saúde no sistema prisional. Essa abordagem busca fomentar práticas éticas e humanizadas orientadas por ações integradas que considerem as complexidades e especificidades desse contexto.
Habilidades de comunicação em saúde na assistência às mulheres em situação de violência: construção de cartilha educativa para profissionais de saúde
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-28) Silva, Dayse Barbosa; Mata, Ádala Nayana de Souza; Braga, Liliane Pereira; Medeiros, Priscilla Brandão de
A violência é considerada um fenômeno social disseminado nos países ao redor do mundo, podendo ser observada em várias culturas e classes sociais distintas. Entendida como um problema de saúde pública pode ser caracterizada por vários tipos, incluindo a violência de gênero, na qual a grande maioria das vítimas são mulheres. Diante desse contexto a prática dos (as) profissionais de saúde é considerada importante na assistência às mulheres vítimas de violência que buscam os diferentes espaços do Sistema Único de Saúde. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo a construção de cartilha educativa acerca das habilidades de comunicação para profissionais de saúde no atendimento de mulheres vítimas de violência. O presente estudo pode ser definido como metodológico tendo como foco o desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumento e estratégia metodológica de material educativo (cartilha) sobre as habilidades de comunicação para profissionais de saúde que atendem mulheres em situação de violência. Este estudo foi composto de duas etapas sendo o levantamento bibliográfico a primeira e desenvolvimento e elaboração da cartilha a segunda etapa. Para o design do material, utilizou-se o site slidesgo (2023), pertencente à plataforma Freepik Company (Copyright). A versão final da cartilha possui vinte e cinco páginas, com capa, contracapa, apresentação, sumário e referências. Contudo evidencia-se a importância dos materiais educativos como estratégia de fomento a educação permanente em saúde, auxiliando na preparação mais adequada dos (as) profissionais que estão diante de casos delicados e de difícil manejo, como os de violência de gênero.
Novas ou velhas expressões da questão social? uma reflexão acerca dos impactos da pandemia de COVID-19 na vida de mulheres mães solo do bairro João XXIII, do município de Caicó/RN
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-09) Santos, Maria Emanuele do Rêgo; Oliveira, Fernanda Kallyne Rego de; http://lattes.cnpq.br/7285230276975940; https://orcid.org/0000-0003-1488-8656; http://lattes.cnpq.br/9957989129580780; Oliveira, Fernanda Kallyne Rego de; http://lattes.cnpq.br/7285230276975940; Costa, Marcelo Viana da; http://lattes.cnpq.br/1801687907907663; Medeiros, Priscilla Brandão de; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502
Na contemporaneidade, é possível apontar a pandemia de Covid-19 como um fenômeno multidimensional com impactos que perpassam o âmbito de questões biomédicas e epidemiológicas ao potencializar a existência de problemáticas em diversos outros aspectos da vida humana, como no que se refere a questões sociais, políticas, econômicas e sanitárias. Nesse sentido, indagou-se, a partir de atendimentos de Serviço Social realizados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no bairro João XXIII no município de Caicó/RN: Como a questão social pode ser avaliada frente ao contexto pandêmico e quais seus impactos no cotidiano de famílias chefiadas por mulheres residentes nesse território? Deste modo, o referido estudo objetiva construir uma análise crítica acerca do agravamento da questão social no contexto de pandemia a partir de vivencias de mulheres chefes de família do bairro João XXIII. Trata-se de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa e descritiva. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada a 18 mulheres chefes de família residentes do território citado. A análise dos dados coletados se deu por meio da Análise do Discurso e do Materialismo Histórico-Dialético. Por meio da análise dos relatos coletados e das observações feitas do território em estudo, constatou-se que há múltiplas expressões da questão social no cotidiano das famílias das entrevistadas. Ao comparar esses achados com a literatura, foi possível verificar que tais manifestações dessa problemática, como a fome, o desemprego, a desigualdade de gênero e a baixa escolaridade, por exemplo, existem de forma interligada, ou seja, a exposição a uma forma é consequência das demais, a saber: a falta de acesso à educação leva a uma maior probabilidade de inserção em subempregos ou desemprego, o que desencadeia restrições no acesso a alimentos e outros bens essenciais, o que pode aumentar a situação de vulnerabilidade social e expor as pessoas a diversas problemáticas, como ao adoecimento mental, violências e violações de direito, dentre mais. Em suma, pode-se concluir que as múltiplas formas pelas quais a questão social se manifesta não são problemáticas novas, pois sua gênese permanece inata na complexa e contraditória relação Capital x Trabalho, entretanto a partir de transformações no meio social provocado por fenômenos como a pandemia de Covid-19, as mesmas podem se agravam ou ganham novas configurações, demandando constantes processos investigativos e reflexivos que possam compreender suas nuances e propor estratégias para seu enfrentamento.
Para além das amarras das grades: construção de um fluxograma da assistência em saúde mental para a equipe de saúde do presídio estadual do serido, em Caicó/RN.
