Navegando por Autor "Farias, Daniel Solon Dias de"
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Dissertação Análise morfológica do trato gastrointestinal de bobo-pequeno (Puffinus puffinus) e suas causas de encalhe na costa da bacia Potiguar, Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-04-05) Teixeira, Gabriel Dutra; Farias, Daniel Solon Dias de; Gavilan, Simone Almeida; https://orcid.org/0000-0001-6790-1696; http://lattes.cnpq.br/6556168670883302; https://orcid.org/0000-0002-5923-8625; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480; https://orcid.org/0000-0002-2316-7634; http://lattes.cnpq.br/1020321982578181; Fragoso, Ana Bernadete Lima; Oliveira, Radan Elvis Matias deO Puffinus puffinus é uma ave marinha migratória que, durante a época não-reprodutiva, realiza sua migração para o Atlântico Sul, atravessando o Hemisfério por volta do mês de setembro. A zona costeira do Nordeste brasileiro, em particular a Bacia Potiguar (Rio Grande do Norte e Ceará), é reconhecida como um ponto crucial nas rotas migratórias para essa espécie. Nessa região, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP – BP) registra anualmente diversos espécimes de aves, vivos e mortos, que encalham ao longo desse litoral. Este estudo tem como objetivo analisar o padrão morfológico do trato gastrointestinal do bobo-pequeno, Puffinus puffinus, bem como os aspectos anatomopatológicos desses órgãos em espécimes encalhados na costa do Rio Grande do Norte e Ceará. Os dados foram coletados através do PMP-BP, por monitoramento diário no período de 2011 a 2022. Os animais vivos foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Fauna Marina do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), em Areia Branca/RN, enquanto os animais mortos foram submetidos à necropsia no Laboratório de Biota Marinha da UERN, onde foram coletadas amostras do trato gastrointestinal. O material coletado foi processado histologicamente no Laboratório de Morfofisiologia dos Vertebrados, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Registraram-se 66 indivíduos durante o período monitorado, sendo 14 machos, 17 fêmeas e 35 com sexo indeterminado. Dentre eles, 43 foram classificados como adultos e 12 como juvenis. A análise espaço-temporal revelou que 33 animais encalharam no estado do Ceará e 33 indivíduos no Rio Grande do Norte, no período de setembro a fevereiro. Na análise de causa mortis, identificou-se que resíduos sólidos, trauma mecânico e contaminação por óleo, categorias de origem antropogênica, totalizaram aproximadamente 33%. Outras causas incluíram esgotamento energético, sepse e parasitose. A análise histológica do trato digestório revelou a presença das quatro túnicas características do sistema, as camadas mucosa, submucosa, muscular e adventícia/serosa. O esôfago se apresenta com a região da mucosa bastante pregueada revestido por epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado, seguido de lâmina própria com diversas glândulas mucosas. Presença da muscular da mucosa dando seguimento para a submucosa. Camada muscular bem desenvolvida, apresentando uma camada interna circular e uma mais externa longitudinal. Por fim há a camada serosa, composta por tecido conjuntivo frouxo, permitindo assim irrigação sanguínea. O pró-ventrículo é a porção glandular do estômago, logo em sua camada mucosa é caracterizada por ser pregueada. O epitélio de revestimento é cilíndrico simples nos pregueamentos, enquanto nos sulcos formados pelas depressões das pregas é caracterizado como cúbico simples. A submucosa é constituída majoritariamente pelas glândulas proventriculares. A muscular e serosa se mantém padrão. No ventrículo observamos vilosidades que compõem o epitélio de revestimento. Essa superfície de revestimento é composta por epitélio cilíndrico simples alternando para cúbico simples. Não é identificado a muscular da mucosa. A camada da submucosa é fina e aglandular, A camada muscular é mais desenvolvida, porém o padrão se