Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária por Autor "Araújo, Joselio Maria Galvão de"
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Dissertação Análise da situação epidemiológica da dengue no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de 2016 a 2020(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-05-31) Silva, Martha Laysla Ramos da; Fernandes, José Verissimo; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; http://lattes.cnpq.br/9573826494344864; Araújo, Joselio Maria Galvão de; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de Medeiros; http://lattes.cnpq.br/5229478510326510A Dengue é uma doença febril aguda e sistêmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico, variando de casos assintomáticos à formas graves, potencialmente fatais. É uma arboviroses transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, sendo um dos agravos à saúde de maior importância em todo o mundo, ocasionando epidemias anuais principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, colocando em risco quase um terço da população do planeta. O presente trabalho apresenta um estudo descritivo de uma série temporal e distribuição espacial dos casos prováveis de dengue notificados no Estado do Rio Grande do Norte. Foram utilizados dados secundários de notificação da doença no período entre 2016 a 2020, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e Boletins Epidemiológicos da Secretaria Estadual de Saúde, no período referido. A análise dos dados foi realizada a partir de estatística descritiva. Durante a série temporal, foram notificados um total de 127.152 casos prováveis de dengue, sendo confirmados 38.051 casos da doença, o que representa 29,92% desse total. O sorotipo Dengue vírus do tipo – 1 (DENV-1) foi o mais prevalente em toda a série estudada. A 7ª região de saúde, que corresponde à região Metropolitana de Natal, teve o maior número de casos confirmados, totalizando 17.654, o que representa aproximadamente 46,36% do número de casos confirmados no estado. Em relação à caracterização sociodemográfica, constatou-se uma maior prevalência da doença em indivíduos do sexo feminino e a faixa etária mais acometida está entre 20 e 39 anos. Nesse período a dengue apresentou um comportamento epidemiológico que caracteriza um perfil endêmico, com alguns picos de incidência em determinados períodos. Este perfil epidemiológico da doença está correlacionado possivelmente, com flutuações no número de indivíduos susceptíveis e variações na densidade populacional dos vetores transmissores do vírus. Nossos dados mostram uma aparente redução do número de casos prováveis de dengue notificados no ano de 2020. É possível que essa redução do número de casos da doença tenha sido devido à subnotificação, uma vez que todos os esforços dos serviços de saúde estavam voltados para enfrentamento da atual pandemia do Coronavírus (SARS-COV-2).Dissertação Aspectos epidemiológicos da dengue no estado da Paraíba no período de 2011 a 2014(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-10-23) Oliveira, Camila Alves de; Clemente, Tatjana Keesen de Souza Lima; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; ; ; http://lattes.cnpq.br/8529380323484470; Maciel, Bruna Leal Lima; ; http://lattes.cnpq.br/5790541670952158; Nunes, Fabíola da Cruz; ; http://lattes.cnpq.br/8217991241768054A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (gênero Flavivirus, família Flaviviridae), transmitido pela picada de artrópodes, principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue: (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. A infecção por dengue atualmente é considerada um grave problema de saúde público mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 50-100 milhões de pessoas se infectam anualmente em mais de 100 países do mundo. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil epidemiológico da dengue no estado da Paraíba no período entre os anos de 2011 a 2014. Uma pesquisa descritiva foi realizada, a qual utilizou dados secundários registrados no SINAN da Paraíba, onde foram analisados os casos notificados de acordo com variáveis como gênero, faixa etária, escolaridade, sorotipo, meses de notificação, classificação clínica e evolução da doença. De 2011 a 2014 na Paraíba foram notificados 53.373 casos suspeitos de dengue, dos quais 52,4% (28.020) foram confirmados. Em 2011 foram confirmados 53% (8.646) dos casos, em 2012 os confirmados foram equivalente a 58% (6.867), o ano de 2013 registrou 48% (8.827), e em 2014 com 49,5% (3.680). Houve predominância do sexo feminino (58%) dos casos. A média de idade dos confirmados foi de 18-60 anos representando 64,2%, quando considerados os anos de estudo. Quando analisado a evolução da doença, observou-se