Programa de Pós-Graduação em Neurociências
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Neurociências por Autor "Araújo, Dráulio Barros de"
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Dissertação Alterações da default mode network provocadas pela ingestão de Ayahuasca investigadas por Ressonância Magnética Funcional(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-05-25) Fontes, Fernanda Palhano Xavier de; Araújo, Dráulio Barros de; ; http://lattes.cnpq.br/7818012155694188; ; http://lattes.cnpq.br/5303845192389002; Ribeiro, Sidarta Tollendal Gomes; ; http://lattes.cnpq.br/0649912135067700; Amaro Júnior, Edson; ; http://lattes.cnpq.br/5927371795409877A Ayahusca é uma bebida psicotrópica que tem sido utilizada há séculos por populações originais da América do Sul, notadamente da região Amazônica, com fins religiosos e medicinais. O chá é obtido pela decocção de folhas da Psychotria viridis com a casca e tronco de um arbusto, a Banisteriopsis caapi. A primeira é rica em N,N-dimetiltriptamina (DMT), que tem importante e bem conhecido efeito alucinógeno devido a sua atuação agonista nos receptores de serotonina, especificamente 5-HT2A. Por outro lado, as β-carbolinas presentes na B. caapi, particularmente a harmina e a harmalina, são potentes inibidores da monoamina oxidase (iMAO). Além disso, a tetrahidroharmina (THH), também presente na B. caapi, atua como leve inibidor seletivo da recaptação de serotonina e um fraco inibidor de MAO. Essa composição única provoca uma série de alterações afetivas, sensoriais, perceptuais e cognitivas em indivíduos sob o efeito da Ayahuasca. Por outro lado, existe um interesse crescente na rede de modo padrão, do inglês Default Mode Network (DMN), que tem sido consistentemente observada em estudos de neuroimagem funcional. As principais componentes dessa rede incluem estruturas da linha média do córtex cerebral, como o córtex frontomedial anterior, córtex frontomedial ventral, o giro cingulado posterior, o pré-cuneus e algumas regiões do lobo parietal inferior e do giro temporal médio. Acredita-se que a DMN participe de tarefas que envolvem autojulgamentos, evocação de memórias autobiográficas, realização de simulações mentais, pensar em perspectiva, estados meditativos, entre outros. De maneira geral, essas tarefas requerem um foco de atenção interno, daí a conclusão de que a DMN estaria associada à atividade mental introspectiva. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar, por meio de ressonância magnética funcional (fMRI), as possíveis mudanças da DMN causadas pela ingestão da Ayahuasca em 10 voluntários saudáveis investigados enquanto se submeteram a dois protocolos: uma tarefa de fluência verbal e a aquisição de dados contínuos durante estado de repouso. De maneira geral, observa-se que a Ayahuasca provoca redução na amplitude do sinal de fMRI nos nodos centrais da DMN, tais como o cíngulo anterior, o córtex pré-frontal medial, o cíngulo posterior, o pré-cuneus e o lobo parietal inferior. Além disso, também foram observadas alterações no padrão de conectividade da DMN, em particular, diminuição da conectividade funcional no pré-cuneus. Juntos, esses achados indicam a possível associação entre o estado alterado de consciência experimentado pelos indivíduos sob efeito da Ayahuasca, e mudanças no fluxo de pensamentos espontâneos ligados ao aumento da introspecçãoDissertação Análises da mediação e moderação do mindfulness sobre medidas de afeto, ansiedade e estresse em adultos jovens saudáveis(2020-01-16) Sousa Júnior, Geovan Menezes de; Sousa, Maria Bernardete Cordeiro de; ; ; Araújo, Dráulio Barros de; ; Lopez, Luiz Carlos Serramo;O estilo de vida contemporâneo tem promovido forte impacto na saúde e bem-estar mental das pessoas, conforme sugerem indicadores atuais da Organização Mundial de Saúde. Tal comprometimento, geralmente, está vinculado à desregulação dos mecanismos psicofisiológicos da resposta ao estresse, dada à variedade e à frequência de eventos estressores aos quais a população está exposta diariamente. Neste contexto, intervenções não-medicamentosas para reduzir o impacto destes agentes têm sido utilizadas, entre as quais, aquelas que integram as dimensões mente x corpo, como o mindfulness (ou atenção plena). Esta prática meditativa, que tem sido implicada na redução de sintomas de ansiedade, depressão e estresse, é normalmente definida em termos da habilidade para voltar a atenção ao momento presente com abertura, aceitação e gentileza, sendo avaliada como um estado