mantém, junto com a camada serosa. No intestino delgado, a camada mucosa o epitélio de revestimento das vilosidades e criptas é epitélio cilíndrico simples com microvilosidades. A camada muscular da mucosa é bem desenvolvida. A camada submucosa é quase imperceptível. Por fim, a camada muscular e a camada serosa vão apresentar a mesma configuração já evidenciada pelos outros tecidos. A interpretação e organização dos laudos de necrópsia somados a análise histológica de tecidos oferecerão respostas mais completas dentro do campo de estratégias de conservação a favor desses animais.TCC Avaliação das ocorrências de predação em ninhos de tartarugas marinhas na Bacia Potiguar: distribuição, predador dominante e estratégias para redução(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-09) Melo, Clara de Souza; Gavilan, Simone Almeida; Ventura, Aline da Costa Bomfim; https://orcid.org/0000-0003-4678-7534; http://lattes.cnpq.br/9247608045557514; https://orcid.org/0000-0001-6790-1696; http://lattes.cnpq.br/6556168670883302; 0000-0002-0446-7893; http://lattes.cnpq.br/9406184746126033; Rossi, Silmara; http://lattes.cnpq.br/9669052831360938; Farias, Daniel Solon Dias de; https://orcid.org/0000-0002-5923-8625; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480; Corso, Gilberto; https://orcid.org/0000-0003-1748-4040; http://lattes.cnpq.br/0274040885278760A região da Bacia Potiguar está localizada, em sua maior parte, no litoral setentrional do Rio Grande do Norte é considerada uma importante área de desova para duas espécies de tartarugas marinhas: a Tartaruga-Oliva (Lepidochelys olivacea) e a Tartaruga-de-Pente (Eretmochelys imbricata). Ambas as espécies estão ameaçadas de extinção principalmente devido a diversas ameaças antrópicas, como a captura acidental em redes de pesca, o tráfego de veículos e a presença de resíduos sólidos na praia. Após a desova, os ovos passam pelo período de incubação de, em média, 60 dias e, a partir do momento em que estão expostos na praia, ficam mais vulneráveis à predação antrópica e natural. O objetivo do trabalho foi de avaliar as ocorrências de predação dos ninhos de tartarugas marinhas presentes na região da Bacia Potiguar, visando a conservação das espécies. O estudo foi realizado utilizando dados de 12 anos de monitoramento de praias, realizado pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN) e constatou que a taxa de predação na região é de, aproximadamente, 20,5%. Além de se distribuírem de forma irregular entre os anos, as predações foram mais frequentes entre os meses de janeiro a abril. Os eventos de predação dos ninhos foram concentrados no município de Macau/RN em volta de um predador dominante: a raposa da espécie Cerdocyon thous. As características individuais de cada ninho, como medidas de profundidade e diâmetro, não influenciaram nos eventos de predação e não foi observada uma relação entre tempo de incubação e predação dos ninhos. Para controlar o número de ninhos predados na região da Bacia Potiguar, sugere-se a utilização de telas e gaiolas plásticas e o uso de bandeiras próximas aos ninhos para evitar a aproximação do predador e, consequentemente, o consumo dos ovos.TCC Dados biométricos de peixes-boi marinhos (Trichechus manatus manatus; Linnaeus, 1758) mantidos em reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do PCCB-UERN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-14) Silva, Maria Rosiemilly da; Gavilan, Simone Almeida; Farias, Daniel Solon Dias de; 0000-0002-5923-8625; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480; 0000-0001-6790-1696; http://lattes.cnpq.br/6556168670883302; 0000-0001-8627-4878; https://lattes.cnpq.br/0104353221997365; Ventura, Aline da Costa Bomfim; 0000-0003-4678-7534; http://lattes.cnpq.br/9247608045557514; Freire, Augusto Carlos da Bôaviagem; 0000-0003-1705-2096; http://lattes.cnpq.br/5659236090242487O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é um mamífero marinho pertencente à ordem Sirenia e à família