que 89% dos indivíduos confirmados com dengue evoluíram para a cura. Foram registrados 48 óbitos nesse período. O sorotipo DENV-1 foi predominante de 2011 a 2013, seguido do DENV-4. A classificação dengue clássico foi equivalente a 97% dos casos, dengue com complicações foi de apenas 0,1%, febre hemorrágica da dengue foi de 0,5% e por último a síndrome do choque da dengue. Os meses de maior notificação da doença foram no primeiro semestre do ano, com maior incidência entre os meses de março a junho. Conclui-se que as epidemias de dengue na Paraíba apresentaram diferenças importantes, e um diagnóstico imediato da infecção aliado a um diagnóstico molecular dos sorotipos circulantes na comunidade poderiam ser medidas de prevenção e controle para riscos potenciais de formas graves da doença na população.Dissertação Aspectos epidemiológicos da Raiva no estado do Rio Grande do Norte (2005 a 2021)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-10) Ferreira, Paulo Antônio da Rocha; Araújo, Joselio Maria Galvão de; https://orcid.org/0000-0003-3548-2786; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/3769538515880345; Fernandes, José Verissimo; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; Bezerra, João FelipeA raiva é uma doença infecciosa grave e potencialmente fatal que atinge mamíferos, principalmente cães, mas também outras espécies. É causada pelo vírus da raiva, pertencente ao gênero Lyssavirus e a família Rhabdoviridae. Ele é transmitido através de saliva infectada, geralmente através de uma mordida. A raiva é considerada uma doença endêmica em todo o mundo, com maior incidência na África, Ásia e América Latina. O objetivo deste trabalho é descrever aspectos epidemiológicos da raiva em espécies de mamíferos no estado do Rio Grande do Norte. Para isso, foram utilizados como fonte de informações o livro de registros e anotações do setor de diagnóstico de raiva animal - LACEN/RN e do Gerenciador de Ambiente Laboratorial – GAL, no período entre outubro de 2005 e dezembro de 2021. Nesse período foram encaminhadas 5.649 amostras para análise laboratorial de casos suspeitos de raiva, sendo 5.632 amostras de mamíferos não-humanos e 17 amostras de humanos. Do total de amostras de mamíferos não humanos encaminhadas e analisadas, 611 (10,8%) tiveram o diagnóstico de raiva confirmado. No mesmo período apenas uma das 17 amostras humanas analisadas teve o diagnóstico de raiva confirmado, o que corresponde a (5,89%) do total de casos suspeitos. Considerando as espécies estudadas, foram analisas amostras de 2.507 morcegos, desses 416 (16,6%) foram positivas para raiva. De um total de 1.647 amostras de caninos domésticos que foram examinadas, 17 (1,03%) foram positivas. Adicionalmente, foram analisadas 688 amostras de felinos domésticos, das quais, quatro (0,59%) foram positivas. No contexto dos bovinos, de 148 analisados, 92 (62,20%) foram positivos. Um total de 105 amostras de raposas foram estudadas e 59 (56,11%) foram positivas. Quanto aos equinos, das 47 amostras analisadas, 17 (36,18%) foram positivas. Das 18 amostras de ovinos analisadas, duas (11,11%) foram positivas. Das 11 amostras de suínos analisados, três (27, 28%) foram positivas para raiva. De três amostras de asininos analisadas, uma (33,33%) foi positiva. Das 417 amostras analisadas de primatas não humanos (PNH), 31 gambás e de 10 caprinos, nenhuma apresentou positividade para raiva. A partir deste estudo, podemos concluir que o vírus da raiva está circulando em populações de mamíferos no estado do Rio Grande do Norte, principalmente bovinos, eqüinos morcegos e raposas. Por se tratar de uma zoonose negligenciada com características epidemiológicas únicas e complexas, merece mais estudos e atenção das autoridades sanitárias.Dissertação Caracterização genética do vírus Chikungunya circulante no Estado do Rio Grande do Norte(2018-02-27) Pereira, Hannaly Wana Bezerra; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; ; Fernandes, José Verissimo; ; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de Medeiros;A febre Chikungunya é uma síndrome febril com grave artralgia debilitante, podendo evoluir para casos atípicos, como manifestações neurológicas e mucocutâneas. Geralmente é transmitida por mosquitos do gênero Aedes. O agente etiológico é o vírus Chikungunya (CHIKV) que pertence à família Togaviridae e ao gênero Alphavirus. Até pouco tempo essa doença era negligenciada no Brasil, porém com o surto epidêmico que houve no ano de 2016, essa arbovirose se tornou um desafio para a saúde pública. O objetivo do presente estudo foi realizar a caracterização genética do CHIKV identificado no Estado do Rio Grande do Norte (RN), no biênio 2016-2017. Um total de 10 amostras de soro, líquor ou conteúdo de vesículas-bolhosas