Navegando por Autor "Cavignac, Julie Antoinette"
Agora exibindo 1 - 20 de 57
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Tese Agenciamentos polono-brasileiros em movimento: descrições sociotécnicas de polonidades em ação(2017-11-17) Sousa, Joab Monteiro de; Fortes, Lore; ; ; Lopes Júnior, Edmilson; ; Cavignac, Julie Antoinette; ; Segata, Jean; ; Chianca, Luciana de Oliveira;Processos constitutivos de agrupamentos e agenciamentos de cunho étnico empreendidos por descendentes de imigrantes ambientados em solo brasileiro têm sido tema corrente no âmbito das ciências humanas desenvolvidas no Brasil. O objetivo desta tese consiste no rastreamento de uma rede de relações (associadamente de ordem étnica, política, religiosa, científica etc.) entre poloneses, seus descendentes (polono-brasileiros) – e tantos outros actantes humanos e não humanos – que têm apresentado repertórios de mobilização étnica polonesa em ação (polonidades) através de múltiplas redes sociotécnicas. Em termos metodológicos, optou-se por uma abordagem qualitativa que correlaciona técnicas pertinentes à perspectiva etnográfica aos pressupostos teóricos da TAR (teoria ator-rede de Bruno Latour) e estudos da etnicidade. A trajetória da pesquisa proporcionou a confecção de descrições sociotécnicas e visibilizou - como efeito de uma rede diversificada de negociações e atuações reconhecidamente étnicas - a interface de ambientações diversas como ações estratégicas de heterogêneos actantes, igualmente mediadores de polonidades, que promovem processos de etnicidade em meio à composição multifacetada e plural de coletividades no Brasil.Artigo O Americanismo visto do Musée de l’Homme: etnografia e internacionalismo científico: o exemplo da Amazônia(2011) Cavignac, Julie AntoinetteNos trabalhos precursores da antropologia francesa, verificamos que as técnicas e a cultura material ocupam um lugar de destaque: o Musée de l'Homme, inaugurado em 1937, não é mais um museu colonial, é um museu moderno que apresenta testemunhos da diversidade das sociedades humanas e que foi pensado como a vitrine da humanidade. Unindo a pesquisa ao ensino, é neste período que a etnografia profissional inicia na França: as duas missões ‘Lévi-Strauss’, em 1935 e 1938, integram o projeto de colecionar objetos para o Musée de l'Homme e, ao mesmo tempo, marcam o início de uma nova fase do Americanismo voltado não mais para a cultura material, mas para o estudo das estruturas sociais. Iremos aqui avaliar a importância dessa mudança de foco para as pesquisas americanistas na Amazônia e consolidação de uma rede de pesquisa internacional durante a Segunda Guerra Mundial, com destaque para a participação de franceses (Métraux e Lévi-Strauss) no Handbook of South American Indians (EUA).Dissertação Antro o quê? Problematizando o conhecimento antropológico no contexto de uma audiência pública no Senado Federal(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-04-30) Cortes, Fernanda da Costa; Miller, Francisca de Souza; ; http://lattes.cnpq.br/6834637163914977; ; http://lattes.cnpq.br/2233514880032612; Vieira, José Glebson; ; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Pereira, Edmundo Marcelo Mendes; ; http://lattes.cnpq.br/6628113763709058Este trabalho tem como objetivo problematizar o papel do conhecimento antropológico no âmbito do debate realizado em uma audiência pública deflagrada em virtude de uma reportagem publicada pela revista Veja em maio de 2010, denominada "A Farra da Antropologia Oportunista". O objetivo é compreender de que forma a antropologia está sendo percebida no atual cenário brasileiro de investimento em políticas de reconhecimento étnico e inclusão social. Como ela vem atuando? Quais as dificuldades encontradas para a aplicação deste conhecimento frente às demandas reais que lhe diz respeito? O que se constatou como resultado da análise estabelecida neste trabalho foi uma tentativa de invalidação do saber antropológico na medida em que este opera como facilitador na garantia de direitos, especialmente os que dizem respeito ao acesso à terra por minorias étnicas.Por este motivo, também é argumentado a antropologia como ciência e os parâmetros utilizados por ela para estabelecer suas análises.Dissertação Atratividade cultural e potencialidade turística: análise do evento Auto de Natal (Natal RN)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-09-13) Cunha, Shirley de Lima; Alves, Maria Lúcia Bastos; ; http://lattes.cnpq.br/1719643619018288; ; http://lattes.cnpq.br/2590892158888218; Nóbrega, Wilker