Trichechidae. No Brasil, a espécie ocorre desde o Amapá até Alagoas, exibindo uma distribuição descontínua e com diversas fontes de impactos antrópicos. O litoral do estado do Rio Grande do Norte (RN) e do estado do Ceará (CE), no Nordeste do Brasil, apresenta alta incidência de encalhes de neonatos de peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus), demandando medidas de conservação e manejo da espécie. O objetivo deste estudo foi analisar características do crescimento de peixe-boi marinho mantido em reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN). Foram examinados dados biométricos de envergadura dorsal (ED; cm), comprimento total (CT; cm), peso corporal (PC; kg) e idade (meses) de 19 indivíduos (dez fêmeas e nove machos). Os neonatos de peixe-boi marinho foram encontrados encalhados entre o período de 21 de outubro de 2017 e 01 de fevereiro de 2022 na Bacia Potiguar, compreendendo os estados do RN e CE. Na análise de dados foi utilizada a estatística descritiva para verificar as relações das medidas de ED, CT e PC em relação à idade; e a função linear para obter uma estimativa da linha de crescimento do peixe-boi marinho em reabilitação. Também foi realizado o teste t de Student a fim de detectar presença ou ausência de diferenças morfométricas significativas entre os sexos no momento do resgate. Nos resultados deste estudo, os neonatos de peixe-boi marinho apresentaram valores médios de CT e PC semelhantes aos indivíduos encalhados em outras localidades. No momento do resgate, as fêmeas obtiveram maiores valores médios de peso corporal que os machos, apesar de não haver diferenças significativas entre as medidas biométricas (CT; PC) entre os sexos. Os resultados também indicam que as diferenças nos valores das medidas ED e PC entre os sexos, principalmente o PC, aumentam conforme a idade do peixe-boi marinho. A análise de dados biométricos de peixe-boi marinho neste estudo contribui para a avaliação do crescimento desses animais em reabilitação, além de acrescentar informações sobre a sua biologia na literatura e auxiliar na conservação da espécie.TCC Distribuição espaço-temporal e possível influência do vento no registro de aves marinhas do gênero Sterna e Thalasseus resgatadas na praia de Galinhos/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-02-18) Teixeira, Gabriel Dutra; Gavilan, Simone Almeida; Rossi, Silmara; https://orcid.org/ 0000-0003-0281-7236; http://lattes.cnpq.br/9669052831360938; https://orcid.org/ 0000-0001-6790-1696; http://lattes.cnpq.br/6556168670883302; https://orcid.org/ 0000-0002-2316-7634; http://lattes.cnpq.br/1020321982578181; Revorêdo, Rafael Ângelo; https://orcid.org/ 0000-0003-3819-814X; http://lattes.cnpq.br/0390075488105226; Farias, Daniel Solon Dias de; https://orcid.org/ 0000-0002-5923-8625; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480Espécies do gênero Sterna e Thalasseus, tais como Sterna hirundo (trinta-réis-boreal), Sterna dougallii (trinta-réis-róseo), Thalasseus acuflavidus eurygnathus (trinta-réis-de-bico-amarelo) e Sterna hirundinacea (trinta-réis-de-bico-vermelho), Ordem Charadriiformes e família Laridae, têm sido registradas na Bacia Potiguar, nordeste brasileiro. Na região de Galinhos, no Rio Grande do Norte, foi verificada a problemática de colisão dessas aves com linhas de distribuição de energia. Existem vários fatores que podem influenciar uma ave de colidir, e o objetivo deste trabalho foi analisar dados dos registros de resgates dessas quatro espécies do gênero Sterna e Thalasseus e indivíduos Sterna spp., com informações sobre a temporalidade dessas colisões e como a velocidade e direção do vento dessa região afetam nesse quesito. Os dados foram levantados através de registros de campo obtidos por meio da avaliação de indivíduos vivos e mortos, registrados entre 2010 e 2021, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), executado pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN). Os resultados referentes aos aspectos temporais