Navegando por Autor "Lins, Quezia Azevedo"
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TCC Perfil epidemiológico de pacientes diagnosticadas com câncer de colo do útero no período de 2012 a 2016 na Liga Norte Riograndense Contra o Câncer (LNRCC)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-11-26) Lins, Quezia Azevedo; Miranda, Cristina Rocha de Medeiros; Miranda, Cristina Rocha de Medeiros; Rego, Lygia Maria Costa Soares; Junior, Edilson Pereira PintoO Câncer de Colo do Útero, também chamado câncer cervical, é uma neoplasia que acomete o colo uterino e ocupa o quarto lugar no ranking de mortalidade por câncer entre mulheres de todo o mundo, sendo considerado um problema de saúde pública. O principal agente causal é a infecção pelo Papiloma vírus humano (HPV) e alguns fatores de risco estão relacionados ao aumento da contaminação por esse vírus como a faixa etária, exposição ao álcool e/ou tabaco, início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros e baixa condição socioeconômica. Além disso, a irregularidade na realização do exame preventivo de citologia oncótica e o consequente diagnóstico tardio têm-se revelado relevantes para os altos índices de morbimortalidade. O trabalho teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico de mulheres com Câncer de Colo do Útero atendidas na Liga Norte Riograndense Contra o Câncer. Justifica-se uma pesquisa sobre o tema em função do estudo retrospectivo, quantitativo, transversal e descritivo baseado nos dados do registro hospitalar de pacientes acompanhadas no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2016. Com relação à metodologia foram coletadas informações de 1234 mulheres de 18 a 100 anos de idade. A maior incidência da neoplasia deu-se entre 30-39 anos (25,4%). A maioria era parda (65%) e possuía ensino fundamental incompleto (45%). Quanto aos hábitos de vida, 473 pacientes (38%) negaram histórico de etilismo e 442 (36%) não possuíam histórico de tabagismo, embora esses dados tenham sido falseados devido à subnotificação de 45,5% e 33,2%, respectivamente. Apesar de o estadio clínico de 30% das pacientes não ter sido notificado, os dados registrados revelaram que estadio III foi o mais expressivo (37%). Quanto ao controle da doença, após um ano de tratamento, 659 pacientes (53%) não apresentavam evidência da doença. Do total de 1234 pacientes 269 (22%) foram a óbito por câncer no período da pesquisa. O cruzamento entre escolaridade e estadiamento clínico apontou que, no estádio III, com parcela de 53% dos casos, 48% possuíam ensino fundamental incompleto, o que pode ter influenciado no rastreamento tardio. Foi observada relação entre o controle da doença durante o primeiro ano de tratamento e estadio clínico, demonstrando que 91% das pacientes com estadio I não apresentaram evidência de doença, enquanto para o estadio III, esse percentual diminuiu significativamente para 45%. Conclui-se que os resultados obtidos corroboram com as estatísticas atuais, que apontam para importante incidência entre mulheres acima de 30 anos, bem como a ocorrência de óbito naquelas que foram diagnosticadas tardiamente. Portanto, apesar de ser uma doença com 100% de chance de cura, se diagnosticada precocemente, ainda se observa um alto índice de mortalidade entre mulheres acometidas, o que reflete a importância de se investir em ações educativas e preventivas, com o objetivo de desmistificar culturas enraizadas e conscientizar as mulheres sobre a responsabilidade por sua saúde. Paralelamente, a infraestrutura das unidades básicas de saúde e a capacitação profissional devem receber atenção especial para que, assim, a prática do exame seja viável e a prevenção ou diagnóstico precoce sejam realidade de forma eficaz.