ou um traço. Deste modo, o presente estudo se propôs a demonstrar, por meio de uma abordagem exploratória, se uma prática breve de mindfulness é influenciada pelo traço ou estado de mindfulness, ou ambos, e interfere sobre variáveis que expressam bem-estar psicológico. As nossas hipóteses predizem que (1) o alto traço de mindfulness está associado a melhor bem-estar psicológico; (2) a prática breve de mindfulness reduz os indicadores negativos e aumenta os indicadores positivos de bem-estar psicológico e, (3) essas mudanças são mediadas pelo aumento no estado de mindfulness induzido pela prática. A amostra foi formada por jovens universitários saudáveis (n=40; 20 homens) e foram coletadas medidas associadas à ansiedade (IDATE), afeto (PANAS), estresse (PSS, cortisol plasmático) e mindfulness (estado, SMS; traço, FFMQ). Inicialmente, por meio de uma análise de cluster (k-means), tais indivíduos foram classificados como alto/baixo traço de mindfulness, na qual aqueles com traço alto apresentaram menores níveis de estado e traço de ansiedade e de estresse percebido. Adicionalmente, a amostra foi testada a partir de sua divisão em um grupo controle (GC, n=20) e um grupo mindfulness (GM, n=20) utilizando uma análise de variância mista (between: grupo, within: sessão [antes/após intervenção]) para investigar o efeito da intervenção entre e dentre os grupos. Apenas dentro do GM houve redução do estado de ansiedade e do estresse percebido, e aumento do estado de mindfulness, após a prática. Dentro de ambos os grupos houve redução do afeto negativo e dos níveis plasmáticos de cortisol, e nenhuma diferença foi encontrada em relação ao afeto positivo. Uma análise de mediação moderada evidenciou que o aumento do estado de mindfulness medeia aumento no afeto positivo e redução no estresse percebido e no cortisol. O efeito de mediação do estado de mindfulness na diminuição da ansiedade estado só ocorreu em indivíduos com alto traço de mindfulness. A despeito das limitações do tamanho amostral e da natureza exploratória do estudo, que utilizou múltiplas testagens para o mesmo conjunto de dados, esses resultados sugerem que o traço de mindfulness está associado a baixos níveis de estresse, e que uma intervenção breve baseada em mindfulness promove uma atenuação na resposta psicofisiológica negativa e media aumento no afeto positivo. Estes resultados apontam para um efeito positivo de uma prática breve de mindfulness, em um grupo específico de indivíduos, e abre perspectivas para novas investigações e sua aplicação em diferentes populações.Dissertação Avaliação por ressonância magnética funcional e estimulação magnética transcraniana da intervenção única da terapia espelho em pacientes após acidente vascular cerebral isquêmico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-08-24) Novaes, Morgana Menezes; Araújo, Dráulio Barros de; ; http://lattes.cnpq.br/7818012155694188; ; http://lattes.cnpq.br/9779330983275109; Santos, Antônio Carlos dos; ; http://lattes.cnpq.br/8227933586403761; Vargas, Cláudia Domingues; ; http://lattes.cnpq.br/1019505555117852A Terapia Espelho (TE) vem sendo usada como ferramenta de reabilitação para várias doenças, incluindo o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Embora alguns estudos tenham mostrado sua eficácia clínica, pouco se sabe sobre os mecanismos neurais que levam à melhora observada. Desse modo, este estudo teve como objetivo avaliar a neuromodulação cortical promovida pela intervenção única da TE em pacientes acometidos por AVC, por meio da Ressonância Magnética funcional (fMRI, do inglês Functional Magnetic Resonance Imaging) e da Estimulação Magnética Transcraniana (TMS, do inglês Transcranial Magnetic Stimulation). Quinze pacientes participaram de sessão única de trinta minutos de TE. Os dados de fMRI foram analisados nas seguintes regiões de interesse (ROI), bilateralmente: Área Motora Suplementar (AMS), córtex pré-motor (PM), córtex motor primário (M1), córtex sensorial primário (S1) e Cerebelo. Em cada ROI, as mudanças na porcentagem de ocupação e os valores de beta foram avaliados. Os resultados revelaram redução significativa no percentual de ocupação no PM e cerebelo contralateral à mão afetada (p <0,05). Além disso, foi observado aumento significativo nos valores de beta nas seguintes áreas motoras contralaterais: AMS, Cerebelo, PM e M1 (p <0,005) e diminuição significativa nas seguintes áreas motoras ipsilaterais: PM e M1 (p < 0,001). Nas áreas sensoriais foi observada redução em S1 bilateralmente (p <0,0005). Pela TMS foi analisado o Potencial Evocado Motor (PEM) sobre o hot spot de M1. Aumento significativo na amplitude do PEM foi observado após a terapia no grupo (p<0,0001), e individualmente em 4 pacientes (p <0,05). Assim, nossos resultados indicam que intervenção única da TE muda marcadores neurobiológicos em direção ao padrão observado em indivíduos saudáveis. Além disso, as alterações nas áreas motoras do hemisfério contralateral são opostas as do lado ipsilateral, sugerindo um aumento na homeostase do sistema.Dissertação Caracterização dos acoplamentos fase-amplitude na região CA1 do hopocampo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-12-02) Teixeira, Robson Scheffer; Tort, Adriano Bretanha Lopes; Ribeiro, Sidarta Tollendal Gomes; ; http://lattes.cnpq.br/0649912135067700; ; http://lattes.cnpq.br/3181888189086405; ; http://lattes.cnpq.br/8027366357732043; Araújo, Dráulio Barros de; ; http://lattes.cnpq.br/7818012155694188; Amaral, Olavo Bohrer; ; http://lattes.cnpq.br/4987439782337345As oscilações cerebrais não são completamente independentes, mas capazes de interagir umas com as outras através de acoplamentos entre frequências (cross-frequency coupling, doravante CFC) em pelo menos quatro diferentes modalidades: amplitudeamplitude, fase-fase (coerência), fase-frequência e fase-amplitude. Evidências recentes sugerem que não somente os ritmos per se, mas também as interações entre eles estão envolvidas na execução de tarefas cognitivas, principalmente aquelas que requerem atenção seletiva, transmissão de informações e consolidação de memórias. Estudos recentes propõem que oscilações gama alto (60 150 Hz) transferem informações espaciais do córtex entorrinal medial para a região CA1 do hipocampo através do acoplamento com a fase de teta (4 12 Hz). Apesar destas descobertas, entretanto, pouco se sabe sobre as características gerais dos CFCs em diversas regiões cerebrais. Neste trabalho, registramos potenciais de campo local usando matrizes de multieletrodos implantadas no hipocampo dorsal para registro neural crônico. O acoplamento fase-amplitude foi avaliado por meio da análise de comodulogramas, uma ferramenta de CFC desenvolvida recentemente (Tort et al. 2008, Tort et al. 2010). Todas as análises de dados foram realizadas em MATLAB (MathWorks Inc). Descrevemos duas oscilações funcionalmente distintas dentro da faixa de frequência de gama, ambas acopladas ao ritmo teta durante exploração ativa e sono REM: uma oscilação com um pico de atividade em ~80 Hz e uma mais rápida centrada em ~140 Hz. As duas oscilações são diferencialmente moduladas pela fase de teta conforme a camada de CA1; o acoplamento teta-80 Hz é mais forte no stratum lacunosum-moleculare, enquanto que o acoplamento teta-140 Hz é mais forte no stratum oriens-alveus. Este perfil laminar sugere que a oscilação de 80 Hz origina-se das entradas do córtex entorrinal para as camadas profundas de CA1, e que a oscilação de 140 Hz reflete a atividade de CA1 em camadas superficiais. Ademais, nós mostramos que a oscilação de 140 Hz difere-se das oscilações ripples associadas com sharp-waves em diversos aspectos chave. Nossos resultados demonstram a existência de novas oscilações de alta frequência associadas à teta e sugerem uma redefinição das oscilações gama altoTese Os efeitos antidepressivos da ayahuasca, suas bases neurais e relação com a experiência psicodélica(2017-07-28) Fontes, Fernanda Palhano Xavier de; Araújo, Dráulio Barros de; http://lattes.cnpq.br/7818012155694188; http://lattes.cnpq.br/5303845192389002; Tort, Adriano Bretanha Lopes; Sequerra, Eduardo Bouth; http://lattes.cnpq.br/2028204211415978; Winkler, Anderson Marcelo; http://lattes.cnpq.br/3158613415305645; Abreu, José Neander Silva; http://lattes.cnpq.br/1020328026365974Ensaios clínicos recentes têm sugerido o potencial antidepressivo de alguns psicodélicos serotonérgicos, como a ayahuasca e a psilocibina. A ayahuasca é uma substância utilizada há centenas de anos por povos indígenas da bacia amazônica. Essa bebida é geralmente preparada a partir de duas plantas, uma contendo a triptamina psicodélica N,Ndimetiltriptamina, um agonista de receptores serotonérgicos e sigma-1. A outra planta contém potentes inibidores reversíveis da monoamina oxidase A, como a harmina, harmalina e tetrahidroharmina. Em um ensaio clínico recente, 17 pacientes com depressão resistente ao tratamento foram submetidos a uma única sessão com a ayahuasca, e a severidade dos sintomas avaliados por escalas clínicas para a