foram analisadas pela metodologia de qRT-PCR para detecção do CHIKV e todas se apresentaram positivas. Foi realizada a filogenia e a caracterização genética do vírus, por meio do sequenciamento da região codificadora da poliproteína estrutural, com posterior análise da estrutura da proteína por meio da modelagem. A análise filogenética indicou que o genótipo circulante no Estado do Rio Grande do Norte é o Leste-Centro-Sul Africano II (ECSA II). A comparação entre as sequencias dos CHIKV deste estudo com aquelas de seu ancestral da linhagem ECSA II identificado em Uganda em 1982 (GenBank: HM045812) revelou a presença de 21 mutações não sinônimas. O sequenciamento dos CHIKV do soro e do líquor de um mesmo paciente revelou duas mutações não sinônimas potencialmente associadas a neurovirulência viral: N606K e P677L. Adicionalmente, a análise da modelagem de proteínas mostrou que o vírus circulante no Rio Grande do Norte não apresenta a mutação na posição A226V, que determina uma maior infectividade do vírus para o Aedes albopictus. Em conclusão, esse estudo revela a origem do CHIKV circulante no Estado do Rio Grande do Norte e possíveis marcadores de neurovirulência viral, informações úteis para compreender a evolução viral e a patogênese da doença.Dissertação Caracterização genética do vírus da Imunodeficiência Humana-1 circulante no Rio Grande do Norte(2019-02-28) Cavalcanti, Pedro Henrique Ferreira; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; ; Bentancor, Gonzalo José Bello; ; Bezerra, João Felipe; ; Fernandes, José Verissimo;Desde os primeiros relatos da AIDS na década de 1980 até os dias atuais, o HIV foi responsável por aproximadamente 35 milhões de mortes, sendo considerada uma das piores pandemias já registrada na espécie humana. O HIV é um vírus RNA pertencente a família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae do gênero dos Lentivirus. Apesar de existirem duas espécies de HIV, somente o HIV-1 apresenta distribuição pandêmica. Filogeneticamente o vírus divide-se em diversos grupos, subtipos, subsubtipos, CRF’s e URF’s. Com o advento da terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) a infecção pelo HIV passa a ser considerada de caráter crônica, o indivíduo bem tratado apresenta melhora na qualidade de vida e possibilidade de não transmissibilidade. Todavia o aumento da resistência aos antirretrovirais, principalmente devido à má adesão ao tratamento, poderá prejudicar os avanços globais realizados até hoje no combate ao HIV. O objetivo deste estudo foi a realização da caracterização genética das linhagens circulante do HIV-1 no Estado do Rio Grande do Norte a partir de amostras referente ao período de janeiro à outubro de 2018. Um total de 170 amostras das 4 regiões de saúde do Rio Grande do Norte foram selecionados, atendendo os critérios estabelecidos de inclusão, e em 8 amostras foi possível a realização de todas as etapas metodológicas da pesquisa. A realização da filogenia por meio do sequenciamento da região da protease e transcriptase reversa do gene Pol apontou predomínio do HIV1-B circulante com um paciente apresentando o subtipo F1 e um apresentando subtipo C. A análise do sequenciamento genético dos vírus apontou a presença de diversas mutações de resistência, tanto transmitida como adquirida, além de mutações acessórias, apenas em 4 amostras não foram evidenciadas mutações de importância clínica, as mutações mais recorrentes foram modeladas e identificadas na transcriptase reversa em regiões de α-hélice, folha-β e região de alça. Em conclusão, esse estudo revelou um predomínio do HIV-1 subtipo B circulante e o perfil de mutações revelou que os antirretrovirais mais prejudicados foram os inibidores da transcriptase reversa. As informações são fundamentais para redirecionamento adequado de resgate terapêutico destes pacientes e rastreio epidemiológico molecular de linhagens circulantes.Dissertação Dinâmica espacial das variantes Zeta, Gamma, Delta e Omicron BA.1 do SARS-CoV-2 no Estado do Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Dantas, Maria Eduarda Pessoa Lopes; Araújo, Joselio Maria Galvão de; Gomes, Ighor Leonardo Arantes; https://orcid.org/0000-0003-3548-2786; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/5063854019886230; Bentancor, Gonzalo José Bello; Lima, João Paulo Matos SantosO coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), detectado inicialmente em dezembro de 2019 em Wuhan, China, é o agente etiológico de uma pandemia responsável por mais de 6,5 milhões de mortes em todo o mundo até março de 2022. O Brasil abarca aproximadamente 700 mil dessas mortes, registrando seus maiores índices de letalidade durante a disseminação da variante de preocupação Gamma. No estado do Rio Grande do Norte, a