Ricardo de Mendonça; ; http://lattes.cnpq.br/0025142529544906; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6; Lucena Filho, Severino Alves de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770951U5Inserido na programação natalina da capital do Rio Grande do Norte, Natal, o espetáculo Auto de Natal mescla a história do nascimento de Jesus Cristo a aspectos do patrimônio cultural e natural do Estado, possibilitando a integração de profissionais de diversas áreas, dentre elas, literatura, teatro, dança e música. Importante para a identidade local, o Auto de Natal integra elementos do patrimônio imaterial potiguar. Nesse contexto, a pesquisa analisou a percepção dos agentes envolvidos na produção, encenação e gestão do evento, concebido enquanto atrativo cultural e turístico. Para isso, utilizou-se do método descritivo-exploratório, realizando pesquisa de campo, bibliográfica e documental. Técnicas qualitativas foram aplicadas para a interpretação das entrevistas realizadas, enquanto técnicas quantitativas foram utilizadas para a análise dos questionários. A pesquisa constatou que o Auto de Natal tem potencial turístico para agregar valor ao Turismo Cultural, diversificando a oferta de produtos turísticos. Observou-se que a maioria dos respondentes reconhece o Auto de Natal como patrimônio imaterial. Concluiu-se que a temática natalina alusiva à nomenclatura do destino, se bem trabalhada, atrairá mais turistas para vivenciar o Natal em NatalTese "Bailando Tumba Francesa": embates memoriais e processos de patrimonialização em Cuba(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-06-28) Silva, Danycelle Pereira da; Cavignac, Julie Antoinette; ; ; Navia, Ângela Mercedes Facundo; ; Lima, Antonio Carlos Mota de; ; Vieira, José Glebson; ; Alvarez, Luís Guillermo Meza; ; Lopes, Paulo Victor Leite;O governo Cubano tem investido em políticas fomentadoras da conservação e resgate dos patrimônios materiais e imateriais como as tumbas francesas, expressão cultural que envolve danças e músicas de origem afro-cubana. Estas ações têm possibilitado a valorização das mais diversas expressões, em especial as que são fruto da diáspora africana. Essa pesquisa versa sobre o impacto do processo de patrimonialização e das políticas culturais aplicadas posteriormente a Revolução de 1959, na memória e na construção das identidades dos grupos de Tumba Francesa. A pesquisa é focada nos três grupos de tumbas francesas remanescentes em Cuba, localizados na região oriental da ilha nos estados de Guantánamo (Sociedade de Tumba Francesa Pompadour), Santiago de Cuba (Sociedade de Tumba Francesa La Caridad del Oriente) e Holguín (Tumba Francesa de Bejuco). Tem como objetivo analisar como se deu a declaração dessa expressão como patrimônio imaterial da Humanidade pela Unesco, mas sobretudo, em que medida as memórias dos tumberos se alinham às memórias oficiais construídas a partir deste processo de patrimonialização. A metodologia utilizada tem como base a etnografia, a partir das observações feitas nas diversas atividades desenvolvidas pelos três grupos estudados, assim como através de entrevistas que contemplam as memórias das famílias envolvidas nesta expressão cultural. As análises dos dados apresentados indicam a construção de novas memórias para esta expressão cultural, mostrando que para além das memórias oficiais construídas pelo processo de patrimonialização, há outras vivências a serem consideradas. As memórias dos tumberos revelaram o protagonismo feminino, as relações de parentesco e as solidariedades. Sinalizaram que ainda há silêncios a serem combatidos dentro da sociedade cubana no que tange aos temas relacionados às questões raciais. Rememorar a escravidão e o passado destes grupos através de suas próprias memórias, abre as possibilidades para que as memórias antes silenciadas ganhem visibilidade.Dissertação A Cabana Umbamdista Pai Joaquim de Angola: frente a intolerância a Umbanda na Cidade do Natal/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009-07-14) Araujo, Maxuel Batista de; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6; ; http://lattes.cnpq.br/7030765674441176; Lopes Júnior, Orivaldo Pimentel; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767289H0; Dantas, Maria Isabel; ; http://lattes.cnpq.br/0522040144523741Esta dissertação apresenta uma tentativa de registrar os passos iniciais da religião afro-brasileira Umbanda na Cidade do Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, a