depressão, nesse caso a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS) e a escala de Hamilton (HAM-D). Os resultados sugerem melhora significativa já nas primeiras horas após a ingestão, efeito esse mantido por 21 dias. Apesar de promissor, esse estudo não controlou o efeito placebo, que é alto, chegando a alcançar 40%, em ensaios clínicos para depressão. Esta tese faz parte de um ensaio clínico duplo-cego randomizado placebo-controlado em 35 pacientes com depressão unipolar resistente ao tratamento. Um grupo de voluntários controles saudáveis também foi avaliado. Os pacientes receberam uma única dose de ayahuasca ou placebo. Um dia antes e um dia depois da administração da substância, os pacientes participaram de uma série de testes e avaliações, incluindo escalas psicométricas e imagem por ressonância magnética funcional (fMRI), realizados no decurso de uma sessão experimental de quatro dias. A severidade da depressão foi aferida por duas escalas clínicas: MADRS e HAM-D. As avaliações foram realizadas um dia antes (linha de base), e um, dois e sete dias após a sessão de tratamento. Observamos efeitos antidepressivos significativos da ayahuasca quando comparados ao placebo em todos os instantes de tempo avaliados (D1, D2 e D7). Os escores da MADRS foram significativamente menores no grupo da ayahuasca, em comparação com o placebo. Da mesma forma, as pontuações da HAM-D foram significativamente diferentes entre os grupos no D7. Os tamanhos do efeito entre os grupos aumentaram de D1 para D7. As taxas de resposta (redução de 50% nos sintomas) foram elevadas para ambos os grupos nos dias D1 e D2. Já sete dias após a sessão, a taxa de resposta foi significativamente maior no grupo ayahuasca que no placebo (64% ayahuasca x 27% placebo). Nesse mesmo ponto de avaliação, a taxa de remissão foi marginalmente maior no grupo ayahuasca que no placebo (p<0.056, 36% ayahuasca x 7% placebo). Além disso, investigamos a relação entre os efeitos antidepressivos e os efeitos psicodélicos agudos da ayahuasca, avaliados pela Escala de Avaliação Alucinógena (HRS, Hallucinogenic Rating Scale) e o Questionário de Experiência Mística (MEQ30, Mystical Experience Questionnaire). Os resultados sugerem que efeitos psicodélicos mais intensos estão correlacionados a taxas de resposta maiores no D7. Por fim, para investigar as bases neurais dos efeitos antidepressivos da ayahuasca, utilizamos dados de fMRI adquiridos durante a realização de um protocolo de regulação emocional um dia antes e um dia após a sessão de tratamento. Observamos mudanças na amígdala, ínsula anterior, córtex pré-frontal ventrolateral e na porção subgenual do giro do cíngulo. Este é o primeiro ensaio clínico, duplocego, controlado, a testar o uso de uma substância psicodélica para a depressão resistente ao tratamento. Em conjunto, nossos resultados trazem novas evidências que apoiam a segurança e o valor terapêutico da ayahuasca, administrada dentro de um cenário apropriado, para ajudar a tratar a depressão.Dissertação Influência da postura da mão na identificação da lateralidade: uma análise eletrofisiológica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016-04-28) Souza, Rafaela Faustino Lacerda de; Pereira Júnior, Antonio; ; http://lattes.cnpq.br/1402289786010170; ; http://lattes.cnpq.br/0633109092149313; Limeira, Allan Pablo do Nascimento; ; Araújo, Dráulio Barros de; ; http://lattes.cnpq.br/7818012155694188Estudos recentes têm demonstrado que o reconhecimento da lateralidade de mãos em uma perspectiva de segunda pessoa engaja processos de imagética motora. No entanto, pouco se sabe sobre a atividade e contribuição das regiões sensório-motoras corticais nesse processo. O objetivo do presente estudo é mostrar como a rotação mental de estímulos visuais de partes do corpo influenciam o processamento neural dessas regiões através da modulação da atividade oscilatória de grupos neuronais nas faixas alfa e beta. Para tanto, realizamos a análise da perturbação espectral relacionada ao evento (ERSP) do registro eletroencefalográfico (EEG) de 20 sujeitos engajados no reconhecimento da lateralidade de mãos apresentadas em uma tela de computador. Os resultados mostram que a supressão da amplitude das frequências alfa e beta foi maior nas regiões sensório-motoras e que características do estímulo (como orientação da mão, visão, postura de dedos e lateralidade) são capazes de modular esses componentes oscilatórios em diferentes regiões, sugerindo etapas distintas para o processamento da tarefa cognitiva.