circulação das variantes Gamma, Delta e Omicron coincidiram com altas no número de casos. Para compreender a dinâmica espacial das variantes de preocupação no Rio Grande do Norte, técnicas filogenéticas com um arcabouço estatístico de máximaverossimilhança foram aplicadas a um conjunto formado por genomas completos entre novembro de 2020 e março de 2022 que representassem uma fração significativa (>70%) do total de genomas do Rio Grande do Norte (NTOTAL=1706) neste período. O perfil epidemiológico da epidemia no estado demonstrou que o período da Gamma coincidiu com o pico no número de casos, óbitos e letalidade (~4%). A análise filogenética revelou um grande número introduções, sendo 100% de outros estados brasileiros durante o período da Zeta e Delta, 98% de outros estados brasileiros e 2% de outros países na Gamma, enquanto na Ômicron houveram 36% de outros países e 64% do Brasil. Já na circulação interna entre as regiões imediatas, Natal se destaca como principal origem em todas as linhagens. Sendo assim, com a retomada da mobilidade urbana e vacinação incipiente, as variantes Zeta, Gamma, Delta e Omicron no Rio Grande do Norte estabeleceram múltiplas redes de transmissão simultâneas, atingindo todas as regiões do estado, sobrecarregando o sistema de saúde local, e elevando os casos da infecção. Diante da circulação contínua do vírus SARS-CoV-2 no país e a possibilidade de novas emergências virais, a compreensão da dinâmica local de disseminação viral é uma ferramenta essencial para o aprimoramento das estratégias de prevenção, resposta e controle de epidemias, destacando a importância da vacinação, vigilância epidemiológica e preparo do sistema de saúde para enfrentar desafios futuros.Dissertação Epidemiologia molecular dos vírus dengue e zika no estado do Rio Grande do Norte, no período de junho de 2014 a maio de 2015(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016-01-26) Monteiro, Joelma Dantas; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; ; http://lattes.cnpq.br/6995611205231659; Fernandes, José Verissimo; ; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de Medeiros; ; http://lattes.cnpq.br/5229478510326510A dengue e a febre da zika são doenças causadas por vírus RNA de fita simples, polaridade positiva, pertencentes à família Flaviviridae, gênero Flavivirus e são transmitidos ao homem através da picada de vetores artrópodes hematófagos do gênero Aedes. O Estado do Rio Grande do Norte (RN) convive com o aumento do número de casos da dengue há mais de duas décadas, porém, no que concerne à febre da zika, até os primeiros dias do mês de maio deste ano, o Ministério da Saúde não havia confirmado nenhum caso da doença no Brasil, tampouco no Rio Grande do Norte. Esse trabalho objetivou analisar o perfil epidemiológico dos vírus Dengue e Zika no Estado do Rio Grande do Norte, no período de junho de 2014 a maio de 2015. Foram estudadas 396 amostras provenientes de pacientes com casos suspeitos de dengue e/ou zika, das quais, 334 amostras foram analisadas para dengue através da RT-PCR, representando 8,08% (27/334) de positividade e 348 amostras foram estudadas para Zika por meio da qRT-PCR, onde o vírus foi confirmado em 20,98% (73/348) dos casos. Os sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-4 cocircularam no RN, com predominância do último, detectado em 66,67% (18/27) dos casos positivos. Os municípios de Jandaíra, Natal e Ouro Branco foram os mais acometidos por dengue, com 18,52% (5/27), 22,22% (6/27) e 11,11% (3/27), respectivamente. No que se refere ao Zika, as cidades mais atingidas foram Guamaré, Natal, Nova Cruz e Parnamirim, com 13,70% (10/73), 30,14% (22/73), 9,59% (7/73) e 19,18% (14/73) de confirmações, respectivamente. Neste estudo, o primeiro município a ter um caso confirmado de dengue foi Jandaíra. Caiçara do Rio do Vento foi o primeiro a apresentar um caso de Zika, seguido de Galinhos. Junho foi o mês mais representativo para dengue com 44,44% (12/27) dos casos confirmados, enquanto Março foi o mais acometido por Zika com 23,29% (17/73). O gênero masculino e o feminino tiveram praticamente a mesma proporção de casos positivos para dengue, com 51,85% (14/27) e 48,15% (13/27), respectivamente, enquanto o Zika acometeu um maior número de mulheres, representando 57,53% (42/73). As faixas etárias mais acometidas por dengue foram a de 11-20 e 51-60 anos, cada uma com 18,52% (5/27). No que concerne ao vírus Zika, a faixa etária de 0-10 anos foi a mais acometida com 19,18% (14/73) dos casos confirmados, seguidas das faixas de 31-40 e 41-50 anos, onde cada uma destas representou 16,44% (12/73). Em decorrência da cocirculação desses flavivírus no RN, é fundamental compreender a prevalência e a dinâmica de circulação de ambos os vírus, no