indicam o predomínio de resgates nos anos 2017 e 2020, com maior frequência de ocorrência no período entre outubro e março, pelo turno da manhã. Não houve correlação entre a velocidade do vento e as resgates, mas a análise da direção do vento mostrou uma forte relação entre as colisões e ventos em direção ao sul. Com os resultados da análise obtidos, revela-se uma melhor compreensão deste cenário de impacto antrópico sobre essas quatro espécies de aves migratórias registradas na área de estudo, destacando a necessidade de políticas públicas que considerem medidas mitigadoras para a solução do problema das colisões com linhas de energia.TCC Padrões espaciais e temporais do encalhe de tartarugas marinha no nordeste do Brasil: diagnóstico e ameaças(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-06-12) Farias, Daniel Solon Dias de; Costa, Simone Almeida Gavilan Leandro da; Silva, Flávio José de Lima; Bomfim, Aline da CostaOs registros de encalhes de tartarugas marinhas são frequentes em todo litoral setentrional do Rio Grande do Norte. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi diagnosticar aspectos da diversidade e distribuição espacial e temporal das espécies de tartarugas marinhas que ocorrem nesta região, identificando a existência de influência de interação antrópica nesses encalhes. O estudo foi realizado com animais encalhados, registrados por monitoramento diário, de uma área delimitada a noroeste pelo município de Icapuí (03°49’20.9” S e 38°24’07.8” O), Ceará, e a leste pelo município de Caiçara do Norte (05°05’28.6” S e 36°17’37.9” O), RN, totalizando 332,84 km de extensão de praias. Foram registradas 2.658 ocorrências de tartarugas marinhas durante o período de 01/01/2010 a 31/12/2013. Chelonia mydas foi a mais registrada (71,37%), seguida por Eretmochelys imbricata (4,33%), Lepidochelys olivacea (1,24%), Caretta caretta (0,90%) e Dermochelys coriácea (0,04%). Em 21,12% dos casos não foi possível identificar a espécie. Quanto à distribuição espacial, o trecho A apresentou o maior número de encalhes de tartarugas marinhas, sendo os registros mais frequentes nos meses quentes do ano. A pesca incidiu em 45,87% dos animais, enquanto que 67,86% dos animais que vieram a óbito, na base de reabilitação, apresentaram causa mortis relacionada a ingestão de resíduos sólidos. Estudos como esse reforçam a necessidade de conscientização ambiental, como forma de minimizar impactos nesse ambiente marinho, que se constitui como área de refúgio para o desenvolvimento e alimentação para esses animais.Dissertação Tartarugas marinhas da Bacia Potiguar/RN: diagnóstico, biologia alimentar e ameaças(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-03-19) Farias, Daniel Solon Dias de; Silva, Flávio José de Lima; ; http://lattes.cnpq.br/1421802360229451; ; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480; Costa, Simone Almeida G. L.; ; http://lattes.cnpq.br/6556168670883302; Fragoso, Ana Bernadete Lima; ; http://lattes.cnpq.br/6664350945721817Este trabalho objetivou estudar a diversidade e distribuição das tartarugas marinhas encalhadas na Bacia Potiguar, RN, bem como os aspectos relacionados ao comportamento alimentar associados aos impactos antrópicos. O estudo foi realizado com animais encalhados, registrados por monitoramento diário, na área delimitada a noroeste pelo município de Aquiraz, Ceará, e a leste pelo município de Caiçara do Norte, RN. Os animais encalhados mortos foram necropsiados e coletados esôfago, estômago e intestinos, fixados em formol a 10%, sendo posteriormente o conteúdo estomacal triado e armazenado. Destes mesmos órgãos foram retirados fragmentos para confecção de lâminas histológicas. Foram registradas 2.046 ocorrências de tartarugas marinhas durante o período de 01/01/2010 a 31/12/2012. A espécie Chelonia mydas apresentou o maior número de registros (66,81%, N = 1.367); seguido de Eretmochelys imbricata (4,45%, N = 91) e Lepidochelys olivacea com 1,22% (N = 25). Caretta caretta e