partir de um estudo de caso da Cabana Umbandista Pai Joaquim de Angola, representada pelo seu mantenedor, o sacerdote da umbanda José Clementino. O principal objetivo consiste no registro da memória dos adeptos em seus aspectos da sua tradição, vivências sociais e a construção cultural religiosa, numa tentativa de mostrar o preconceito religioso com os praticantes da Umbanda. Recorreu-se a: gravações em áudio de festas e rituais, narrativas sobre as memórias e histórias dos colaboradores e suas explicações, fotografias, anotações em caderno de campo, observação participante e entrevistas livres. A análise que se refere a umbanda em Natal/RN, foi embasada na pesquisa de campo enquanto produto das visitas que realizou-se entre o decorrer dos anos de 2006 a 2009 no Terreiro de Umbanda Pai Joaquim de Angola, localizado no bairro das Rocas.Dissertação "O certo pelo certo e o errado será cobrado": narrativas políticas do Sindicato do Crime do RN(2019-02-25) Amarante, Natália Firmino; Melo, Juliana Gonçalves; ; ; Cavignac, Julie Antoinette; ; Lopes, Paulo Victor Leite; ; Marques, Adalton José;Este trabalho tem como objetivo analisar a história e a influência da facção Sindicato do crime do RN dentro do cenário de disputa política e criminal que existe no Brasil atualmente. Pretendo, a partir da experiência etnográfica, construir uma narrativa que, dentro de certos limites, procura compreender os processos que constroem a “ética do crime”, os ciclos de vingança e as disputas pelo poder e o controle das unidades prisionais e das ruas da Grande Natal. À luz de autores que compõem o que hoje vêm sendo definido por Antropologia do Crime busco trabalhar categorias que permeiam as relações entre as facções criminosas, bem como a construção de práticas discursivas que sustentam ciclos de violência e acabam gerando uma “guerra” que atinge toda a sociedade. Dessa forma, desejo contribuir para a discussão que está sendo produzida acerca da atuação dos grupos de crime organizado no contexto local, especialmente no Nordeste. A questão central que almejo responder com essa pesquisa é: estaria o Sindicato do Crime do RN participando de uma possível “guerra” contra outras facções ou o que haveria, na realidade, seria a criação de uma guerra de minorias contra minorias produzidas por um Estado genocida? Para responder tal questão, priorizo a perspectiva de quem vivencia diretamente esse contexto: os integrantes da facção Sindicato do Crime do RN, para pensar se a “crise da segurança pública” que o Estado afirma existir hoje no Brasil não seria na verdade um “projeto político” que funciona através do castigo da miséria.Dissertação A céu aberto: garimpando a memória e a identidade dos mineradores de Brejuí(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-06-02) Bezerra, Ângela Maria; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; ; http://lattes.cnpq.br/4983493841788848; Freire, Maria José Alfaro; ; http://lattes.cnpq.br/8892792689697679; Eckert, Cornélia; ; http://lattes.cnpq.br/7446126566413577A Mina Brejuí, situada no município de Currais Novos (RN), foi responsável pelo crescimento da economia local entre os anos de 1943 de 1990, atraindo uma mão de obra de mineradores para o núcleo urbano. Após o fim da extração da scheelita, a mina foi transformada em um “Parque Temático”, em 2004. A empresa imprimiu sua marca na cidade com a construção de monumentos que fazem referencia à atividade mineira e ao seu fundador Tomaz Salustino. No entanto, não existem registros escritos sobre os primeiros garimpeiros nem sobre o sistema de exploração do minério em seu início. Convém então coletar as memórias dos mineradores e perguntar se, ao longo das mais de cinco décadas em que durou o auge da mineração, se construiu uma identidade ligada à profissão; em que medida os trabalhadores fazem referencia a esta história como integrantes e quais são os símbolos que estão sendo acionados na elaboração de uma identidade operária. Investigo ainda que memória se constituiu em torno dos pioneiros, em sua maioria agricultores atraídos pelo chamado da bateia. Para isso, recorro aos recursos audiovisuais de arquivo e aos registros orais dos interlocutores que foram filmados para a elaboração do documentário “Lembranças de velhos garimpeiros”. Notamos que, no script da história oficial da Mina Brejuí, a figura do “patrão” se sobrepõe à dos trabalhadores e que as formas de patronagem, oriundas do mundo rural, seguiram pontuando as relações sociais na