intuito de estabelecer medidas para controlar futuros surtos e epidemias no Estado. Este trabalho representa o maior estudo sobre o Zika vírus no Estado do RN.Dissertação Estudo epidemiológico e molecular do vírus chikungunya no Rio Grande do Norte nos anos de 2019 e 2020(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-05-31) Dias, Jonai Pacheco; Araújo, Joselio Maria Galvão de; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/1686814584610262; Fernandes, José Verissimo; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; Nascimento, Maria do Desterro Soares Brandão; http://lattes.cnpq.br/3958174822396319Antes considerada uma doença de terceiro mundo, a Febre do Chikungunya é atualmente uma das principais arboviroses emergentes a nível global. Pouco tempo depois de ter se estabelecido como doença autóctone no Brasil, o vírus Chikungunya (CHIKV) se disseminou no estado do Rio Grande do Norte, onde tem causado surtos recorrentes. O objetivo deste estudo é descrever aspectos epidemiológicos da Chikungunya no Estado do Rio Grande do Norte durante os anos 2019 e 2021. Foram analisadas amostras obtidas de pacientes suspeitos de Chikungunya oriundas de diferentes municípios do Rio Grande do Norte. Na análise espacial foi verificado o epicentro dos casos estudados no estado, bem como fatores que podem ter colaborado para a disseminação do vírus. Um total de 540 amostras foram testadas por meio da técnica de qRT-PCR, das quais 134 foram positivas para Chikungunya nos anos 2019 (n=82) e 2020 (n=52), representando 25% do total de amostras analisadas em ambos os anos. A maioria dos afetados eram pessoas do sexo feminino (60 %) na faixa etária entre 20 e 39 anos. Os sinais e sintomas mais frequentes foram: febre (65%), cefaléia (48%) e artralgia (47%). A maior média da carga viral foi exibida no primeiro dia dos sintomas. Constatou-se entre os casos prováveis de Chikungunya, dois na forma de infecção congênita e dois casos assintomáticos (1,5%). A maior proporção de casos notificados em 2019, foi observada em Natal, no bairro do Tirol (57%); e em 2020, no município de Guamaré (33%). A tendência do epicentro desses casos foi localizada em uma região próxima a Região Metropolitana de Natal. Este trabalho visa contribuir para vigilância da Chikungunya nos centros urbanos do Estado do Rio Grande do Norte, delineando áreas de maior incidência, o que serve de base para o controle epidemiológico da doença.Dissertação Expressão do fator inibitório da migração de macrófagos e do fator de permeabilidade vascular em lesões da cérvice uterina induzidas pelo papilomavírus humano(2017-05-31) Nobre, Camila Cristina Guimarães; Fernandes, José Veríssimo; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; http://lattes.cnpq.br/0683313896852347; Araújo, Joselio Maria Galvão de; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; Cobucci, Ricardo Ney Oliveira; http://lattes.cnpq.br/6641915180697564; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de Medeiros; http://lattes.cnpq.br/5229478510326510O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente em mulheres no Brasil, sendo a sua frequência menor apenas do que aquelas observadas para o câncer de pele não-melanoma e câncer de mama. O fator inibitório da migração de macrófagos (MIF) é produzido por diferentes tipos de células e participa de uma cadeia complexa de eventos que favorece o processo de carcinogênese, sendo possível observar um alto nível de expressão em quase todos os tipos de câncer humano, entre eles o câncer do colo do útero. O MIF também induz um aumento dose dependente na excreção do fator de crescimento de endotélio vascular (VEGF), que promove a angiogênese, o crescimento tumoral e a migração dessas células no câncer do colo do útero. O objetivo deste estudo foi investigar a expressão de MIF e VEGF em pacientes que apresentam ou não lesões do colo do útero, no intuito de identificar a existência de uma relação direta entre a presença dos marcadores MIF e VEGF com o grau da lesão da paciente, bem como, com a presença do papilomavírus humano (HPV). Foram incluídas no estudo 45 mulheres que haviam sido encaminhadas para a Maternidade Escola Januário Cicco com suspeita de lesões na cérvice uterina. As pacientes que aceitaram participar do estudo responderam a um questionário, para obtenção de dados sócio-demograficos, seguido de exame clínico. Das mulheres que se submeteram a colposcopia, foram coletados dois fragmentos de tecido do colo do útero, um para análise histopatológica e outro para detecção do HPV por PCR convencional. A expressão dos biomarcadores, MIF e VEGF, foi detectada pela técnica de imuno-histoquímica. A área positiva de cada biomarcador foi lida e quantificada utilizando o programa ImageJ®, e o resultado