Navegando por Autor "Luna, Danielle Fernandes de"
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Dissertação Desigualdades regionais na adesão ao exame Papanicolau para rastreamento do câncer do colo do útero e fatores associados: uma análise com dados da pesquisa nacional de saúde 2019(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-02-26) Luna, Danielle Fernandes de; Costa, José Vilton; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/6642218099118854; Meira, Karina Cardoso; Francisco, Priscila Maria Stolses BergamoAs Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), incluindo o câncer, representam um desafio significativo para a saúde pública global. No Brasil, o câncer do colo do útero é um dos mais incidentes entre as mulheres, com elevadas taxas de mortalidade, apesar das medidas de prevenção primária (vacinação contra HPV) e secundária (exame Papanicolau). O rastreamento organizado por meio do exame Papanicolau é essencial para a detecção precoce, tratamento oportuno e redução da mortalidade. No entanto, tendo em vista o caráter oportunístico do rastreamento ao câncer do colo do útero no Brasil, a adesão ao exame preventivo varia entre as regiões do país, refletindo desigualdades sociais e de acesso aos serviços de saúde. Este estudo teve como objetivo estimar as prevalências e verificar os fatores sociodemográficos e posse de plano de saúde associados à realização do exame de Papanicolaou nos últimos três anos para rastreamento do câncer de colo do útero entre mulheres de 25 a 64 anos no Brasil - com ênfase nos diferenciais regionais - bem como caracterizar os motivos autorrelatados para a não realização do exame, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. Utilizando os dados da PNS de 2019, foram aplicados modelos de regressão de Poisson com variância robusta para examinar a associação entre a realização do exame e variáveis sociodemográficas, como idade, escolaridade, renda, raça/cor da pele, local de residência e posse de plano de saúde, com as razões de prevalência brutas e ajustadas estimadas com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Os resultados confirmam desigualdades regionais na adesão ao exame de Papanicolau, com a região Nordeste apresentando 76,4% de cobertura do exame Papanicolau entre as mulheres de 25 a 64 anos, em contraste com as regiões Sul e Sudeste que apresentaram taxas de 84,8% e 84,1%, respectivamente. Fatores sociodemográficos influenciam a realização do exame, sendo a maior adesão ao exame entre mulheres de 35 a 44 anos, especialmente no Sul (88,6%) e Sudeste (88,2%), com maior escolaridade (90,5% no Sul) e renda acima de três salários mínimos (93,9% no Sul), moradoras de áreas urbanas (85,4% no Sul), e que possuem plano de saúde (92,8% no Norte) em comparação às usuárias do SUS (74,0% no Nordeste). Na análise bruta a variável raça/cor da pele não atingiu os parâmetros do valor de p<0,20, utilizados neste estudo para considerar a variável significativa estatisticamente, apesar das diferenças encontradas. Na análise ajustada destaca-se a queda na prevalência do exame no grupo de 55 e 64 anos, especialmente no Nordeste e Sul (-6%). Em relação a renda e escolaridade, as maiores prevalências estão entre as mulheres com renda superior a 3 salários mínimos, no Nordeste e Centro-Oeste (+10%), e com ensino médio completo ou superior incompleto, no Norte (+18%) e Nordeste (+16%). A prevalência da realização do exame para mulheres que possuem plano de saúde também é um destaque em todas as regiões, em especial para o Norte (+12%). Quando se trata das principais barreiras para a não realização do exame, o desconhecimento sobre sua importância, foi a mais citada em todas as regiões. Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que ampliem a cobertura do rastreamento, reduzindo desigualdades regionais, socioeconômicas, à distribuição desigual de infraestrutura de saúde, com a concentração de unidades básicas e profissionais especializados nas regiões Sul e Sudeste. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à equidade no acesso à saúde preventiva, considerando fatores regionais e sociodemográficos para otimizar o rastreamento do câncer do colo do útero e reduzir desigualdades. O fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e estratégias de educação em saúde são essenciais para aumentar a adesão ao exame em todas as regiões do país.