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-15) Dantas, Luan Alexandre da Silva; Medeiros, Priscilla Brandão de; Bastos, Raquel Litterio de; Silva, Juliana Kelly Dantas da
O referido trabalho aborda as fragilidades do Sistema Penitenciário Brasileiro, com foco na saúde mental de indivíduos privados de liberdade. A análise parte da observação de que o sistema, marcado por superlotação, precariedade estrutural e negligência aos direitos humanos, frequentemente contraria os princípios constitucionais e normativos que asseguram dignidade e saúde para todos. O estudo concentrou-se na Penitenciária Estadual do Seridó (PES), em Caicó/RN, onde a assistência à saúde mental é vulnerável, limitada a atendimentos pontuais e com pouca organização. Para enfrentar esse cenário, o objetivo central foi/é propor a construção de um fluxograma que sistematize o atendimento em saúde mental no regime fechado, abrangendo triagem, acompanhamento e encaminhamento dos indivíduos privados de liberdade. O trabalho combina análise documental, revisão bibliográfica e observações de campo para construir um modelo funcional e adaptado à realidade da PES. Apesar da implementação recente de uma Equipe de Saúde Prisional, ainda há limitações de recursos humanos e estruturais. Para tanto, a proposta do fluxograma busca preencher lacunas no cuidado continuado, garantindo acesso humanizado e integrado aos serviços de saúde, em conformidade com as políticas públicas existentes. A pesquisa contribui para o debate sobre a ressocialização e a saúde mental no sistema penitenciário, evidenciando a necessidade de ações efetivas que promovam os direitos fundamentais e a qualidade de vida dos detentos, mesmo em um contexto de restrições orçamentárias e negligência estatal.
Pra onde vamos? Uma análise de como se dá o acesso da população LGBT aos serviços de atenção básica em saúde em Caicó-RN
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-12-17) Medeiros, Patricia Brandão de; Medeiros, Priscilla Brandão de; Rolim, Ana Carine Arruda; Silva, Kleylenda Linhares da
O presente estudo teve como objetivo analisar o acesso da população LGBT nos serviços de atenção básica em saúde do município de Caicó/RN. Quanto aos aspectos metodológicos, guiou-se pelo método hermenêutico dialético, uma vez que, a partir de Minayo (2014), compreendemos que a união de ambos os seguimentos leva o/a intérprete a entender o texto, a fala, o depoimento, como resultado de um processo social (trabalho e dominação) e processo de conhecimento (expresso em linguagem), ambos fruto de múltiplas determinações, mas com significado específico, sendo, portanto, uma com abordagem qualitativa de tipologia descritiva – exploratória - analítica. A população alvo foi lésbicas, gays e transexuais residentes na cidade de Caicó – RN, tendo como direção para a coleta dos dados, Grupo Focal com os LGBT, os quais foram conduzidos por meio de um roteiro próprio elaborado. Como resultados, concluímos que há um nítido e real distanciamento da referida população aos serviços de saúde em atenção básica, dada a condição de preconceito ainda presente nas práticas em saúde, como ainda, um esvaziamento no entendimento de conceitos por parte dos/as profissionais de saúde (identidade de gênero, orientação sexual) que findam por corroborar com uma prática não inclusiva quando vista a diversidade social/sexual. Por fim, esperamos que esse estudo possa contribuir com o campo de conhecimento acerca do saber-fazer na assistência à saúde de LGBT’s.
Precarização do trabalho e desvirtuamento da Assistência social: a realidade de trabalhadores(as) do SUAS no interior do Rio Grande do Norte/RN
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-27) Medeiros, Priscilla Brandão de; Wellen, Henrique André Ramos; https://orcid.org/0000-0002-4787-5918; http://lattes.cnpq.br/0608444866355465; http://lattes.cnpq.br/6301072997849502; Hoffmann, Edla; Ferraz, Janaynna de Moura; Negreiros, Taise Cristina Gomes Clementino de; Álvaro, Mirla Cisne; Souza, Moema Amélia Serpa Lopes de
Esta tese objetivou analisar como a precarização do trabalho no capitalismo contemporâneo se configura na Política de Assistência Social brasileira. Nesse sentido, buscamos compreender os principais impactos nas condições e relações de trabalho de quem atua na referida política social na região do Seridó Ocidental do Rio Grande do Norte (RN). Algumas temáticas foram destacadas para essa análise, tais como: as mutações do mundo do trabalho, os vínculos contratuais, a divisão sociossexual e racial do trabalho, e os rebatimentos da precarização do trabalho face ao cenário de crise sanitária, instalada com a Covid-19. Metodologicamente, as análises construídas nesse estudo foram pautadas na investigação das determinações concretas do objetivo, através de pesquisas de campo, documental e bibliográfica. Três variáveis foram centrais para o desvelamento do fenômeno estudado: os agrupamentos por municípios da referida região, as categorias profissionais de nível superior (Serviço Social, Psicologia e Pedagogia) e a diferenciação de vínculos contratuais de trabalho no SUAS. Como resultado central, foi possível identificar que a intensificação da precarização do trabalho (que incide, por exemplo, na fragilidade dos vínculos contratuais de trabalho) desencadeou, na particularidade do Seridó Norte-rio-grandense, o que denominamos de desvirtuamento da Assistência Social. Diante disso, foi possível identificar o aguçamento dos adoecimentos (estresse, ansiedade), fruto das condições e relações de trabalho que essas(es) profissionais estão inseridas(os) no SUAS na região do Seridó Potiguar; como ainda, a insatisfação com a realização das atividades e, consequentemente, a ausência de condições para exercê-las; a falta de estrutura que permita o sigilo profissional; a (sobre) sobrecarga de trabalho das trabalhadoras do SUAS para com o atendimento do trabalho reprodutivo não remunerado. Por fim, concluímos que os (as) trabalhadoras que atuam nos vínculos contratuais de trabalho, na modalidade comissionada, são os(as) que vivenciam os cenários de maior intensificação da precarização do trabalho, salientando que essa parcela de trabalhadores(as) é composta, majoritariamente, por assistentes sociais.