foi analisado através dos programas de estatística SPSS® Statistics e GraphPad Prism. Das 45 pacientes incluídas no estudo, 20% apresentaram resultado do exame dentro dos padrões da normalidade, enquanto que 80% apresentaram algum tipo de alteração no exame; sendo 35,55% lesões intraepiteliais de baixo grau (LIEBG) e 44,44% lesões intraepiteliais de alto grau (LIEAG). A taxa de prevalência global de infecção genital pelo HPV foi de 80%, sendo 86,1% em pacientes com lesão. A expressão média do VEGF e do MIF tiveram um aumento gradativo quando comparado entre as pacientes normais, LIEBG e LIEAG, correspondendo respectivamente aos seguintes valores, 19,62, 41,59 e 55,42 para o VEGF e 4,36, 9,44 e 22,86 para MIF. Foi possível verificar uma correlação positiva entre a expressão de MIF e VEGF (r = 0,523, p = <0,001). Por meio deste trabalho pôde-se concluir que o VEGF e o MIF estão correlacionados e envolvidos no processo de displasia cervical, aumentando a sua expressão conforme ocorre a progressão da lesão. No entanto, não foi possível encontrar associação entre a presença do HPV e os níveis de MIF e VEGF.Dissertação MPOX: aspectos epidemiológicos no estado do Rio Grande do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-25) Lopes, Ximenya Glauce da Cunha Freire; Fernandes, José Veríssimo; Araújo, Joselio Maria Galvão de; https://orcid.org/0000-0002-5169-6496; http://lattes.cnpq.br/7078820975978056; http://lattes.cnpq.br/2920818609746057; Aloise, Debora de Almeida; Fernandes, Thales Allyrio Araújo de MedeirosVaríola dos macacos ou monkeypox é uma zoonose de etiologia viral, causada pelo Monkeypox virus (MPXV), classificado na família Poxviridae, gênero Orthopoxvirus cujo reservatório natural ainda não foi identificado. Em 2022, o MPXV dispersou-se por diversos países do mundo, acometendo milhares de pessoas. A Organização Mundial da Saúde decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional e recomendou o nome mpox em substituição à varíola dos macacos (monkeypox). No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado em junho 2022. No mês seguinte, a mpox foi confirmada no Rio Grande do Norte (RN). Este estudo visa analisar aspectos epidemiológicos da mpox. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com base em dados secundários obtidos a partir da plataforma REDCap e do e-SUS Sinan da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, referentes ao período de 2022 a 2024. Foram incluídos 140 casos confirmados laboratorialmente pelo método MPX PCR. A análise das fichas de notificação revelou o seguinte perfil epidemiológico: maior incidência em agosto de 2022 (35,0%; n=49); afetando brasileiros na faixa etária de 30 a 39 anos (33,6%; n=47); sexo masculino (86,4%; n=121); homem cisgênero (72,1%; n=101); homossexual (45,0%; n=63); cor parda (44,3%; n=62); com ensino superior completo (36,4%; n=51); residente na capital (68,6%; n=96); sem imunossupressão (75,7%; n=106); sem HIV (65,7%; n=92); que teve relações sexuais com homens (54,3%; n=76). A forma de transmissão não foi identificada (42,1%; n=59). Os sinais e sintomas mais frequentes foram: erupção cutânea (86,4%; n=121), astenia (83,6%; n=117), febre (61,4%; n=86), cefaleia (49,3%; n=69), mialgia (35,7%; n=50), lesão genital (31,4%; n=44) e dor de garganta (30,7%; n=43). A maioria não necessitou de hospitalização (95,7%; n=134), nem de tratamento antiviral (70,0%; n=98) e não houve registro de óbito (0,0%; n=0). Identificou-se como possíveis fatores de risco: sexo masculino, adulto jovem, com alta escolaridade, e como possíveis grupos de risco indivíduos jovens do sexo masculino, que fazem sexo com homens. Resultados deste trabalho assemelham a outros estudos e podem auxiliar na implementação de políticas mais eficazes de prevenção e diagnóstico precoce da doença, reduzindo o seu impacto na população.Dissertação Perfil de resposta imunológica inata de pacientes infectados pelo vírus Zika(2018-03-02) Silva, Marcelo Henrique Matias da; Fernandes, José Verissimo; Guedes, Paulo Marcos da Matta; ; ; ; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; Nascimento, Manuela Sales Lima;Os receptores da imunidade inata, principalmente receptores do tipo toll (TLRs) e receptores do tipo Rig (RLRs) são moléculas importantes para o reconhecimento inicial do vírus Zika e modulação de resposta imunológica protetora com produção de IFN do tipo 1. Epidemias recentes pelo vírus Zika apresentaram como principais consequências o aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré e o surgimento da síndrome congênita do vírus Zika que pode resultar em microcefalia e outros danos neurológicos. Os mecanismos imunológicos que conferem proteção ou patologia durante a infecção por esse vírus ainda não foram elucidados. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil da resposta imunológica inata em pacientes durante a infecção aguda pelo vírus Zika. Para isso, foi quantificada a expressão de RNA mensageiro (RNAm) dos TLRs (TLR3, TLR7, TLR8, TLR9), do RLR MDA-5 (Melanoma Differentiation-Associated protein 5), das moléculas adaptadoras TRIF (Toll/IL-1 Receptor Domain-Containing Adaptor-Inducing IFN-β) e Myd88 (Myeloid Differentiation Primary Response Gene 88) e das citocinas (IL-6, IL12, IFN-α, TNF-α, IFN-β, IFN-γ). Células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de 30 pacientes com sintomas da infecção aguda pelo vírus Zika com diagnóstico confirmado por RT-PCR em tempo real (qRT-PCR) e de nove indivíduos saudáveis não infectados foram utilizadas para quantificação do perfil de resposta imunológica. Pacientes com infecção aguda pelo vírus Zika apresentaram elevada expressão de TLR3, IFN-α, IFN-β e IFN-γ, quando comparado aos controles saudáveis. Ademais, houve correlação positiva entre a expressão de TLR3 em relação a IFN-α e IFN-β. Por outro lado, pacientes infectados pelo vírus zika apresentaram redução na expressão de TLR8, Myd88 e TNF-α. Foi observada expressão semelhante de TLR7, TLR9, MDA-5, TRIF, IL-6 e IL-12 entre o grupo de pacientes infectados pelo vírus zika e indivíduos do grupo controle. Nossos resultados indicam que a infecção aguda (até 5 dias após o aparecimento dos sintomas) pelo vírus Zika induz a produção de IFN-γ, IFN-α e IFN-β, principalmente por via dependente de TLR3. Por outro lado, os pacientes infectados pelo vírus zika apresentaram uma redução da expressão de TLR8, Myd88 e TNF-α, moléculas também envolvidas na imunidade antiviral.Dissertação Pesquisa dos vírus dengue em culicídeos no Município de Natal, Rio Grande do Norte, 2016(2018-02-19) Medeiros, Leandro Gurgel de; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; ; Fernandes, José Verissimo; ; Gama, Renata Antonaci; ; Nunes, Fabíola da Cruz;A dengue é uma doença complexa e multifatorial, encontrada principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, com incidência global variando entre 50 a 100 milhões de casos por ano. O agente etiológico, o vírus dengue (DENV), é um arbovírus do grupo B, assim designado porque a sua manutenção na natureza depende da transmissão para hospedeiros vertebrados, por vetores artrópodes hematófagos (Artrophod-Borne Vírus). São transmitidos aos humanos por mosquitos fêmeas do gênero Aedes, especialmente Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os DENV são vírus de RNA fita simples, com polaridade positiva, tamanho aproximado de 11Kb e com uma única janela de leitura aberta. É classificado na família Flaviviridae, gênero Flavivirus, sendo descritos quatro sorotipos distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), sorologicamente semelhantes, mas com determinantes antigênicos específicos para cada sorotipo. Esse trabalho objetivou pesquisar os vírus dengue em culicídeos capturados no município de Natal-RN, Brasil, no período de janeiro a novembro de 2016. Foram analisados 137 pools de fêmeas das espécies Aedes aegypti, Aedes albopictus, Culex quinquefasciatus, Wyeomyia sp., Ochlerotatus scapularis e Haemagogus leucocelaenus. Cada pool foi analisado para detecção do material genético dos DENV, pela técnica de RT-PCR. A espécie Aedes aegypti foi a mais representada, com 72 pools analisados. O RNA foi detectado em 19,70% (27/137) dos pools. Nos distritos sanitários oeste e norte, houve a maior incidência de mosquitos coletados. Foi constatada a presença de dois sorotipos de dengue: o DENV-1 e o DENV-3, sendo o DENV-1, o sorotipo mais prevalente, detectado em 92,60% dos pools positivos (25/27), enquanto que DENV-3 foi detectado em apenas 7,40% (2/27). Os meses de fevereiro e abril foram os que tiveram um maior número de pools de mosquitos positivos para o DENV, ambos com 44,4% (12/27) do total de pools positivos. Essas informações possibilitaram o reconhecimento de áreas prioritárias para a realização de ações de controle da dengue em Natal-RN, bem como dos sorotipos circulantes no município no ano do estudo e revelaram a presença do DENV em outras espécies de culicídeos, sendo esse um achado pioneiro no município.Dissertação Vigilância epidemiológica de Chikungunya em humanos e vetores: proposta de modelo para o município de Natal-RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2017-02-24) Fagundes Neto, João Ciro; Araújo, Joselio Maria Galvão de; Gama, Renata Antonaci; 03893282602; http://lattes.cnpq.br/0179756405650744; http://lattes.cnpq.br/6430774978643765; http://lattes.cnpq.br/4569552528383586; Ferreira, Leonardo Capistrano; http://lattes.cnpq.br/2739353650933389; Brunetto, Hector Gabriel RomeroO objetivo deste trabalho foi desenvolver