mina. Hoje, com a retomada da atividade, é possível que renasça o desejo de fortalecimento da classe operária e da identidade mineira no sertão do Seridó.Dissertação Da cozinha ao terreiro em Mutamba da Caieira (RN) : cotidiano, espaço doméstico e sociabilidade(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-09-15) Silva, Marilu Albano da; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6; ; http://lattes.cnpq.br/2676150239002335; Chianca, Luciana de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/4264064005369443Neste trabalho refletimos sobre o uso social do espaço doméstico e, em particular, aquele reservado à preparação de alimentos. A cozinha é um espaço criador de relações sociais. Nela as famílias travam relações cotidianas com os vizinhos, num uso coletivo do espaço reservado à alimentação. Realizamos a nossa pesquisa empírica na Comunidade Mutamba da Caieira, localizada no município de Assu (RN). Para a coleta de dados fizemos uso do método etnográfico auxiliado pelo recuso fotográfico. Na discussão, demarcamos na casa três tipos de cozinhas: aquela reservada à família, a cozinha do terraço e a cozinha do terreiro. São cozinhas que se relacionam entre si com atividades e temporalidades diferenciadas. Nas relações travadas no cotidiano, a cozinha impõe-se como espaço social por meio das condições que oferece para a produção dos alimentos, a circulação de objetos domésticos, a comunicação de saberes em torno da culinária, operando um conjunto de atos simbólicos e rituais combinados com técnicas adequadas para a transformação dos alimentos. O estudo revela que o fazer doméstico realizado entre parentes e amigos forma teias de relações intracomunitárias no uso das três cozinhas. As redes de sociabilidades se atualizam num momento singular que costumeiramente acontece na comunidade, o Jogo do PacaráArtigo De 'herdeiros' a 'quilombolas': identidades em conflito (Sibaúma - RN)(2006) Cavignac, Julie AntoinetteDissertação De volta para os braços da rainha dos céus: migração, memória e festa em Caicó/RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-03-18) Pereira, Carlos Eduardo de Brito; Chianca, Luciana de Oliveira; ; http://lattes.cnpq.br/4264064005369443; ; http://lattes.cnpq.br/8077661565200243; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6; Fraga, Maria da Conceição; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761546P6; Reesink, Mísia Lins; ; http://lattes.cnpq.br/7192216073198707presente dissertação tem como objetivo apreender alguns significados particulares da Festa de Sant Ana (a santa padroeira de Caicó/RN), evento central do calendário festivoreligioso daquela cidade, buscando perceber como ela concilia os pólos simbólicos sagradoprofano através dos vínculos sociais ali atuantes e expressos em redes de sociabilidade e de pertencimento locais. Tais vínculos se revelam de modo especial através da migração de retorno para a festa, quando coletivamente são produzidos e atualizados conhecimentos e códigos que reforçam a representação do pertencimento local, nomeada ser caicoense . Buscamos perceber como os diversos eventos dessa festa (de ordem tanto religiosa quanto laica) atuam de forma decisiva para a re-significação identitária daquela cidade, especialmente na sua relação com os nativos migrantes: os filhos que retornam para os braços de Santa AnaDissertação Desigualdade, revolta, reconhecimento, ostentação e ilusão: o processo de construção da identidade de jovens em bandidos em uma unidade socioeducativa de internação do Distrito Federal(2016-08-08) Prado, Sophia de Lucena; Melo, Juliana Gonçalves; ; http://lattes.cnpq.br/4328813707663376; ; http://lattes.cnpq.br/7449675987487706; Vieira, José Glebson; ; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Misse, Michel; ; http://lattes.cnpq.br/6318695398971643Este trabalho é fruto de uma pesquisa etnográfica realizada com jovens autores de atos infracionais em uma Unidade de Internação situada no Recanto das Emas – Distrito Federal. A partir de um assalto que dois jovens praticaram na minha casa passei a tentar compreender o que levava jovens como eles a recorrerem ao crime e o que isso representava para eles, o que acabou se convertendo no objetivo desta pesquisa. Observei, então, que a falta de perspectivas a que muitos jovens estão submetidos aliada ao fato de serem tratados como bandidos, independentemente de estarem envolvidos com o crime, em decorrência do processo de sujeição criminal (MISSE,1999), acaba gerando uma revolta e uma