Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica por Autor "Almeida, Camila de"
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Dissertação Análise da deformação pós-Rifte na Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-02-25) Almeida, Camila de; Antunes, Alex Francisco; ; http://lattes.cnpq.br/1519973126832391; ; Córdoba, Valéria Centurlon; ; http://lattes.cnpq.br/8212523609187259; Pinheiro, Roberto Vizeu Lima; ; http://lattes.cnpq.br/3251836412904734A Bacia do Araripe está inserida sobre os terrenos pré-cambrianos da Província Borborema, fazendo parte das bacias interiores do Nordeste do Brasil. Sua origem está relacionada à fragmentação do supercontinente Gondwana e consequente abertura do Atlântico Sul durante o Cretáceo Inferior. Possuindo um preenchimento sedimentar que abrange quatro estágios distintos de sua evolução, compreendendo as tectonossequências de Sinéclise Paleozóica, Pré- Rifte, Rifte e Pós-Rifte. O objeto de estudo deste trabalho, compreende a seção pósrifte da bacia, focando os estilos deformacionais que afetam os evaporitos do Membro Ipubi da Formação Santana, constituída por camadas de gipsita e anidrita intercaladas com folhelho, de ocorrência abrangente em toda a Bacia do Araripe Na parte Norte da bacia, nas proximidades de Nova Olinda-Santana do Cariri os evaporitos são afetados por uma deformação essencialmente frágil, tipificada por fraturas preenchidas por gipsita fibrosa, recortando camadas de gipsita e anidrita geralmente maciças. Na região são observados veios com orientações e mergulhos bastante variados, distribuindo-se segundo três populações principais: (i) uma com direção dominante NW-SE, com mergulhos suaves a moderados essencialmente para NE, geralmente preenchidos por gipsita cujas fibras dispõem-se ortogonalmente às paredes dos veios; (ii) veios NE-SW com mergulhos moderados para SE, contendo fibras de crescimento suborizontais; e (iii) veios N-S, com mergulhos suaves para E-W, cujas as fibras encontram-se obliquas às paredes desses veios. Na região oeste da bacia, nas proximidades de Trindade-Ipubi-Araripina a camadas de evaporitos são dominantemente constituídas por gipsita/anidrita finamente estratificada, apresentando uma densidade menor de veios. Essas camadas são afetadas por uma deformação peculiar, de caráter mais dúctil , tipificada por dobras horizontais, de perfil suave a aberto, com comprimento de onda de várias dezenas de metros, não raro apresentando charneiras com duplo caimento, com orientações NWSE ou NE-SW, constituindo feições dômicas. Em detalhe, as lâminas de gipsita/anidrita também são afetadas por dobras de escala métrica a decimétrica, em geral de perfil fechado a apertado, muitas vezes apresentando estilo em kink (não é raro nestes casos ocorrer ruptura da charneira), localmente constituindo dobras em caixa. Os veios (ocorrendo de forma mais rara) apresentam direções principais NE-SW, com mergulhos suaves para SE, as fibras de crescimento dispõem-se paralelamente às paredes dos veios, funcionando como slickenfibers. Está região é marcada pelas falhas que afetam as rochas da Formação Araripina apresentando direções NW-SE, NE-SW e E-W. De posse das análises dos estilos e da orientação geral das estruturas que afetam a seção pós-rifte na Bacia do Araripe, através do método dos diedros retos, foram obtidas informação importante quanto à análise cinemática da deformação, possibilitando assim, definir os sentidos de transporte tectônico predominantes e a inferência do estado de paleotensões que governou a instalação das estruturas tectônicas presentes. Sendo assim, foi possível definir um regime cinemático regional, a partir desta análise, caracterizado a seção pós-rifte por um sistema de compressão NE-SW a ENEWSW, regime este condizente com o que vem atuando na Placa Sul-Americana desde, pelo menos, o Albiano. Variações locais da pressão de fluidos somadas (ou não) a variações da sobrecarga sedimentar definem regimes cinemáticos particulares. Assim, na porção nordeste da bacia, a deformação pós-rifte foi governada por um regime em que σ1 é suborizontal e apresenta direção NE-SW, e σ3 é subvertical, denotando um regime de falha inversa . Já na porção sudoeste da Bacia do Araripe foi caracterizado um regime de falha transcorrente , apresentando σ1 na direção ENE-WSW e σ3 orientado segundo NNW-SSE