um modelo de vigilância de arbovírus em humanos e vetores no município de Natal-RN. Foram estudados culicídeos e casos humanos com sinais e sintomas compatíveis com infecção por arbovírus, recebidos durante o período de fevereiro a julho de 2016, provenientes de busca ativa feita pela equipe de vigilância epidemiológica do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Município de Natal. O RNA viral foi extraído utilizando o kit QIAamp Viral. A pesquisa dos Chikungunya foi realizada através da técnica de transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase em tempo real (Sistema TaqManⓇ). Foram estudados 104 casos humanos. Um total de 57 (54,8%) casos foram positivos para Chikungunya. Nas amostras de vetores, um total de 816 fêmeas foram estudadas, sendo 421 (51,59%) Aedes aegypti, 312 Aedes albopictus (38,23%), 56 (6,86%) Wyeomyia spp, 23 (2,81%) Culex quinquefasciatus, 3 (0,36%) Ochlerotatus scapularis e 1 (0,12%) Haemagogus leucocelaenus. Um total de 5 pools de Aedes aegypti foram positivos para Chikungunya, representando uma Taxa de Infecção Mínima (MIR) igual a 11,87. Na mesma análise, um total de 2 pools de Aedes albopictus foram positivas para Chikungunya (MIR = 6,41). Foi possível detectar o vírus Chikungunya em 1 pool de Wyeomyia spp (MIR = 17,85). O CHIKV não foi identificado nos pools das espécies Ochlerotatus scapularis e Haemagogus leucocelaenus. O modelo de vigilância de arbovírus em humanos e vetores proposto por esse trabalho forneceu informações precisas ao Centro de Controle de Zoonoses de Natal-RN sobre os locais com maior circulação de arbovírus e presença de vetores. Essas informações permitiram direcionar ações locais de controle vetorial e contribuíram para a redução do impacto da epidemia de CHIKV no Município de Natal durante o ano de 2016.Dissertação Vírus Zika no Estado do Rio Grande do Norte: aspectos epidemiológicos e filogenéticos(2018-02-28) Alves, Brenda Elen Bizerra; Araújo, Joselio Maria Galvão de; ; ; Lanza, Daniel Carlos Ferreira; ; Bezerra, João Felipe; ; Fernandes, José Verissimo;O Rio Grande do Norte (RN) foi um dos primeiros Estados onde o vírus Zika foi incialmente detectado no Brasil, provavelmente devido ao fluxo de turistas, ao alto grau de infestação do Aedes aegypti e a precariedade do saneamento ambiental. A presença desse arbovírus no RN, a notificação de casos graves, a escassez de trabalhos disponíveis sobre esse tema e sua possível introdução do vírus no Brasil durante a Copa das Confederações de 2013, serviram de motivação para a realização desse estudo que buscou investigar a circulação do vírus Zika no Estado do Rio Grande do Norte e realizar a caracterização molecular dos vírus isolados durante o período de junho de 2013 a dezembro de 2016. Durante esse período, amostras de pacientes foram analisadas através da técnica de transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase em tempo real (qRT-PCR) para a detecção do genoma viral. A infecção pelo ZIKV foi confirmada em 8,97% (73/814) dos casos estudados. A análise da distribuição espacial do vírus pelas diferentes microrregiões do Estado, mostrou sua circulação em 16 municípios. Os municípios com maior número de casos confirmados foram Natal e Parnamirim. O período com maior incidência da infecção ocorreu nos meses de março, abril e maio de 2015, entretanto, as maiores proporções de casos positivos ocorreram nos meses de novembro e dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. A maioria dos casos de infecção por Zika ocorreu em pacientes do sexo feminino, mas sem diferença significativa em relação ao sexo masculino. A infecção pelo vírus Zika atingiu todas as faixas etárias com praticamente as mesmas taxas de incidência da infecção. Nenhuma correlação entre a estimativa de viremia e o tempo de doença nos pacientes foi encontrada, assim como, não foram encontradas diferenças significativas na viremia de acordo com o tipo de amostra analisada (soro/sangue total), mas houve uma diferença significativa na viremia entre o quarto e quinto dia de sintomas analisados. A análise filogenética indicou que a linhagem do ZIKV circulante no estado do Rio Grande do Norte pertence ao genótipo Asiático. Ao comparar os vírus isolados nesse estudo com as cepas ascestrais isoladas na Malásia foram identificadas três mutações que geraram mudanças de aminoácidos: D393E, V473M e T487M. Essas mutações foram encontradas no domínio III da proteína (E) e provavelmente, influenciam na patogenicidade das cepas dos vírus Zika circulantes no Estado do RN. Esse estudo fornece subsídios necessários para compreender a distribuição e a dinâmica da doença no estado do Rio Grande do Norte e a caracterização genética é fundamental para a compreensão dos aspectos biológicos do vírus.