Navegando por Autor "Feitosa, Carlos Eduardo Silva"
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Tese Cartas para o futuro: cartografias de memórias minoritárias como resistência na luta antimanicomial potiguar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-10) Feitosa, Carlos Eduardo Silva; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; https://orcid.org/0000-0002-2156-656X; http://lattes.cnpq.br/8547498747690868; Silva, Eder Amaral e; Baptista, Luís Antônio dos Santos; Arraes, Marcos Alexandre de Melo Santiago; Pereira, Maria Teresa Lisboa NobreA presente tese aborda a defesa de uma memória e uma história minoritária no campo da saúde mental potiguar a partir da narração, testemunhos e relatos de usuários da rede de saúde que compõem um coletivo de luta antimanicomial de Natal. Embora encontremos na história da Reforma Psiquiátrica Brasileira o relato das diversas experiências, trazendo exitosamente as particularidades e características desse movimento, pontuamos a pouca frequência e, às vezes, até a ausência de relatos de usuários da rede de saúde mental, muitos deles testemunhas e atores históricos do processo de reforma psiquiátrica. Apoiado nas teses de história, experiência e narração de Walter Benjamin, assim como nas contribuições do pensamento de Deleuze, Guattari, da Análise institucional e dos estudos decoloniais, buscou-se fazer uma cartografia das memórias desses usuários através da realização de entrevistas, do acompanhamento do coletivo de luta antimanicomial e da produção de cartas, como elemento estético de produção de uma narração de suas experiências, para pensar uma outra história da saúde mental potiguar, uma história invisibilizada e inaudita. O desenvolvimento da pesquisa seguiu uma contextualização do momento histórico na qual esta se insere, seguido das bases metodológicas que dão suporte a uma pesquisa de imersão cartográfica das memórias dos usuários da rede. Por meio de uma revisão bibliográfica sobre a memória, sua coletivização e transmissão procuramos passar por autores europeus clássicos, nos aproximando de autores decoloniais para pensar a produção de uma memória minoritária, tomada aqui em analogia à ideia de minoritário, presente no conceito de literatura menor de Deleuze e Guattari, como subversão de uma minoria em uma língua maior ou condição de revolução de toda literatura, situada dentro da literatura universal estabelecida, a partir de agenciamentos coletivos de enunciação, da desterritorialização da língua e de dimensão política. Por meio do recurso da produção de cartas a partir dos relatos das entrevistas, buscou-se articular os conceitos trazidos de forma a tensionar a relação entre saber e experiência, além de uma construção coletiva de formas de publicizar essas memórias/histórias cartografadas, criando, em conjunto com os demais participantes da pesquisa, espaços onde essas histórias possam continuar sendo compartilhadas.postGraduateThesis.type.badge Cartografia afetiva de um grupo de gestão autônoma da medicação em uma cidade do interior do nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-01-28) Bezerra, Iasmin Sharmayne Gomes; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Raquel Littério de Bastos; Bastos, Raquel Littério de; Feitosa, Carlos Eduardo Silva; Silva, Kleylenda Linhares daA produção de subjetividade contemporânea tem incidido sobre a criação de formas de vidas normalizadas. Dessa maneira, pensando a normalidade como estratégia de regulamentação da vida em tempos de biopolitica, percebe-se uma sociedade medicalizada, onde a psiquiatrização, a patologização e a medicalização passam a ser fenômenos existentes que podem percorrer o campo da saúde mental e da saúde coletiva. Tendo em vista que, estudos recentes nessas áreas de saber, demonstram como ao longo da história até a contemporaneidade aquilo que foge da normalidade têm se configurado como critérios para diagnósticos que são legitimados pela linguagem médica como patológicos, assim, passando a ser alvo de intervenções psiquiátricas e consecutivamente, medicamentosas. Desse modo, entendendo que esses fenômenos merecem uma atenção crítica e ao julgar ser necessário propostas de intervenções que busquem produzir estratégias para enfrenta-los e combate-los, o guia de Gestão Autônoma da Medicação - GAM, desenvolvida na cidade do Quebec, Canadá e depois adaptada para o Brasil, passou a ser um recurso utilizado no campo da saúde mental, buscando promover estratégias de desmedicalização; enfrentar a centralidade do poder médico psiquiátrico; esclarecer e promover acesso a informações para usuários sobre o seu próprio tratamento; produzir cuidados para além do uso de psicofármacos e fortalecer o protagonismo político das pessoas em sofrimento psíquico em seus territórios existenciais, sociais e comunitários. Ao obter conhecimento disso, essa pesquisa objetivou cartografar, através de narrativas registradas em diário cartográfico e gravadas em voz, a experiência de pessoas em sofrimento psíquico com uso crônico de psicofármacos na atenção básica à saúde ao participar de um grupo GAM, numa cidade do interior do nordeste brasileiro. Os resultados sinalizaram a produção do sofrimento psíquico no corpo feminino, em que a biopolítica aparece como regulador desses corpos desviantes; identificou os efeitos dos psicofármacos na vida de mulheres, bem como a ausência de informações sobre o uso dos psicotrópicos, demonstrando a falta de conhecimento sobre os direitos referentes ao tratamento medicamentoso e a hierarquia do poder médico psiquiátrico; identificou a GAM como uma estratégia potente para a promoção da autonomia, de práticas cogestivas e da participação política em saúde mental e no campo da saúde coletiva.Dissertação Memória e resistência de um coletivo de saúde mental(2019-12-13) Feitosa, Carlos Eduardo Silva; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; ; Severo, Ana Kalliny de Sousa; ; Freire, Flávia Helena Miranda de Araújo;A afirmação da memória dos grupos desqualificados pelas grandes narrativas é um elementochave no processo de enfrentamento das violações dos direitos humanos que ocorrem cotidianamente no Brasil, principalmente no campo da saúde mental. Revisitar a história dos grupos por outras lentes, potencializa novos debates para compreender os processos de resistência às capturas manicomiais da vida, sobretudo no atual cenário de uma “contra reforma” psiquiátrica e de uma “remanicomialização” no campo. Diante desse cenário surge o presente trabalho de pesquisa com a Associação Potiguar Plural (PLURAL), um coletivo de saúde mental em Natal/RN. Nessa pesquisa cartográfica com o coletivo, procuramos mapear processos de resistência a formas de vida manicomializadas, através da produção de narrativas das memórias dos participantes da PLURAL, na tentativa de contar sua história, mapeando pontos de tensão, de produção de saberes e de resistências na saúde mental potiguar. Como resultado, foi produzida coletivamente uma narrativa sobre a PLURAL, desde sua fundação até o presente momento, assim como o mapeamento de três linhas de análise sobre a produção de resistências dentro do coletivo: a partir do testemunho das memórias do manicômio; da produção de redes de cuidado entre os membros do coletivo; e da formação de futuros profissionais, que estagiam ou vivenciam a grupalidade da PLURAL durante sua formação acadêmica. Essas linhas apontaram como a memória das violações podem, através dos agenciamentos coletivos, tornarem-se matéria-prima para ações no campo da saúde mental, tanto na produção de redes de cuidado, quanto na formação de futuros profissionais, sensíveis e implicados no cuidado em liberdade. Concluímos que a memória, o testemunho e a coletividade são pilares no desenvolvimento de práticas de resistência no campo da saúde mental, demonstrando o potencial transformador da realidade, a partir do protagonismo e das relações de solidariedade, na afirmação e produção de vida.