demanda por reconhecimento (HONNETH, 2003) tão latentes a ponto de transformar o crime em uma opção que faz sentido para eles. Dessa forma, eles negam um pacto social do qual não participam e a ele reagem, por quererem incluir-se e não conseguirem. Mais do que uma forma de obter lucros patrimoniais, o crime se apresenta como um meio de acessar um universo simbólico que não estaria disponível a eles por outras vias, como a possibilidade de luxar, de ter fama na quebrada, além dos ganhos advindos dessa experiência como a adrenalina e o prazer, ainda que momentâneos, e a vivência de uma situação em que se está no poder, sobretudo depois de uma vida de submissão. Entretanto, ao optarem por um estilo de vida que é rejeitado pela “moral legítima dominante”, eles se veem obrigados a desenvolverem inúmeras estratégias individuais e coletivas para lidarem com ele, como é o caso das performances que passam a executar durante o crime para manter a sua imagem de bandido.Artigo Destinos migrantes: representações simbólicas, histórias de vida e narrativas(2001) Cavignac, Julie AntoinetteEste artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 1995 sobre a memória e as produções narrativas de migrantes oriundos do interior do Rio Grande do Norte, atualmente residindo na Zona Norte da capital do Estado, Natal. O texto apresenta inicialmente o processo de formação da Zona Norte e os fenômenos migratórios existentes na região, para em seguida analisar as histórias contadas pelos migrantes. Se o corpus narrativo tradicional tende a desaparecer no contexto urbano, novas temáticas surgem. Assim, por meio da análise das produções narrativas dos migrantes, é possível avaliar as transformações da cultura ‘tradicional’. O artigo procura mostrar que a importância dada às chamadas “histórias de antigamente” e as referências a essas narrativas encontradas no discurso dependem da situação das pessoas no novo local de vidaDissertação Educação escolar dos índios : consensos e dissensos no projeto de formação docente Tapeba, Pitaguary e Jenipapo-Kanindé(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006-08-02) Nascimento, Rita Gomes do; Silva, Rosália de Fátima e; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794938U8; ; http://lattes.cnpq.br/1608776186937258; Barros, Armando Martins de; ; http://lattes.cnpq.br/4497652129344512; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6Neste trabalho temos como objeto de estudo o espaço político dos debates entre os formadores indígenas (professores e lideranças) acerca do projeto de formação de seus docentes, na proposição e gestão de um ensino escolar diferenciado. Em tais debates encontra-se manifesto o processo de constituição dos índios enquanto sujeitos políticos, reivindicando direitos sócio-culturais e históricos informadores do movimento indígena. Além disso, a ocorrência de alguns dissensos nestes debates nos fizeram pensar na necessidade de, em alguns momentos, transcendermos a literalidade dos discursos, atentando para o não-dito e as subjetividades e intersubjetividades presentes nos processos de interação entre os sujeitos/atores/autores implicados. Neste sentido, encontramos na proposta metodológica da entrevista compreensiva (KAUFMANN, 1996), referenciando uma leitura complementar de diversos conceitos sócio-antropológicos, uma das nossas principais orientações. Dando voz aos sujeitos entrevistados e partindo de suas falas, buscamos investigar os significados das ações destes indivíduos, concebendo-os como sujeitos históricos. O objetivo central da pesquisa é, portanto, a compreensão dos diferentes sentidos atribuídos ao ser professor indígena e à escola diferenciada nas discussões a respeito das experiências de formação docente vivenciadas no Magistério Tapeba, Pitaguary e Jenipapo-Kanindé, iniciado em 2001 e concluído em 2005 no estado do CearáDissertação Estacionamento no C4: sociabilidades deslocadas no estacionamento do hipermercado Carrefour(2018-04-19) Nascimento, Kelvis Leandro do; Fortes, Lore; ; ; Cavignac, Julie Antoinette; ; Lira, André Augusto Diniz;Esse trabalho apresenta os resultados de uma investigação que buscou identificar os fenômenos urbanos responsáveis pelo crescente número de jovens e adultos que utilizam o estacionamento do hipermercado Carrefour, localizado na zona sul da cidade do Natal/RN, como lugar de sociabilização para atividades ligadas ao lazer. O objetivo foi identificar as causas dessas escolhas, além de demonstrar quais grupos frequentam o lugar e