Navegando por Autor "Boschemeier, Ana Gretel Echazú"
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Dissertação Natureza de mulher, nome de mãe, marca de negra: identidades em trânsito e políticas do corpo na comunidade quilombola de Boa Vista dos Negros(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-07-27) Boschemeier, Ana Gretel Echazú; Cavignac, Julie Antoinette; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768171A6; ; Vale, Carlos Guilherme Octaviano do; ; http://lattes.cnpq.br/7578005376543804; Mccallum, Cecilia Anne; ; http://lattes.cnpq.br/5387260517180416As políticas de saúde destinadas às mulheres da comunidade quilombola de Boa Vista são, de forma geral, as mesmas destinadas ao resto das mulheres da região rural do Seridó norte-rio-grandense e também as que correspondem as regiões marginais do Brasil inteiro. Aqui, o corpo feminino é concebido sob parâmetros universalizantes que o tornam uma entidade homogênea e comparável com os outros corpos femininos a partir da sua tradução em índices, taxas e estatísticas. Nesse sentido, postulamos que são corpos nus, cuja intervenção não leva em conta os traços exteriores, aqueles chamados de culturais, como marcadores de identidade. Por outro lado, a noção de Saúde da Mulher Negra proposta por recentes políticas de Estado em âmbito nacional, mostra-se inexistente na comunidade. O corpo que exalta-se hoje a partir dos parâmetros da reivindicação étnica na comunidade é um corpo que se afirma como negro, mas também belo, jovem e, sobretudo, forte; aonde a noção estatal de saúde não penetra. Desta forma, as duas políticas concebem sujeitos sociais diferentes. Porém, existe outro espaço, que é o espaço das práticas vernáculas, no qual as mulheres experimentam sim a articulação entre a feminilidade e a negritude, mas sob outros parâmetros que são local e historicamente delineados. Aqui, tanto as trajetórias das mulheres quanto as redes de parentesco e cuidado locais conformam-se como especialmente significativas, ajudando a compreender as concepções sobre o corpo das mulheres desta comunidade, e revelando a importância da maternidade como princípio ordenador de identidades sociais. Para isso, foi feito um trabalho de observação participante, com realização de uma série de 30 entrevistas com mulheres de Boa Vista e foi implementado um estudo das redes de parentesco organizadas ao redor do termo mãe. Assim, demonstramos que existe um espaço prenhe de significados sobre o corpo feminino e a feminilidade que é construído a partir de uma interpretação local da tríplice condição de mulher, de mãe e de negra