Quais famílias? A percepção da equipe de saúde sobre os arranjos familiares das puérperas do Hospital Regional Mariano Coelho – HRMC
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-02-06) Araújo, Roberttha Figueiredo de; Medeiros, Priscilla Brandão de; Dantas, Sebastião; Silva, Kleylenda
O debate em torno da categoria família vem ganhando centralidade nas últimas três décadas no âmbito das políticas sociais. Entendendo ser fundamental a ampliação e a criticização desse debate, é que consideramos ser de suma importância à fomentação dessa discussão na política de saúde. Assim, a referida pesquisa objetiva-se em analisar a compreensão dos/as profissionais de saúde da Clínica Obstétrica do HRMC sobre o (os) tipo (os) de família (as) que se apresentam cotidianamente em seu processo de intervenção. No propósito do alcance dos objetivos elencados, foram realizadas pesquisa de cunho bibliográfica e de campo, a partir da elaboração de questionário semiestruturado apoiado numa análise categórica do método em Marx, por entender que a totalidade que envolve o objeto em questão permite sair da aparência e buscar a essência da realidade em questão. A mesma assumiu uma direção quanti-qualitativa e, diante disso, foi possível obter resultados que são objetos de reflexão para a prática profissional no âmbito do SUS, promovendo uma saúde ampliada em seus aspectos biopsicossociais, percebendo como se mostra necessário a ampliação da compreensão de aspectos categóricos que findam sendo transversal ao cotidiano profissional, inferindo diretamente na vida das pessoas.
Violência interpessoal/autoprovocada: um estudo acerca das notificações na atenção primária à saúde no município de Caicó/RN
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-13) Araújo Júnior, Aldení Gomes de; Medeiros, Priscilla Brandão de; Santos, Franciele da Silva; Rosa, Luiz Paulo Gomes dos Santos
O presente trabalho de conclusão de residência teve como objetivo analisar os desafios na aplicabilidade da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada na Atenção Básica no município de Caicó/RN. A justificativa para realização dessa pesquisa se deu a partir dos dados obtidos na plataforma DATASUS o qual consta uma baixa adesão da Atenção Básica em notificar os casos em relação ao município em voga. Além da evidente fragilidade das notificações realizadas nos espaços o qual o pesquisador, atuando enquanto residente, conduziu suas atividades. Para isso, foram filtradas duas Unidade Básica de Saúde, ambas que representassem o maior e o menor percentual de notificação, considerando os anos de 2016 a 2022. Como percurso metodológico, o estudo foi de caráter quali-quantitativo, de campo, exploratória e, como método, partimos do materialismo-histórico e dialético. O desenho teórico da discussão se pautou, inicialmente, falando sobre o conceito ampliado de saúde, com uma incursão em seu desenvolvimento histórico e uma análise sócio-histórica que fundamenta as atuais propostas de cuidado na contemporaneidade, partindo para as reflexões acerca das notificações de violências na cidade de Caicó/RN, destacando seus desdobramentos nos dispositivos investigados. Posteriormente, a discussão dos resultados apresenta os tipos de violências os quais os profissionais da Atenção Primária a Saúde menciona desafios ao notificar, sendo: o desconhecimento da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada e, por fim, o fluxo existente no envio das fichas na cidade de Caicó, o chamado do Serviço Social neste fluxo e o trabalho intersetorial. Concluímos que o estudo apresenta a importância da notificação de casos de violência interpessoal/autoprovocada, revelando padrões recorrentes, com destaque para as violências psicológica e sexual. O medo de notificar está associado à complexidade do preenchimento da ficha, sendo uma barreira significativa. A desarticulação do trabalho em rede contribui para subnotificações, evidenciando a necessidade de diálogo entre os dispositivos na cidade. A pesquisa revela a existência de desafios, como o desconhecimento da ficha e sua burocratização. Em síntese, a notificação é um passo essencial na promoção da saúde e no combate à violência, exigindo conscientização, capacitação e efetiva implementação de políticas.

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Navegando por Autor "Medeiros, Priscilla Brandão de"