que atividades realizam neste espaço. Como ferramentas metodológicas, foram utilizados métodos quantitativos e qualitativos com questionários, entrevistas semiestruturadas e observação direta. Os resultados obtidos apontam como justificativas, a violência urbana crescente nos últimos anos, a necessidade em buscar novos espaços e opções de lazer seguras, além da busca da experiência de sociabilidade com pares enquanto estratégia de resistência aos problemas provocados pela vida adulta. Essa busca por segurança justifica o título que interpreta como sociabilidades desviadas de locais como praças, parques, tradicionalmente criados para este fim. Mais ainda, encontramos juventudes diversas, oriundas majoritariamente de outras regiões da cidade e da Grande Natal, com diferenças de classe social, renda e escolaridade, mas que convivem, predominantemente, de maneira harmoniosa no estacionamento. Ademais o espaço também é frequentado por grupos de adultos como opção de lazer, destacamos aqui os grupos de carros turbinados, as ‘naves’ e os que procuram a área para desenvolver atividades físicas.Artigo A etnicidade encoberta: ‘Índios’ e ‘Negros’ no Rio Grande do Norte(2003) Cavignac, Julie AntoinetteNos estudos sobre o Rio Grande do Norte, as referências às identidades diferenciais são discretas: os ‘índios’ e os ‘negros’ foram relegados ao segundo plano pelos historiadores e a questão não foi investigada sistematicamente pelos antropólogos apesar da multiplicidade das atuações – as populações indígenas aldeadas nas missões do litoral ou, no sertão, resistindo à pressão da sociedade colonial, o etnocidio, as deportações, o apagamento dos registros oficiais, os diferentes estatutos dos escravos, as comunidades quilombolas, as estratégias de sobrevivência, etc. Nas representações nativas do passado, percebemos também um apagamento dos principais atores da história colonial. Para entender essas ausências visíveis tanto na produção acadêmica quanto nas representações coletivas, propomos uma reflexão crítica da literatura, associada a uma revisão da história indígena e do passado escravocrata do Rio Grande do Norte, levando em conta o fato que pouco se sabe da realidade sócio-cultural em que as populações se encontraram ao longo dos séculos, pois foram englobadas em categorias genéricas, elaboradas historicamente. Através deste esforço de síntese visando a reunir as informações sobre as populações marginalizadas social e ideologicamente, pretendemos também abrir pistas de investigações a serem trilhadas por antropólogos e historiadores.Tese Eu vou falar pra dendê tem homem e tem mulher: o feminismo angoleiro e as mudanças na tradição(2018-09-20) Pinheiro, Camila Maria Gomes; Cavignac, Julie Antoinette; ; ; Dantas, Alexsandro Galeno Araújo; ; Santana, Gilmar; ; Dravet, Florence Marie; ; Araújo, Rosangela Janja Costa;A pesquisa busca analisar a participação das mulheres nos espaços de liderança na capoeira angola e o seu impacto nas rodas de capoeira. Para analisar esse cenário político, a investigação centra-se no grupo Nzinga de Capoeira Angola, fundado pela mestra Janja na cidade de SalvadorBA. Pioneiro no debate sobre o lugar da mulher na capoeira, o grupo apresenta duas mulheres na liderança, o que o diferencia da grande maioria dos grupos no Brasil. O fenômeno foi observado durante os encontros de mulheres capoeiristas e foi realizada uma pesquisa de campo entre os anos de 2014 a 2018, acompanhando as atividades do grupo Nzinga, em particular a festa de Iemanjá e o “Chamada de Mulher” na cidade de Salvador-BA. A partir da análise da trajetória do grupo foi realizada uma reflexão sobre a construção do feminismo angoleiro como um fenômeno recente na história da capoeira. Procurou-se identificar a disseminação de uma ginga feminista, o desenvolvimento de novas formas de contestação e de denúncia relacionadas a desigualdades de gênero presentes na capoeira. As estratégias para enfrentar as resistências das mulheres num universo masculino tornou a capoeira uma arma política e uma potente ferramenta para o empoderamento das mulheres.Tese Família, emoções e biosocialidade: a mobilização de pessoas com uma doença rara no Rio Grande do Norte - a síndrome de Berardinelli(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-12-18) Nóbrega, Jociara Alves; Valle, Carlos Guilherme Octaviano do; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; http://lattes.cnpq.br/0588425389135557; Navia, Ângela Mercedes Facundo; http://lattes.cnpq.br/9174852118966092; Fonseca, Claudia