Dermochelys coriacea apresentaram, respectivamente, 0,93% (N = 19) e 0,05% (N = 1) registros. Tanto a distribuição espacial, como a temporal, variaram evidenciando maior ocorrência de encalhes no trecho A- Grossos-RN/Icapuí-CE e um maior número de registros nos meses quentes do ano. A análise da dieta das tartarugas demonstrou que Chelonia mydas alimentou-se preferencialmente de algas; Caretta caretta de resto calcário e Moluscos e E. imbricata de material de origem animal. Dos animais que vieram a óbito, 57,14% (n = 76) apresentaram como causa mortis à ingestão de detritos. A análise da histologia demonstra que o esôfago apresenta papilas esofágicas, revestidas de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, igualmente a mucosa deste órgão. Ausência de sub mucosa e camada muscular com músculos estriados e liso em diferentes direções. Estômago e intestino apresentam as quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa, com destaque para as fossetas gástricas no estômago e a presença de vilos nos intestinos. De acordo com os dados apresentados, a Bacia Potiguar apresenta-se como uma área de grande diversidade de espécies de tartarugas marinhas, sendo caracterizada como área de alimentação para essas espéciesTese Tartarugas-verdes ameaçadas de extinção na Bacia Potiguar, Nordeste, Brasil: perspectivas para a conservação(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-04-13) Farias, Daniel Solon Dias de; Amaral, Viviane Souza do; https://orcid.org/0000-0002-9326-9054; http://lattes.cnpq.br/4440806451383783; https://orcid.org/0000-0002-5923-8625; http://lattes.cnpq.br/7813685791586480; Navoni, Julio Alejandro; https://orcid.org/0000-0001-8715-0527; http://lattes.cnpq.br/4452348339839616; Gavilan, Simone Almeida; Santos, Robson Guimarães dos; Moura, Geraldo Jorge Barbosa deAs altas taxas de encalhes anuais de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) registradas nos últimos anos no Brasil, e mais especificamente na região da Bacia Potiguar, trazem à tona a necessidade de se entender a presença da espécie na região, assim como suas principais ameaças. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou analisar o padrão de ocorrência da tartaruga-verde na Bacia Potiguar, região compreendida entre litoral setentrional do Rio Grande do Norte (RN) e leste do Ceará (CE), caracterizando geneticamente os estoques populacionais da espécie, assim como avaliando o impacto dos detritos antropogênicos e a bioacumulação de elementos químicos nos tecidos dos espécimes encontrados encalhados na região. A análise da composição genética demonstrou uma grande diversidade haplotípica das tartarugas-verdes da Bacia Potiguar, com predomínio dos dois haplótipos mais registrados no litoral do Atlântico Sul Ocidental (CM-A8 e CM-A5). Através da adaptação de uma ferramenta utilizada para análise de dieta, o Índice Alimentar (IAi), foi possível acessar o impacto dos detritos antropogênicos, principalmente do plástico flexível transparente em tartarugas juvenis (JUVI), o que está associado ao hábito alimentar costeiro e de superfície da espécie, onde ocorrem as maiores concentrações de fragmentos de plástico, associados a algas flutuantes. A avaliação da contaminação por elementos químicos (THg, Cu, Cd, Ag e Se) em tecidos (fígado, músculo e rins) de tartarugas-verdes, revelou níveis de contaminação, até então desconhecidos para esses animais na Bacia Potiguar, reforçando o papel das tartarugas marinhas como sentinelas da qualidade do ecossistema marinho. Nossos achados aumentam o entendimento da composição dos estoques populacionais de C. mydas na costa brasileira que, associado ao diagnóstico dos impactos causados pelos detritos antropogênicos e contaminantes, principalmente em áreas menos estudadas, como os sítios de alimentação de tartaruga-verde, contribuem para uma maior organização das estratégias de recomposição de áreas de nidificação, com consequente melhoria no status de ameaça da espécie no Brasil e no mundo.