Lee Williams; http://lattes.cnpq.br/8620249965221608; Cavignac, Julie Antoinette; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Porto, Rozeli Maria; http://lattes.cnpq.br/2743599189433997; Aureliano, Waleska de Araújo; http://lattes.cnpq.br/6921083969355653Esta tese aborda a mobilização social na região do Sertão do Seridó do Rio Grande do Norte, bem como as relações de “biosocialidade” em espaços diversos, incluindo os ambientes virtuais da internet, de pessoas vivendo com uma doença muito rara e estigmatizante, a síndrome de Berardinelli. Responsável por prolongar e melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas pela enfermidade, a mobilização emergiu através do ativismo das mães de crianças que nasceram com a doença genética (conhecida regionalmente como doença dos magros) e das parcerias que foram estabelecidas entre elas e geneticistas. Com a fundação de uma ONG - a ASPOSBERN-, o associativismo entre as famílias produziu contextos de “biosocialidade” estruturados por diferentes níveis de proximidade e diálogo dos sujeitos com o conhecimento científico especializado, mas também por emoções e moralidades. Este trabalho tem como objetivo central analisar antropologicamente as formas de organização social e política em torno dessa doença rara no Rio Grande do Norte – mas que envolve também pessoas de outros estados - em prol de tratamentos, reconhecimento biossocial, direitos e cidadania, considerando o ativismo das mães e outros agentes e setores sociais. A pesquisa de campo que possibilitou a sua produção baseou-se no método etnográfico e sistematizou-se por observação participante dos momentos coletivos da associação, conversas informais e entrevistas abertas e semiestruturadas, feitas com pessoas com síndrome de Berardinelli, suas famílias, pesquisadores médicos e agentes públicos. Além disso, foram analisadas as dinâmicas estabelecidas em um grupo e em uma página voltados à síndrome na rede social Facebook.Artigo Os filhos de Tereza: narrativas e religiosidade na Boa Vista dos Negros/RN(2007) Cavignac, Julie AntoinetteDissertação Os fios da memória: presença afro-brasileira em Acari no tempo do algodão(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-09-24) Silva, Danycelle Pereira da; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; ; http://lattes.cnpq.br/2111200163433960; Santos, Carlos Alexandre Barbosa dos; ; Vieira, José Glebson; ; http://lattes.cnpq.br/0513632032515079; Freire, Maria José Alfaro; ; http://lattes.cnpq.br/8892792689697679A história da expansão colonial nos sertões do Seridó no século XVIII e a fixação dos primeiros povoadores em torno das fazendas de gado e, mais tarde, da cultura do algodão, ocultou a presença afrodescendente. Por outro lado, a escravidão é vista como ”branda” e como um fenômeno secundário pelo fato de ter um reduzido número de escravos em relação ao litoral açucareiro. Porém, não se podem minimizar as marcas que deixaram mais de três séculos de dominação colonial, pois a violência simbólica ainda persiste. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as causas e as consequências do silenciamento da presença afro-brasileira e da invisibilização dos núcleos familiares no município de Acari. Através das memórias das famílias Nunes, Inácio e Pereira, antigas moradoras do Saco dos Pereira, e das famílias Pedros, Paulas, Higinos e Félix, antigos moradores das fazendas da região, pretende-se refletir sobre as atividades de sobrevivência, as relações de trabalho, a propriedade da terra e os esbulhos ocorridos nos séculos XIX-XX, bem como mostrar a importância das tradições familiares na elaboração dos discursos sobre o passado e das identidades diferenciadas. A metodologia utilizada durante a pesquisa teve como foco as entrevistas que contemplam as histórias de vida e as memórias dos nossos interlocutores, em particular os afrodescendentes. Os relatos colocam uma luz sobre as vivências no período algodoeiro, os ofícios realizados na fazenda (vaqueiro, louça, bordado, culinária) e mostram a importância das famílias negras para entender o cenário Acariense. Também, fotos e documentos cartoriais foram coletados para melhor compor as histórias de vidas. O estudo revela a presença de muitas famílias negras agregadas às fazendas e mostra que existe outra versão da história local, tendo como protagonistas àqueles cuja memória foi silenciada e que ficaram marcados pelo estigma da escravidão.
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »